Ele Vai Ser Meu

By NaneGrutt

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Até onde você iria para ter a pessoa que ama? E se essa pessoa fosse impossível para você? Quem conhece Lu... More

>Aviso<
Prólogo
Fase 1/Capítulo 1- Mudanças
Capítulo 2- Nadar e Nadar
Capítulo 3- A primeira impressão é a que fica?
Capítulo 4 - A hora da verdade
Capítulo 5-Feliz aniversário
Capítulo 6-BHG
Capítulo 7-Delegacia
Capítulo 9-007 do esporte
Capítulo 10-Amnésia
Capítulo 11-A virgem dos lábios de mel.
Capítulo 12- Apenas amigos
Fase 2/Capítulo 13-TPM
Capítulo 14-Baby Class
BÔNUS-Sonho molhado
Capítulo 15-Verdade ou Desafio
Capítulo 16- Devorador de Almas
Capítulo 17-Disfunção
Capítulo 18-Carnaval
Capítulo 19-Pombo correio.
Capítulo 20-Ritual de iniciação
Capítulo 21-Rápido, intenso e profundo.
Bônus: Prisão
Capítulo 22-Ameaças (Parte 1)
Capítulo 22-Ameaças (Parte 2)
Capítulo 23-Tudo tem um Por que.
Capítulo 24- Segredo não é mentira.
Capítulo 25- Toc Toc. Surpresa!
Capítulo 26-Todo mundo tem segredos.
Me Desculpe. Mil vezes!
Capítulo 27-Voar e Nadar
Capítulo 28-Descobertas
Capítulo 29-Passional
Capítulo 30-Impulsiva.
Eu voltarei!!!!!!!!!!!!

Capítulo 8-Banho de mar

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By NaneGrutt


"Autores são atores. Livros são teatros."

(Wallace Stevens)

Luna

Espero não me arrepender disso. Mas não posso ir adiante com algo que irá prejudicar a vida do Ricco. Eu nunca iria me perdoar por destruir a imagem de alguém que só fez o bem, no momento que mais precisei.

– Você terá que retirar a queixa agora. E caso continue fazendo essa imundície com as mulheres, eu vou arrumar provas cabíveis e irrefutáveis contra você. E não terá uma pessoa nessa terra que vá te livrar disso.

– Ótimo. Foi um prazer imenso fazer negócio com você. Mas caso você mude de ideia, eu saberei imediatamente. – Pedro muda o tom de comemoração para algo sombrio.

– Vamos entrar para você retirar a queixa. Mas aconselho não sorrir ou falar gracinhas na frente da Jô. – sorri com um olhar divertido enquanto sinaliza para um de seus seguranças.

Quando entro na delegacia, estão todos me procurando. Jô parte pra cima de Pedro, o segurança dele impede o soco que ela iria dar. Ricco e Henrique olham-me cheios de perguntas não pronunciadas.

– Vamos embora? – digo olhando cada um.

– Você tá louca Luna, esse cara tem que pagar – minha amiga esbraveja.

– Ele vai retirar a queixa. Foi tudo um mal entendido. Não é Pedro? – fuzilo-o com o olhar.

– Sim claro. Vou retirar imediatamente. – sorri e caminha para a sala onde vejo o delegado o cumprimentar e puxar a cadeira para que ele se sente.

Não há mais dúvida, o delegado é um dos "amigos" que o filho da trevas falou. Caminho em direção à saída, quando estou fora sinto uma enorme mão segurando meu braço.

– O que houve? Onde está o discurso de covardia e que mulheres não podem mais passar por isso? – Ricco pergunta com raiva.

– Ele tem todos nas mãos. O delegado, juiz, todos. Não iria adiantar nada, isso só iria acabar com... – pauso imediatamente. Não quero que saiba que fiz isso por ele. – Com a minha vida. Meus chefes veriam nos jornais e eu seria despedida.

– Eu resolvi vir porque você mostrou que se importa com outras pessoas além de você. E agora diz que não quer acabar com a sua vida?

– É. Não vale a pena.

Eres como todas las mujeres. A bondade e honestidade tem um limite. Vocês são muy buenas e altruístas, até que sejam afetadas. Porque nesse momento vocês agem apenas com a natureza egoísta que possuem. – esbraveja fazendo assim com que eu transborde de raiva, alternando entre os idiomas sem saber que entendo o que diz.

Y tu, eres un pene en culo! –arregala os olhos, não tenho certeza se é por eu saber seu idioma ou pelo o que eu disse.

– Boa tarde. Llena.

– É a VOVOZINHA. – berro para as suas costas enquanto se afasta.

Jô me abraça e diz que precisamos conversar. Balanço a cabeça concordando.

– Estou ouvindo coisas, ou você acaba de chamar Ricco Calazans de pau no cu? – sorrio para a expressão de desacreditada que ela faz.

– Ele mereceu. – falo e ela afirma com a cabeça.

