Onde Impera a Paixão

By NeenaDanae

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No conturbado início do século XX, meio a inóspita planície do vale de mineração de Broken Hills, em Nova Gal... More

Conheça Um Pouco Dessa Trama Apaixonante
PRÓLOGO
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 7

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By NeenaDanae



Teresa com a escova de cabo de tartaruga, o longo chambre cor de creme arrastando até o chão, fitava a própria imagem no espelho oval.

As sobrancelhas arqueadas num ar de superioridade, vislumbrava a si própria, a beleza, que por encanto, os anos não lhe haviam roubado, muito pelo contrário, teriam aprimorado, deveras. Lapidado com cuidadoso refinamento.

Efetuadas três passadas rápidas nos cachos curtos, que balançaram com o gesto de cabeça, Tess afastou do colo e dos ombros delgados a fina renda, que abriu espaço para a camisola cara de cetim colada ao corpo.

Um corpo fenomenal, que qual ser vivente no mundo diria, ela teria dado a luz aos dezesseis anos a primeira filha:Beatrice?

Borrifou dois jatos de perfume por baixo da orelha, e estava quase satisfeita com a toalete noturna.

Mas de que adiantava fingir, estava tudo na santa paz, quando há menos de sessenta metros, à esquerda, Pamela agonizava.

E toda aquela atitude, vinha tomando em agir, como se algum pesadelo distante, por um deus pagão, sem permissão, adentrado seu magnífico império erigido com falsos sorrisos, e um coração trancado até chegasse a hora de beijar Satã: guardava a intenção de mantê-la afastada de tão inoportuno assunto, como a morte?

Obstáculo que já com a dor devida, ultrapassado ao perder Bea, logo, prematuramente dirimido de dedicar a quem quer fosse além da primogênita.

Seria esse o motivo extraviara a total empatia?

A ansiedade a morte não havia-la preservado, do curso natural, a mãe enterrar a filha mais amada?

O que havia de errado consigo?

Ainda era humana. E cristã devotada. 

Não obstante Teresa tinha pegado nos braços, a pequenina, e melindrosa Pamela. Porque razão não nutria qualquer pesar de sentimento maternal natural, com a última Carter?

Num arroubo de fúria, sacou a escova e atirou contra o espelho, seguidamente derrubou todo o estojo de maquiagem, pó de arroz, cremes e perfumes da penteadeira camarim em tom pastel.

Ranger de dentes, a única coisa capaz de por um lampejo, deformá-la as feições de perfil clássico. E ah, como Teresa rangeu.

_Eu não sou tão má.Não sou.Não tão má..._Começou a conversar com o brilho do espelho rachado, igual teia de aranha. Ciente dali instantes, Romeo iria sair de seu posto de vigília, e presto averiguar o que diabos estaria ocorrendo ali dentro.

_Como "ele" se parece com Edgard..._Tapou o rosto com as mãos. _Pamela não pode entender, é melhor ela morrer mesmo essa noite, antes, antes que...Oh eu sei, eu sinto, sinto.Vai cair em desgraça. Então morra, morra, sua condenada, facilite meu trabalho em acabar com isso antes tenha início, e morra, por favor morra...

A lembrança de Edgard qual evocada por um conjurador, na figura daquele homem, que fosse ele filho do próprio Lacey, duvidava, seria tão semelhante.

O que certamente, não se limitaria a aparência, mas também ao coração, o caráter, e as atitudes, sem vacilar. Ela diria.

E se era pra existir uma vergonha na família?Talvez fosse melhor se Pamela morresse.Porque um sujeito como aquele, era isso que trazia para o seio das casas, somente tormento, e desonra. O pressentimento, forte de que isso estaria mais cedo ou mais tarde engatilhado a acontecer, quando o vira surgir na chuva com a filha de Romeo, entre os braços, concretizou sua ideia de ocasional adivinha.

A insolência nem um pingo obliterada, ao maldito confrontá-la no salão principal.

Sim: os sinais estavam todos ali!

Somente um cego não enxergaria, que acaso Pamela sobrevivesse, por todos os demônios do inferno, ela iria carregar o sangue infecto do bolchevique dentro de si, porquanto vivesse.

Uma ligação tão forte, que nada, absolutamente nada seria capaz de subjugar.

De maneira, ou Ivan deveria ir embora, para bem longe, quem sabe de volta pra Rússia?A ideia lhe ocorreu num átimo de esperteza e pareceu súbito excelente, ou...Sim, Pamela devia perecer antes do sol nascer.

Então, qual sufocada por mãos invisíveis, sussurrou antes de cair em choro histérico:_eu, só queria Pamela pudesse entender, eu não sou má. Não sou tão má. Não tão má...

Estaria Teresa com isso pretendendo, garantir, de uma maneira tortuosa e misteriosa, desejava apenas o bem de Pamela?

Será?

