Minha vida em pequenas Escala...

By LadyIset

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Noah e Carolina formavam um casal jovem e cheio de alegria, prontos para embarcar na jornada da paternidade... More

Dreamcast - Off
[Cap01] - Bebê a bordo
[Cap02] - Castelo de areia
[cap04] - Cinquenta tons de Rosa
[cap5] A pequena Viking
Babás e ataques cardíacos
Anjo da Guarda
Emma e os Duplicados
Full House
Vegetarianos, terroristas e Vikings
Entre irmãos
Diário secreto de um pai Solteiro
A namorada do meu Irmão
Meu doce Veneno
Pais, filhos e Confusões
Papai?
Psicólogos e seus Problemas
Confusões em família - Parte 1
Confusões em família - Parte II
Muita alegria, pouca Diversão
Pai sem terno e Gravata
Me escuta mãe!
Luto - Off
Tão igual, tão diferente...
Essa criança não tem mãe, não?
Quase Inapropriado
Ninguém segura esse bebê!
O pai do Ano?!
Tudo ao mesmo tempo
Nem tudo são Flores
Inesperado
O tempo passa, as coisas mudam
As coisas mudam, mas nem tanto
Prêmio TDB - Off
Eu não sou esse cara
Resenha do concurso Vênus - Off
Só pra brincar um pouco.
O seu Porto Seguro
Manual de como não sobreviver a um parto
Dica de leitura
Com ela e por ela
Depois da Tempestade
INfamous
RADAR DO BEBÊ - off
Girls, Girls, GIRLS!
O que eu faço de melhor
Um milagre de Natal
Prévia - Contém Spoiler
Exagerado
Minha vida em pequenas Escalas - Parte I
Minha vida em pequenas Escalas - Parte II
Plágio

[cap03] - Bem vinda a minha vida, Emma

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By LadyIset

Bem vinda a minha vida, Emma

Passaram - se dois dias desde o funeral da Carolina e tudo que eu conseguia fazer era me embebedar, olhar nossas fotos e vídeos, chorar até dormir e acordar, para me embebedar de novo.

Tirei o telefone do gancho e deixei a bateria do celular descarregar, pois minha mãe ficava o tempo todo me enchendo o saco, com questões burocráticas e ainda mais sobre a minha decisão a respeito da menina no hospital. Eu ainda não tinha tido coragem de vê - la, quanto mais de decidir sobre o futuro dela.

Acordo com a campainha tocando estridente, deixo o sofá e vou até a porta. Na certa é minha mãe que desistiu de deixar recados na secretária e decidiu vir me chatear pessoalmente.

- Mãe vai embora eu quero ficar sozinho! Me erra! - Digo.

- Noah Stevens Johnson! Abre essa porta agora. Ligaram do hospital, você não foi ver sua filha nenhum dia, vão chamar o serviço social - ela diz irritada e eu decido abrir a porta.

- Entra.

- São dez da manhã e você já está bêbado?

- Não, eu tô de ressaca mãe, a minha noiva tá morta okay? Eu acho que eu tenho direito de tomar um porre pelo menos! - Digo e ela se aproxima de mim, puxa meu rosto e usa os dedos para abrir minhas pálpebras e olhar dentro de meus olhos.

- Eu não usei nada, eu só bebi vodka, whisky e cerveja. E não porque eu não tive vontade, mas porque eu prometi pra Carolina que nunca mais faria aquilo.

- O que vai fazer a respeito da bebê?

- Eu não sei mãe, eu só quero ficar sozinho tá? Ela não vai ficar mais uns dias no hospital, então?

- Acontece que não é só você largar ela no hospital e pronto, tem que ir visitar, conversar com os médicos. Filho, eu sei que não é uma decisão fácil, mas você não tem condições de cuidar dela, olha pra você, esse apartamento! Tudo bagunçado, sujo e você está fumando? Tudo está cheirando a cigarro, é isso que quer pra sua filha? É isso que a Carolina ia querer?

