Amor Por Acaso

By Dezinhs

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A mudança de Boston para Nova York havia sido sua tentativa de escapar do passado, de deixar para trás as lem... More

01. Lar doce Lar
02. Beco Sem Saída
03. Seguindo o Ritmo
04. O Passeio Inesperado
05. Fazendo as Regras
06. Apenas um Favor
07. Sob as Estrelas
08. Um Enlace
09. Sobrevivendo
10. Movendo-se
11. Lugar Secreto
12. Há um Lugar
13. Agridoce
14. Montanha Russa
15. As Peças
16. O Jogo de Tênis
17. Noite Das Garotas
18. Noite Das Garotas II
19. Entre Conselhos
20. Algumas Decisões
21. Pés na Areia
23. A Confusão
24. Diga-me
25. Palavras ao Vento
26.O Casamento
27.Deveria Esquecer
28.E Se Tentar?
29. Manhattan City
30.Uma Distração
31. A Velha Rotina
32. Reuniões
33. A Oportunidade
34. Deveríamos Conversar
35. Reconciliando
36. Conversas
37. Faria-me, um favor?
38. Reencontro
39. Enfim Juntos
Epílogo

22. Apenas Sinta

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By Dezinhs


Naquela tarde cinzenta e chuvosa, as gotas de chuva deslizavam preguiçosamente pelas janelas, formando padrões irregulares nos vidros embaçados. O som suave da chuva batendo contra o vidro criava uma trilha sonora tranquila e contemplativa no quarto, envolvendo-o em uma atmosfera serena e introspectiva.

Anna, com sua energia inquieta, perambulava de um lado para o outro. Cada passo ecoava suavemente pelo assoalho de madeira. Enquanto isso, Evelyn, conhecida por sua impecabilidade e elegância, dedicava-se aos preparativos para sair com Charles.

Já se passava uma semana desde a inesquecível festa na casa de praia, mas as lembranças ainda estavam vivas na mente de Anna. Um suspiro profundo revelou o desagrado que ela sentia em relação à sugestão de George, seu noivo. Anna não conseguia se entusiasmar com a ideia, e isso a incomodava profundamente. Enquanto Evelyn terminava seu penteado com habilidade e graciosidade, observava discretamente Anna através do reflexo do imenso espelho.

— Veja só, está chovendo lá fora, e eu acredito que seria uma decisão muito desfavorável sair neste momento. Além disso, sinceramente, não acho que você vai se agradar da companhia de Charles. Ele tem um jeito peculiar, digamos assim — soltou Anna, quebrando o silêncio com uma pitada de angústia.

Evelyn mostrou-lhe um sorriso lento e malicioso, terminou de ajeitar os cabelos em um perfeito penteado, girou sobre os calcanhares e se aproximou de Anna.

— Não vou devorá-lo, fique tranquila — sussurrou Evelyn e, por fim, depositou um beijo na face rosada de sua irmã.

Anna fechou os olhos tentando relaxar, o que seria impossível, mas a seguiu calada. Evelyn trajava um vestido cavado de tom vermelho, com corpete justo e saia rodada, e usava saltos de 15 cm pretos. Assim que ambas chegaram ao topo da escadaria, Charles praguejou em silêncio enquanto aguardavam; elas desceram os degraus lentamente. Atravessaram o saguão e pararam; George fora o único a dizer alguma palavra, enquanto seu irmão permanecia calado a encarando, sem demonstrar nenhuma reação.

Evelyn estendeu a mão na direção dele, pegando-o de surpresa, mas, ao contrário do que ele aguardava, ela o entregou seu casaco de couro legítimo e continuou seus passos em direção à porta da frente; George segurou uma risada. Assim que abriu a porta, pôde notar o céu de cor âmbar escura; estava nublado, e trovões ribombavam à distância. Byron já estava os aguardando há quase meia hora; caminharam na direção da Mercedes, mas assim que os viu, abriu a porta do carro para que ambos entrassem.

Ele sentou-se de frente para ela, fazendo-a parecer ainda menor; permaneceram metade do trajeto em silêncio. Evelyn cruzou ambas as pernas, notou um pequeno olhar, que fez surgir um sorriso espontâneo em seus lábios perfeitamente pintados.

— Você curte ópera? — Perguntou Eve, quebrando o silêncio.

Charles ajeitou-se sobre o macio banco de couro, desviando seus olhos para a janela.

— De forma moderada — respondeu em um tom sutil.

Únicas palavras que conseguiram trocar durante o trajeto, mas assim que Byron estacionou em frente ao belo teatro municipal de Boston, Evelyn sentiu um alívio. Não demorou para que o motorista abrisse a porta para ambos saírem. Charles foi o primeiro a sair do veículo, logo se virou e estendeu sua mão na direção dela, que não recusou. Ela segurou-a, não pôde deixar de notar o quanto a mão dele era imensa e tão macia perto da sua. Sorriu, mas assim que avistou Michael parado junto à entrada em companhia de uma moça alta e de cabelos loiros, desfez rapidamente o sorriso.

Seria inevitável passar despercebida, agarrou rapidamente a mão de Charles, que mesmo relutante aceitou; ambos caminharam na direção da entrada, ela mostrou um sorriso ácido e acenou, porém, não fez menção de parar para cumprimentá-lo como deveria.

Evelyn tinha comprado ingressos para os melhores assentos, os que ficavam no andar superior à direita do palco; Charles abriu a porta que dava acesso aos lugares, e ela soltou um longo suspiro ao sentar-se.

— Mas que cretino, como pode estar aqui se nem gosta de teatro e quem dirá ópera? — Resmungou ela ajeitando-se — Realmente não sei o que há com vocês homens, um dia são prestativos e no outro são tão cretinos.

Charles a encarou por alguns segundos, não disse uma palavra sequer, apenas a deixou falar, balançou descontroladamente a cabeça e voltou seus olhos para frente, na direção do palco. Alguns segundos depois, ele sentiu a mão dela apertar a sua, fazendo-o se virar em sua direção.

— Não pode ser! — disse, virando-se na direção de Charles — Aquele desgraçado vai sentar-se ao nosso lado?

Michael só podia estar brincando, mas o rosto perfeitamente maquiado de Evelyn ferveu de raiva, deixando evidente que estava arrependida de estar ali. Por um segundo, Charles cogitou levantar-se para ir embora, mas, para sua surpresa, as luzes se apagaram, dando início à apresentação.

Aquelas seriam as duas horas e meia mais longas de toda a vida de Charles. Enquanto se ajeitava, ele voltou seus olhos na direção dela e ficou encantado com a sua beleza deslumbrante. Charles teve que se esforçar para não rir ou demonstrar qualquer reação. Eve, por sua vez, não conseguia prestar atenção na peça que estava sendo apresentada.

Charles se inclinou em direção a ela, que fez o mesmo, e quando se virou para dizer algo, seus rostos se chocaram e quase se beijaram. Rapidamente, ele se endireitou e, felizmente, a pouca luz escondeu o rubor em seu rosto. Evelyn revirou os olhos, mas se aproximou dele.

— Essa música está me dando dor de cabeça — murmurou ela, roçando levemente a ponta do nariz no rosto de Charles. — Podemos ir para outro lugar e tomar algumas bebidas.

Ele concordou; afinal, já tinha assistido à peça "Romeu e Julieta" umas dez vezes. Ela se levantou tão rapidamente que acabou esbarrando em Charles. Evelyn arfou, estava propensa a desastres naquela noite. Seus pés dobraram e ela quase perdeu o equilíbrio, mas a mão habilidosa de Charles a salvou da queda. Agora estavam em pé, separados apenas por um pequeno espaço entre seus corpos.

Por um segundo, Evelyn encarou Charles e sentiu seu coração disparar no peito. Rapidamente, ela se afastou em direção à porta de saída. Ela precisava dele para que seu plano fosse concretizado. Murmurou para si mesma que tudo estava indo conforme o planejado; não havia motivos para entrar em pânico. Respirou fundo e continuou seu caminho em direção à saída.

Byron estava sentado conversando com outros dois motoristas na frente do teatro. Ele havia estacionado o carro e, ao ver Eve parada na porta de entrada, se levantou desajeitadamente. Jogou o cigarro fora e dirigiu-se até ela.