A batida insistente na madeira demorou exatos quarenta segundos, e ela totalmente recomposta, num sorriso de imperatriz, abriu as portas em par.

_Algum problema aqui senhora Carter?

_Absolutamente Romeo.Apenas estou um pouco abatida. E quando nervosa, sabe muito bem: eu quebro coisas.

_Cada um reage à dor como pode. Mas, _Rom sorriu satisfeito, como se tivesse excelentes novas a relatar. _Imagino fique feliz em saber, Pamela está bem, vai sobreviver, faz mais ou menos uns trinta minutos a febre baixou. E agora respira regular. Contudo permanece adormecida, o doutor achou seria o mais adequado, nossa filha descansar até despertar por si só.

Um sorriso trêmulo devassou o rosto de Tess, que repetiu:_então ela vai...Con-ti-nu-ar viva?

_Não é uma maravilha?

_Ô se é. _E num acesso de choro raro, como mais raro era ainda o abraço apertado ao marido, jogou-se no peito de Romeo e se deixou ali, por uns bons dez minutos, chorando sem parar.

A figura imaginária de Edgard, junto a sua soleira, sorrindo naquele ar astuto, de como soubesse, tempos negros estavam para se abater novamente sobre Weather Lake dali muito em breve.

E tinham a ver com Pamela e certamente o maldito capataz.

O sujeito de plena confiança de seu marido, que naquela noite, havia de empregado, se erigido à condição de herói.

Uma categoria, que o velho almirante, indivíduo de guerra, valorizava e reconhecia: ser a qualidade que fazia de um homem, um homem. E era fato, Ivan, bem, tinha deixado de ser menino aos treze anos.

Só restava saber qual medalha, estaria disposto a reivindicar, esse novo paladino do Outback, chamado: Ivan Alexander Petrovitch Alkaev.


"Preciso me esticar só um pouco", bêbado de sono a mente de Ivan suplicou, quando mesmo após o doutor ter avisado, não carecia ele permanecer na cadeira incômoda e estreita, o qual as pernas estiradas chegavam ao meio do quarto. Ele insistiu devia ficar ao lado de Pamela até o nascer do sol.

O acesso fazia mais de duas horas, completamente removido, e até um pratinho de biscoitos cobertos de mel, chá de camomila com leite e torrões de açúcar Sara, o tinha servido, além de um apetitoso pedaço de galinha frita com ervilhas. 

Uma refeição digna de um nobre, ele sempre acostumado à caça e feijão enlatado, aquela altura, tinha cumprido a empreitada, de doar o próprio sangue, em detrimento do futuro de Pamela. Era mais que merecido uma boa merenda, pelo menos.

Afinal tinha exercido certo papel.

Papel principal durante alguns instantes, cuja cortina, já houvera baixado. Ato finito. Era hora de ir.

Mas tinha um pequeno problema, orgulhoso, Ivan não quis comentar.

Naquela noite não teria onde pousar. Descansar o corpo exausto, cujo apelo do sono, nem o mais resistente guerreiro conseguia vencer.

A própria casa alagada com o temporal. Não contava pra onde se retirar, lamentável.

Claro, existia o barracão dos solteiros, aonde ele podia até se arranjar, mas o médico também o avisara, por alguns dias sua imunidade ficaria um tanto quanto comprometida.E aquele lugar em particular, a despeito dos esforços de Sara, não era lá o mais dos asseados de Weather Lake.

O dos casados, por muito tempo fechado, todos deviam estar cobertos de poeira ,do soalho ao teto. Logo, ou ele ficava ali, ou ia dormir no relento.

Talvez na varanda. É essa era uma solução viável, mas antes precisava só de cinco minutos.

Sara tinha se levantado da poltrona de couro, talvez para ir se aliviar na privada, e doutor Pat, despachado na recamier ao lado lareira, roncava alto qual trombone fora de tom; de modo com a mão na boca, meio formando uma âncora em sinal de indecisão,Ivan mastigava a unha do polegar, exato feito uma criança prestes a cometer uma rápida travessura, e que ponderava se sucesso teria ou não, ou, valeria o risco da ousadia? Ele refletia seu leque de alternativas, indeciso.

Possibilidade ser descoberto: assertiva falsa ou verdadeira?

"Só cinco minutos", mal nenhum teria, decidiu, derrotado pela tentação da mente insistente, cansado demais para raciocinar com mais prudência a respeito.

Apenas, se recostar assim na beirada da cama imensa, caberia três, muito fácil. E nada mais. Não chegaria a ser uma grande liberdade, tomada, por assim dizer.

Pamela, em segurança estava bem no meio, liberta da instrumentação, e coberta com acolchoados, via-se dela apenas a mão por sobre o debrum, e o rostinho, de traços tão simples, rodeado pelos cabelos, que Sara lavara, trançara e por término arrematou com laços azuis. Serviço que devia ter sido feito por uma mãe. Mas Tess não podia ser chamada exemplo disso, nem ali nem em lugar algum.