Volto para a delegacia para confirmar se o panaca cumpriu com a sua palavra. Henrique confirma que a queixa foi retirada. E o canalha tem a pachorra de falar comigo.

– Sabe Pochete. Eu realmente era apaixonado por você na escola. Mas eu odiava isso. Como eu podia gostar de você? Uma garota que só Deus sabe como estudou naquela escola por tanto tempo, que levava suco de caju numa garrafa térmica, mal podia ir aos passeios da escola para que eu tentasse algo. Mas mesmo assim eu me masturbava todos os dias pensando em você e nessa boquinha vermelha em volta do meu pau. Às vezes eu via você de quatro gritando meu nome.

– Eu só não te dou uma joelhada agora, porque eu realmente não quero me sujar com um dejeto de gente como você. A minha vontade é de vomitar na sua cara. Você é uma defecação da natureza. Um acidente biológico.

Saio o mais rápido possível. Peço a Henrique pra não contar a verdade para a Nana e digo que depois explicarei tudo. Ele concorda em dizer que o processo será arquivado por falta de provas. Pelo bem da saúde dela é melhor a mentira.

Volto pra casa com a Jô. Conto tudo o que aconteceu. Como fiquei entre a cruz e a espada. Ela como sempre me entende. Mas diz que pelo menos a joelhada eu deveria ter dado. Gargalho com sua advertência.

Chegamos ao prédio, e avistamos um lindo carro esportivo, que é lançamento na cor roxa. Possui um tom bem escuro que eu amo apesar da minha cor favorita ser lavanda. Ele está parado na minha vaga, nos entreolhamos sem entender. Dou de ombros e decido fazer meu caminho. Seguimos para o elevador da garagem. Quando chegamos à portaria, Nana está sentada conversando com o porteiro Carlos.

– Nana! O que você está fazendo aqui? – digo um pouco chocada.

– É bom te ver também. Estou aqui para entregar seu presente de aniversário.

– Ah! Desculpe. Não esperava te ver aqui. Onde está o presente.?

– Na sua vaga da garagem. Vamos descer.

– Não acredito que comprou um carro pra mim Nana. E roxo como eu queria? – ponho a mão na boca emocionada.

– É claro que comprei. E ai de você se me fizer uma desfeita.

Meu coração transborda de amor por ela. Fico sem palavras admirando o lindo carro que agora é todo meu. Isso é mais que suficiente para me alegrar. Ela só está tentando me ver feliz. Devo retribuir com muitos sorrisos no mínimo. E é isso que faço. Pulo e danço como uma criança, o que parece agradá-la. Elas pedem para dar uma volta pela orla.

Enquanto dirijo, admiro o mar com o sol se pondo. Um espetáculo. Como é linda essa vista. Sinto uma necessidade de mergulhar no mar à noite, que é uma das minhas coisas favoritas. A Lua exerce um poder hipnotizador em mim. Quando eu era mais nova e morava no Terreirão, uma comunidade localizada depois do posto doze do Recreio dos Bandeirantes, sempre que eu podia, fugia para o mar à noite. Tenho esse fascínio pela praia sob a luz do luar.

Às vezes eu só queria tentar afogar todas as repugnâncias que vivi. Eu apenas entrava no mar e esfregava meu corpo com areia enquanto chorava. O mar levou minhas lágrimas, renovou meu corpo e mente para tudo de novo. Adoro quando tem bancos de areia, porque consigo chegar cada vez mais longe da beira da praia sem correr tantos riscos.

Retornamos para o apartamento e conto a versão que combinei com Sebastian sobre a queixa. Ela fica chateada, mas diz que sempre ficará de olho, e que isso não pode acabar assim. Ficamos as três conversando e tomando café, uma paixão em comum.

Depois que as duas saem, tomo banho, faço um sanduíche e decido dar o mergulho que estou ansiando. Talvez me sinta melhor. Agora será o momento para refletir. Minha mãe não se pronunciou ainda. Isso está acabando comigo.

****

Quando estou voltando depois das nove da noite. Vejo o portão da garagem do prédio abrir, finalmente um carro conhecido sai, não dá pra ver quem é, mas eu sinto seu olhar em mim.

Ainda estou bem confusa com tudo o que rolou na noite passada. Lembro-me de flashs, sons, muito barulho. Mas não sei exatamente em que ponto Ricco surgiu. Como ele viu tudo na boate? E ainda me ajudou mesmo me odiando.

Acordei num quarto desconhecido, quase entrei em pânico com as possibilidades. Então cheguei até a sala, e lá estava ele. Matutinamente lindo, de banho tomado e lendo o jornal. Com a mesa entupida de carboidratos. Eu sei que os nadadores devem ingerir muito carboidrato, pelo tanto que eles gastam com a natação, mas algo me diz que ele faz isso por satisfação também. Na certa é um comilão assim como eu.

