Tem Alguém Ai? - Volume 3

By SOFGDS

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[Oi! Bem, se você está aqui e não leu os primeiros livros, aconselho muito que você leia antes, para melhor e... More

Dedicatórias
Coisas boas vs Coisas ruins - Capítulo um
Bruxaria
Ainda há tempo
Acorde!
Teclas de piano
Satisfação*
Inferno
Sensitivo
Provas
Descubra
Um passo por vez
Eu era
Igual a você
Entrevistas? Sim!
Respostas
Perdão...?
Vida
Tempo certo
Padre
ALOOO
Promessa
Dormiu bem?
Irei rezar por você, mais tarde
Ok, como vocês pediram:
Frágil
Férias
Irreconhecível
Bons modos
Arrogância
Não há saídas
Lado forte
Distúrbio
Agindo bem?
Grupo
Vazio
Proteção
Possível?
Procura-se um corpo
Alerta
Á esquerda de nós
Viagem de uma última hora
Última chance
Ok, ok
Sem saída
Em alta madrugada, assassinatos e injustiças são as principais atrações do circo
Unicamente, feliz
Vida no necrotério
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Tempo
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Até mais!
Eu?
No name
É isso aí, gente

Cegos e calados

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By SOFGDS

Está pesado levar

Você sabe melhor que qualquer um,

memórias horríveis deixam fortes cicatrizes.

É difícil andar,

elas não param,

não param por você.

"Você vai acabar se enterrando"

Garota, chore baixo,

eles podem ouvir seus soluços

Garota,

corra, não permaneça onde está

"Eles me sufocam"

Suas costas se curvam,

é muita coisa,

o riso deles lhe perturba,

não sei dizer quanto tempo passou,

você sabe, você bem sabe, sabe que é uma boa atriz para abrir um sorriso na hora de sua morte.

Eles debocham,

seus risos lhe perturbam

"parecem explodir em gargalhadas enquanto assistem meu suicídio"

noite de chuva,

a varanda é grande,

garota, escorregue do parapeito.

Grite!

Até sua garganta rasgar,

berre,

tudo que quis berrar.

É um peso grande,

você vai cair...

ou vão te derrubar.

**

A manhã se descobriu fria. Eu não conseguia chutar que horas eram com aquele tempo sem expressão.

Não chovia. Mas passou a madrugada inteira de tal forma. Arya já havia levantado, sinal de que não estava tão cedo. Suas cobertas perambulavam pelo chão, e de certo ela estava descalça o andar de baixo, uma vez que seus chinelos se mantinham espalhados pelo chão. 

 Pisquei, coçando os olhos e levantando, ainda sonolenta. Um choro de bebê se ouve no quarto ao lado, mas não me lembro de estar quando abri os olhos. 

 Percebi que estava com dor de garganta. 

 Praguejei de leve, bufando, me dirigindo ao banheiro. 

 ** 

 Arya 

 Eu sonhei com um necrotério. Mas eu não estava lá. 

 Na verdade, não era eu. Era outra pessoa que estava no meio dos corpos borrados. Eu sabia que era alguém que eu conhecia. Mas não fazia ideia de quem fosse. De qualquer jeito, aquele sonho me acordou com uma sensação horrível. Travando totalmente meu cérebro, em uma dízima periódica difícil de se encontrar. 

 Suspirei, tentando ignorar o choro de Miguel. Incomodava um pouco em saber que ele estava crescendo nas mãos de empregadas, e que meu pai tinha que sustentar todos nós ali, sozinho. 

 Mas naqueles tempos, eu entendia que era melhor ficarmos unidos. 

 Meus pensamentos voltaram para o necrotério. As paredes eram escuras, iluminadas com uma luz perturbadora, de cor vermelha. Os corpos estavam cobertos, todos borrados, como em uma foto desfocada, mas apenas um se mantinha totalmente visível. 

 Olhei com náuseas para o café que tomava, de repente perdendo o apetite, levantando da mesa e largando a caneca em cima da pia. Eu não costumava ter pesadelos todas as noites daquela forma, mas de uns tempos para cá eles iam aumentando.

 Estava difícil de esconder. Ainda mais porque os sonhos não faziam muito sentido. Pelo menos não todos. 

Eu gostava de sonhar com Pianista. Ele me passava paz. Era quase minha fonte no meio de todo aquele inferno. Pelo menos eu não estava sozinha, totalmente. Eu tinha Sam. E Logan. Minha prima sumira completamente, junto com Douglas. Alyce nunca mais foi vista desde o massacre.

 Me virei depois de arrumar a cadeira, quase trombando com Sam, que ergueu os olhos para mim, abrindo um sorriso levemente.  