- Não, mas com certeza ela também não ia querer que eu desistisse daquele bebê, ela acreditava em mim mãe, por isso eu me formei, tenho um bom emprego, esse apartamento, ela não me achava um fracassado por que fiz algumas merdas na adolescência. Ela iria me apoiar nisso e não dizer pra mim desistir - retruco.

- Eu não disse que você é um fracassado, eu só quero o melhor pra você! Pensa Noah, seu pai e eu temos o dinheiro que você precisa para abrir a sua oficina, como vai fazer isso com um bebê no colo? E eu sou sua mãe, eu sei muito bem que por você, teriam interrompido a gravidez, que essa loucura, foi ideia da Carolina, se ela tivesse o mínimo de sensatez ainda estaria viva!

- Foi ideia da Carolina sim e sabe por que? Por que ela não era egoísta como eu e você! Ela era boa e seria uma mãe maravilhosa, muito melhor do que você foi! Agora cai fora do meu apartamento, é a minha casa, eu a Carolina compramos e pagamos, sem precisar de um tostão seu. Agora cai fora daqui! Me deixa em paz! - Grito irritado.

Ela me olha de cima a baixo e sai dando passos firmes, eu vou pra varanda, acendo um cigarro enquanto bebo uns goles de vinho. Doce, quase sem álcool, o preferido da Carol, volto pra dentro e encaro uma foto dela sob a estante.

- O que foi? porque tá me olhando assim? Foi você que quebrou nosso acordo. A gente devia ficar velho junto! Eu tinha que achar o seu primeiro fio de cabelo branco, e você deveria lustrar a minha careca, droga! Porque você foi morrer? Sua imbecil! O que eu vou fazer? Me diz o que eu faço?

Mais dias se passaram na mesma maldita vibe, não tomo um banho há dias, há algumas moscas na cozinha, e só tenho saído pra comprar bebidas ou comida congelada. Eu tinha decidido que ia retomar o rumo da minha vida ontem, mas só tinha vodka e batata chips pro café da manhã, então resolvi adiar mais um pouco. Com certeza, minha mãe me achava um fraco, afinal, eu sei que se meu pai morresse, no outro dia ela estaria na firma tocando os negócios.

Sinceramente não sei como demorei tanto tempo pra descobrir que era adotado, meu pai e ela sempre foram um poço de praticidade e formalidade, enquanto eu sempre pareci um trem desgovernado, no quesito emoções.

Carolina era emotiva, mas ela era sensata e sábia, o que equilibrava as coisas.

Ouço a campainha tocar e já vou pra porta irritado, na certa era minha mãe de novo, quando a abro me deparo com Derek com uma mochila no ombro e um sorriso amarelo no rosto.

- E ai cara? - Ele diz já me enredando num abraço.

Eu choro mais uma vez e ele me conforta num abraço apertado, Derek e eu éramos quase iguais, ele devia ter uns dois centímetros a mais, rosto fino, nariz bem talhado, olhos castanhos, um tanto estreitos, assim como os meus e cabelos na altura do queixo. Usava uma barba bem feita e roupas que o faziam parecer alguns anos mais velho. No momento, meu cabelo estava mais longo que o dele e mais claro, já que tive a brilhante ideia de apostar que pintaria meus cabelos de loiro, caso a Carolina conseguisse um desconto de 300$, com o vendedor rabugento da loja de móveis infantis. E mesmo ela grávida de seis meses, ele não resistiu ao charminho da minha morena e eu tive que pagar a aposta.

Peço pra ele entrar, depois de uns minutos aquele abraço ficou estranho.

- Qual é Noah? Sua mulher morre e você nem me liga?

- Quem te contou?

- Sua mãe me mandou um recado, ela está preocupada com você e cara eu sei que não é fácil, mas precisa ser forte, por você, pelo seu filho e pela CaroIina, ela ia odiar te ver assim

- Eu não sei se posso continuar sem ela, ela era tudo pra mim, Derek. Sabe é uma menina e por alguns segundos eu tive as duas, e foi incrível e agora ela se foi e nada mais faz sentido.