Ele estava tão malditamente sexy com aquela aparência relaxada. Chutei-me mentalmente por todos os pensamentos insanos dele me pegando e debruçando meu corpo sob a mesa, me dando um banho com suco de laranja para depois lamber cada parte até as mínimas gotículas. Quando me aproximei seu perfume inebriante, repetiu o que sempre faz comigo. Acendeu-me como labaredas.

Pare já com isso Luna.

Volto ao presente quando Ricco é abordado por um cara muito suspeito. O cara bate no vidro e ele abaixa, sinto um familiar choque na nuca. O cara parece alterado.

Ele está sendo assaltado!

Tudo está acontecendo muito rápido, o cara parece gritar com o Ricco, que abre a porta para sair do carro. Penso em uma saída rápida e segura para nós dois. Mas estou com medo de piorar a situação. Vejo um grupo de pessoas se aproximarem. Arquiteto um plano louco.

– OLHA GENTE! NÃO É AQUELE ATLETA ESPANHOL? – começo a gritar e todos olham na direção do carro. Chamo atenção cada vez mais gritando e gesticulando. Pessoas atravessam a rua para ver o que está acontecendo, acredito.

O assaltante se assusta, disfarça e sai no sentido contrário do tumulto. As pessoas se aproximam de Ricco e pedem autógrafos. Ele não chegou a sair do carro e atende todos com muita paciência. Resolvo subir e tirar o sal do mar num bom banho e cair na cama para dormir, porque amanhã recomeço minha rotina de trabalho e faculdade.

– Luna! – ele me chama. Olho-o e observo enquanto sai do carro e caminha em minha direção.

– Oi! – sorrio. – como se não tivéssemos trocado ofensas à tarde.

– Não sei como te agradecer. Ele iria levar meu carro se você não intervisse.

– Estamos quites agora – dou de ombros e me viro.

Ele segura meu braço rapidamente pedindo que eu espere, liberando um choque pelo meu corpo.

– Primeiro eu preciso me desculpar pelo ocorrido na delegacia. Entendi que você deve ter um motivo muito bom para agir assim. E quero dizer também muito obrigado. Possuo algo realmente importante que não posso me dar ao luxo de perder. – diz apontado para o carro. – Estou indo a um PUB aqui perto, gostaria de vir e tomar uma bebida?

– Uau! Se me perguntassem as chances dessa cena acontecer... Eu nunca adivinharia. Você está sendo legal comigo? – umedeço os lábios. – Porque se estiver, vou começar a pensar que é um serial killer.

– Ok. Se não quiser tudo bem. Só pensei em ser gentil. – volta a ser o grosso de sempre.

– Que doce de pessoa. Eu acabei de sair do mar. Acho que não seria uma boa ideia de qualquer forma.

– Não vamos brigar de novo tá? Se você quiser eu aguardo. Preciso retribuir o favor. É assim que fui ensinado.

– Oh! Tudo bem. Vou tomar um banho rápido e desço num instante.

Subo como um foguete. Não permito que as dúvidas e inquisições me atinjam. Tomo o banho mais rápido da história dos "banhos rápidos". Coloco um vestido branco de alcinha com estampa floral vermelha, decotado e soltinho na barra. Branco realça minha cor, todos sempre dizem isso. Passo um batom vermelho e maquiagem leve, por causa do calor. Seria um desastre parecer uma boneca com a maquiagem derretida pelo fogo por criança revoltada.

Respondo a mensagem da Jô dizendo que vou dormir, decido não contar que estou saindo agora e com quem, porque na certa ela iria me ligar e querer saber de tudo. Termino de colocar meu salto vermelho, pego minha bolsa também vermelha e todos meus pertences. Quando saio do elevador, ele está sentado na poltrona de couro preta, mexendo no celular. A impressão que dá é que, ele é tipo um pretendente e vamos sair para nos conhecer.

Finalmente levanta a cabeça em minha direção e arregala os olhos se endireitando no lugar. Sinto-me extremamente poderosa. Levanta-se enquanto caminho em sua direção.

– Vamos? – falo com um sorriso.

– Sim. Você... – pigarreia – Está muito bonita.

– Isso foi um elogio? Cuidado, melhor ir ao médico. – sorrimos enquanto caminhamos.


Acho que essa será uma noite memorável. Não tenho certeza quanto a mudança repentina de comportamento, mas agradeço que ele esteja sendo gentil. Afinal poderíamos ser sociáveis. Ele pode ser meu amigo gay, não que eu não ache um desperdício, mas não estou aqui para julgar. Vamos dar muito certo, ou muito errado. Não existe meio termo aqui.


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Chuchus do meu coração. Eis o último capítulo do ano, o capítulo da Reconciliação.

O que será que teremos no próximo capítulo hein? Eles finalmente estão baixando a guarda. 

No capítulo nove teremos um papo gostosinho deles.

Espero que tenham tido um ótimo Natal.

Desejo a todas um maravilhoso fim de ano. E que 2017 seja um ano de realizações para todas nós. Obrigada por estarem fazendo parte desse projeto comigo.

Até o ano que vem.

Beijos.

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