 - Bom dia - Sorri. Ela apenas deu um sinal com a mão. Franzi levemente o cenho.  - Está bem? - Perguntei. Ela demorou para demonstrar qualquer reação. Depois deu de ombros. 

 - Dor de garganta - Disse, quase que de forma arrastada. 

 - Aaah... - Revirei os olhos - Deve ser essa mudança de tempo louco que muda toda a hora. - Bufei. 

 - Sei lá. - Riu - Tem algum remédio? - Ela inquiriu. Me vire, olhando pelos armários da cozinha, mesmo fechados, como se eu tivesse algo parecido com uma visão de raio X.  

 - Ah! Tem sim! - Exclamei ao lembrar, me dirigindo para um deles. Depois estagnei - Opa! Hm... espera aí, você não pode  tomar remédio - Me voltei - Não é? Você tem alergia. Lembra? - Tentei lembrar daquele assunto sem associar Luke. 

 A garota ficou me olhando. Abriu e fechou a boca. Depois concordou lentamente. 

 - Tudo bem, eu vejo quem pode fazer um chá ou algo do tipo - Deixei os ombros caírem - Ah! Vou pedir pro seu namorado fazer - Abri um sorriso, saindo da cozinha, desfilando, rindo da cara que ela fez ao me seguir. 

 - O que?! Ele não é meu namorado! 

 - HAHA, mas eu não citei nomes, então quer dizer que pensou em alguém, gata? Reveja seus conceitos - Sorri cinicamente, subindo as escadas, passando a rir alto e correr, quando ela fez o mesmo, querendo me impedir de chegar ao quarto de Logan e da mãe dele. 

 Parei abruptamente ao quase esbarrar em Marisa parada no alto da escada, me fazendo bater contra ela minimamente, me segurando no corrimão, vendo Sam se desviar pelo canto do olho. 

 - Senhora Marisa, me desculpe - Pedi, me retraindo de leve pela cara da mulher. Ela apenas negou com a cabeça aos poucos. 

 - Crianças, precisam de algo? - Perguntou, sorrindo. Franzi levemente a testa. Como ela sabia? 

 - ...Bem - Hesitei um pouco - A garganta da Sam tá um pouco ruim, queria fazer algo quente pra ela, tipo um chá - Dei de ombros. Ela concordou lentamente, se voltando e pousando os olhos em Sam. 

 - Eu faço - Disse, somente, abrindo caminho entre nós, descendo com o corpo hirto, me lembrando uma múmia. Me virei de volta, soltando uma exclamação alta ao ver Logan no lugar de Marisa, olhando a mãe se afastar, com a testa franzida. 

 - Ela tá estranha assim desde que começou a tomar os remédios - Suspirou - Segundo o médico, eles apenas vão atrasar o definhamento de seu cérebro - Contou. Fiz leve careta. 

 - Que horrível - Falei, cerrando os olhos. Depois me arrependi de falar aquilo para o filho dela. Ele levou os olhos pro chão, coçando a nuca minimamente. 

 - É - Sussurrou. Sam do meu lado forçou um sorriso pequeno. 

 - Hey - Falou - Tá tudo bem. Vamos passar dessa. - Incentivou. Ele a olhou, sorrindo um pouco. 

 - Por que vocês não namoram logo? - Perguntei, fazendo cara de tédio - Logan estagnou, se endireitando, ficando vermelho automaticamente. Sam me fuzilou, revirando os olhos por eu não conseguir segurar o riso. - Mas é verdade - Fiz biquinho, enrolando o dedo indicador na ponta do cabelo, desatando a rir depois de alguns segundos com a cara dos dois. 

 O rapaz nada respondeu, trocando olhares rápidos com Samantha, descendo as escadas. 

 **

Narrador


 Jane caminhava normalmente pela calçada. 

 Estava cansada das coisas que ouvia de Taylor. Ela tinha que intervir, de uma forma ou de outra, Lee era o principal espião de Alyce, porque ele, depois do demônio, era o mais poderoso dali. 

 Suspirou, esfregando a testa. Ela precisava tentar, era uma esperança.

 Parou em frente à casa de Carlos. 

 Onde, na cozinha, o pai de Logan permanecia sentado em cima da mesa, com um sorriso rasgando-lhe o rosto em sangue negro, seguindo Marisa com os olhos insanos. 

 E onde, em um dos quartos do segundo andar, o bebê Miguel tossia fortemente nos braços da empregada, voltando a chorar alto. Ninguém sabia o que ele tinha, a empregada não conseguia aliviar o problema que ninguém via. 

 Isabela, em alguns quarteirões à esquerda, permanecia sentada, debruçada sobre a escrivania de frente para uma janela, sorrindo para Lee ao lado de fora da casa, que a olhava seriamente, marcando o chão com a ponta de seu machado sujo. 

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