Ele Vai Ser Meu

By NaneGrutt

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Até onde você iria para ter a pessoa que ama? E se essa pessoa fosse impossível para você? Quem conhece Lu... More

>Aviso<
Prólogo
Fase 1/Capítulo 1- Mudanças
Capítulo 2- Nadar e Nadar
Capítulo 3- A primeira impressão é a que fica?
Capítulo 4 - A hora da verdade
Capítulo 5-Feliz aniversário
Capítulo 6-BHG
Capítulo 7-Delegacia
Capítulo 8-Banho de mar
Capítulo 10-Amnésia
Capítulo 11-A virgem dos lábios de mel.
Capítulo 12- Apenas amigos
Fase 2/Capítulo 13-TPM
Capítulo 14-Baby Class
BÔNUS-Sonho molhado
Capítulo 15-Verdade ou Desafio
Capítulo 16- Devorador de Almas
Capítulo 17-Disfunção
Capítulo 18-Carnaval
Capítulo 19-Pombo correio.
Capítulo 20-Ritual de iniciação
Capítulo 21-Rápido, intenso e profundo.
Bônus: Prisão
Capítulo 22-Ameaças (Parte 1)
Capítulo 22-Ameaças (Parte 2)
Capítulo 23-Tudo tem um Por que.
Capítulo 24- Segredo não é mentira.
Capítulo 25- Toc Toc. Surpresa!
Capítulo 26-Todo mundo tem segredos.
Me Desculpe. Mil vezes!
Capítulo 27-Voar e Nadar
Capítulo 28-Descobertas
Capítulo 29-Passional
Capítulo 30-Impulsiva.
Eu voltarei!!!!!!!!!!!!

Capítulo 9-007 do esporte

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By NaneGrutt

"O que você tem, todo mundo pode ter. O que você é... Ninguém pode ser."

(Clarice Lispector)

Luna

O dia começou péssimo e quase terminou pior ainda. Quase. Estou no carro do meu vizinho muito lindo e incrivelmente sexy, que abriu a porta do carro para eu entrar, disse que estou bonita e sorriu duas vezes. Pode não significar muito para algumas pessoas, mas certamente isso é um grande passo pra mim.

Nunca tive um namorado de verdade. Nunca tive um cara que despertasse em mim tudo o que Ricco Calazans e seu perfume terrivelmente sensual despertam. Ele tem esse jeitão "não fale comigo", mas algo me diz que isso é como sua armadura. Sinto que ele é uma boa pessoa, suas recentes atitudes confirmam isso.

Uma melodia suave nos envolve, mas não consegue quebrar a energia sufocante que nos rodeia. Decido observar a imensa negritude do mar. Estamos calados desde que saímos do estacionamento. Admiro seu perfil algumas vezes discretamente. Penso em algo para puxar conversa, mas ao lado dele fico muda mentalmente, se é que isso é possível.

Parece que ele está com o mesmo desconforto. Encho o peito com ar e decido falar sobre a primeira coisa que tiver coragem de descer a minha boca.

- Então... Você disse que possui algo importante no carro, que não poderia perder. É algo do tipo importante pra você? Ou algo do tipo teria que me matar se me contasse? - abraço-me mentalmente quando ele solta um sorriso contido.

- É algo do tipo que vai causar um grande tumulto na mídia de vários países e na vida de muitos atletas.

- Uau! Fiquei com um pouco de medo agora. Pode ter alguém os seguindo e você pretende me usar como refém? - olho para todas as direções como se procurasse por um perseguidor.

- Talvez. - diz com humor. Olha pela primeira vez nos meus olhos e esqueço como se respira.

Fico em silêncio e ao mesmo tempo aos berros na minha cabeça. Forço, forço e nada. Novamente as palavras se recusam a descer por seu caminho entre cérebro e boca. O caminho correto claro, aquele que possui um filtro. Porque o outro está explodindo de palavras rebeldes esmurrando o muro e perguntas constrangedoras esbravejando querendo sair.

- Estou afastado da minha profissão - agora ele quebra o silêncio. - Até me recuperar totalmente.

- Se recuperar? De que? - pergunto deixando a tensão sair.

- Sofri um acidente na Espanha, há dois anos. Por isso eu faço uns trabalhos como... Digamos... Consultor para um determinado setor do esporte mundial.

- Qual setor? - pergunto curiosa e mais relaxada.

- World Anti-Doping Agency ou WADA. Na sua língua significa...

- Agência Mundial Antidoping - interrompo-o com a mão na boca.

- Então você sabe o que significa. Devo me preocupar com você?