— Senhorita! — disse o motorista, mostrando um pequeno sorriso.

Evelyn o encarou por alguns segundos e depois olhou na direção de Charles, que estava logo atrás dela.

— Byron, você está dispensado por esta noite — disse ela, sorrindo educadamente. — Vamos até um barzinho que não é tão longe, e depois voltamos de táxi.

O motorista permaneceu estático, encarando-a.

— Está garoando, senhorita — respondeu ele.

— Está dispensado, Byron. Optamos por ir a pé até o barzinho, que fica a algumas quadras daqui.

Antes que ele pudesse mais uma vez insistir em levá-los até aquele barzinho, Evelyn continuou caminhando em direção aos degraus, seguida por Charles. Consciente de que tinha feito papel de tola novamente, fingindo ser quem não era, a boa moça, ela respirou fundo e se virou na direção de Charles, que mantinha os olhos fixados no asfalto molhado da rua quase deserta.

— Charles, você já foi descartado?

Charles arfou, não era fácil ter que contar sobre seu passado, ainda mais para uma estranha. Mas ele se ajeitou e a encarou.

— Na época da faculdade, isso faz tempo, eu fui descartado. A garota era inglesa, recatada e temperamental. Passei quase todo o semestre tentando conquistá-la, mas não fui muito bem e acabei sendo descartado.

Evelyn não conteve uma risada espontânea, o que a deixava ainda mais bela.

— Meu Deus! Isso é sério? — perguntou ela, encarando-o. — Sinceramente, ela não sabe o que perdeu.

Antes que Charles pudesse responder, o garçom trouxe os pedidos: uma vodca e um copo de uísque tradicional irlandês. Os minutos pareciam voar enquanto Evelyn se sentia cada vez mais à vontade. Ela terminou o segundo copo de vodca à sua frente, e seus olhos castanhos, com uma tonalidade indescritível, encaravam Charles a cada segundo, enquanto ela falava sobre sua vida e sua rotina monótona em Manhattan, além de suas paixões passageiras de verão.

Enquanto a conversa fluía, Charles ficava cada vez mais encantado com a personalidade vibrante de Evelyn. Ela era uma mulher criativa e cheia de vida, e sua forma de se expressar era contagiante. A cada palavra que saía de sua boca, Charles se sentia mais atraído por ela. Era como se eles estivessem em sintonia, compartilhando histórias e experiências de forma única.

O tempo parecia ter parado naquele momento, com a atmosfera descontraída e cheia de energia. Charles estava completamente envolvido pela conversa, esquecendo-se de todos os problemas e preocupações do dia a dia. Evelyn tinha o dom de transformar qualquer conversa em algo empolgante e inspirador.

Enquanto os dois continuavam a compartilhar suas histórias, Charles percebeu que estava se apaixonando por Evelyn. Ela era diferente de todas as outras mulheres que ele havia conhecido, e aquele encontro casual estava se tornando algo muito especial.

Mas de repente, a serenidade estampada no rosto de Evelyn foi abruptamente interrompida. Uma mão delicada pousou sobre a sua com uma certa brusquidão, e, ao virar-se, Charles pôde perceber a origem do seu desconforto: Michael Bolton e sua acompanhante. Sem hesitar, Evelyn segurou Charles pela nuca e o beijou de forma intensa. Foi nesse instante que Michael se aproximou da mesa e fez uma provocação:

— Estou atrapalhando o casal?

Evelyn soltou os lábios de Charles e lançou um olhar furioso na direção de Michael, que mantinha um sorriso encantador nos lábios.

— Sim, você está! — respondeu ela de forma seca. — Acredito que existam outras mesas vazias e muitos outros lugares nesta cidade onde você possa ir. Agora, por favor, nos deixe em paz.

Michael, com toda a sua peculiaridade, encarou Evelyn por alguns segundos, para depois voltar seu olhar para Charles, que parecia completamente perdido.

— Não foi minha intenção atrapalhar vocês — disse ele, dando um leve tapa no ombro de Charles. — Espero que saiba onde está se metendo.

