Sei que deveria dizer que não, que ele é um louco e que nunca vai me amarrar e muito menos me bater, mas negar essa proposta é uma coisa praticamente impossível. A razão deve sempre permanecer, mas nesse caso, o tesão se sobrepõe a ela.
Se eu aceitar a segunda proposta, não vou estar aceitando a primeira. Vai ser um tipo de “test drive”, só que no caso será um “test sex”. Posso muito bem aceitar e permitir que ele faça o que venho querendo e sonhando, e dizer não para a proposta maluca de ser sua submissa.
— Quero. — sussurro meio que gemendo.
Ele me olha e seus olhos estão escuros, um verde bem escuro. Ele para de esfregar os dedos em mim e olha dentro dos meus olhos.
— Você vai fazer o que eu mandar. Tudo bem?
Concordo com a cabeça. Sabendo que ele vai me foder, dou até um mortal caso ele peça.
Ele se afasta um pouco e olha a minha blusa. — Tira o cinto. — fala, olhando para o cinto preto que coloquei para diferenciar um pouco o uniforme. Será que ele ficou bravo por eu ter colocado?
Tiro o cinto da minha blusa e entrego a ele, que o segura de um modo que dá para perceber que está acostumado a segurar cintos... ou chicotes, vai saber.
Ele percorre as mãos por cima da minha blusa, parando no primeiro botão e desabotoando-o.
Não consigo me mover, tocá-lo ou falar alguma coisa. Estou excitada e saber que ele vai me despir só faz com que o tesão aumente.
Após desabotoar o primeiro, ele desce as mãos até terminar de desabotoar todos. Em seguida, desliza as mãos pelos meus ombros, tirando a minha blusa e fazendo com que ela caia no chão.
— Tira o sutiã. — manda.
Por que eu tenho que tirar? Seria bem mais excitante se ele fizesse isso. Mas, não querendo contrariá-lo para ele usar isso como desculpa e não me foder, coloco as mãos para trás e desabotoo o sutiã, tirando-o em seguida.
Não consigo não abaixar o olhar e olhar para a sua calça. O volume continua lá, marcando sobre o tecido do jeans. Mordo o lábio.
Ele dá alguns passos, parando atrás de mim. — Agora, coloque as mãos para trás.
Coloco as mãos para trás, pensando se consigo tocar a sua calça, mas antes que tente fazer isso, ele prende as minhas mãos com o cinto.
— Ai. — digo, ao sentir apertar meus pulsos.
Ele desce as mãos pelo meu corpo até chegar na minha saia e começa a tirá-la, juntamente com a minha calcinha. Puta merda.
Olho para baixo e vejo a saia e a calcinha emboladas nos meus pés. Levanto um pé de cada vez, livrando-me delas.
Ele continua atrás de mim, mas agora faz o caminho de volta com suas mãos, parando nos meus seios e apertando-os. Fico zonza com a sensação deliciosa do seu toque. Seu indicador e polegar da mão direita apertam meu mamilo, enquanto ele aperta meu outro seio com mais força. Gemo. Isso é muito bom. Ele puxa e gira meu mamilo, fazendo com que eu gema e me sinta ainda mais excitada.
— Vou improvisar com o que tenho aqui. — fala e tira as mãos de mim. Droga!
Fico parada pensando no que ele vai fazer e quando começo a virar para olhá-lo, ele me impede. — Parada. — diz.
Fico imóvel na posição onde estava e alguns segundos depois ele está de volta, com sua mão apertando meu mamilo e a outra na minha boceta. Ele aperta o meu clitóris e... O que é isso? Gemo, sentindo algo vibrar bem em onde ele apertou. Abaixo a cabeça para olhar e me surpreendo ao ver que é um celular.
A sensação é maravilhosa e fica ainda melhor com a pressão e os movimentos circulares com que ele está esfregando o aparelho em mim. Estou em um grau de excitação que não consigo descrever. Tudo isso por causa de um....
— Ah... Por favor... — gemo um pouco mais alto.
Ele continua pressionando o celular e fazendo os movimentos. — Gosta disso? — pergunta.
Não consigo responder. Estou muito excitada e, por Deus, se ele não tirar esse celular, vou acabar tendo um orgasmo agora mesmo.
