Capítulo 12

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  Saio do quarto sem olhar para trás, pois caso o fizesse, seria arriscado mudar de decisão ao vê-lo totalmente nu. Pego a minha bolsa na cadeira da mesa de jantar e sigo em direção à sala.

  Não sei o que aconteceu para começar a chorar do nada como uma louca, mas foi uma coisa momentânea. Não vou ficar gastado lágrimas por causa da maluquice desse cara. Calço meus sapatos, disposta a sair daqui e nunca mais voltar, mas quando vou com a mão em direção à maçaneta, sinto uma mão segurar o meu braço. Merda.

  — Mariana... — começa a falar.

  Viro, ficando de frente para ele e desvencilhando meu braço de sua mão. — Não precisa falar nada. — digo, interrompendo-o.

  Seus olhos verdes estão me encarando. — Por que você está indo embora? — pergunta, como se não soubesse o motivo.

  — A resposta é óbvia. — falo, abrindo a porta e saindo, deixando-o lá.

  Como ele pode ser tão... ele? Como alguém pode querer castigar alguém porque a pessoa gozou? Acho que isso foi o estopim para desistir de tudo — daquele homem lindo, daqueles olhos verdes e daquele toque que faz meu corpo inteiro se arrepiar. Se não fosse isso, a essa hora, ao invés de estar em um táxi indo para casa, estaria naquela cama redonda sendo fodida por ele. Mas ele teve que estragar tudo com o seu jeito controlador.

  — O que aconteceu, Mari? — Nat pergunta assim que entro no apartamento e ela olha para mim.

  Olho para ela e seu pijama de bolinhas, com vontade de passar por eles em silêncio e não respondê-la, mas não posso fazer isso.

  — Briguei com um carinha que eu saí. — conto, omitindo algumas partes. Ok. Omitindo muitas partes.

  Ela arregala os olhos. — Por quê?

  Dou de ombros. — Porque ele é um idiota. — respondo, saindo em direção ao meu quarto e deixando-a na sala.

  Se fosse qualquer outra pessoa, com certeza viria atrás de mim. Mas a Nat me conhece e, mais ainda, conhece os momentos em que preciso ficar sozinha, sem ninguém por perto dando conselhos ou falando na minha cabeça. Sei que ela deve estar se roendo de curiosidade para saber o que houve, mas não vai me perguntar mais nada. Pelo menos por hoje.

  Não estou com ânimo para fazer nada. Deito, tirando a saia e a blusa e ficando apenas de lingerie. Sei que não vou dormir agora, mas não estou nem um pouco afim de ir tomar um banho nesse momento, o que estou começando a achar que é uma péssima escolha. Meu corpo parece estar com o cheiro dele, parece que ainda posso sentir seu toque... Merda. Mil vezes merda. Por que ele tinha que ser um mandão idiota e estragar tudo? A essa hora eu poderia estar lá com ele, mesmo que submetida a alguma de suas maluquices, se ele não tivesse sido um grosso idiota e estragado tudo. E pra piorar, amanhã tenho que ir trabalhar e provavelmente ele vai estar na loja. O que é uma droga, porque ele quase nunca ficava lá. Mas agora, de uma hora pra outra, resolveu marcar ponto. Daria tudo para não cruzar com ele durante os próximos meses.

         *      *     *

  — Bom dia! — escuto aquela voz rouca maldita e extremamente sexy cumprimentar os funcionários. Graças a Deus foi um cumprimento geral.

  Enquanto procuro uma blusa branca um número maior do que a cliente está segurando, não consigo evitar olhar na direção onde ele está. Por um momento, um breve momento, nossos olhares se cruzam, mas desvio o meu, voltando a atenção para a cliente.

  — Você acha que vai ficar boa em mim? — ela pergunta, olhando indecisa para a blusa.

  Olho para a blusa e para ela em seguida. É uma combinação terrível. — Para ser sincera... — começo a dizer. Sei que vendedoras muitas vezes — na maioria das vezes — mentem para vender peças de roupas que ficam horríveis na cliente, só por causa da venda. Mas não consigo fazer isso. — Acho que essa aqui. — falo, pegando uma blusa de um modelo diferente e mais escura. — Vai ficar bem melhor.

Meu chefe dominador (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora