Onde Impera a Paixão

Von NeenaDanae

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No conturbado início do século XX, meio a inóspita planície do vale de mineração de Broken Hills, em Nova Gal... Mehr

Conheça Um Pouco Dessa Trama Apaixonante
PRÓLOGO
Capítulo 1
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Capítulo 15
Capítulo 16
Capítulo 17
Capítulo 18
Capítulo 19

Capítulo 2

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Von NeenaDanae



_Se é ensopado de javali, o que a senhorita filha do patrão prefere de jantar, ensopado de javali, é o que ela vai ter, quando regressar, Senhor Carter. Tem minha palavra.

_Muito obrigado, Ivan, sabia que podia contar com sua ajuda. Nunca tive um funcionário, tão disposto a acolher meus pedidos extravagantes, como você, meu rapaz. Jura que não aceita um acréscimo em seu ordenado semanal, por esse serviço? É o certo, não lhe pago pra ser caçador, meu jovem. Sua recusa me surpreende.

_Lamento se o ofendi, mas de modo algum senhor, eu poderia me permitir receber mais do que já me oferece na fazenda, como salário e alojamento, comida que não falta em minha mesa. Simplesmente, não seria justo.

Não, depois de ter-me concedido à reforma do piano, eu levaria no mínimo três anos, para comprar um muito inferior ao que me deu, sem perguntas, chefe, e sempre serei grato por isso. De mais a mais eu gosto, de ficar no campo, sob as estrelas. Até chegar aqui tinha ciência que existiam tantas, mas nunca as tinha visto dessa maneira, em Peter ou San Isidro, Bangkok.Será um prazer atendê-lo, acredite.

_É um bom sujeito, garoto. Decente, reservado, mais viajado e vivido que a maioria dos bem nascidos eu conheço, integro, saudável e de excelente aparência. Apesar de estar a pouco tempo, entre nós, meus anos na marinha de Sua Alteza Real, ensinaram-me muito bem a julgar o caráter de um homem. Sei que esconde segredos, mas nada disso interessa na Austrália, se aqui espera começar uma nova vida, Weather Lake é um bom lugar para tentar, meu jovem.

Curvando os cílios espessos por sobre os olhos cinza cintilantes, quase no tom de gelo dos iceberg da Antártida, Ivan Alexander Petrovitch Alkaev, meneou a cabeça, e agradeceu tocando a aba do chapéu surrado com a mão direita enluvada em respeito.

_Bondade sua, patrão, sempre serei agradecido por ter-me tirado das minas e me oferecido o lugar de capataz, acreditou em mim, quando nem eu sabia, seria capaz de cuidar de algo tão grande quanto é sua fazenda senhor.

Foi honesto.

_Admito, Tess não vai muito com sua cara. Mas ela é assim, não gosta de ninguém, suspeito que nem mesmo de mim, _Romeo riu sem graça dando um trago no charuto, e derreando na cadeira por trás da escrivaninha, cruzou as pernas sobre a mesa,_ uma mulher incomum, mas não vivo sem ela. O amor da minha vida. Um dia vai saber como é ser louco por uma mulher, como eu sou por dona Tess, Ivan._ Augurou certeiro, sem rodeios.

Sorriu pensativo, uma sugestão surgindo-lhe na mente de rompante. Mas mudou de ideia, tão rápido a esse respeito, como numa brisa fria de outono ela lhe havia estranhamente ocorrido naquele instante.

E depois qual vital fosse justificar a indiferença de Teresa Marie, completou:_a pobrezinha tem lá suas razões, não a culpo. Ficou desse jeito cismada com tudo, depois da morte de nossa doce Beatrice, faz quatro anos.

_Minha falta, senhor, nunca disse isso até agora, mas na primeira manhã aqui, fui dar uma volta de reconhecimento nas terras, e vi sem querer a lápide da moça na ravina debaixo do velho salgueiro.

_Não carece se desculpar, Ivan, não é nenhum segredo, a forma estúpida como Bea morreu.

_Entendo.