— Perguntei se você gosta. — fala em um tom um pouco mais alto, afastando o celular e parando os movimentos com o aparelho.
Ah, não. Não agora.
Concordo lentamente com a cabeça. — Gosto. — respondo. — Por favor, continue. — peço, louca para sentir a vibração emitida pelo aparelho novamente. Como nunca pensei em me masturbar com o celular? É como um vibrador, mas que você carrega na bolsa, no bolso da calça, na mão ou em qualquer lugar e ninguém vai olhar assustado, porque não vão saber o que você faz com aquilo realmente.
— Quer que eu continue? — pergunta.
— Quero. — afirmo. Por favor, continua. Preciso que você continue.
Ele reaproxima o aparelho e as vibrações recomeçam, espalhando excitação por todos os cantos do meu corpo. Jogo a cabeça e empino a parte de baixo do meu corpo um pouco para trás. Estou. Muito. Excitada. Acho que vou gozar. Encosto a minha bunda no corpo dele e sinto o tecido de sua calça e sua excitação. Não consigo resistir. Gemo mais alto e começo a gozar.
Minha respiração está acelerada e sinto uma pulsação na parte de baixo do meu corpo, onde ele estava esfregando o aparelho celular.
Não acredito que gozei por causa de um celular. Ok. O fato dele estar segurando-o e esfregando-o em mim teve uma grande contribuição.
— Ah. — exclama, passando os dedos pela minha boceta melada. — Agora, quero que você se vire e ajoelhe. — diz, afastando a mão.
Me viro e após olhá-lo, ajoelho na sua frente, ficando com o rosto bem na direção de onde eu queria colocar as mãos. Puxo os braços, mas a única coisa que acontece é o cinto apertar meu pulso. Merda. Queria tocá-lo, mas esse cinto maldito está me impedindo.
— Agora, você vai me chupar, bem gostoso como fez no Ano Novo. — fala.
Eu vou chupá-lo? Mas... não posso nem tocar nele. Como vou abaixar a calça e segurá-lo... senti-lo de novo na minha mão? Estou odiando o fato de estar amarrada. Merda.
Antes que eu possa perguntar como vou fazer isso com as mãos amarradas, ele desabotoa a calça e a abaixa. O volume que marcava a calça é ainda mais visível sobre a cueca, assim como no Ano Novo. Mordo o lábio. Preciso tê-lo em minha boca.
Ele não o coloca pra fora. Fica passando a mão por cima da cueca, sem abaixá-la. Tá de brincadeira? Isso é jogo baixo. Queria muito estar passando a mão sobre a sua cueca, assim como ele está fazendo, mas não posso. E, por incrível que pareça, isso me deixa mais excitada do que se eu estivesse de fato passando a mão. O fato de querer passar a mão, vê-lo fazendo isso bem na minha frente e não poder, é ainda mais excitante.
Ele segura pelo meu cabelo e puxa para trás, fazendo com que eu olhe para ele.
— Você quer chupar, Mariana? — pergunta.
Que raio de pergunta é essa? Está estampado na minha cara que eu quero. E quero muito. Não precisa nem perguntar. Só se for muito idiota para não saber que quero.
— Estou perguntando se você quer chupar. — repete, puxando um pouco mais o meu cabelo.
— Quero. — respondo.
Ele continua segurando pelo meu cabelo. Isso dói, seu...
Finalmente consigo ver o causador de tanto volume, tanto na cueca quanto na calça. Ele está deliciosamente duro. E parece ainda maior que da outra vez.
Tento aproximar a minha boca, mas ele ainda está segurando o meu cabelo.
— Antes de você chupar, quero que você lamba. — diz. — Bem gostoso. — completa, soltando meu cabelo.
Ah, fala sério! Está querendo ensinar o padre a rezar missa?
Aproximo meu rosto e passo a língua por ele, desde a ponta até embaixo, perto das bolas, por onde passo a ponta de língua bem devagar. Refaço o caminho que percorri com a língua, voltando para a ponta e chupando a cabeça. Consigo ouvir sua respiração acelerada. Chego a minha cabeça ainda mais perto, permitindo que um pedaço bem maior do que a cabeça entre na minha boca e passo a língua ao redor.
