Tem Alguém Ai? - Volume 3

By SOFGDS

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[Oi! Bem, se você está aqui e não leu os primeiros livros, aconselho muito que você leia antes, para melhor e... More

Dedicatórias
Coisas boas vs Coisas ruins - Capítulo um
Bruxaria
Ainda há tempo
Acorde!
Teclas de piano
Satisfação*
Inferno
Sensitivo
Provas
Descubra
Um passo por vez
Eu era
Igual a você
Entrevistas? Sim!
Respostas
Perdão...?
Vida
Tempo certo
Padre
ALOOO
Promessa
Dormiu bem?
Irei rezar por você, mais tarde
Ok, como vocês pediram:
Cegos e calados
Frágil
Férias
Irreconhecível
Bons modos
Arrogância
Não há saídas
Lado forte
Distúrbio
Agindo bem?
Grupo
Vazio
Proteção
Possível?
Procura-se um corpo
Á esquerda de nós
Viagem de uma última hora
Última chance
Ok, ok
Sem saída
Em alta madrugada, assassinatos e injustiças são as principais atrações do circo
Unicamente, feliz
Vida no necrotério
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Tempo
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Até mais!
Eu?
No name
É isso aí, gente

Alerta

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By SOFGDS

E eu me lembro bater os pés contra o muro enquanto me mantinha cima do mesmo,
Olhando a noite escarnecida que brincava suas luzes contra o chão de cimento.
Conto que via aquela vista,
E, Deus, como eu queria,
Como eu queria correr por ela,
Talvez chegar até seu extremo,
Talvez passar dele.
E, Deus, como eu queria poder descobrir cada rua iluminada por singelas luzes da madrugada,
Como eu queria poder testemunhar e entender as histórias de cada passo perdido.
Caminho em silêncio agora;
Estou voltando para casa. Aqui é escuro e acho que estou um pouco cego ou debilitado: não consigo encostar no que há em minha frente.
Talvez eu precisasse de ajuda,
Mas acho que o mundo é muito grande para alguém oferecer.
Talvez eu quisesse novas oportunidades...
Mas acho que em nenhuma eu conseguiria tocar.
Estou voltando para casa agora, contra minha vontade.
Está quente, acho que estou surdo ou apenas ouço minhas próprias necessidades,
Afinal, quem as ouviria se eu não tentasse ouvi-las?
Acho que o dia não amanheceu completamente,
Me sinto parado, embora eu não esteja.
Então olho para trás,
Para o resto de cidade que deixo de novo ao voltar para casa de mãos vazias.
Lá estão as ruas,
A noite.
Eu poderia descobri-las...
Mas o mundo é muito grande para oferecer ajuda.

**
Logan

- Pare de me olhar assim. Eu não estou louco. - Digo, sem me virar para ela enquanto dirijo, tenso. Sei que ela me encara pelo canto do olho, como se quisesse reparar algo que não tinha reparado antes.

- O que você viu? - Ela pergunta.

- Eu já disse o que eu vi. Não vai fazer diferença porque você não viu o mesmo, Samantha. - Bufei - Ah, esquece isso - Balanço a cabeça - Olha, eu quero voltar logo. Mas estou cansado, você deve saber. De qualquer forma, escolha. Vamos direto ou paramos agora em algum lugar? - Questiono, parando no farol, virando para ela.
A mesma não responde de imediato, brincando as mãos no cinto.
- Eu queria ir direto porque quero que os outros saibam logo o que aconteceu. Mas tem razão e eu seria egoísta fazendo você dirigir tanto assim sem nenhum descanso.

Concordo lentamente, um tanto aliviado, voltando a andar com o carro depois de alguns segundos.

**
Obviamente não tínhamos muito dinheiro e o pouco que eu tinha (que não era de Carlos), havia pego emprestado de minha mãe. Admito que me senti um tanto abusado por isso, eu deveria usar apenas por seus remédios ou emergências; mas eu realmente queria viajar com eles.
Foi com um peso na consciência de dois lados, que paguei um hotel simples perto da região que eu tinha que pegar o que Carlos queria.

**

Narrador

Jane fez amizade com a família. Enquanto cuidava de Miguel e o deixava brincar com Arya (que gostava muito de crianças), passava a ajudar Melissa e Henri no jantar. Não era tão tarde; quando voltaram da praia, começava a escurecer. Logan é Sam provavelmente já teriam saído para a cidade e todos ali estavam cansados.

Suzan parecia mais animada. Gostava de brincar, porém seu irmão Petter parecia não apreciar brincadeiras. Vivia sentado. Não gostava de andar. Era parado e sério. Mas diferenças de outras crianças com as mesmas características, em compensação sempre estava com fome, embora nunca comesse na frente da visita. Sempre saía da cozinha, com passos lentos, como se tivesse certa dificuldade para andar, sustentando a cabeça baixa e olhares vazios. Era parecia com pianista; pensava Arya - Se não fosse pelos olhos e pele um tanto mais escura que de Júnior. Os olhos de Petter eram vazios. Os de Junior, frios. Como se estivesse preso entre um certo ódio, porém indiferença.

Não... nada se comparava com Júnior - Arya se pegava relembrando do mesmo diversas vezes, se perguntando em qual preocupação tomava seu tempo naquele momento. Se perguntando como seria se o mesmo estivesse vivo. Pianos para ela nunca mais tiveram o mesmo significado tão simples que antes tinha.