Afinal, mesmo de morte prematura, ele soube o que um dia significou ser amado, pois Andrezza Leena Petrovitch, foi para Ivan terna e gentil até a última hora, a tuberculose a levou em maio de 1903.

E que tipo de ideia ele estava tendo? Sentimentalismo era um luxo nunca a si tinha sido permitido. Nunca. Repreendeu-se.

As favas, com todo o resto, ele se sentou na cama e pronto.

Deitou as costas na cabeceira, estendeu a perna direita no colchão fofo, e a esquerda como precaução precisasse se erguer rápido, em ponto de fuga encontrava, bem rente ao solo.

Depositou uma mão sobre a coxa, a que estava na parte tenra, e a outra debaixo da cabeça.

Não se lembrava de ter ficado tão indolente, a explicação lógica, indicava o procedimento. "Cinco minutos" garantiu a si mesmo.

Mas é evidente que não foram.

Não foram, e nem ele sonharia como tudo acabaria.

Nem se tivesse novamente se inebriado com ópio, ou bebido a valer, até ver o mundo de ponta-cabeça, teria criatividade a esse ponto. Levado em consideração? O fato de ser músico.Um artista em silêncio, doravante ainda assim um artista.

Mas o feitiço: que positivo, só podia ter sido feitiço, algum fantasma assombrado o jogou, Ivan seria capaz de adivinhar, que perdendo noção de espaço e tempo, o calor do sol, começando a aquecer o quarto em tons de dourado, em algum ponto da noite, e ele não estava certo de como se deu, Pamela rolou até a lateral de sua coxa e agora agarrada a mão dele, os dedinhos enfiados e entrelaçados aos seus, a cabeça tombada do travesseiro, escolhera outro melhor repouso: sua coxa.

Era toda "sua" como amante...Não!Esposa dengosa refastelada depois de horas de paixão plena em desfrute, nos dias primeiros a descoberta do que, entre quatro paredes,é feita a felicidade de um homem e uma mulher.

O coração dele disparou, que juraria poderia sair pelas orelhas, e a voz dela, um murmúrio de gatinho, resmungar num protesto conquanto ele lento, feito um ladrão que tenta se livrar de uma cena de crime, ouvir Pamela dizer?_I..vy.

Então ele caiu da cama.Com o traseiro no chão num baque surdo.

Ela chamara o nome dele?Com quê ela chamara o dele?Porquê?Qual motivo, qual razão?O que ele fez de errado?Estava ela tendo consigo delicado sonho inocente, ou perdida em tenebroso pesadelo?A mente nervosa não conseguia parar de trabalhar.

E a mão de Ivan, justo a mais ágil a direita, se quisesse dizer como estava, falaria: ela fumegava.

Golpe de sorte sua queda, posto naquele instante, uma fração apenas, o jovem teve, para se recompor, pois sabe-se lá Sara havia demorado tanto a retornar.

Retornar acompanhada de Tess e Romeo.Romeo que à insistência da esposa, quebrara a promessa de montar guarda no quarto da senhorita, indo passar a noite ao lado da mulher, certamente fazendo amor.

Ele quase sentiu alívio, por aquilo.

Nunca ficou tão feliz por ver seus patrões. Embora, os lábios de Pamela, teimosos, pronunciavam outras duas vezes o "Ivy" ela apelidara, mas daquela distância somente Ivan foi capaz de ouvir.

"Agora lascou." Pensou brejeiro, notando que isso estava se tornando um crescendo. Pouco a pouco , os maneirismos palacianos, sendo substituídos por comportamento jeca dos desertos.

Como explicaria aquilo, Jesus?Pois a jovem chamou mais alto dessa vez, é ela devia estar tendo pesadelos. Decididamente

Coçou a cabeça e arrumou a camisa, o que poderia justificar, ela chamando o nome dele sem parar, se não estava mais febril.Então antes que ela o delatasse, começou a tossir.

Forçar uma tosse seca e falsa, que acordou o semimorto doutor Beaufort, e a garota Carter, que se assustou, ao ver tinha um homem sentado ao seu lado.Ela estava de camisola, e em casa?

_Papai, mamãe, doutor Pat...Como vim parar aqui?E quem é esse homem?O que ele faz no meu quarto?

E o fato de ser invisível nunca doeu tanto em Ivan, quanto naquele instante. Ela não sabia quem ele era.

Pior, ao que tudo indicava, Pamela Logan Carter, pelo tom de voz, não era a garota gentil e modesta ele havia pensado.

"É uma jararaca", foi a conclusão imediata, obteve, quando autoritária ela disse, súbito mais consciente que podia fantasiar, a dama em tal estado ser capaz articular, tão friamente: _Ponha-se daqui para fora, não vê sou uma dama, seu abusado atrevido?

Realmente a pequena era uma Carter. 

O gênio, não negava absoluto.

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