Involved

By InvolvedCamren

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Na Universidade Yale, tudo se envolve por um motivo. Camila Cabello, uma jovem de 18 anos busca apenas focar... More

Metanóia
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Ressabiada
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Ares
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PIZZA PARTY parte 1
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Se Réveiller
The dinner
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PIZZA PARTY parte 2

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By InvolvedCamren

Olá pessoal, capítulo novo e ENORME pra vocês, espero que gostem e comentem porque adoro ler os comentário que na maioria das vezes são bastante divertidos kkkkk

Ah, já escutaram as prévias das músicas do 7/27? O que acharam? Já tem a fav de vocês? Conta aí.

A minha foi No Way e da Jenny foi Scared of Happy.

Não esqueçam de ler as notas finais. Deixei uma pequena explicação sobre a fic lá.

E um pequeno aviso antes de começarem a ler: vai rolar um calorzinho kkkkkkkk

Espero que gostem :* enjoy

~thaex

_____________________________________________


POV Lauren

O caminho até o alojamento 5 foi super tranquilo, a interação e animação das meninas estava realmente me animando pra o que vinha a seguir na noite. Dinah, Normani, Ally e Camila iam à minha frente conversando sobre o sabor de pizza que pediriam, eu caminhava ao lado de Lana que trocava mensagens com alguém, Vero e Lucy viam atrás de mim conversando feito um casalzinho que anda colado e se esbarrando enquanto riem. Era realmente engraçado, já que nunca tinha visto a minha melhor amiga agir assim com alguém que ela havia conhecido há minutos atrás, mas algo a mais me chamava à atenção.

Sabe quando você está caminhando na rua e tem a sensação de que esta sendo observado? Era exatamente o que eu estava sentindo no momento, porém essa sensação não durou muito já que chegamos ao bloco E, onde ficavam os nossos alojamentos.

Todas as meninas entraram no alojamento de forma educada até mesmo cautelosa, tirando Normani que fez a sapateira que estava no canto da pequena sala de cesta de basquete e se jogou no sofá como se seu corpo pesasse uma tonelada.

Mesmo que algumas das meninas estivessem com aquela carinha clichê de cansaço, ainda se mantiveram animadas. Lana, Lucy e Vero pareciam as mais animadas ali, mas quando virei para Camila, a latina parecia pensativa, longe, com a cabeça nas nuvens. Eu tentava mapear toda a situação na cabeça até ser interrompida por Vero que me chamava pra buscar as bebidas.

- Vamos buscar, Lo? – Vero se aproximou.

- Sim, sim, é aqui na frente mesmo. Vamos! – respondi sem pensar duas vezes e Lana completou se aproximando da gente. - Ah, eu vou com vocês, preciso pegar o carregador do celular.

Ao adentrarmos no alojamento 10, Lana foi em direção a sua cama pegar o carregador do seu celular e Vero tirar os engradados de dentro de sua mochila.

- Quer ajuda, amiga? – disse me colocando a disposição de Vero.

- Não precisa, Lo. Esse braço aqui é o que eu mais malho. – Vero respondeu e Lana soltou uma risada do outro lado do quarto enquanto colocava uma jaqueta vermelha da Ferrari parecida com a parte de cima daqueles macacões de corredor de formula 1.

- Idiota! – falei me entregando a piadinha de Vero e rindo também.

- Lana, você pode ajudar a branquela aqui a levar pro outro alojamento? Eu preciso ir rapidão ao banheiro. –Vero pediu a mais velha que logo fez um sinal de joinha e veio em minha direção.

- A sua amiga é uma comédia, Laurenzo. – disse Lana rindo enquanto me ajudava com as bebidas, mas completou. – Aproveitando que ela não está aqui agora, posso te perguntar uma coisa?

- Ah, Lana. Não acredito que você quer pegar até a minha melhor amiga. – fingi indignação.

- Hã? Não! Não é isso não, sua doida. Serei direta. – agora a mais velha mantinha um rosto mais sério. – A Camila... Vocês tem algo? Você é afim dela ou algo do tipo?

Droga!

Eu não esperava mesmo por essa pergunta, nem hoje e nem nunca. Tentei me manter o mais calma possível e não deixar transparecer o que eu estava sentindo naquele momento.

Eu e essa péssima mania de reprimir o que sinto.

Era mais do que claro que eu gostava da Camila, que queria ela pra mim, que queria beijá-la, que eu queria tocá-la e mais um monte de coisas, mas não é assim, não é tão fácil. O que eu diria pros meus pais? Meu Deus, o meu pai nunca mais falaria comigo.

O MEU PAI ME ODIARIA!

Antes que eu tivesse um colapso nervoso disparei.