_Pamela, sei, ainda se sente culpada pelo acidente. E quero ela entenda isso ficou pra trás, e imaginei, que melhor forma de mostrar isso a minha menina? Do que mandando fazer-lhe o guisado favorito, concorda ?Foi Sara Rhys quem me disse, e nem eu sabia, ela gostava tanto de javali, e como é um exímio atirador...Pensei, está feito.

Ivan moveu o peso do corpo de um lado para outro, e sentindo-se desconfortável no cômodo apertado, que mal cabia toda sua altura, tentou manter-se a uma distância respeitosa da mesa, e se recostou a lareira com o ombro, para não ter de pisar no caro tapete indiano, e marca-lo com o solado gasto pelo trabalho, das botas rotas de couro duro de canguru.

_Terei de me afastar no mínimo por um par de noites, senhor. Nessa época do ano, esses bichos se escondem em busca das nascentes até Queensland. Possivelmente, serei obrigado ir até o limite da fronteira, se calculo bem. Vou ter de levar suprimentos, além de munição extra.

_Não se preocupe. Sua empreitada no cercado do curral já está bastante adiantada, reconheço, e com franqueza, faz uns bons três meses não tira folga, Ivan. Não sei como consegue. Depois disso se quiser ir à cidade...Tomar um trago no salão da Kendall Rose, visitar uma das meninas "francesas" quem sabe?Pode colocar na minha conta.Que bem, depois eu acerto com a madame, o que acha? _Rom piscou travesso e simpático.

Ivan com aquilo pareceu mais desconcertado que nunca, imaginando como seria bom o chão se abrir.

Nem diante de Nicolau II havia se sentindo tão absurdamente desajeitado.

Fato: não era lá um virgem assustado fazia anos, muito menos celibatário por fé ou opção, mas a sugestão lasciva do chefe, em retribuição ao "favor" para a garota Logan Carter, ele eventual faria naquela semana, o pegou desprevenido.

Contudo era impelido a admitir, no fundo, reconhecia esta era uma boa oferta. Deveras...

Vergonhosamente excelente.

E até um sujeito solitário como ele, quando em quando, precisava de alívio.

Nem que fosse alívio pago, insosso e frio, com um sotaque tão falso de Paris, como bom era o seu no inglês, no caso: exatamente o oposto, ou seja, horrendo.

Misterioso e atraente, para as garotas, elas diziam, no entanto, a seu contragosto, o qual plenamente cônscio das próprias limitações linguísticas, não exatamente orais...Pontual discordava.

Pois rouco, profundo e arrastado, lânguido. E não raro mais enrolado, que o normal, quando ficava nervoso ou excitado, com alguma coisa o perturbava a suposta eterna fleuma aparente, sussurrava mais do que completava frases inteiras.

Ao exemplo de como sem êxito tentava pronunciar uma palavra simples igual "melancia" e não conseguia, por mais que tentasse.

O que lhe irritava, pois esta lhe saía algo meio "mecianle" ao invés. E quem poderia adivinhar, debaixo de toda aquela poeira , barba de uma semana por fazer e suor, Ivan Alkaev era um perfeccionista nato?

Propósito porque pouco falava, não por estoicismo puro e simples, a bem da verdade. Quando mais jovem costumara no Conservatório Real, ser considerável: bastante elouquente, se bem se lembrava.

Mas isso era passado.

Enfim, Ivan, refletiu por um instante, e acabou por concordar, visitar O Castelo Cristal, era uma boa, afinal.

Ainda mais porque Kendall, o permitia se sentar a velha espineta e tocar umas polcas e mazurcas, junto de Celestine a violinista da casa, e essa era sua maior alegria, mais do que uma garrafa inteira de uísque ou imitação barata da vodca de sua terra.

_Pode ser. _Aceitou modesto, ao final.

_Então pode ir, pegue suas coisas, sele Spirit, e espero vê-lo de volta com meu presente, até o desjejum de sexta-feira, que é quando Claude irá buscar Pamela em Broken Hill.

_Farei o melhor.

E com essa garantia, sem esperar ser dispensado, Ivan se virou e saiu da saleta que servia de escritório e quase esbarrou, em Tess segurando a bandeja de bolinhos fritos e chá fumegante para o almirante.

