Tem Alguém Ai? - Volume 3

By SOFGDS

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[Oi! Bem, se você está aqui e não leu os primeiros livros, aconselho muito que você leia antes, para melhor e... More

Dedicatórias
Coisas boas vs Coisas ruins - Capítulo um
Bruxaria
Ainda há tempo
Acorde!
Teclas de piano
Satisfação*
Inferno
Sensitivo
Provas
Descubra
Um passo por vez
Eu era
Igual a você
Entrevistas? Sim!
Respostas
Perdão...?
Vida
Tempo certo
Padre
ALOOO
Promessa
Dormiu bem?
Irei rezar por você, mais tarde
Ok, como vocês pediram:
Cegos e calados
Frágil
Férias
Irreconhecível
Arrogância
Não há saídas
Lado forte
Distúrbio
Agindo bem?
Grupo
Vazio
Proteção
Possível?
Procura-se um corpo
Alerta
Á esquerda de nós
Viagem de uma última hora
Última chance
Ok, ok
Sem saída
Em alta madrugada, assassinatos e injustiças são as principais atrações do circo
Unicamente, feliz
Vida no necrotério
• Wait for it •
Tempo
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Até mais!
Eu?
No name
É isso aí, gente

Bons modos

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By SOFGDS

 Veja o que fizeram com sua garota

 Você quer saber como ela gritou?

 Sinta-se parabenizado, senhor,

 Você mesmo disse que estava tudo pronto para o casório.

 Sua esposa disse saber de tudo sobre isso,

 Não disse que estavam certos?

 Olhe, senhor,

 quer saber como sua garota quebrou as unhas quando as cravou naquele chão de madeira?

 Vocês se certificaram que sabiam o que era bom para sua garota.

 Senhor,

 deveria comprar saias mais longas para suas filhas.

 Vocês vêem que ninguém dali sabe se portar perante uma dama?

 Senhora,

 quer saber como sua pequena garota era apertada?

 Oh, não, não as lave para as igrejas.

 Elas são levianas,

 elas andam como mulheres,

 elas tem um rosto bonito e sorriso inocente,

 é culpa delas, senhores,

 não foram vocês que a fizera sair de casa aquela noite?

 Ela não disse que a adolescência estava pesando em suas costas?

  Não contou como estava indo na escola? 

 Disse que o ano letivo não estava sendo fácil para sua menina.

 Mantiveram o orgulho de bons pais,

 não se lembram de terem sofrido lá fora?

 Oh, sim, ela disse,

 ela disse que estava sobre pressão, senhores,

 ela havia pedido ajuda,

 mas vocês disseram que era besteira.

 Senhores,

 veja o que fizeram com a sua garota.

 Ela vestia seu padrão,

 ela estava cheia de drogas no cérebro,

 sua alma estava podre pela idade e dias frenéticos.

 Digam algo,

 vocês não choraram quando ela saiu de casa.

 Senhor,

 quer saber como sua garota gritou por tudo aquilo? 

**

 Narrador 

Carlos já havia resolvido o assunto da viajem ao voltar para casa. Era fim de tarde. Provavelmente Jane já estava em casa novamente. Talvez ela viraria a governanta da casa, embora nas primeiras semanas não havia como ter um pagamento realmente benéfico, levando em consideração que a família já se encontrava gastando demais. 

 Tomavam o caminho para casa, ansiosos em chegar, já cansados.

 Não havia nenhuma ligação no celular de ninguém, embora Sam, em casa, tentasse ligar desesperadamente para qualquer pessoa. 

 **

 Sam 

 O som da porta que bato ecoa pelo resto da casa em silêncio. 

 A imagem grita em minha mente, chamando atenção para cada detalhe do qual eu não queria ter visto. 

 - Não - Praguejo, balançando a cabeça, indo me encolher no canto da cama, abraçando as pernas. "Estou em um inferno

 Não seguro um soluço. Droga. Pareço uma criança. Uma das crianças fantasmas de Alyce. Mas fraca. 

 Ouço o pequeno caderno cair da cama. Não me mexo, evitando erguer os olhos, continuando a olhar para o lençol. Meus olhos estão embaçados mesmo, e eu quero ver nada. 

 - Bem, bem... - Alguém fala. Sinto a parede que apoio as costas estremecer automaticamente, assim como todo meu corpo. É inevitável o frio na espinha me consumir como uma cobra gélida, que sobe pelo meu corpo, fazendo minhas mãos tremerem enquanto minha cabeça se ergue em choque pela voz áspera e violenta que se fazia ouvir. 

 Minha respiração dá um tropeço ao ver uma silhueta sentada na cadeira, de costas para mim, olhando pela janela média, meio aberta, que deixava uma luz inútil iluminar o chão. A sombra dos cabelos eram assustadoramente familiares. 