- Não, eu não sinto nada pela Camila. Nós não temos nada, vai em frente. – falei e dei o sorriso mais forçado e amarelo da minha vida.

Lana me olhou desconfiada por alguns segundo e então sorriu de volta e foi em direção a porta do alojamento se retirando do cômodo.

- Que porra foi essa, Lauren? – Vero que certamente escutou a conversa saiu em disparada ao meu encontro. – Você vai dar a sua garota de mão beijada pra outra assim? O que tá acontecendo? – Vero completou segurando os meus braços com uma expressão de preocupação?

- Eu...

- Você não tem coragem, é isso? Tem medo do que o seus pais vão achar? – Vero me interrompeu.

- Como você...?

- Eu sou a sua melhor amiga, te conheço, Lo. E não se esqueça de que eu já passei por isso com os meus pais, não se lembra? – disse Vero me interrompendo de novo. – Olha pra mim. – levantei o olhar em direção ao de Vero. – Você não precisa ter medo e não precisa lidar com isso sozinha, eu estou aqui, mesmo que fisicamente só por esse final de semana, eu estou sempre aqui pra você. Então sempre que quiser conversar você pode contar comigo. – completou segurando o meu rosto. – Só não reprima desse jeito o que está sentindo, porque só vai te fazer mal.

Os meus olhos que já estavam marejados ficaram com uma cor verde piscina. Eu não queria chorar e não iria chorar. Não podia estragar a noite da Vero e nem das meninas, já a minha...

- Vem! Me dá um abraço. – Vero me puxou pra um abraço forte e apertado. – Depois se quiser eu te dou umas dicas que deixam as meninas doidinhas naquela hora.

- PARA! – dei um tapa nas costas da minha melhor amiga e começamos a rir, e ainda abraçadas completei com a maior sinceridade do mundo. – Te amo, Vero.

- Te amo, Lolo.

Peguei a minha jaqueta que estava jogada no sofá, saímos do alojamento 10 e demos de cara com Lana olhando para o final do corredor com cara de desconfiada.

- Algum problema, Lana? – Vero perguntou confusa.

- Não, eu só achei que... Ah, não é nada. Vamos antes que alguém nos veja carregando essas bebidas. – Lana olhou novamente para o final do corredor e entramos as três no alojamento 5.

Fui de encontro ao tapete que parecia bastante confortável e gostoso e acabei me sentando ali mesmo do lado de uma latinha enquanto Vero organizava as bebidas que trouxemos em uma pequena mesinha de centro. Eu observo essa simples cena enquanto tentava estabelecer o meu emocional que havia sido abalado há minutos atrás com uma simples pergunta que a Lana me fez.

Respira, Lauren. Isso! Só respira.

- Que bom que vocês pediram refrigerante com a pizza, não faço ideia de como ficaria o gosto de vinho com energético. – a pequena disse fazendo com que todas rissem e me colocassem de volta ao mesmo ambiente de antes.

Normani como um mágico que tira o coelho da cartola tirou uma garrafa de vodca do estofado do sofá me deixando completamente impressionada com a criatividade que menina negra teve para esconder aquela garrafa enorme. Alguns minutos se passaram, a pizza chegou e eu já me sentia bem melhor, estava sendo realmente divertida essa confraternização com as meninas do alojamento da frente.

A pizza estava realmente boa, eu já tinha até perdido a conta de quantos pedaços havia comido e dessa vez nem acabei focando muito na bebida. Conversa vai, conversa vem e Ally sugere que víssemos algum filme na Netflix, mas aquela noite não pedia um filme chato que todo mundo dormiria no início e que Ally e Camila chorariam no final, então a linda da Lana sugeriu jogar Verdade ou Consequência, algo que eu não jogava desde a época da escola.

Época da escola. Como se não fizesse só alguns meses.

Ri do meu próprio pensamento e foquei nas meninas outra vez. Elas começaram a falar sobre as possibilidades de o jogo acontecer. O que poderia acontecer demais nela, não é? Até eu escutar a mulher mais velha falar.

- Eu topo que me mandem beijar alguém, agora passa pra cá esse "vinhão"! - Lana esticou o braço para logo receber a garrafa de Vero.

Não! Não! Não! Não! Não! Lauren, sua burra! É claro que isso aconteceria. Sua estúpida. ESTÚPIDA!

Novamente atingida em cheia pelas ondas de pensamentos que só não começaram a levar para outro mundo porque percebi Vero me olhando com cara de pura apreensão. Respirei fundo pela milésima vez naquela noite e me manifestei dando outra mordida na pizza que eu segurava como se nada tivesse acontecido.

- Eu não vejo problema nenhum em brincar.

A latina que estava calada até o momento tomou atitude e se levantou e foi até a mesa de estudos que ficava ao lado da estante de livros do nosso alojamento e pegou uma garrafa de plástico que ainda continha água. Abriu a janela e derramou o resto de água da garrafa o que foi o suficiente pra gelar o ambiente de forma bizarra. Em seguida voltou até o círculo e sentou ao lado de Dinah que reclamou na mesma hora em que senti o frio, mas foi logo amparada por um copo de vinho que Lana a entregou. Essas duas já tinham bebido demais, acho que a probabilidade de acordarem de ressaca amanhã é quase de 100%.

O jogo havia começado, Dinah já ria sozinha e tinha os olhos preocupados de Normani pairando sobre ela, Vero e Lucy trocavam olhares um pouco quentes, Lana bebia mais uma dose, Ally apenas observava como se fosse a única com o juízo em dia e Camila não aparentava ser aquela Camila acanhada que era normalmente durante esses dias que a conheci. Pelo contrário, ela estava bastante animada e comunicativa como nunca a vira antes.

As vezes acho que precisamos fugir um pouco da nossa rotina para podermos ver como as pessoas realmente são de verdade. Apenas uma coisa não tinha mudado na latina: o sorriso. O sorriso era lindo como sempre.

Eu sorria sozinha enquanto olhava a latina, mas parei na mesma hora quando a sala do alojamento ficou em silêncio e Camila colocou a garrafa no meio da rodinha.

No primeiro giro que Camila deu a garrafa parou com a boca apontada para Ally e a outra ponta apontada para Lana.

- Vai Ally, você pergunta. - Camila disse

- Certo... Verdade ou consequência, Lana? - a baixinha perguntou estreitando os olhos de uma forma bem engraçada.

- Consequência, claro! – respondeu Lana com convicção como se fosse o óbvio. A mais velha já parecia um pouco alterada por conta da bebida, mas nada que não desse para controlar.

As meninas gritaram novamente com a ousadia da mais velha, o que eu já esperava, então nem me surpreendi muito.

- Hmm, vamos lá... Quero que revele algo na rodinha que jamais diria se estivesse sóbria. - Ally anunciou como se estivesse pedindo para Lana abrir um arquivo confidencial do governo americano e ler em solo russo.

- Queria estar morta. - Lana disse e todas trancaram a cara como se fosse algo realmente mórbido, mas eu sabia que se tratava de uma música que a Lana havia escrito. A mais velha já tinha me mostrado a composição que fez quando estava na famosa ''bad'' em uma parte difícil de sua adolescência nada humilde.

Eu estava me segurando pra não rir e estragar o clima sério que ficou, porém, Dinah que já estava mais alegre do que o normal começou a rir e assim todas as outras perceberam que era piada, tirando Ally que deu um pequeno sermão na mais velha como se fosse aquela sua tia que é da igreja.

- Não pequena Ally. Eu disse que queria estar morta, não que iria me matar. - Lana explicou ainda rindo e eu entrando na brincadeira completei fingindo estar totalmente surpresa com a declaração da mais velha. - É Lana, por essa eu não esperava.

Após a declaração assombrosa de Lana, ela e Dinah tiveram um pequeno diálogo pra tirar a prova de quem havia bebido mais naquela noite até que a outra rodada começou.

Camila ainda parecia se divertir bastante com a interação das meninas mesmo sem ter colocado uma gota de álcool na boca e eu continuava a espiando sem que ela percebesse. A latina rodou novamente a garrafa e eu comecei a rezar para todos os santos que não desse merda, que no caso seria Lana ganhar a chance de beijar a Camila.

A garrafa caiu com a tampa virada para Lana e a ponta virada para Lucy.

- Verdade ou consequência Lucy? - Lana perguntou.

- Verdade. Eu ainda não tenho álcool o suficiente para aguentar uma consequência. - ela riu.

- Tá bem. Qual é o lance com a Vero? – Lana sempre tão direta.

Comecei a rir sarcasticamente, mas tratei de cobrir a minha boca com a minha própria mão ao receber o olhar de reprovação da minha melhor amiga.

- Que absurdo essa pergunta, ela me conheceu hoje, ainda não tem como formar uma opinião! - Vero se defendeu

- Claro que tenho. Inclusive você está indo muito bem. - Lucy anunciou deixando Vero boquiaberta com a resposta positiva que recebeu.

Eu não poderia perder a chance que Deus estava me dando naquele momento, então me estiquei até Vero e fechei a boca dela com a mão e recebi uns tapas da minha melhor amiga devido ao deboche básico.