- Você pode, por ela. Meu Deus, você está fedendo, anda vai pro chuveiro faz essa barba eu vou ajeitar as coisas por aqui, anda! Eu vou te pagar um almoço.

- Eu não tô afim, Derek.

- Eu não estou te convidando, eu to mandando, sou dois minutos e trinta e sete segundos mais velho, então obedeça! Sem falar que você tá fedendo igual a um gambá.

Tomo um banho faço a barba e quando volto pra sala a casa já ta organizada.

- Nossa vou te contratar como faxineira - Falo forçando um sorriso.

- Já separou as coisas da Carolina?

- Não.

- Precisa fazer isso, anda vamos separar tudo e entregar pra alguma instituição. Ela ia gostar que fisesse isso.

Vamos pro quarto e é muito difícil ver todas aquelas roupas, sapatos, perfumes, recheados de memórias deixarem o closet.

- E esses ursinhos de pelúcia?

- Ela adorava, eles costumavam ficar em cima da cama. Esse eu dei pra ela no nosso aniversário de dois anos de namoro, e esse foi num natal. Acho que vou ficar com eles.

- A bebê vai gostar.

- Acha que eu posso fazer isso? Tipo, cuidar da neném sem a Carol, minha mãe acha que eu devo entregá- la pra adoção.

- É sério? E você está considerando essa ideia?

- Eu não sei. Eu sei que não deveria, mas toda vez que penso naquela bebê eu a culpo pela morte da Carolina e eu tenho medo, medo de não ser o pai que ela merece por isso.

- Você está preocupado com ela, e isso já prova que você vai ser um bom pai, mas precisa se dar uma chance, Noah.

Almoçamos no Kfc, e por algumas horas eu esqueci da dor. Derek me contou do trabalho em Roma e sobre o jantar que teve com a Victória, seu amor desde a faculdade.

- E foi isso...

- Hum você é lento né maninho? Quer dizer que dormiram juntos e você não fez nada? Não acredito que temos os mesmos genes - digo dando um gole no refrigerante.

- Ela me vê como um amigo e eu não quero estragar isso.

- Você é muito burocrático, garotas gostam de atitude. Por isso que o tal do Thomas, está levando a melhor.

- Bom falando em atitude, que tal a gente ir conhecer uma certa bebê sem nome no hospital?

- Eu não sei se tô pronto pra isso.

- Mas eu quero conhecer a minha sobrinha - Ele fala.

Alguns minutos mais tarde estamos a caminho do hospital e eu sinto um frio no estômago e um aperto no peito.

- Oi, o meu nome é Noah Johnson eu vim ver a minha filha, tá registrada como recém nascida de Carolina Smith. Ela tá na neonatal - Falo a atendente.

- A bebêzinha abandonada? Você é o pai? - Fala a recepcionista.

- Ele não tá abandonada, a mãe faleceu - Respondo irritado.

- Certo. Desculpe e que ninguém veio vê-la. Podem passar no segundo andar sala 272, ela foi transferida pro berçário.

Caminhamos pelos corredores em silêncio até chegar a sala 272 que tinha uma imensa vidraça que dava visão para cerca de uma dúzia de pequenos berços, onde apenas um bebê envolto em uma manta verde do hospital repousava.

- É ela? - Pergunta Derek.

- É. Eu sou horrível - constato -Ela perdeu a mãe e passou os primeiros dias aqui, sozinha. Eu nunca vou ser um bom pai pra ela. - Digo com lágrimas nos olhos.

- Hei, calma. Vamos bater.

Ele bate na porta e minutos depois uma médica a abre. Eu a reconheço, foi quem atendeu minha filha ao nascer e salvou sua vida.

- Boa tarde. Ah olha só veio ver a Emma? Oh! E tem dois de você.

- Emma?

