Capítulo Dezassete

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Meia hora depois continuo no mesmo sítio.

Sentada no banco cómodo do carro de Harry, banhada em lágrimas.

Não sei porque que dói tanto, não era suposto eu estar a chorar, não era suposto eu ter conhecido Harry se quer. As palavras duras de Harry não me saem da cabeça. Como ele é capaz?

É completamente impossível que ele se tornou no que é hoje só por minha causa, sim eu tenho uma parcela na culpa, longe de mim contrariar isso, agora eu não acredito que uma pessoa vire de anjo a diabo assim da noite para o dia.
Mas ao mesmo tempo, lembro-me perfeitamente do olhar inocente que carregava no seu olhar, o brilho que ele tenha que deixavam aqueles olhos verdes os olhos mais bonitos que eu alguma vez já vi.

Eu já não sei em que acreditar sinceramente, estou tão confusa, tão magoada que neste momento os meus pensamentos não passam de palavras incoerentes que formam frases sem nexo nenhum.

Sinto uma lágrima cair na minha mão e o meu coração aperta. Como eu preciso do abraço caloroso da minha mãe neste momento. Mais uma onde de dor e amargura ne atinge ao pensar nela. No seu sorriso brilhante e nos olhos amáveis. Sorrio levemente ao quase sentir o seu cheiro e por momentos penso que esteja mesmo aqui, mas sei que é só o meu cérebro a pregar mais uma das suas partidas.

Suspiro. Estou cansada de estar aqui dentro, fora que as minhas pernas estão a ficar dormentes. Sei que Harry me mandou ficar, mas não posso me importar menos neste momento.

Levo a mão à porta e abro-a.

Se queria que eu não fugisse ao menos fechava a porta -pensei.

O ar fresco do fim de tarde embate na minha face e respiro fundo sorrindo.

Olho à volta. Não há nada de muito interessante que possa fazer aqui, mas ao longe vejo que existe uma espécie de parque e sorrio mais uma vez, não fica muito longe portanto consigo ver quando Harry chegar.

Começo a caminhar, pelo pequeno caminho passo pela porta pela qual vi Harry entrar. Estava distraída não dando muita importância a esse facto.

Até que algo me fez congelar no lugar.

O que me pareceu o grito rouco de Harry fez a minha curiosidade rebentar a escala.

"Eu não voltarei a pedir porra!" mais uma vez ouvi o seu grito e movida pela curiosidade ando a passos lentos e incertos em direção à janela junto à porta de entrada, donde suponho virem os gritos.

"Por favor Harry, só mais uma semana, eu prometo que pagarei cada centavo." a pessoa desconhecida até então por mim suplicou.

Depois disso houve um pequeno período de tempo em que não se ouvia nada. Estava um completo silêncio, até que o riso rouco e abafado de Harry se propagou no ar.

"Uma semana!? És louco!" continua a gargalhar. "Já tiveste tempo suficiente e eu quero esse dinheiro nas minhas mãos agora!" berra, com a sua gargalhada completamente acabada.

"Por Deus Harry, o dinheiro que eu tenho é para dar de comer à minha filha! Tem piedade." mais uma vez a voz suplicou.

Não faço a mínima ideia do que que está a passar, só sei que tem a ver com dinheiro.

Parte-me o coração ouvir a voz fria e impassível de Harry perante a suplica do pobre homem, não sei o que fez e muito menos o que deve, mas de momento em que ele não tem dinheiro para pagar o que deve e o pouco que tem é para sustentar a sua família, acho que Harry devia mostrar compaixão.

Call Me Mommy || H.SOnde as histórias ganham vida. Descobre agora