- Ótimo! Na próxima rodada já podemos pedir beijo então. Vai Camilinha, gira a garrafa aí. - Lana pediu enchendo alguns copos com vinho e colocando próximo a garrafa.

Novamente aquela sensação que eu não sabia nem definir tomou conta de mim. Era uma mistura de desespero com decepção comigo mesma.

Agora aguenta, sua trouxa!

Camila rodou a garrafa novamente e a tampa parou direcionada para mim e a ponta para ela mesma. Na mesma hora Camila ficou vermelha e eu sem ar.

Respira, porra!

Pelo visto eu não tinha sido a única a ficar apreensiva. Normani e Dinah se entreolharam e beberam cada uma o que tinha em seus copos. Lucy ficou apenas em silêncio, Vero estava com a boca semiaberta como se esperasse algo, Ally assistia normalmente enquanto comia uma fata de pizza e Lana apenas enchia mais uma vez o seu copo. Eu estava completamente receosa e por puro reflexo comecei a mexer em meus cabelos com a mão esquerda antes de perguntar.

- Verdade ou consequência, Camila? - perguntei entortando a boca para o lado em seguida mordendo a própria bochecha.

- Verdade. - Camila disse um pouco tímida. E foi na primeira vez na noite que a vi como ela realmente costuma ser na minha presença.

Meu cérebro começou a processar as informações de forma voraz buscando uma pergunta que não a deixasse constrangida.

- Err... Então, qual o seu maior medo? - perguntei após me ajeitar numa melhor posição encarando a latina meio receosa.

- Tenho medo de não ser feliz. De deixar algo impedir minha felicidade, de não conseguir alcançá-la. Me apavora saber que todos os dias temos inúmeras oportunidades que provavelmente não perceberemos e deixaremos passar. Então é isso, tenho medo de infelicidade.

Eu não conseguia quebrar o contato visual com Camila e suas palavras se repetiram na minha cabeça como eco.

'' Me apavora saber que todos os dias temos inúmeras oportunidades que provavelmente não perceberemos e deixaremos passar''.

Aquelas palavras me deixaram um pouco triste. Não sei se foi uma indireta ou se ela estava relacionando isso com o geral da vida. Sendo um ou outro, não fui poupada daquele frio que subiu até a região do meu peito e me causando um grande incomodo. O nosso contato visual foi quebrado por palmas que Dinah batia e todas voltaram o foco ao centro da rodinha.

- Vocês são bem intensas, hein? Uma queria estar morta, a outra quer ser feliz a todo custo... Mas não vamos esquecer a putaria, então Camila, roda a garrafa aí pra ver quem vai beijar quem. – disse a minha melhor amiga que parecia um pouco alterada.

- Oi? Não vou participar disso não, vou ao banheiro, joguem sem mim aí, já volto. - Ally disse levantando e saindo em direção ao banheiro.

- Continuando, Camila... - Vero pediu novamente.

A latina prontamente obedeceu e rodou. Dessa vez Vero parou a garrafa forçadamente na direção dela mesma.

Vai dar merda!

- Olhem só, sou eu! Vamos ver quem eu vou beijar. - Vero disse com aquela cara fingida que ela fazia quando nos livrava dos problemas na escola.

Vero rodou a garrafa e parou forçadamente de novo na direção de Lucy.

Ah, jura?

Sem pestanejar, Vero engatinhou por cima da garrafa até a outra ponta da roda na direção de Lucy e a beijou com vigor resultando na comemoração de todas ali presentes. Digamos que Vero nunca foi daquelas meninas que se faziam de santinha pra ganhar as meninas. Todas já sabiam como ela era, mas pelo visto isso não era problema nenhum.

- Okay gente, segue normal. É minha vez de beijar, vou girar a garrafa. – a mulher mais velha se manifestou.

PORRA! NÃO, LANA! NÃO!

Meus pensamentos eram gritados na parte mais clara da minha consciência, mas como a covarde que eu sou eu não consegui me mexer e nem interferir no que estava pra acontecer bem do meu lado.

Lana girou a garrafa...

Por obra do destino ou até mesmo um castigo, a tampa da garrafa parou virada pra Camila e Lana não pensou duas vezes. '' - Bem, com licença.'' foi a última coisa que eu ouvi antes da mais velha ir de encontro a Camila e a beijando. A latina nem sequer relutou.

Desviei o olhar e respirei fundo. Eu não me lembrava de um momento em que fui tão covarde em toda a minha vida. Tinha me sujeitado a uma humilhação moral que eu mesma criei por puro medo. Mais uma vez medo. Eu estava me odiando tanto por me sujeitar a algo do tipo que chegava a ser vergonhoso e ficou mais ainda quando percebi os olhares de Dinah e Normani sobre mim.