Ele agarra uma das mãos no meu cabelo e começo a chupá-lo, enfiando um pouco mais na minha boca. Enquanto vou chupando, sinto-o empurrar a minha cabeça contra o seu pau, fazendo com que ele vá ainda mais fundo. Escuto-o gemer. Sinto seu pau na minha garganta e faço um esforço enorme para não engasgar. Será que ele tem noção que tem um pau enorme e que é meio complicado enfiá-lo todo na boca?
Ele continua movendo a minha cabeça e chupo com um pouco mais de força, excitada por tê-lo na minha boca e por saber que estou excitando-o.
— Ah! — exclama e começa a gozar, permitindo que eu sinta seu gosto novamente.
Ele me puxa pelo cabelo novamente, afastando meu rosto. — Levanta. — diz, ainda segurando meu cabelo enquanto levanto.
Minhas pernas estão meio doloridas. Acho que levantei de mal jeito.
Enquanto jogo a cabeça pro lado, numa tentativa em vão de tentar arrumar meu cabelo, ele tira os papéis que estão em cima da mesa e coloca sobre a cadeira, deixando alguns caírem no chão.
— Quero que você deite a parte de cima do seu corpo aqui, de costas para mim. — diz, apontando para pequeno lugar desocupado na mesa.
E eu quero que você me desamarre.
Me aproximo da mesa. — Vou ter que ficar amarrada? — pergunto olhando para ele.
— Sim, mas isso não vai ser problema, querida. — fala, me posicionando onde ele quer.
Estou com o peito e a barriga encostados na mesa, a bunda empinada e a cabeça apoiada no ar, pois não tem espaço para apoiá-la na mesa.
Sinto as suas mãos pelas minhas coxas, subindo até a minha bunda. Ele acaricia, passando as mãos por ela como se estivesse fazendo um tipo de massagem. Isso é bom. Poderia ficar a noite inteira aqui com as suas mãos me massageando. E, de uma hora pra outra, em um ato de bipolaridade total, a massagem é substituída por um tapa.
— Ai! — grito. — Por que você está me batendo? — pergunto.
— Faz parte da proposta. — responde, voltando a acariciar-me.
Ele continua acariciando a minha bunda e dá mais um tapa, voltando a acariciá-la e descendo as mãos pelas minhas coxas. Passa a mão pela parte de dentro das minhas coxas, fazendo movimentos verticais e quando está quase chegando na parte de cima, desce as mãos novamente.
Que sofrimento! Isso não é justo. Estou ficando excitada e quando penso que ele vai me tocar, desce as mãos novamente.
Respiro fundo. Tenho que manter a paciência.
Ele sobe as mãos, dessa vez não descendo-as novamente. Ele sobe uma pela minha bunda, apertando-a e desce a outra, passando os dedos pelos meus lábios vaginais, até chegar no meu clitóris, onde passa dois dedos. Gemo com a sensação e me movo. Por que ele não pode fazer isso comigo vendo? Ficar nessa posição é uma merda. Não consigo mexer as mãos e as minhas costas doem.
— Não se mexa. — diz sério, apertando a minha bunda com mais força.
— Tá. — concordo e reviro os olhos. Nem me mexer eu posso.
Ele começa a esfregar os dedos no meu clitóris e esqueço tudo, não me importando se posso ou não me mover ou que ele seja um mandão na hora do sexo. Ele enfia um dedo em mim e continua esfregando meu clitóris, enfiando outro dedo em seguida e começando a movê-los dentro de mim. Abaixo a cabeça, agradecendo por não ter um pedaço da mesa sob ela, pois se tivesse teria dado uma cabeçada feia, e começo a gemer.
Depois que tira os dedos de mim, ele os desliza até a minha bunda, abrindo-a com a outra mão e passando-os por ela, acho que lubrificando-a um pouco com os dedos molhados.
— Eu vou foder você por trás. — fala, fazendo com que eu arregale os olhos.
Ele vai me foder por trás? Uau. Já senti sua ereção quando ele encostou o corpo em mim, mas senti-lo dentro de mim, com toda certeza vai ser uma sensação bem melhor. A única coisa que estraga é essa posição de frango sem asa.
Ouço o barulho de algo se rasgando, acho que o pacote de camisinha e alguns segundos depois, sinto-o passar o seu pau pela minha bunda e em seguida começar a enfiá-lo em mim. Gemo, aumentando o volume dos gemidos conforme ele começa a meter, segurando na minha cintura e esfregando a outra mão no meu clitóris. Meu. Deus. Como ele pode ser tão bom nisso? Se eu soubesse que seria bem melhor que nos sonhos...