A expressão de Evelyn se transformou rapidamente. Ela estava prestes a se levantar, mas a mão firme de Charles a deteve. Michael, com sua acompanhante, se afastava com um sorriso de vitória estampado nos lábios. Evelyn parecia hipnotizada pela situação, mas o toque reconfortante da mão de Charles a trouxe de volta à realidade. Ela sorriu, sentindo todo o estresse desaparecer. Abriu os olhos com cautela e admirou Charles enquanto ele falava sobre os negócios da sua família.

Assim que deixaram o restaurante, caminharam lentamente pela calçada molhada. No entanto, ao se aproximarem do deslumbrante teatro, a chuva começou a cair com mais intensidade.

Sem hesitar, Evelyn segurou levemente o braço de Charles, pedindo para que ele a acompanhasse mais rapidamente. Começaram então uma corrida suave em direção ao Hotel Mirmont Plaza, que ficava próximo ao teatro. Trovões ecoavam ao longe, repetidamente.

Ao entrarem no pequeno e luxuoso hotel, um dos atendentes se aproximou com um sorriso automático nos lábios.

— Peço desculpas, mas não temos mais quartos disponíveis para esta noite.

Evelyn mordeu os lábios e virou-se para Charles, que lutava para se manter em pé.

— Acredito que você não vai negar um quarto para a filha de Edgard Josef Collins — comentou, com a voz um pouco embargada pelo álcool.

Rapidamente, o rapaz modificou sua expressão para algo mais amigável. Com um gesto, pediu que eles o seguissem. Ambos pararam atrás do imenso balcão da recepção, e o jovem entregou a chave do quarto número 35, no terceiro andar. Evelyn retribuiu com um sorriso radiante.

Sem perder tempo, eles se dirigiram apressadamente ao elevador. Ela parou no centro do quarto por alguns instantes. Ao se virar, deu de cara com o olhar penetrante de Charles sobre ela. Sem pensar duas vezes, ela girou nos saltos, ficando cara a cara com ele.

— Fique tranquila! Não vou te morder — disse descontraidamente — A menos que você me peça.

Ela soltou uma risadinha sozinha e desejou ardentemente um banho quentinho. Por outro lado, não tinha roupas secas para vestir, mas isso não a preocupava tanto. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, Evelyn se encaminhou para o banheiro.

Por sua vez, Charles foi até a cama, sentou-se e foi retirando peça por peça até ficar apenas de cueca. Jogou as roupas no canto e deixou seu corpo cair sobre a cama macia. Fixou os olhos no teto decorado e cruzou as mãos sobre o peito. O efeito do uísque já começava a se fazer-se presente em seu corpo.

Trinta minutos depois, Evelyn surgiu no quarto, envolta em um roupão luxuoso gentilmente oferecido pelo hotel. Charles deu um salto, levantando-se rapidamente. Seu rosto ficou rubro, revelando sua surpresa. Ela soltou uma risada divertida, balançando a cabeça enquanto se aproximava da cama. Porém, antes que pudesse se deitar, notou um volume generoso se formando por dentro da cueca preta de Charles.

— Fique com a cama, eu me ajeito no chão — sugeriu Charles, segurando um travesseiro para cobrir sua intimidade.

Evelyn simplesmente se deixou cair na cama e soltou um suspiro aliviado. Seus pés latejavam devido aos saltos altos que ela usava durante a noite. Enquanto isso, Charles não conseguia desviar os olhos das pernas nuas dela e do roupão que realçava as curvas de seu corpo esbelto. Ele estava hipnotizado por aquela mulher de personalidade rebelde.

— De jeito nenhum. Somos adultos e podemos compartilhar a mesma cama sem qualquer interesse sexual — respondeu, encarando-a intensamente. — Se você dormir no chão, eu também dormirei.

Um nó se formou na garganta de Charles. Ele sabia que não tinha como recusar o convite.

— Bom, se é isso que você quer. Afinal, somos adultos — concordou, levantando-se rapidamente e se aproximando da cama.

Evelyn não deu muita importância. Ela deitou-se no lado esquerdo da cama, sentindo que aquela proximidade era extremamente perigosa para ambos.