O beijo de Camila e Lana no tempo normal não durou muito, mas pra mim parecia ter sido uma eternidade, claro. Eu queria sair da li. Acho que Normani sentiu o clima pesar e usou a desculpa de que Dinah havia bebido muito para retirar a morena bêbada de lá e Ally adentrou ao cômodo falando no telefone sem nem perceber o climão.

"Você não quer dar um pulinho aqui? Você poderia conhecer as meninas, estão todas reunidas... Não, não tem problema nenhum. Um rapaz dormir no dormitório seria o de menos, tem muita gente aqui e até bebidas... Ah então Okay Troy, tudo bem então... É, tá, desculpe por insistir. Boa noite pra você também."

Esse cara sempre tão misterioso. Eu deveria manter os olhos em cima dele. Bom, se pelo menos eu soubesse a aparência dele eu faria isso sem pensar duas vezes e ainda colocaria as meninas pra me ajudar.

'' Me apavora saber que todos os dias temos inúmeras oportunidades que provavelmente não perceberemos e deixaremos passar''.

MERDA!

Aquela frase novamente ecoando na minha cabeça. Claro que era pra mim. Eu devia ter pegado aquela maldita garrafa, eu devia ter girado, parado em direção a Camila e a beijado sem remorso nenhum.

Aquilo já estava me sufocando.

- Onde vai dormir, Lauren? – meus pensamentos foram cortados bruscamente por aquela voz doce da Camila.

AH, QUE SE FODA!

- Eu preciso falar Camila, não aguento! – me levantei e puxei a latina pela mão em direção ao corredor dos alojamentos deixando Ally e Lana que umedeceu os lábios cobertos de bebida sem entender nada.

- O que está acontecendo, Lauren? – perguntou Camila completamente assustada.

- Eu... Você... Por que deixou a Lana te beijar? – perguntei soltando a mão da latina.

- Hã? A questão não é essa, Lauren. – Camila se manteve calma e extremamente autoritária como se tivesse toda a razão do mundo.

- Ah, não? – eu estava começando a me irritar.

- Não!

- Então qual é? – eu já estava quase gritando quando a latina fechou mais ainda a cara e respondeu.

- Por que você deixou ela me beijar? Você deixou ela me beijar. Se não quisesse que isso acontecesse você pelo menos teria intervindo, mas não. Mais uma vez você me entregou de bandeja pra outra pessoa. – Camila agora já estava alterada e segurando as lágrimas, mas continuou. – Eu não sei o que acontece com você, Lauren...

Eu já não tinha mais como inverter o placar ao meu favor. Tudo o que Camila falava era a mais pura verdade. Eu não podia mentir.

- Camila...

- Uma hora você parece que me quer, mas depois mostra totalmente o contrário...

- Camila, por favor...

- Se você não me quer, não me ilu...

- CAMILA! EU TENHO MEDO! – gritei como se estivesse me libertando de correntes, mas a latina automaticamente tapou a boca e me puxou para dentro do meu alojamento e fechou a porta atrás de mim.

- Você não pode gritar desse jeito no corredor dos alojamentos às 3 horas da manhã, Lauren. – sussurrou a latina com cara de poucos amigos.

Os meus pulmões trabalhavam a mil por hora naquele momento e eu não tinha o mínimo controle deles.

O alojamento estava todo apagado e a única luz que estava presente era a que entrava pela janela causando uma meia luz muito agradável dando um ótimo clima ao ambiente da sala.

É um ótimo lugar para...

-Você não vai falar nad... – não deixei com que Camila terminasse a frase e a puxei pela cintura grudando os nossos corpos deixando as nossas bocas muito próximas uma da outra.

- Lauren, o que você est...

Não teve tempo de Camila terminar a frase. Não teve tempo porque eu a beijei com tanta vontade que faltou ar pra tudo naquele momento. De um minuto para o outro a sala daquele pequeno alojamento em Yale começou a parecer uma sauna de tão quente que estava ficando.

Minhas mãos que estavam na cintura de Camila começaram a pressionar aquela região conforme o beijo ficava mais intenso. Curvei um pouco o meu corpo e caminhei as duas mãos até a coxa da latina onde ficava o final do seu vestido. A latina suspirou pesado, mas não demonstrou nenhuma vez que queria que eu parasse, então continuei e subi um pouco o seu vestido. Camila deu uma pequena pausa no beijo e soltou uma pequena lufada no ar quando direcionei os beijos para o seu pescoço.

- Lauren... – a latina soltou baixinho no meu ouvido em uma espécie de gemido.