— Ah! — exclama com a respiração acelerada, aumentando um pouco o ritmo.
Queria encostar o meu corpo no dele, apertar a minha mão por cima da sua, mas o fato de estar amarrada impede tudo. E excita ainda mais. Ele continua em um ritmo contínuo, ainda esfregando meu clitóris e sinto que vou gritar de tanta excitação se ele não parar com isso. Mas não quero que ele pare, porque a sensação é maravilhosa.
Começo a sentir que vou atingir o clímax em alguns segundos, quando ele para de esfregar meu clitóris e o puxa, fazendo com que eu não precise esperar mais nenhum segundo.
— Aaaaaaaah! — gemo alto, sentindo meu corpo se partir em vários pedaços e pequenos tremores se espalharem por ele quando atinjo um delicioso orgasmo.
Ele geme, parando de meter e retirando as mãos de mim. Gostaria de protestar quanto a isso, mas pareço ter perdido a minha voz. A única coisa que consigo fazer é sentir meu corpo relaxar e as minhas mãos serem soltas.
Continuo na mesma posição, só que com as mãos apoiadas na mesa.
Como ele pode ser tão maluco com essas propostas, mandão e tão bom na hora do sexo? Acho que nunca tive um orgasmo tão bom como esse. E parece que a não confortável posição ajudou a torná-lo ainda mais intenso, do mesmo modo que o fato de estar amarrada intensificou tudo, me deixando mais excitada por não poder tocá-lo.
Arrumo forças para me levantar, o que faço mais devagar do que deveria, e o vejo em pé, com a camisinha no chão e aquele líquido delicioso saindo de seu pau. A vontade que tenho é de abaixar e lambê-lo novamente, mas acho que não vou conseguir fazer isso, ainda mais depois de ficar esse tempo em uma posição desconfortável, que ao mesmo tempo me excitou e me deixou com dor nas costas.
Me aproximo dele e passo o dedo pelo líquido saído de seu pau e levo-o até a boca, chupando-o enquanto olho para ele.
Ele me olha enquanto chupo o dedo e morde o lábio, expirando devagar.
— Você não faz ideia do que está fazendo. — fala balançando a cabeça.
— Estou sentindo o seu gosto. — falo após tirar o dedo da minha boca.
Sinto-o subir as mãos pelas minhas costas, segurando o meu cabelo e puxando-o, fazendo com que a minha cabeça chegue para trás e possa encará-lo melhor.
Como ele é gostoso... Ficaria melhor se estivesse sem camisa e eu pudesse tocá-lo, o que pelo visto vai ser meio difícil. Estou com sérias desconfianças que ela seja meio Grey.
—Você tem algum problema em tirar a camisa? — pergunto.
Ele nega com a cabeça. — Nenhum. — responde. — Não sou um personagem de livro, Mariana. — fala, como se lesse meus pensamentos.
É claro que ele não é um personagem de livro. Ele é ainda melhor, porque no papel é tudo mais... literal, aqui é tudo real, intenso... e muito mais excitante. Só que mesmo com essa transa maravilhosa, o orgasmo incrível e a vontade que sinto de agarrá-lo — por que tão gostoso, meu Deus? —, tenho que pensar em uma resposta. Afinal, esse foi o trato.
Acho que nunca tive uma foda tão boa, a sensação de me sentir impotente foi excitante, não poder tocá-lo foi ruim — excitante também—, e acredito que sendo sua submissa poderia sentir muito prazer e ter muitos orgasmos. Mas fazer isso uma vez é uma coisa. Ficar fazendo isso sempre, não poder me mexer, não poder tocá-lo... não sei se conseguiria ficar fazendo isso durante muito tempo. Gosto de agir na hora do sexo, de tocar, excitar, e até mesmo dominar. Mas com ele não vou poder fazer nada disso. E não sei se vou conseguir ser praticamente uma boneca pra ele controlar.
Mas olhando-o assim, praticamente nu, com esse olhos verdes me olhando tão fixamente, e sendo o personagem principal dos meus sonhos pervertidos, não sei como não dizer outra coisa a não ser sim.