— É tão difícil se manter forte o tempo todo, especialmente quando parece que todos torcem pelo nosso fracasso — ela o encarou por um segundo, soltando um suspiro pesaroso. — Você me acha irresponsável? — perguntou a jovem.

Mesmo com a pergunta de Evelyn, Charles estava fascinado por sua personalidade única e criativa. Ele sabia que ela tinha um senso de aventura que a tornava irresistível aos seus olhos. Com um sorriso, ele respondeu:

— Irresponsável não é a palavra certa para descrevê-la. Acho que você é corajosa e destemida. Você vive a vida de uma forma que muitas pessoas têm medo de fazer. E é por isso que me sinto atraído por você.

Evelyn ficou surpresa com a resposta de Charles. Ela não esperava que ele enxergasse além de sua personalidade descontraída e rebelde. Era reconfortante saber que ele a apoiava e admirava sua autenticidade.

Enquanto conversavam, a tensão sexual entre eles aumentava. Ambos sentiam a atração e a conexão que existia entre eles, mas também sabiam que tinham que resistir a ela. Estavam determinados a manter uma amizade forte e duradoura.

No entanto, o desejo ardente que sentiam um pelo outro era difícil de ignorar. Estavam prestes a embarcar em uma jornada repleta de emoções e desafios, mas estavam dispostos a enfrentar tudo juntos. Afinal, a vida é muito curta para não se permitir viver intensamente.

Naquele instante, a voz dela se metamorfoseou em um sussurro delicado, como se as palavras estivessem dançando no ar. Um silêncio breve preencheu o ambiente, deixando Charles sem palavras por um momento. E então, ele finalmente encontrou uma resposta, mas não uma resposta qualquer. Com um sorriso curioso, ele disse:

— Não, você não é apenas mais uma pessoa comum. Você tem um jeito único de ser, que brilha como um arco-íris na chuva.

Ela se aproximou ainda mais dele, enquanto era observada em silêncio. Estava ansiosa para desvendar o que se escondia por trás daquela imagem autoritária do rapaz. Sentou-se na beirada da cama e o encarou. Ele apresentava uma expressão suave, completamente diferente do que era habitual.

— Às vezes, as palavras das pessoas conseguem me afetar — sua voz estava embargada de tristeza — Veja minha amada irmã, prestes a se casar e construir sua própria família — fez uma pausa e ajeitou os cabelos no ombro direito. Em seguida, voltou os olhos para encarar Charles, que parecia hipnotizado — Será que ninguém percebe o quanto eu me esforço para ser forte, mesmo após tudo o que passei?

Ao terminar de falar, seus olhos estavam marejados e a voz soava melancólica. Era impossível resistir a ela.

— Não deveria dar ouvidos às pessoas, afinal, todos nós somos diferentes — sua voz soou baixa e rouca — Eu admiro a sua personalidade — sua voz estava carregada de desejo. Seus olhos brilhavam.

Ele sorriu, deslizando suavemente o dorso da mão pelo rosto, provocando uma sede intensa em Charles. A adrenalina percorreu todo o seu corpo, engolindo em seco com dificuldade. Havia muito tempo que ele não experimentava essa sensação. Passou a mão pelos cabelos molhados e, ao se virar, lá estava ela, encarando-o. Nesse ponto, não poderia mais retroceder.

Com um simples movimento, fez a garota pousar em seu colo. Esse gesto foi um sinal claro para Charles, que decidiu não se importar com mais nada. Seus lábios se encontraram em um beijo delicado, que logo se tornou ávido. Porém, ele queria mais do que um simples toque de línguas. Com a boca, começou a explorar o pescoço de Evelyn, sem pressa. A cada toque, ela soltava pequenos gemidos, enquanto deslizava inconscientemente as mãos pelo corpo de Charles.

Enquanto isso, sua mão esquerda repousava no bíceps direito dele, que roçava em suas costas nuas. Ela sentiu aquelas mãos fortes apreciarem com audácia as curvas de seu pequeno corpo dentro daquele roupão.

