Dedicatória: Dedico esse capítulo a cada um que leu, que votou, que comentou e que não comentou, que colocou em lista de leitura essa fanfic, que chorou, que sorriu, que se irritou, que assim como eu, se envolveu com a história, a você, que está lendo isso agora, muito obrigada pelo seu apoio e pelo seu carinho, por ter continuado comigo, por ter chegado até aqui comigo, isso aqui não é uma despedida, é um até logo, porque nos vemos na segunda temporada, amo cada um de vocês, muito obrigada por tudo. All The Love ♥
Liverpool, 25 de Dezembro.
Ouve um tempo no qual eu não me importava com o que os outros pensavam e falavam sobre mim, por que deveria? Ninguém pagava minhas contas ou colocava comida na minha mesa. Ouvi muitos falarem que eu era um jovem com um futuro sem grandes perspectivas, que não seria ninguém na vida e que talvez até morresse cedo, por causa dos problemas que estava sempre metido. Fumei, bebi, me droguei, aprontei de tudo nessa vida, fiz pessoas passarem vergonha, humilhei, ofendi pessoas que nunca me fizeram mal, quando se anda com pessoas que pensam como você, que não ligam para nada, você tem que mostrar seu melhor, quer dizer, seu pior, tudo que fiz na verdade, foi fingir ser alguém que eu não era, fingi ser alguém ruim.
Com a separação dos meus pais e minha primeira decepção amorosa, meu mundo escureceu e meu coração endureceu, até Emily Hilliard Tooley esbarrar em mim no corredor da escola. A aluna nova, vinda de Lenoir, uma cidade do estado da Carolina do Norte, nos Estados Unidos, com sotaque caipira e um jeito esquisito, fiz dela a minha vítima, aprontei com ela as brincadeiras mais idiotas do mundo, foi um mês infernizando a vida dela e um dia sua paciência se esgotou. A garota quieta explodiu, me fez passar vergonha na frente da sala toda e como castigo, uma forma de me vingar, a peguei na saída, a arrastei para o banheiro interditado da escola, a fim de lhe dar uma lição, mas a garota me deixou irritado com seus insultos e acabei lhe dando um tapa e mal sabia eu que aquele tapa, iria me fazer notar o quanto ela era bonita, foi ali, naquele banheiro, que meu coração começou a voltar a viver.
Emily despertou meu coração e a minha curiosidade, queria saber mais sobre ela e quando dei por mim, já estava apaixonado, e como não ficaria? Ela me tratava de igual para igual, era um porto seguro, onde joguei minha ancora e fiquei, alguém que não me condenou ao saber da minha história. Passamos por muita coisa juntos, parecia que o destino conspirava contra nós, quando tudo parecia bem, algo ruim acontecia, quando achei que a tinha perdido para sempre, ela surgiu do penhasco, como uma cena de filme, tenho certeza que naquele momento seu pai segurou sua mão.
" Ele é o nosso anjo da guarda "
Disse ela, certa vez. Emily me transformou em alguém muito melhor do que eu era e o nosso sonho em comum está agora nos meus braços, Sophie, nosso pequeno anjo, o presente mais lindo que Emily me deu. Foi uma gestação tranquila - tirando o pequeno incidente com a mulher que a agencia mandou - ela sempre estava com as mãos na barriga, até quando dormia, era como se ela protegesse a barriga, com medo de que alguém pudesse lhe fazer algum mal, mas graças a Deus nada aconteceu e nosso anjo nasceu, para completar nossa felicidade. Se antes eu não me importava com o que os outros falavam ou pensavam sobre mim, hoje em dia me importo, quero ser alguém de quem minha filha possa sentir orgulho, quero ser um exemplo de homem para ela, lhe ensinar o caminho certo a seguir, que ela seja um pessoa boa quando crescer e o principal, vou impedir que a façam sofrer, nenhum cara vai maltratá-la.
- Aí de quem partir seu coração minha bonequinha, papai corta o saco do cara na hora! - como se me entendesse, ela sorri, o sorriso banguela - você entendeu, não é sua malandrinha - a cutuco de leve na barriguinha - coisa linda do papai - ela agarra meu dedo, beijo sua mãozinha pequena, ao olhar para a porta, vejo Emily, sorrindo - faz tempo que você está aí?
- Cheguei na parte que você falou que vai cortar o saco de alguém - ela diz, entrando no quarto, está linda, de cabelo solto e com um vestido vermelho, não tão justo no corpo - isso é coisa que se fale para a sua filha? Vai, me dá ela aqui - Emily pega Sophie - seu pai é maluquinho filha - passo a mão em sua perna - lá embaixo está uma loucura, parece que esse Natal a casa está ainda mais cheia!
- Por isso eu vim para cá com a Sops, ela passou de mão em mão e já estava querendo chorar - digo - vem, senta no meu colo, aposto que esse salto está te matando - dou risada, me ajeito na cadeira da mamãe, Emily senta no meu colo, passo um braço em volta dela.
- Você ainda vai se vestir de papai Noel?
- Vou - dou um suspiro longo - quando faltar dez minutos para meia-noite - fiz uma aposta com David, no dia que fomos ver um jogo de basquete, o time para o qual eu torci perdeu e como aposta, o perdedor se vestiria de papai Noel no natal e eu acabei perdendo - não acredito que perdi.