Que sem se importar com o mínimo disfarce o mediu de cima abaixo, ao passar pelas portas duplas entalhadas do gabinete onde Rom recebia os empregados no térreo.

A Senhora Carter o sopesou, como se finalmente o visse pela primeira vez de verdade. Na qualidade de um homem de carne e osso, um ser humano que anda e respira, e não um mero zangão operário de sua colmeia fiel.

Era bonito aquele rapaz. Bonito demais e isso geralmente significava encrenca. Deduziu profética.

Pois algo de perturbadoramente gracioso ele emanava, mesmo nas roupas simples de vaqueiro remendadas e surradas.

Até Claude perto dele mais parecia uma libélula apagada, diante de uma astuta mariposa predadora de asas negras.

Em silêncio, por um instante os olhos de ambos se encontraram e ela viu, o brilho frio e resignado que deles surtiam, muito pior e mais trágicos do que se fossem bravios, e provocativos, ou mesmo cínicos.

Eram simplesmente irresistíveis e enigmáticos, Tess notou.

E, então algo em seu íntimo despertou como um sino em manhã de domingo antes do serviço clerical: "Teresa Marie, você deve manter Pamela longe, bem longe desse rapaz. A qualquer custo." Alertou-lhe a voz interior, quando gentil, ele apenas disse educado, e se afastou de cabeça baixa sem esperar resposta em retorno:_Boa tarde, madame.

Os cabelos longos presos numa velha tira de couro, pendendo feito feixe de trigo para além do chapéu de feltro queimado, até um pouco abaixo dos ombros eram finos e sedosos.

Talvez se a sorte o tivesse sorrido, o lugar daquele rapaz, houvesse sido entre príncipes e princesas, não no meio de bosta de vaca e lama, vegetação rasteira e insetos sem fim, pensou cruel.

Por um minuto talvez enquanto ele vestia o casaco de couro amarelado,Teresa se demorou o observando desaparecer pela portinhola da cozinha que dava acesso para o pátio traseiro onde ficava o celeiro: o andar macio como de um felino, mascarado de homem, indo de encontro a luz do sol..

Um arrependido caído em busca de asilo?

Deduziu.

E...

A estranha comparação, portanto, provocou-lhe com aquilo, um repentino arrepio na espinha.

Um arrepio, e uma inesperada imagem na tela mental de Tess como, como, como se: ambas rápido se fundissem num átimo surgiu-lhe na mesma proporção de sua eterna crueldade natural, "Deus que me perdoe, ele me lembra de Edgard", levou a mão ao peito em sobressalto, se esquecendo completamente da bandeja de prata.

O serviço de chá estalando no chão em dezenas de pedacinhos miseráveis e sem salvação, pareciam prenunciar tempos sinistros.

Então Teresa reprimiu com vigor uma lágrima visse a seus olhos cor de folha.

Pois somente naquele instante a senhora Carter, deu-se conta de ter entendido a razão da inexplicável antipatia gratuita, nutria pelo empregado de confiança de seu marido.

E esse motivo era ainda mais sério do que primeiro havia imaginado, concluiu.

Mas Rom gostava do garoto, e verdade fosse dita, a exceção da irritante mania dele de passar as noites tocando o maldito piano, até quase a primeira hora da manhã, era bastante competente, o tal Ivan.

E melhor de tudo: solteiro.

Sem um bando de crianças remelentas a correr por suas roseiras, ou roubarem laranjas de seu rico pomar.

Apenas aquela beleza de Adônis como muda ameaça a paz de espírito de uma humilde mortal.

Isso também caberia a uma Carter? Perguntou-se, relanceando o olhar na direção onde Ivan ainda pouco teria estado, com a ajuda de Sara colocando suprimentos no alforje, mas com a boa misericórdia de Deus, ele já tinha sumido.

_Sara! Sua molengas!_A madame gritou:_ traga um pano, preciso limpar uma sujeira...


O calor intenso, quando a alvorada ainda de todo, não tinha se despedido do manto escuro da noite, para dar lugar ao dia claro,fez com que o administrador de Weather Lake acordasse no acampamento num salto, meio sem saber ao certo onde estava, correndo as mãos pelas laterais dos cabelos impregnados de suor.