- Um senhor e um cara bonitão estiveram aqui a alguns dias. Acho que um deles se chamava Thomas. Disse que era o avô da Emma. Trouxeram as roupas que ela está usando.

- Eles a viram?

- Só o avô, ela estava na neonatal nem deveria receber visitas, mas eu abri uma exceção.

- Fez bem.

- Entrem vamos... Venham ver essa pequena viking.

- Viking? - Questiono.

- Ela é brava, reclama de tudo. Briga com as enfermeiras - Diz a médica rindo.

Nos aproximamos do berço e ela dorme tranquilamente, tinha a pele rosada e bochechas altas como as da carolina, um queixo bem desenhado e muitos cabelos, negros como os meus.

- Ahh ela é uma gracinha - diz Derek já todo derretido.

- Quer pegar papai? - Pergunta a médica já tirando a menina do berço.

- Eu nunca peguei um bebê pequeno assim, não sei como faz.

- É só firmar a cabeça e não deixar cair - diz ela já entregando a menina nos meus braços.

Nunca gostei de segurar bebês por medo de machucar, ou por despertar o choro estridente... Mas com ela foi diferente. Dizem que nós seres humanos não temos instinto como os animais, não agimos de maneira pre-estabelecida, mas a peguei no colo, sem medo, como se já tivesse feito aquilo centenas de vezes. E com ela nos meus braços, sinto meu peito bater mais forte e minhas mãos antes trêmulas, agora firmes como se soubessem exatamente o que deviam fazer. A seguro perto do meu rosto e beijo sua face, era minha filha, parte de mim, parte da Carolina.

Ela abre os olhos, fitando diretamente nos meus e percebi que ela tinha o olhar doce da sua mãe.

- Então era você que ficava chutando pra mim? Você é sacana sabia? Era pra você ser um garoto, já nasceu me trolando é? - Falo tentando conter as lágrimas. - Você é coisa mais bonita que eu já vi.

Derek me observa e eu passo longos minutos apenas a admirar aquela criança nos meus braços e embora conscientemente eu ainda me sentisse em farrapos, naquele momento eu fui invadido por uma onda de adrenalina, a qual me fazia pensar que eu era capaz de tudo. Eu poderia fazer qualquer coisa, eu seria um pai, um bom pai. Afinal, não poderia ser tão difícil lidar com uma miniatura da Carolina, certo?

Eu pego os dedinhos dela, dobro alguns e seguro fazendo o símbolo de Rock'n roll pro Derek que se aproxima.

- Olha só tio Derek - Seguro as bochechas fofas dela obrigando seus lábios a se mexerem e faço uma voz fina.

- Tive que nascer menina por conta daquele quarto gay que você falou pra minha mãe fazer, é bom que ganhe bem titio, porque Barbie e Baby Alive são muito mais caras que o Max Steel.

- Não aperta a bochecha dela desse jeito - reclama Derek.

- Quando ela vai receber alta? - Pergunto a médica.

- Ela já está bem, mas ainda vai ter que ficar dois ou três dias. Tem alguns exames que precisa fazer e eu nao sei se te interessa, mas como a mãe dela faleceu você tem direito de pedir a licença no seu trabalho, assim pode organizar melhor as coisas.

- Ah claro, vai ser ótimo. Obrigada por me avisar.

- Bom eu vou deixar vocês curtindo ela por mais um tempinho. Com licença.

- Deixa eu segurar um pouquinho - Pede Derek.

- Não. Eu dei duro pra fazer ela, vai suar pra fazer os seus - Digo beijando a testa da neném.

- Ahaha engraçadinho, me dá ela aqui porque eu tenho que voltar amanhã pra Roma. Minha sócia, não é das mais colaborativas.

Passamos cerca de duas horas no hospital, uma enfermeira me deu uma pequena aula sobre cuidados básicos com um bebê, falamos sobre seu estado de saúde, tratei dos registros dela e agora ela não era mais a recém nascida de Carolina Smith. Seu nome era Emma, Emma Carolina Smith Johnson. E aqui começa nossa história.

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