-Não. Seu segredo está guardado.

- Não é bem um segredo. - diz dando de ombros - Quero apenas evitar a mídia e todo o circo regado com las chismes... Como vocês dizem? As fofocas.

- Entendi. Mas falando sério. Isso não é perigoso?

- E por que seria?

- Você é uma espécie de "zero zero sete" do atletismo? - Ricco gargalha e é um som estimulante.

- Não diria perigoso, apenas suscitador de ira. - diz ainda sorrindo.

- Não dá no mesmo? - falo com desdém

- Não. Seria... em qualquer outro meio. Mas no esporte não. Existem mais pessoas favoráveis ao meu trabalho que contrárias.

- E onde entra a "coisa que você não pode perder" ?

- Documentos, fotos comprometedoras e exames de alguns atletas, bem conhecidos até. Em mãos erradas seria uma catástrofe incalculável. Eu perderia minha credibilidade e longas carreiras seriam jogadas no lixo.

- Mas quando você divulgar, isso não vai acontecer? - Pergunto o óbvio.

- Acho que você não entendeu meu trabalho, não para é denegrir ninguém. Apenas compilo informações sobre um pequeno número de atletas que ferem as leis do esporte. Mas tudo isso é tratado em sigilo absoluto. Respeitando cada indivíduo.

Conversamos sobre banalidades e enfim relaxei. Só me dei conta de tudo quando chegamos. O tempo passou tão rápido perto dele. Ele para o carro na frente do PUB, pega um grande envelope no porta luvas e o manobrista abre a porta para que eu saia. O manobrista fica olhando-me admirado. Sorrio tímida. Ricco pigarreia como quem precisa tirar o estado de torpor do manobrista. Mordo as bochechas para não sorrir.

Nunca estive nesse lugar e me arrependo por isso. Aqui é lindo. Com a iluminação bem fraca dando um clima intimista. Possui um pequeno palco com a banda tocando vários gêneros. É tudo em madeira nobre e tijolos de demolição envernizados. Mas também possui uma área externa bem espaçosa, com paisagismo e sofás grandes e confortáveis. Lustres artesanais incríveis. O lugar todo tem esse ar rústico chique. Simplesmente fantástico.

- Uau! Que delícia aqui. - falo assim que entramos.

- Concordo. Meu tio me trouxe aqui, ele conhece os melhores lugares.

- Ele tem muito bom gosto.

- Tem sim. Só não diga isso para ele - pisca e diz em tom de complô.

- Como assim?

Mal termino minha pergunta e sou surpreendida com uma figura abrindo os braços e gesticulando para nós. Arregalo os olhos com o inesperado homem bem vestido que sorri enquanto nos observa. Por essa eu não esperava. Achei que seríamos nós dois apenas. Como sou burra. Porque ele iria sair sozinho comigo?

Ele é gay, Luna.

Eu sei. Pareço louca, achando que um gay me convidou para sair e teríamos uma noite agradavelmente romântica. Tola. É isso que eu sou.

Alcançamos a mesa e reparo no outro homem muito bem vestido também, mas este é sério. Ambos devem estar por volta de seus quarenta e sete anos.

- Finalmente! Estamos mofando aqui há horas tesoro. - o homem mais entusiasmado fala quando cumprimenta Ricco.

- Não seja tão exagerado Ramon. Chegamos agora a pouco Ricco - o outro mais sério diz.

- Eu sei como meu tio é Ivan - diz sorrindo depois de apertar as mãos de ambos.

- E quem é essa joia radiante? - o tio do Ricco pergunta.

- Tio, essa é a Luna. Minha vizinha, que me salvou hoje - diz dando ênfase ao meu nome como se compartilhassem uma piada íntima. Pesco um brilho diferente nos olhos de Ramon - Luna, esse é o meu tio Ramon. E esse é Ivan seu companheiro.

- Sr. Ramon. Sr. Ivan. É um grande prazer conhecê-los - sorrio e aperto ambas as mãos.

- Ora! Por favor, me chame de Ramon - devolve o sorriso e gosto dele na mesma hora.

- Você disse que ela o salvou? O que houve? Foi sério? - pergunta preocupado com o sobrinho.

- Não. Eu quase fui assaltado. E provavelmente perderia meses de pesquisa em documentos. Mas essa mocinha aqui chamou a atenção de todos os pedestres, o que fez o assaltante ir embora rapidamente. Aqui estão. - passa o envelope sobre a mesa para o tio.

- É verdade isso Luna? - Ramon pergunta atoleimado pegando o envelope e guardando.

- Eu não tive tempo para pensar em uma estratégia melhor - dou de ombros.