Eu estava vivenciando sensações que nunca achei que fossem possíveis. Ouvir Camila falar o meu nome daquela forma ao pé do meu ouvido fez a minha calcinha umedecer na mesma hora. Eu estava perdendo o controle quando a latina me segurou forte pela jaqueta e me jogou no sofá de forma rude. Eu estava gostando daquilo, não vou negar, mas pelo visto não era a única.

Conforme sentei no sofá, Camila que estava de frente pra mim levantou um pouco mais o seu vestido fazendo eu me perder nas curvas marcadas pela luz fraca que entrava naquele cômodo. Eu não conseguia ver o rosto de Camila até ela dar um passo a frente, separar as minhas pernas com uma de suas pernas e sentar de costas pra mim no meu colo. A bunda da latina começou a pressionar a minha intimidade que naquele momento já estava latejando de tesão.

- Porra, Camila. – puxei o ar. – Assim você me deixa louca.

Ouvi a latina soltar uma risada nasal e virar o rosto de lado para me olhar. Camila estava indescritível naquele momento. Nunca pensei que um dia veria aquela expressão de total excitação que a latina sustentava.

- Você começou, agora aguenta. – disse a latina mordendo o lábio inferior e pressionando mais ainda aquela bunda enorme na minha intimidade.

Meu corpo estava pegando fogo. Tentei tirar a jaqueta, mas Camila no mesmo momento interveio jogando o seu corpo pra trás nos deixando totalmente grudadas e o seu pescoço totalmente exposto pra mim.

- Não tira. Continua com ela. Eu amo quando você tá usando, agora então... te deixa com um ar muito mais sexy.

Aquelas palavras que ao contrário das anteriores na brincadeira de Verdade ou Consequência, me fizeram morder o lábio inferior me impedindo de soltar um gemido de satisfação e então comecei a alisar a barriga da latina e desferir beijos molhados e pequenos chupões na região do pescoço da latina.

Camila estava ficando mais intensa a cada toque. Naquele momento de prazer eu não me questionei como que uma menina que mal havia beijado conseguiria fazer coisas tão precisas e ousadas como estava fazendo naquele momento. Não a via como santa, mas também não imaginava que a latina sabia jogar dessa forma.

A latina começou a dar leves reboladas no meu colo quando minhas mãos subiram em direção aos seus seios. Eles não eram grandes, mas eles cabiam completamente nas minhas duas mãos e isso já era o suficiente pra eu massagear aquela área sem nenhuma problema.

Camila já soltava gemidos mais altos quando se levantou me deixando ter visão daquela bunda meio exposta pelo vestido que só cobria a metade da sua bunda maravilhosa.

Porra! Que bunda é essa?

Antes que eu pudesse admirar mais ainda aquela bunda na minha frente à latina subiu no sofá colocando uma coxa de cada lado na minha cintura e sentou no meu colo de frente pra mim. Conforme Camila fez isso o seu vestido subiu mais ainda deixando com que eu sentisse a sua calcinha totalmente molhada aquecer a região do meu quadril. Eu já tinha perdido completamente o controle de tudo e ela também.

Eu ameacei a subir mais ainda o vestido da latina, mas Camila segurou as minhas mãos e levou de encontro as suas coxas.

- Não vai ser assim tão fácil não, Jauregui. – disse a latina jogando o cabelo para o lado e tirando os fios que grudavam em sua testa.

- Desculpa se eu... – dessa vez quem não completou a frase foi eu, pois fui atacada pelos lábios carnudos e ferozes da latina quente que estava em cima de mim.

Conforme eu intensificava o beijo, Camila rebolava no meu colo sem pudor nenhum. Ambas estavam totalmente entregues a aquele momento de prazer. As unhas da latina cravadas no meu pescoço me proporcionava cada vez mais uma dor prazerosa que eu não queria que acabasse.

Comecei a descer os beijos em direção ao busto de Camila, mas uma gritaria no corredor nos despertou daquele momento. Eu conhecia aquela voz.

Lana!

Camila foi retornando ao mundo real e seu rosto gradativamente voltou a ser daquela menina doce que eu conheci em Yale. Nos entreolhamos e a latina saiu do meu colo arrumando o seu vestido as pressas e eu as minhas roupas que estavam todas desalinhadas. Corremos em direção a porta que rapidamente foi aberta por Camila.

- SAI DAQUI, SEU IDIOTA! – Lana gritava.

Não entendi aquela cena até olhar para a metade do corredor e ver Shawn Mendes segurando uma das latinhas que levamos ao alojamento para a social da pizza.

- O que esse idiota tá fazendo aqui há essa hora? – perguntei indignada.

