— Vamos, Vince! Eu juro que vai ser legal. — Florence segura minha mão entre as suas. — Podemos chamar Noora, se você quiser.
— O que? — a encaro. — Por quê?
— Qual é, parceiro? — ela pisca um dos olhos e torce os lábios. — Vocês têm passado muito tempo juntos. Vai dizer que nunca aconteceu nada?
Então é isso?
Não pode ser!
Florence pensa que estou interessado em Noora. Mal sabe ela que seu sorriso é o que desperta meu interesse, que ser mais do que seu amigo é o que eu mais quero no mundo.
— Noora é apenas minha amiga.
— E daí? — Florence se afasta, caminhando até o meu guarda roupa. — Você nunca assistiu "Simplesmente Acontece"? — nego com a cabeça. — Nunca leu "Friendzone"?
— Eu já li. — aceno com a cabeça. — Mas até onde sabemos, Frini está apaixonada por Toby, e não mais por Tristan. Com isso, concluímos que o bad boy com cara de mau sempre vence.
— Isso não é verdade! — ela protesta. — A história ainda pode mudar. NK Floro ainda não terminou o livro.
— Vai dizer que torce para que Frini e Tristan terminem juntos?
— Eu torço. — e quanto a nós dois?, penso. — Toby a empurrou do balanço, puxou as tranças dela e...
— Todo mundo sabe disso, Flores. Você deveria trocar o disco.
— Além disso...— ela pigarreia. — Tristan é bem mais bonito e educado! Ele sempre tenta proteger a Frini.
— Mas eles não têm química. — interrompo.
— Eu não vou ficar aqui, ouvindo você falar mal do meu Tristan. — Florence tapa os ouvidos, num gesto totalmente infantil.
Assim como Tristan, me deixa ser seu?
Céus! Estou parecendo aqueles adolescentes exagerados que reclamam de tudo e descontam nos outros as frustrações de suas vidas.
Eu não quero ser assim.
— Quando vai se apaixonar por alguém de verdade, Flores?
— Como assim? — suas mãos abandonam suas orelhas e escorregam pelo seu corpo. — Os meus amores são tão reais quanto os seus.
— Não, eles não são. — encolho os ombros. — Você se apaixona apenas por garotos fictícios, ou por rapazes que não dão a mínima para você.
— Tipo o capitão do time de Lacrosse?
— Tipo o capitão do time de Lacrosse. — concordo. — E não podemos nos esquecer da paixonite que teve por Elliot há alguns meses.
— Isso foi antes de eu saber como o beijo dele é melequento.
A encaro, boquiaberto.
— V-você beijou o meu primo? — enrugo a testa, implorando a Deus que um raio caia em minha cabeça, e que isso seja apenas um sonho.
— Beijei. — ela encara os próprios pés. — Elliot me disse que você ficaria chateado caso eu contasse, então achei melhor...
— Mentir?
— Omitir. — Florence pontua, rápido demais. — Confesso que não entendi o ponto de vista dele. Por que raios você ficaria chateado?
— Me preocupo com você. — tento esconder a mágoa.
— Eu sei. — ela cruza os braços. — Eu sei, e te amo por isso. Contudo, o seu amor fraternal não pode me impedir de amar outras pessoas, pode?
1º Claro que pode!
2º Amor fraternal?
— Você tem razão. — cedo. — O meu amor fraternal não pode lhe impedir de ficar com... rapazes.
— Não foi bom, Vince. — ela suspira, percebendo que suas palavras me afetaram. — Elliot tem um beijo agitado, malicioso e cheio de mão boba.
— Ele é seis anos mais velho.
— E o que tem isso? — Florence arqueia uma das sobrancelhas. — Só porque é mais velho não significa que tem um passe livre para fazer babaquice.
— Quando foi?
— No aniversário de Virgínia.
— Pensei que não gostasse de Virgínia. — batuco os dedos sobre o tecido de minha calça jeans.
— E eu não gosto, mas as meninas disseram que ia ser uma festa de arromba. Não pude resistir.
— Eu não fiquei sabendo desta festa.
— Virgínia não gosta de você, então disse a todos que não queria sua presença. — ela comprime os lábios. — Mas o importante é que eu gosto, não é?
