Capítulo 18

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  Pelo jeito que a minha mãe está olhando para mim e para Alexandre, dá pra ver que ela está entendendo tudo errado.

  — Por que você veio até aqui? — pergunto, puxando meus braços discretamente.

  — Por que eu quis. — responde.

  Inspiro, puxando a maior quantidade de ar que consigo para meus pulmões. — E por que você quis vir aqui? Você sabe, hospital não é um lugar que as pessoas costumam gostar de ficar, e... você nem conhece meu irmão. — digo confusa.

  Ele dá um passo a frente. — Mas eu conheço você, e...

  — Com licença. — o médico interrompe, parando ao nosso lado. — Quem aqui é parente do paciente Felipe Alcântara? —pergunta olhando para as pessoas sentadas na sala de espera.

  — Nós. — mamãe responde, levantando rapidamente e se aproximando de mim e de Alexandre, com papai seguindo um pouco atrás. — Como está o meu filho?

  Minha mãe está meio pálida, acho que está pensando que o médico veio trazer alguma notícia ruim ou algo do tipo. Seus cabelos castanhos parecem até menos sem brilho do que de costume.

  — Ele está na UTI, mas está bem. Como já disse, a cirurgia correu bem. — diz.

  Minha mãe parece descer para um tom de branco abaixo do que estava. — Mas se ele está bem, por que está na UTI? — pergunta. — Meu Deus! Meu filho está mal, doutor? Por favor, me diga a verdade. — pede, segurando o braço do médico.

  Engulo em seco e sinto meu coração acelerar. Não sou dramática como a minha mãe, mas também estou preocupada e assustada.

  — Pode ficar tranquila. Ele está bem. — diz tentando acalmá-la. — O levamos para UTI porque como ele passou por uma cirurgia, precisa ser monitorado e ter uma atenção maior da parte dos enfermeiros.

  Solto o ar que nem sabia que estava segurando. — E... vamos poder vê-lo? — pergunto.

  — Sim. — responde. — Mas temos um número máximo de visitas, que é de apenas duas pessoas. — informa.

  — Duas? Não podemos ir nós três? — mamãe pergunta, apontando para mim e papai.

  O médico balança a cabeça. — Bom, infelizmente...

  — Será que o senhor não poderia abrir uma exceção só por hoje? — Alexandre pergunta, interrompendo o médico e me fazendo notar sua presença, que tinha esquecido até então. — Os pais dele com certeza estão loucos para vê-lo, mas a irmã também está. — diz, meneando a cabeça na minha direção. — Ela veio de longe para vê-lo. — acrescenta.

  O médico olha em minha direção e franze a testa, parecendo estar pensando no assunto.

  Tento fazer uma cara de piedade. — Por favor, doutor. Prometo que não vou demorar. Só quero ver o meu irmão.

  — Tudo bem. — concorda. — Mas vai ter que ser rápido.

  Concordo com a cabeça. — Tudo bem.

  — Os senhores podem me acompanhar. — diz para meus pais. — E assim que eles saírem, uma enfermeira irá chamá-la. — informa, olhando para mim.

  — Obrigada. — agradeço e forço um sorriso para mamãe, que vai de mãos dadas com papai atrás do médico.

  Não sei o que aconteceria se o médico falasse que meu irmão está mal. Acho que mamãe iria desmaiar. Mas, graças a Deus, meu irmão tem uma sorte de dar inveja a qualquer um e está bem. E vou poder vê-lo.

Meu chefe dominador (Degustação)Onde as histórias ganham vida. Descobre agora