- Mas isso foi brilhante. Eu não teria feito melhor - sorri com afeto. - Vamos pedir logo? Amigo - chama o garçom estalando os dedos. -? Eu gostei dessas iscas de salmão crocante com molho de camarão.

- Eu sou alérgica - as palavras saem antes que eu possa impedi-las.

- Alérgica ao camarão? - Ramon pergunta e confirmo com a cabeça. - Então podemos pedir o molho tarê com gergelim. O que acha?

- Perfeito - sorrio e o assisto-o pedir tudo com uma classe incrível.

Quanto conhecimento sobre culinária! Admiro-o enquanto pede uma tábua mista de queijo semimole como Maasdam, e queijos duros como Gruyére e Grana Padano. Ele é preciso com o vinho para o peixe e escolhe Sauvignon Blanc e também para o queijo com o Craufurd Porto Tawny. O garçom anota tudo rapidamente e diz que a tábua de queijos será a primeira a ser servida.

Fico chocada. Parece que estou em um jantar real. De repente sinto-me mal vestida e tímida perto deles. Mas a voz da Nana dizendo "quando você se aceita, está livre. Porque a opinião dos outros é o que te aprisiona" faz com que eu ganhe postura e confiança. Lembro-me de todas as aulas de etiqueta e ponho em prática. Começo a conversar sobre queijos e vinhos com ele. O papo rola agradavelmente e mais uma vez não vejo a hora passar.

Muitas taças de vinho depois, estamos gargalhando tanto que sinto lágrimas escorrerem por meus olhos. Ele contou tantas coisas, tantas viagens. Invejei momentaneamente todas as suas experiências. Sinto-me tão próxima dele agora. Gostaria de perguntar sobre a vida do Ricco, mas tenho medo de ser intransigente, logo, descarto a ideia. Essas informações virão com o tempo só preciso de algo que está escarço em mim. Paciência.

- Oh, querida. É uma pena que você seja alérgica a camarão. Eu faço um risoto. Que até quem não gosta de camarão não resiste. - Ramon diz e com isso tenho mais certeza em mentir que sou alérgica.

Eu não suporto camarão. Não é só aquela coisinha de dizer "não sou chegada". Eu realmente odeio camarão. Acho algo tão nojento. O cheiro, a cara dele. Detesto mais ainda que ele só se alimente de fezes de peixe. É como comer a mosca do cocô do cavalo do bandido.

- Sim. Sou altamente alérgica. Minha glote fecha que é um horror.

- Mas eu quero lhe convidar para um jantar assim mesmo. Amanhã que tal? Ricco você está encarregado de acompanhá-la. - ele muda a expressão como se lembrasse de algo. - A menos que você possua um namorado. Sinto muito estou aqui fazendo planos e você... É claro que tem alguém. Pode ir com ele se desejar.

- Ela não tem namorado tio. - Ricco diz mais ríspido que o normal, chamando nossa atenção. Ramon parece segurar o riso e continua a tagarelar.

- Como você consegue ser essa pessoa incrível, ter esse rosto de anjo, esse corpo esculpido... E não ter namorado? - Ramon pergunta um tanto bêbado.

- É complicado. - respondo simplesmente. Não quero estragar o clima com minha triste história.

- Ramon. Deixe a menina respirar. Você não para de fazer perguntas. - agora Ivan interfere. - Veja a pobre garota como está vermelha como um pimentão.

- Ivan, você não acha um ótima ideia a Luna ir jantar conosco amanhã? - diz Ramon ignorando a repreensão. Fazendo-me rir e gostar cada vez mais dele.

Parece que nos conhecemos há séculos. Estamos num nível de intimidade tão gostoso. Talvez seja a bebida, eu sei. Apenas nós dois estamos bebendo. Ivan e Ricco são nossos motoristas por isso estão à base de água e suco. O que é triste porque adoraria ver um Ricco mais solto.

- Como você conseguiu ser professora de dança tão jovem e ainda na faculdade? - ele continua indagando sobre minha vida. Ele quis saber tudo. Mas não pude responder todas as perguntas claro. Então, menti em algumas.

- Faço ballet desde os três anos de idade. Fora isso, passei mais tempo em escolas de dança que em casa. Então minha vida se resume em dançar.

- E por que escolheu a faculdade de direito então? Não entendo. O brilho nos olhos que vi quando você falou sobre a dança... Não estava aí quando contou sobre a faculdade.

- Eu... Bem... Estou fazendo para ajudar as pessoas. Quero ajudar a justiça desse país se cumprir. - fico desconfortável com o rumo da conversa.