Um aperto no peito de secreta ansiedade, talvez, fruto da antiga herança cigana dos antepassados vacantes dos Urais, que desde criança o atormentava com presságios e murmúrios de alerta, o levou se levantar cambaleante e enfiar a camisa nos braços, meio zonzo, aos tropeções.

E foi somente então ao perder os olhos acostumados a vastidão dos campos planos da propriedade de Rom Carter, a clareza, o bom senso voltaram-lhe à plácida razão.

O coração aos poucos assumindo o compasso natural, ritmado e tranquilo.

Não vulgar, quando tinha aqueles sonhos aborrecidos, e sucessivamente afogava como se cavalgado por uma insaciável demônia insolente, Ivan, reconhecendo a própria fragilidade, admitia precisava de uns belos dois minutos ou mais para voltar inteiramente a si, e finalmente entender não se encontrava diante de um portão negro bordado, protegido por uma fileira de soldados armados com fuzis, que sem piedade, feito autômatos, disparavam sem piscar contra um mar de civis.

Corpos e sangue que caiam um a um como percevejos esmagados por vassouradas ao seu redor.

As próprias mãos e o rosto, tão pálidos, banhados pelo líquido esvaindo do corpo do pai, enquanto assistia outros tantos levarem o mesmo fim, exceto ele. Exceto ele.

Contou até três, e...

Viu com um longo suspiro mitigado, a fogueira improvisada num círculo de pedras, apagada pelo vento, sinalizava tinha saído à caça.

Acima dela, pairando triste, os restos de um coelho magro meio comido continuavam no espeto, aguardando ser jogado aos cães.

Uma garrafa de uísque pela metade permanecia encostada ao travesseiro de rolo, com a própria jaqueta, que dividia espaço com a faca de caça presa ao joelho, a cartucheira de repetição, um lápis de ponta gasta, e o mais surpreendente de ser visto num assentamento de vaqueiro: o amarrotado maço de folhas rabiscadas com caracteres e numerais, a princípio desconexos entre si,  meio enfiados sem jeito numa pasta preta de couro.

Cujos elementos subiam e ultrapassavam linhas, e ora se repetiam, cortavam ou juntavam a outros símbolos. Alguns rasurados com vigor, certa ira, reescritos repetidas vezes, numa sequência pungente.

Esquisita escrita, que não era exatamente para ser lida, mais sentida, e ouvida. A resenha, de uma partitura. Que sempre o acompanhava, o único amigo, inteiramente tinha fé.

Seu balé.

A jura de recomeço digno, naquele instante, chamado: talvez algum dia.

E que nada tinha a ver com a missão, se lembrou, o trazia ali.

Se Ivan estava bêbado?

Claro um pouco.

Que homem não encheria a cara, quando no meio do vazio, a única companhia fossem cachorros velhos, e um cavalo, além da lua distante?

Esvaziou a bexiga, subiu as calças despreocupado, torcendo os lábios num assobio de música rancheira vulgar, sem opção, aprendera a gostar.

Assim, Ivan, como intuitivamente seguisse uma lista de tarefas grosseiras antes por ele impensáveis, deu outro trago como desjejum na boca da garrafa que decidiu era melhor guardar o resto depois de chacoalhar ela um pouco, e muito ágil desmontou o acampamento rapidamente, para numa passada de perna, montar no lombo de Spirit e sair que nem, doido varrido, a galope sem se importar com a beleza rigorosa do cenário ao redor .

Tinha de acabar aquilo e logo!

E era hoje, decidiu, soltando um grito de : ee-ha pro céu de nuvens esparsas, sentindo-se ali o último homem da Terra.

Os cabelos revoltos chicoteando o ar, por baixo do chapéu feio.

O sol, vermelho banhando as pradarias baixas e sem fim, e no centro de tudo, um cara decidido a matar o maldito javali; e se seus pesadelos estivessem certos, encher a certamente gorducha e sardenta, pança da tal Pamela Logan Carter.

Pois...