- Eu te disse para não cantar vitória antes do tempo, não me ouviu, acabou perdendo.
- Sabe, estava aqui lembrando de todas as coisas que aconteceram com nós dois, desde que nós esbarramos no corredor da escola.
- Foi muita coisa - balanço a cabeça - achava que não teria nada do que tenho hoje, um marido, uma filha, uma família grande, porque nossas famílias são enormes - rimos - não achava que seria tão feliz, achei que nunca voltaria a amar alguém, que ficaria escondida para sempre no meu mudinho - começo a fazer círculos com o polegar, no decote da parte de trás de seu vestido - achei que teria uma vida comum, sem nada especial - ela olha para Sophie - achei que... Que - sua voz fica trêmula - achei que nunca teria uma criança nos meus braços.... Eu vi minha barriga crescer, senti todas as dores do parto e ela está aqui, nos meus braços, tão inocente, tão pequena, vou fazer de tudo para protegê-la, sei que tem coisas que não vou poder impedir, não quero que ela sofra.
- Ela não vai, vamos dar nosso melhor - abraço as duas pessoas que mais amo no mundo - vamos estar ao lado dela, para aconselhá-la, mostrar o que é certo e o que é errado, você vai dar conselhos, essas coisas de mulher e eu, eu vou afastar todos os caras atrevidos que ousarem enganá-la, disse que vou cortar o saco fora e ela sorriu - Emily dá risada - ou eu posso usar o meu olhar do mal, aquele que eu uso quando algum cara olha para você, posso ser assustador quando eu quero.
- E eu não sei? - ela olha para mim, com lágrimas nos olhos.
- Cuido do que é eu, da minha mulher e se não respeitam a enorme aliança no seu dedo, vão sentir o peso da minha mão!
- As vezes eu falo que você exagera, mas eu gosto dessa sua forma de cuidar de mim - Emily ajeita Sophie no colo e arruma o vestidinho branco dela, ela está usando um vestidinho branco com detalhes em vermelho.
- E eu adoro quando você me acalma, sempre acabamos na cama - as bochechas dela coram - nos encaixamos de uma forma que não tem explicação, sou um cara muito sortudo por ter você ao meu lado meu amor, eu te amo - ela sorri.
- Te amo mais minha vida.
Como tinha prometido, e eu sou um homem que tem palavra, me vesti de papai Noel, com direito a saco cheio de presentes e barba branca. Meia-noite desci a escada berrando " Ho ho ho, Feliz Natal " e tocando um sininho, para meu azar ou não, David estava gravando tudo com o celular, todos deram boas gargalhadas, meu irmão Simon e os primos da Emily me cercaram, todos alegres, alguns Ho Ho Ho e os presentes foram distribuídos. Tentei até brincar com Sophie, mas ela abriu o berreiro quando falei Ho Ho Ho na frente dela, e Caramelo latindo, também, eu estava parecendo um poste enrolado em uma fita vermelha, nem uma barriga falsa eu coloquei, parecia um papai Noel desnutrido, pelo menos fiz a alegria da casa. Emily procurou dar atenção a todos, já planejando o batizado de Sophie para fevereiro, minha irmã ajudará em tudo, ouvi ela e minha mãe, junto com Michele e seus pais, tentando decidir por uma data. Vi Emily andar de um lado para o outro, recolher os presentes de Sophie, que ganhou muita coisa, tantas roupinhas que não teremos onde guardar.
Olho ao redor e imagino o trabalho que Emily vai ter depois da ceia e é claro que vai sobrar para mim ajudar também. Vendo Emily perto da árvore de natal com Sophie nos braços, não consigo imaginar se minha vida seria tão boa como é hoje ao lado delas. Coloco o copo com o resto de vinho na mesa e me aproximo delas, Emily está embalando Sophie, ela consegue dormir nos braços da mãe mesmo com todo o barulho ao seu redor.
- Ela dormiu? - pergunto, abraçando Emily por trás.
- Quase, ela já está cansada - Emily diz, encosto o queixo em seu ombro - daqui a pouco vou subir com ela.
- Acho incrível ela dormir com toda essa falação.
- Ela puxou você - Emily ri - outro dia estava fazendo faxina no nosso quarto e você estava todo esparramado na cama, de cueca, passei o aspirador de pó pelo quarto e você nem acordou.
- Tenho o sono pesado - beijo o pescoço dela - obrigado - sussurro em seu ouvido.
- Pelo quê?
- Por não ter desistido de nós, você é tão forte, tão guerreira, passou por tanta coisa.
- Nós passamos - ela diz.
- Achavam que conseguiriam nos separar, nos derrubar e aqui estamos nós, juntos, firmes e fortes - Emily se vira e me olha - eu tenho você, tenho seu coração, seu amor e isso é o suficiente para me manter de pé, nunca mais vão dizer que não sou capaz de conseguir o que eu quero ou o que eu sonho.
- Eu te amo Harry e vou amar para sempre - meio desajeitado, beijo Emily e Sophie - nós duas amamos você.
- E eu amo você Emily Hilliard Tooley Styles e vou amar por toda a minha vida, você é nosso pequeno anjo, vou amar para sempre.
Dizem que o Para Sempre acaba, mas eu tenho certeza que o meu Para Sempre com a Emily nunca vai acabar, nosso Para Sempre é para sempre.
Fim