Shawn não disfarçou nem um pouco quando avistou Camila ao meu lado com o vestido amassado e relativamente suada. Em seguida olhou pra mim e começou a alternar os olhares entre nós duas. Lana achou aqui estranho e olhou pra mim e pra Camila da mesma forma que o rapaz alto.

- Mas que porra é essa, Jauregui? O que vo...

Ele nem terminou as frase e já veio na toda em minha direção bufando de raiva. Naquele momento eu senti muito medo ao ver a latinha que ele segurava totalmente amassada pela força de sua mão.

- Você fique aí. Não dê mais um passo ou eu chamo os seguranças do campus. – Ally apareceu do nada se metendo na minha frente como se fosse um escudo. Um escudo de meio metro muito bravo por sinal.

- Não se meta, garota! O assunto é entre eu e essa piranha. – gritou Shawn totalmente fora de controle chegando a cuspir de raiva.

- Piranha é a sua mãe. Aliás, como vai aquela safada? – Vero apareceu no corredor com um sorriso totalmente sarcástico e entrou na minha frente ficando do lado de Ally.

- O que? Como ousa...? QUEM É VOCÊ? – Shawn já estava vermelho.

- Shawn, o que é isso? – agora a voz doce de Camila se sobressaiu no meio daquela gritaria e tensão.

Por um momento Shawn voltou ao normal ao olhar pra Camila do meu lado, mas logo retornou ao tom agressivo.

- Camila... Como você tem coragem de trepar com a Jauregui? Com uma mulher. Você é melhor que isso, pode conseguir qualquer cara desse campus e mesmo assim se agarra com essa nojen...

- Não termine essa frase. Não termine. – a latina deu um passo à frente e completou. – Trepar? Que termo mais grosseiro. Por mais que eu não te deva nenhuma satisfação, Lauren e eu não estávamos ''trepando'' e segundo se isso estivesse acontecido você não teria nada a ver com isso.

- Mas... – Shawn tentou continuar.

- Sem mas. Não sei nem o que você ainda tá fazendo aqui, garoto. - interrompeu Vero de braços cruzados e com cara de desdém.

- Eu tenho certeza que você não é daqui e pelo visto é amiguinha da Jauregui, porque o nível é o mesmo. Isso não vai ficar barato, vocês todas sabem que é proibido manter alguém que não é estudante dentro dos alojamentos. E essas bebidas aqui, vão direto pra sala do reitor. - o rapaz alto levantou a latinha amassada que segurava e deu um sorriso vitorioso. – O reitor vai amar saber disso tudo aqui. – completou indo em direção ao final do corredor, mas parou na metade virando com um sorriso medonho. – Você não precisa preocupar não, Mila. Vou te deixar fora disso e quando elas forem expulsas você pode se mudar pro meu alojamento.

O rapaz mais alto virou o final do corredor e desapareceu do nosso campo de visão. Estávamos todas um pouco chocadas por conta da última frase dita por Shawn.

- Quem é esse lunático? – Vero perguntou com cara de quem não estava entendo muito o que havia acontecido.

- O nome dele é Shawn Mendes, filhinho de mamãe, mimado e pelo visto está ficando louco por causa da nossa latina caliente. – respondeu Lana se escorando na parede do corredor.

Algumas pessoas dos outros alojamentos do corredor que meteram a cara pra fora da porta para assistir o showzinho da madrugada voltaram aos seus dormitórios e tudo ficou em completo silêncio.

- Se eu fosse você eu tomava cuidado, Mila. – Lucy que até então só assistia todo aquele circo se pronunciou com tom de preocupação com a amiga.

O famoso climão estava armado novamente. Camila parecia estar apreensiva.

- Não se preocupa não, Mila. A gente vai cuidar de você. – disse Lucy abraçando Camila com cuidado.

Aquela cena foi quebrada pelo som do telefone de Lana que sorriu para a tela do celular e se despediu das meninas dizendo que ainda tinha um compromisso, mas antes de ir embora a mais velha andou em direção ao nosso alojamento esbarrado em tudo que dava e voltou com uma mochila com as bebidas que restaram da social. Se escorou em mim e falou baixinho no meu ouvido.

- Você é uma mentirosa, Jauregui, mas esteja ciente que depois conversaremos sobre isso. – apontou para as minhas roupas completamente amassadas e completou tentando manter uma linha de raciocínio. - Saiba que não vamos nos meter em problema, estou indo resolver isso agora. – balançou a mochila. - Mantenha a sua amiga longe do nosso alojamento só por hoje e tenta limpar o máximo de lugares que tenha caído bebida. Aquele babaca não pode chagar ameaçando o nosso squad assim. – apertou a ponta do meu nariz e saiu.