 Permanece intacto, com o mesmo ângulo de vista para a janela. 

 - Você ainda se assusta fácil, garotinha - O homem continuou. Depois deu um riso baixo e tranquilo, cínico, balançando a cabeça vagamente, parecendo a inclinar um pouco. Vou fechando os dedos ao redor de meu próprio pulso, sentindo minha respiração acelerada. 

 O ranger leve da cadeira saiu em deboche enquanto ele a girava, se volta para mim. 

 Meu coração para por um segundo ao ver sua face à minha frente. 

 - Quanto tempo - Ele abre um sorriso. Minhas palavras não saem. Talvez eu ainda estou em choque, ou talvez dessa vez não há o que ser dito. 

 Ele balança a cabeça, continuando com o sorriso enquanto se levanta em vaga carreira, com os olhos pregados em mim. 

 **

 Narrador 

 O garotinho olhava pela escola, sentado no meio do pátio onde meses atrás corpos tingiam o chão de vermelho. 

 As paredes temperadas pelo gosto de sangue permaneciam intactas. Júnior gostaria de poder ouvir o que elas iriam contar caso pudessem falar. Era hipnotizante poder ver todos aqueles corredores vazios e escuros, aquelas salas entulhadas de cadeiras e meses bagunçadas. Ainda não haviam tirado. Ao que parece, os funcionários da prefeitura estão tendo problemas em completar o trabalho. 

 As queixas de portas se trancando, objetos se perdendo e gritos horrorizados no andar de baixo não paravam a cada dia. 

 Pianista suspirou, fechando os olhos ao sentir a figura sofrida se aproximar dele. 

 Em fleches, vira uma mulher com o desenho do rosto doce, embora na visão sua fisionomia estivesse em pavor. 

 Júnior piscou, abrindo os olhos automaticamente. Não queria terminar de ver.

 Ergueu os olhos para a mulher ao seu lado de pé. 

 Os perdeu no ventre aberto da mesma, onde um bebê ainda em desenvolvimento agonizava incessantemente. Os braços pálidos estendidos ao redor do corpo, como se estivesse cansada de existir. O vestido branco que usava tingido fortemente com o sangue. No bebê, se percebia as marcas de profunda facadas, que quase despedaçava seu pequeno corpo dentro do ventre da mãe.  

 O garoto foi levando os olhos para os da mesma. Ela já estava ali a muito tempo. Júnior nunca quisera saber o que aconteceu em sua morte. 

 - Oi - Cumprimentou. A quanto tempo ela não recebia aquilo? 

 Não sorriu. Os pequenos bracinhos de pele podre do bebê se remexiam lentamente, alcançando o próprio rosto, em feição que se distinguia de dor. A mãe não respondeu o menino. 

 Se inclinou, levando a mão esquelética e branca até o queixo dele, o fazendo voltar a olhar para seus olhos. Pianista pôde sentir as unhas pontudas sobre sua pele, mas não tinha medo, por mais repulsivo que a imagem dela era, a vendo abrir a boca e tentar falar. 

 De primeira apenas só saiu um chiado. Percebia o quão jovem a mulher fora. Talvez não chegasse aos vinte anos. Talvez apenas tivesse dezoito quando fora morta. 

 - ...Cuide dele - Sussurrou, de modo sofrido. 

 Júnior não desviou os olhos. De algum modo sabia de quem ela estava falando. Mas perguntou: 

 - De quem? 

 A resposta não veio na hora. Ela parecia fazer um esforço para falar. 

 - D-do meu... palhaço - Sussurrou. O menino concordou aos poucos, embora pela primeira vez não entendesse o que ela estava falando. Sua mão subiu para a testa do garoto, cobrindo a mesma. 

 Automaticamente sua visão escureceu, dando lugar à Júlia. 

 Júlia, mãe de James que tão jovem morreu. 

 Voltara em uma outra encarnação como aquela mulher, de semblante jovem. Cheia de vida, alegre. Engravidou aos dezessete e morreu com facadas do próprio pai. James voltaria como aquele menino, cujo apenas o corpo se contorcia, se não tivesse sido interrompido. 

 A mulher tirou a mão de Júnior, o encarando. 

 - Você conhece... c-conhece ele - Falava sussurrando - Não o deixe... virar alguém mau - Pedia.

 Pianista assente, com os olhos cinzentos pregados nela. Não demonstrava emoção alguma.

 **

 - Vamos, Sam - O homem continuou, sorrindo maldosamente enquanto andava até ela, a vendo se encolher a cada passo dele, o olhando como se não acreditasse - Então não irá cumprimentar seu próprio pai? Onde está seus bons modos? - Questionou 

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