**

Arya

- Miguel - Chamo, sorrindo, tentando desviar os pensamentos enquanto vejo Petter se afastar, subindo as escadas com o apoio firme do corrimão. Paro, o olhando. Ele realmente parece ter certa dificuldade para subir.

- Petter? - Inquiri, segurando Miguel no colo - Quer ajuda? - Continuo, mesmo que ele não tenha olhado para mim.
O vejo parar e se virar lentamente. Mas não para os olhos em mim, e sim em Miguel, que parece olhar para ele também.
- Não. Eu ando sozinho. - Responde, entre dentes, demorando para tirar os olhos de meu irmão. Então vira com certa ignorância, subindo as escadas, tentando rapidez.

Pisco, abaixando a cabeça para o bebê em meu colo. O mesmo está inexpressivo. É difícil tirar-lhe um sorriso, mesmo que espontâneo. Quase não se pode identificar o que quer ou quais são suas emoções. Apenas seus dois olhos grandes e expressivos parecem passar alguma mensagem; mas é muito complexo para um bebê.

**

Jane

Ando pensando nos últimos acontecimentos. Não fora fácil para mim; creio que para ninguém, afinal. Desde que tudo começou, tive para mim que acabaria muito rápido. Mas apenas aumentava com o passar do tempo e a cena de Sam conseguindo fugir pela primeira vez, repetia em minha cabeça várias vezes. Pensei que morreria, admito. Já estava tudo perdido para mim, de qualquer forma. Eu estava muito fraca e não havia mais motivos para continuar. Talvez foi isso que me levou a entrar entre a garota e a bala. Ela precisava de escolha; ela precisava saber muita coisa ainda, sofrera demais e ainda precisa saber de muita coisa. Mas ultimamente, parece que nos vem neutralizando.

Parece que estão agindo por nossas costas, porquanto nunca mais ouvimos falar de algo anormal ou muito pesado desde o massacre escolar.

A mãe de Arya se foi e a menina sofrerá duas perdas que lhe calaram por dias. Me aflige pensar que algo novo de ruim possa acontecer a eles, meu Deus. Não quero ter de aguentar novamente vê-los em lágrimas por malfeitos, senhor. Tende piedade de nós, vossa misericórdia há de nos resguardar até a maioridade dos tempos.

Um barulho atras das moitas negras da noite me fazem me dispersar de minha reza. A lua indica o dia quente que o dia mantivera. A noite lança sombras à rua desenhada que tenho à minha frente, rodeada de gigantescos ramos amigos de figueiras centenárias, agora escuras pelo contraste.

Presto atenção ao redor, tentando perceber alguma sombra ou ouvir mais barulhos.
Franzo os lábios, me erguendo do pequeno banco de ferro preso à calçada, me virando e entrando na esquina da casa, apressando o passo.

Busco a chave da porta antes de abri-la, mesmo sabendo que está aberta, q tirando do bolso e entrando, sorrindo nervosamente para Arya ao fechar a porta atrás de mim. Me viro junto para tranca-la de vez, mas a chave não entra na fechadura. Continuo forçando, franzindo a testa para a porta, bufando depois de segundos ali.

- Droga de chave! As chaves dessa casa sempre emperram quando vou abrir ou fechar. Que merda! - Resmungo, mais para mim do que para Arya no chão com Miguel.

- Tente forçar - Ela diz. Sua voz está um tanto estranha.

- Já tentei. Não entra, menina - Trinco os dentes, irritada com a fechadura, me virando para ela - Se alguém me seguisse de lá fora até aqui eu morreria né, que diabo de chave! - A enfio no bolso, desistindo de fechar, já com os dedos doendo.

Arya sorri levemente, parecendo desconfortável com algo, piscando para o chão.

**
Narrador

Durante o jantar, apenas Suzan apareceu na mesa com os pais. Petter já tinha voltado para cama (se é que havia saído dela).
Henri e Melissa eram falantes, embora o homem preferisse falar em inglês. Arya entendia de qualquer forma, embora estivesse com a expressão levemente angustiada, como se tivesse o pressentimento de que algo iria acontecer. Jane estava calada. Apenas comeu com Miguel no colo, cuidando e brincando com o mesmo de tempo em tempo.

Quem teve a ideia de ir à uma última vez naquele dia e noite, foi Suzan. Ainda depois do almoço, permanecia elétrica na frente da lareira apagada, pulando e insistindo que saíssem uma última vez, dizendo que queria brincar na areia fria da madrugada.

Foi Arya que cedeu primeiro às vontades da criança, passando a insistir com ela, arriscando novos argumentos e acabando por convencer os adultos, e até Petter foi tirado quarto (de cara fechada) para acompanhá-los.

Saíram, um tanto mais animados do que estavam no jantar, exceto Jane. Já estavam todos do lado de fora, Arya fecha a porta, se virando para o sensor, o configurando e colocando a senha.

Passou-se alguns segundos, o sistema deveria travar todas as portas e janelas da casa. Porém passou a apontar um erro.
Piscando uma luz de alerta, significava que não poderia travar as entradas, pois ainda tinha alguém lá dentro.

Arya parou, atônita. Depois olhou para as pessoas atrás de si. Melissa, Henri, Jane com Miguel no colo, Petter, Suzan. Não faltava ninguém. Todos estavam ali.

Prendeu a respiração. O sistema apontava que tinha alguém na casa. No parte de cima da casa.

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