O que Lana ia fazer com aquelas bebidas eu não sei, mas com certeza seguiria as orientações dela sobre sumir com as provas do crime.

As meninas conversavam sobre algo relacionado as atitudes de Shawn, porém como já estava bastante tarde e tínhamos um pequeno problema pra resolver, resolvi me adiantar.

- Meninas, precisamos sumir com o resto das provas do nosso crime hoje caso alguém venha ao nosso alojamento fazer uma busca. Vero, você vai ter que dormir em outro lugar.

- O que? Mas como que eu vou sair no meio dessa minúscula cidade atrás de um hotel a essa hora da noite? – Vero contestou.

- Calma, criatura. Não deixa nem eu terminar. Foco! – dei uma pequena risada e olhei em direção a Lucy e perguntei. – Lucy, você pode abrigar a mala da minha melhor amiga no seu alojamento só por hoje?

Vero rapidamente mudou sua expressão de preocupada para a quem havia pensado uma dúzia de sacanagens.

- Claro, não seria nenhum problema. – e agora foi à vez de Lucy fazer a tal cara.

Aquela cena era realmente engraçada, mas não durou muito, pois Lucy se despediu da gente e levou Vero com ela para o andar de cima dos alojamentos.

- Bom, só sobrou à gente. Eu vou ajudar vocês arrumarem aquela bagunça já que eu participei também, só vamos tentar fazer isso no maior silêncio possível para não acabarmos acordando a Mani e a Dinah. – falou Camila em um tom solidário caminhando em direção ao meu alojamento e de Ally.

- Você é mesmo um anjo, Mila. – a pequena disse ao entrar no alojamento junto dela.

Anjo? Nem tanto, Allyzinha.

Soltei um sorriso meio cafajeste que só Camila percebeu e ruborizou na mesma hora.

Após arrumarmos tudo Ally nos deu boa noite dizendo que iria para o banho e em seguida dormir. Novamente eu e Camila estávamos sozinhas na sala de um alojamento em Yale.

- Bom, eu vou embora. Daqui a pouco já está amanhecendo. – a latina disse olhando em direção à janela da pequena sala.

- Você tem razão. Eu estou exausta... – tossi em sinal de desconforto com o silêncio que se apresentou naquele momento e completei. – Me leva até a porta? – Camila sorriu e caminhou na minha frente, mas antes que ela chegasse à porta eu segurei o seu braço virando-a de frente pra mim fazendo com que as suas costas encostassem na porta.

- Espera. Eu preciso te dizer algo. – tentei focar nos meus pensamentos, mas aqueles olhos castanhos focados nos meus lábios não deixavam.

- Camila...

Ela levantou o olhar, colocou os braços pra trás do corpo que ainda estava encostado na porta e fez sinal com a cabeça pra que eu continuasse a falar.

- Eu queria deixar claro que eu não me arrependo do que aconteceu a momentos atrás. – segurei o seu queixo com uma das mãos. – Mas peço que tenha paciência comigo. Eu...

- Eu sei, você tem medo, Lauren. Não precisa repetir. – Camila segurou o meu rosto com a mão esquerda e completou. – Você acha que eu não tenho medo de tudo isso que está acontecendo não? – suspirou fundo. – Eu também tenho medo, mas tenho mais medo ainda de não aproveitar essas oportunidades que a vida dá.

Camila tinha razão. Ela tinha razão em tudo aquilo que falava e eu estava em um momento de coragem que eu sabia que não duraria por muito tempo.

- Você me ajuda? Me ajuda a lidar com esse medo? Eu não quero mais ser covarde ao ponto de ver alguém quem eu gosto muito nos braços de outra pessoa.

A latina agora sustentava um sorriso largo e lindo que automaticamente me tirou todo o ar que me restava.

- É claro que eu ajudo. Só que você vai ter que me prometer ser forte e que vai tentar de verdade como nunca tentou nada antes na vida.

Eu via esperanças nos olhos de Camila e aquilo era demais pra mim. Demais ao ponto de me fazer lutar por aquele sentimento que era o mais forte que eu já havia sentido antes.

- Eu prometo!


___________________________________________________________

Pessoal, não vamos julgar a Lauren nem chama-la de frouxa por ter medo do que os seus pais pensariam dela, ainda mais o pai que já detesta a ideia dela fazer o curso de artes e a tratar diferente por causa disso. O que a Lauren passa muitas pessoas, na maioria jovens, na vida real passam também.

Algum de você passam ou já passaram por essa situação?

Então peço que tenham um pouquinho de paciência com o desenvolvimento emocional da nossa Lauren e veremos até onde ela vai com tudo o que acontece com ela em Yale.

Bom, até breve <3

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