Charles tinha poder sobre ela, Evelyn estava entregue e submissa ao prazer que pulsava a cada contato em sua pele. Charles deitou-a sobre a cama e removeu o roupão.

A garota era realmente perfeita, sua pele suave tinha a cor de pêssego e era tão macia quanto. Seu cheiro emanava algo que simplesmente o impedia de raciocinar, um aroma tão sedutor que o deixava inerte a qualquer reação que não fosse continuar a senti-la.

Ele se inclinou sobre o corpo de Evelyn e se encaixou sobre ela. Após encará-la por breves segundos, ele a beijou com fervor, dessa vez mais forte e prolongado, tirando-lhe o fôlego.

Guiado pela libido que os conectava, Charles percorreu lentamente as bochechas até chegar ao pescoço. Aquele perfume da pele o deixava cheio de excitação. Ele apertou seus lábios e fez um movimento com a língua, uma fricção que a levou às nuvens, fazendo-a soltar um sussurro desconexo e apertar os lençóis.

Charles sentia a calcinha de Evelyn encharcada de tanto desejo, o que só aumentava seu próprio desejo de tê-la em sua boca. Seus movimentos delicados continuaram a descer, saboreando cada pedaço daquele corpo suave até chegar à pequena peça lilás.

Em poucos segundos, ele se livrou do obstáculo entre eles e, sem hesitar, começou a massagear lentamente o clitóris de Evelyn com a língua. Aquelas carícias suaves, que mais pareciam uma tortura prazerosa, o deixaram ainda mais excitado. Charles beijava, sugava devagar e com força, e depois mais rápido e continuamente, fazendo com que ela desejasse mais. Ele levantou a cabeça e a encarou com um olhar sedutor, em seguida, sorriu.

— Charles... — Murmurou com a voz embriagada de prazer — Pelos céus, me possua — puxou-o para mais perto e consumiu seus lábios em um beijo.

Sem conseguir se conter, ele abriu a gaveta do pequeno criado-mudo e, para sua sorte, estava cheia de camisinhas. Com urgência, pegou uma e a colocou com incrível agilidade. Evelyn abriu as pernas para receber o poderoso corpo de Charles. Ele a segurou pela cintura fina, permitindo que seu membro ereto encostasse na entrada dela.

— Olhe para mim — sussurrou Charles, com um brilho malicioso nos olhos, os lábios semicerrados. — Quero que me encare enquanto nos entregamos um ao outro.

Evelyn assentiu com a cabeça, mordendo o lábio inferior em antecipação. Um espasmo percorreu seu corpo quando sentiu a penetração começar, todo aquele volume a invadindo, fazendo-a soltar um gemido de prazer abafado. Charles começou com movimentos lentos e delicados, mas intensos o suficiente para fazê-la gemer ainda mais alto. A cada estocada, a conexão entre eles se aprofundava, tornando-se uma experiência inebriante e única.

Enquanto Charles a possuía, Evelyn não conseguia desviar os olhos dele. Seu olhar penetrante transmitia um misto de desejo e luxúria, aumentando ainda mais a excitação que os envolvia. Ela se entregou totalmente ao prazer, deixando-se levar pelo ritmo cada vez mais intenso das estocadas.

Absorvida naquele momento de intensa conexão física, Evelyn não conseguia conter os gemidos de prazer. Uma de suas mãos deslizou até um de seus seios, apertando-o com vontade. O mamilo duro roçava em sua palma, proporcionando uma sensação deliciosa que apenas aumentava a intensidade do prazer que percorria seu corpo.

Aquele momento era especial para ambos, uma experiência nova e excitante. O desejo e a luxúria se misturavam em uma dança apaixonada, conduzindo-os ao clímax. Após alcançarem o ápice do prazer, Charles se afastou e deitou ao lado de Evelyn, enquanto a chuva caía lá fora.

As gotas de chuva batiam suavemente na janela de vidro, criando uma melodia relaxante. Era como se a natureza quisesse embalá-los em um sono tranquilo e profundo, após aquele momento intenso de prazer. Juntos, eles se entregaram a uma sensação de calma e satisfação, sabendo que haviam explorado e compartilhado um momento íntimo e especial.

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