Fazia não duas, nem três noites, mas cinco desde que se afastara de Weather Lake, e como supunha, quase ele chegando a ultrapassar a barreira da orla civilizada e "tecnicamente" habitável antes do limiar do Tártaro Australiano, e mergulhar no infinito maligno do Outback, e dominado mais por intuição que bom senso, dar meia volta, e tomar o rumo do sul em direção ao vale de Broken Hill.

Todavia mesmo ali :nada de feras chifrudas ronqueiras dos charcos naquela época.

Mas Ivan não era sujeito de desistir. Ora se era?

Definitivamente não.

Não depois de ter trabalhado em cargueiros de café na América do Sul.

Aliciado, sem qualquer arrependimento, jovens emigrantes italianas para trabalharem nos bordéis de La Boca em Belgrano, por meras moedas e uma empanada ao fim do dia.

Ou quase perdido os pulmões em minas de carvão na Colômbia, para, por fim numa obscura jazida de prata na Austrália, as beiras da morte já aceita por tísica, ser resgatado pelo Almirante Romeo que lhe dera uma nova meia vida, por assim dizer.

A melhor que conhecia, desde, feito um louco fugira de São Petersburgo fazia nove anos.

Se ainda podia se chamar de filho de uma puta ao ir deitar, e simplesmente de Ivan, ao acordar,era em nome daquele homem, que secretamente respeitava quase como uma figura paterna.

Devia isso a ele.

E pouco se importava se roliça e dentuça a tal Pamela seria, ela teria o desgraçado daquele javali.


...Mais três horas sob o sol, e a provisão de água quase no fim, os ânimos de Ivan estavam no tedioso limite da derrota e capitulação, quando Souvenir surgiu latindo feito louca.

A velha cadela era a líder dos dingos, e experiente, raramente falhava na lida.

_Quer dizer sua vagabunda fedorenta, você encontrou o detestável, afinal?

Ela abanou o rabo contente, e cheirou a mão de Ivan, que por baixo das luvas raramente tirava, eram ainda finas como que por milagre. Ou os cuidados, secretos, ele tratava com unguentos e água sulforosas da piscina termal, ritualmente, banhava todas madrugadas antes de pegar no sono .

_Vamos, me mostre onde está esse filho de Satã, e lhe darei o resto de meu coelho, combinado amiguinha?

Conversou com a cachorra igual falasse com um humano, e certamente já estaria meio maluco àquela altura, mas como filho único falar sozinho sempre havia sido uma constante em sua vida, logo, entabular um diálogo com um mamífero fiel, não era assim de todo, tão estranho. Verdade?

Então foi a vez de ele deixar a danadinha guiar sua cavalgada, cada vez mais veloz, cada vez mais distante, cada vez mais, mais a perder de vista em direção aos farpados que diziam: naquele ponto Weather Lake chegava ao fim...

Que ouviu com sua ouça treinada, no extenso, um som que a início dava impressão de um trovão. E naquela planície maluca, uma chuva podia vir a qualquer hora desabando meio mundo, ou passar anos sem derramar uma gota. Mas não havia nuvens nos céus, nem para lá das tortas e rochosas montanhas quadradas.

Ele freou as rédeas, e Spirit empinou.

"Uma explosão?" Franziu o cenho.Não podia ser, as minas estavam fechadas. Cerrou os olhos, e tentou repetir na mente o som que tinha escutado, "não!Um carro. Um acidente!"

Visualizou pela emissão das notas, praticamente como se tivesse assistido com os próprios olhos o impacto do automóvel, e de repente se deu conta, muito sério: _Por São Gregório!Hoje é sexta-feira, e por essas bandas, nessa hora...Só pode ser o Senhor Claude!

Relacionou sem duvidar.

"Dane-se a porra do porco do mato" decidiu, esporeando forte a barriga de Spirit," preciso ir até lá ver o que houve..."

E os instintos de Ivan novamente se mostraram certeiros.

Pois sem mesmo ter de avançar mais, depois de menos de cinco minutos em trote insano, de longe notou: o Daimler fumegava perigosamente, contra uma placa de pedra que segurava o enrolado do arame farpado.

Na frente do carro, o corpo estendido da cadela Souvenir.

Afinal ela não havia encontrado o javali, entendeu, apenas sentira o cheiro do dono...

E ele podia estar morto.

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