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Meia hora depois continuo no mesmo sítio.
Sentada no banco cómodo do carro de Harry, banhada em lágrimas.
Não sei porque que dói tanto, não era suposto eu estar a chorar, não era suposto eu ter conhecido Harry se quer. As palavras duras de Harry não me saem da cabeça. Como ele é capaz?
É completamente impossível que ele se tornou no que é hoje só por minha causa, sim eu tenho uma parcela na culpa, longe de mim contrariar isso, agora eu não acredito que uma pessoa vire de anjo a diabo assim da noite para o dia.
Mas ao mesmo tempo, lembro-me perfeitamente do olhar inocente que carregava no seu olhar, o brilho que ele tenha que deixavam aqueles olhos verdes os olhos mais bonitos que eu alguma vez já vi.
Eu já não sei em que acreditar sinceramente, estou tão confusa, tão magoada que neste momento os meus pensamentos não passam de palavras incoerentes que formam frases sem nexo nenhum.
Sinto uma lágrima cair na minha mão e o meu coração aperta. Como eu preciso do abraço caloroso da minha mãe neste momento. Mais uma onde de dor e amargura ne atinge ao pensar nela. No seu sorriso brilhante e nos olhos amáveis. Sorrio levemente ao quase sentir o seu cheiro e por momentos penso que esteja mesmo aqui, mas sei que é só o meu cérebro a pregar mais uma das suas partidas.
Suspiro. Estou cansada de estar aqui dentro, fora que as minhas pernas estão a ficar dormentes. Sei que Harry me mandou ficar, mas não posso me importar menos neste momento.
Levo a mão à porta e abro-a.
Se queria que eu não fugisse ao menos fechava a porta -pensei.
O ar fresco do fim de tarde embate na minha face e respiro fundo sorrindo.
Olho à volta. Não há nada de muito interessante que possa fazer aqui, mas ao longe vejo que existe uma espécie de parque e sorrio mais uma vez, não fica muito longe portanto consigo ver quando Harry chegar.
Começo a caminhar, pelo pequeno caminho passo pela porta pela qual vi Harry entrar. Estava distraída não dando muita importância a esse facto.
Até que algo me fez congelar no lugar.
O que me pareceu o grito rouco de Harry fez a minha curiosidade rebentar a escala.
"Eu não voltarei a pedir porra!" mais uma vez ouvi o seu grito e movida pela curiosidade ando a passos lentos e incertos em direção à janela junto à porta de entrada, donde suponho virem os gritos.
"Por favor Harry, só mais uma semana, eu prometo que pagarei cada centavo." a pessoa desconhecida até então por mim suplicou.
Depois disso houve um pequeno período de tempo em que não se ouvia nada. Estava um completo silêncio, até que o riso rouco e abafado de Harry se propagou no ar.
"Uma semana!? És louco!" continua a gargalhar. "Já tiveste tempo suficiente e eu quero esse dinheiro nas minhas mãos agora!" berra, com a sua gargalhada completamente acabada.
"Por Deus Harry, o dinheiro que eu tenho é para dar de comer à minha filha! Tem piedade." mais uma vez a voz suplicou.
Não faço a mínima ideia do que que está a passar, só sei que tem a ver com dinheiro.
Parte-me o coração ouvir a voz fria e impassível de Harry perante a suplica do pobre homem, não sei o que fez e muito menos o que deve, mas de momento em que ele não tem dinheiro para pagar o que deve e o pouco que tem é para sustentar a sua família, acho que Harry devia mostrar compaixão.
"Não pensas-te nisso enquanto te andavas a a endividar-te até à cabeça para compares droga! Não é mesmo?" fala irónico.
Choque atravessa a minha corrente sanguínea quando a palavra droga ecoa nos meus ouvidos.
No que raio o Harry se meteu?
"Por favor..."
Não há resposta. O que se ouve a seguir é um estrondo, o barulho de um forte soco e logo depois um corpo a embater no chão num baque.
"Tens três dias." no meio do meu choque ouço Harry declarar com frieza.
Ao aperceber-me do que aconteceu realmente aqui, sinto espasmos a percorrerem o meu corpo, sendo logo seguidos pelas lágrimas a encher os meus olhos, mais uma vez.
O Harry bateu em alguém.
O horror preenche cada célula do meu corpo e, numa descarga de adrenalina dou uso às minhas pernas e corro sem direção. Eu só quero estar longe dele.
Corro como o vento, mesmo sentindo as minhas pernas doerem e os meus pulmões queixarem-se.
Ouço a porta daquela casa bater com força e sei que ele pode ver-me. Corro mais depressa. Corro pela liberdade. Corro pelo horror. Corro pelo medo que agora tenho certezas que possuo perante Harry.
Os meus pés batem violentamente no chão, os meus cabelos movem-se para a frente da minha cara, mas não me importo. Neste momento a minha prioridade e fugir do alcance de Harry.
"Rose!" ouço-o chamar pelo meu nome e tento aumentar a velocidade quando o ouço a começar a correr também, mas eu já estou cansada e a adrenalina está a acabar e o medo que me apossa só de saber que é uma questão de tempo até que ele me apanhe é exorbitante.
"Rose para imediatamente!" está mais perto, percebo isso pela forma como a sua voz está cada vez mais próxima.
Não lhe dou ouvidos, eu não irei desistir.
"Que diabos! Para!" diz quando finalmente me alcança e aprisiona o meu braço nas suas mãos. "Eu não te disse para ficares no carro!?" grita.
Ele sabe que eu sei, e não tenta esconder isso.
As lágrimas fluem pelo meu corro e quero bater na minha cara por ser tão fraca.
"Rose olha para mim." manda, ao ver que estou de cabeça abaixada e que não faço menção de a elevar.
Ao ver que não irei obedecer agarra no meu rosto com força e obriga-me a fazer contato com os seus olhos.
"Não toques em mim!" grito mal ele me toca e tento desenvencilhar-me do seus aperto, coisa que só piorou a força que ele exerce nos meus membros. "Andas metido na droga." sou direta. Não quero que ele tenha tempo de inventar uma mentira e já me basta parecer fraca. Quero que ele me comece a respeitar.
"O que ouviste?" pergunta cauteloso ainda sem me largar. Harry está sério, os seus olhos estão num verde musgo bastante escuro, os lábios pressionados e há aquela pequena ruga entre as suas sobrancelhas exactamente como quando discutimos no carro há pouco tempo atrás.
"O suficiente." tento adotar uma postura firme, mas não sei se está a resultar.
"Bom, tu não tens nada a ver com o que eu ando metido ou não." diz rude e finalmente larga o seu aperto no meu braço e maxilar.
"Socas-te aquele homem." digo tentando soar agressiva mas a postura de Harry contínua inatingível.
"Sim." confirmou e nada mais disse.
"Ele não tem dinheiro Harry."
"Que pensasse nisso antes." frio e seco são as palavras perfeitas para o descrever no momento. "Agora que já acabas-te, vamos para o carro."
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Oiee!
Eu estou mega feliz! No outro capítulo comentaram bastante e eu atualizei o mais depressa possivel e até que não demorei assim tanto.
Bom...
O Harry anda metido em algo isso é certo mas não exatamente no que a Rose pensa...
O que acham que pode ser?
Estão a gostar?
Votem e comentem amoresss. Como no outro sim?
All the love B