— O mundo não gira em torno de você, Florence. Pare de fazer cosplay de Sol. — ela se mantém em silêncio pelos minutos seguintes, e isso faz com que eu a encare.
— Noora também gosta de você. — sua voz escapa por sua boca, em fiapos.
— Noora gosta de todo mundo, todo mundo gosta de Noora. — estalo os dedos. — Isso não é novo para ninguém.
— Sabe, Vincent! Se você agisse mais como todos os adolescentes e não como se fosse melhor do que o resto de todos nós, talvez tivesse mais amigos. — em passos pesados, ela caminha até a cama e agarra a própria bolsa. — Eu vou nessa, tenha uma boa tarde.
— Floren...— ela vai embora.
— Não vai sair, querido? Fiquei sabendo que colocaram um telão no parque, e que as pessoas já estão se preparando para o Cinema Aberto. — minha mãe afaga meu cabelo. — O que foi, meu amor? Por que está tão triste?
— Acha que gosto de me colocar acima dos outros adolescentes?
— Não. — ela beija minha testa. — Acho apenas que é responsável demais.
— Isso é a mesma coisa, mãe. — reviro os olhos.
— Você está enganado. — ela encara a janela do meu quarto. — Passou o dia aqui dentro? — nego. — Você passou.
— Talvez, mãe. — desvio o olhar. — Florence foi para casa há pouco tempo.
— Estou esperando pelo dia em que vai ter coragem de dizer à ela o que sente.
— Sempre que tento, acabamos brigando. Acredita que Elliot a beijou? — levanto as sobrancelhas. — E não foi na bochecha.
— Eu sei. — ela sorri. — Elliot é um rapaz muito charmoso. Ele é um broto.
— Até a senhora?
— Estou apenas apontando os fatos, Vincent. — bufo alto. — Mas quer saber o que realmente o torna bonito?
— O quê?
— A confiança que tem em si mesmo.
— E a BMW. — levanto as duas sobrancelhas.
— É, isso também.
Os meus pais decidiram que seria ótimo ir para o Cinema Aberto. Por isso, eles foram, mas eu fiquei em casa.
Florence me enviou algumas mensagens, desculpando-se pelo ocorrido de hoje à tarde, mas não tive vontade alguma de respondê-la.
Não consigo parar de imaginar como Elliot se sentiu ao trocar beijos com ela.
Maldição! Ele deve ter se sentido maravilhado, exatamente como eu me sentiria se a tivesse ali, apenas para mim.
— Se o garoto não vai até o Cinema Aberto, o Cinema Aberto vem até o garoto.
— Noora Jasmine Callahan, como foi que você entrou dentro da minha casa? — com o coração a mil, encaro-a. — Isso é invasão de domicílio!
— Não quando se tem as chaves da casa. — ela balança o chaveiro. — Encontrei seus pais no parque e eles me disseram que você tinha um pedido de ajuda pregado na testa.
— Eles exageraram.
— Eu não acho. — ela larga algumas sacolas no chão e arranca os próprios sapatos. Em seguida, caminha até a cama, despeja um beijo estalado em minha bochecha e se deita ao meu lado. — Não tomou banho hoje, tomou?
— Não. — meu rosto arde. — Passei o dia dormindo.
— Então, meu caro, trate de tomar um banho. — ela se levanta.
Noora nunca para!
Ela está sempre falando, dançando ou me fazendo sair de minha zona de conforto.
— Eu não quero.
— Ande logo, Cents. — ela equilibra todas as sacolas que havia trago nos braços. — Enquanto isso, vou fazer a pipoca e os refrescos.
— Batizados?
— Peguei algumas garrafas de cachaça no pub. — seu sorriso praticamente ilumina todo o quarto. — Os meus pais não vão dar falta.
— Tem certeza?
— Tenho. — ela gargalha. — Não seja medroso! Te espero lá embaixo.
E ai, meu povo? E ai, minha pova? Tudo belezuca?
•Em alguns momentos, nem eu mesma consigo compreender o que se passa na cabeça de Vincent. Vocês conseguem?
•Noora é ou não é parceira?
•E quanto a Elliot? Será ele um empecilho para #Florent?
Elliot O'Bruce.
Ps: Tive alguns imprevistos e por isso tive de atrasar o capítulo. Perdão.