- Tio, não seja tão indiscreto. Ela tem seus motivos - Ricco intervém a meu favor quando sente minha tensão.

Ele esteve ao meu lado o tempo todo. Nossos olhos se encontraram algumas vezes. Admirei cada sorriso. Seu perfume parece agora uma parte permanente do meu olfato. Não tenho certeza, mas parece que ele está mais solto comigo. E até o flagrei comtemplando meu perfil algumas vezes.

- Sabe Luna. O Ricco, ganhou troféu quando era criança. Dançando no campeonato estadual. Mas ele é muito modesto para se gabar disso - diz orgulhoso.

- Por favor, tio. Poupe-nos dessa nostalgia. - Ricco pede com os dedos nos olhos.

- Sério? Se me perguntassem a probabilidade disso, eu nunca acertaria. Não consigo imaginar essa cena. - provoco-o

- Ricco por que você não tira a mocinha para dançar e mostra-lhe todo o movimento espanhol? - assim que Ramon diz isso. Sinto Ricco retesar.

- Acho que eu não seria uma boa parceira agora. Quem sabe na próxima - interfiro devolvendo o favor.

Sua atitude deixa-me intrigada. Será que seria tão terrível assim dançar comigo? Os gays dançam não é? Talvez ele ainda não se sinta nesse grau de intimidade

Nesse exato momento, o vocalista da banda começa a falar que o está aberto o "bandaokê". Agradeço a Deus pela intervenção natural. Ramon imediatamente levanta os braços e diz que será o primeiro. Não consigo parar de rir, ele puxa minha mão e diz que serei sua dupla. Olho em busca de ajuda para Ricco. Que levanta as mãos como se não pudesse fazer algo. Mas o sorriso que dá não passa despercebido. Cerro os olhos e ele sorri mais.

- O que vocês irão cantar? - o vocalista pergunta.

- You Are The One That I Want - Grease. - Ramon responde como se não fosse nada demais.

Nós só vamos cantar a música com maior repercussão de um clássico do cinema. Tento espelhar sua segurança. Melhor é deixar-me levar pela onda de alegria que nos cerca. Encarno a Olivia Newton John. A banda começa a tocar e solto meu corpo. Ramon olha-me de cima a baixo embasbacado, encarnando o John Travolta. Ele começa cantando.

Ele: Estou com calafrio. E eles estão aumentando. E estou perdendo o controle. Porque a energia que você está liberando. É eletrizante.

Ela: É melhor se cuidar. Porque eu preciso de um homem. E meu coração está com você. É melhor se cuidar. É melhor entender. Devo ser honesta comigo mesma.

Os dois: Não me resta nada a fazer. É você quem eu quero.

(é você quem eu quero) o, o, oo, amor

É você quem eu quero

(é você quem eu quero) o, o, oo, amor

É você quem eu quero

(é você quem eu quero) o, o, oo

É quem eu preciso

Sem dúvida alguma


Ela: Se você está repleto de afeto. Você é muito tímido para dizer. Medite pensando em mim. Ache o caminho

Ele: Tenho de me cuidar. Porque você quer um homem

Ela: Eu quero um homem. Que me satisfaça

Ele: Tenho de me cuidar. Se eu vou provar

Ela: É melhor você provar. Que eu não estou enganada

Ele: Tem certeza?

Ela: Tenho certeza absoluta


Muitas pessoas estão aplaudindo e dançando, para minha surpresa. Achei que receberia muitas vaias, mas todos estão no clima. Não consigo parar de sorrir, minhas bochechas estão doendo. Fazia tempo que eu não me divertia tanto assim. Encontro um par de olhos amarelos queimando em minha direção. Faço uma dancinha, Ricco sorri pra mim e me empolgo mais ainda. Mas de repente algo acontece.

Tudo fica preto.

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Hei Chuchus!!!!!!

Feliz 2017 EHehehehe

O ano começou incrivelmente bom, pois estou entre os vencedores do Wattys e devo isso a Lyssa_Silver que foi uma fofa linda e chuchu.

Agradeço a cada uma que está lendo e comentando minha história e compartilhando. Sem vocês não seria possível. Vocês me dão forças para continuar. Por isso muito obrigada a cada uma.

Desejo que esse ano seja melhor, pelo menos já está sendo.

O que acharam do capítulo?? O que será que aconteceu com nossa Luna chuchu? Não percam o capítulo 10 teremos uma ceninha hot (só uma prévia). Shiiiiiiu é segredo.

Então é isso. Espero que apreciem SEM moderação. E comentem bastante ok? Ok.

Beijos.

Fui...

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