13. Agridoce

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A última coisa que Evelyn precisava era sair para distrair a mente. No entanto, era exatamente o que ela tinha planejado há três dias com Hailey Henderson. Agora que a loira estava casada, eles tinham que esperar pelos famosos "dias de folga" dela, quando seu marido estaria em uma de suas viagens de negócios. Evelyn tinha comentado com Joshua Stuart sobre o que iria fazer em sua ausência. Ela mandou uma mensagem para a amiga e combinaram de se encontrar na agitada boate El Paso em Boston.

Ela estava começando a ficar nervosa com a demora da amiga. Era estranho, já que Hailey nunca se atrasava para nada. Mas quando ela viu o belo sedã preto executivo parando na frente da boate e a loira saindo de dentro, ficou aliviada.

— Senhorita Henderson — saudou um dos manobristas alto de cabelos castanhos.

A loira deu uma piscadela e entregou as chaves do seu sedã para o manobrista. Em seguida, ela caminhou em direção à fila que se formava na entrada da boate. Evelyn estava lá, parada, com uma expressão nada satisfeita.

— Fiquei enrolada na loja e, sem contar nos serviços de casa — disse Hailey, justificando seu atraso.

Ela passou por debaixo da faixa e encarou a amiga por alguns segundos, mas aceitou aquela desculpa furada. As duas caminharam para o começo da fila. Hailey disse seu sobrenome, e a ruiva logo começou a verificar se estavam na lista VIP. Sem demoras, elas foram liberadas.

A casa estava lotada naquela noite, desde aspirantes a estrelas de Hollywood até a elite de Boston. As duas foram até o balcão.

— Preciso beber, estou com a garganta seca — resmungou Hailey ao se sentar em uma das cadeiras vermelhas. — Dois Cowboys, por favor — pediu ao barman e logo se virou na direção da amiga. — Não estou gostando dessa sua expressão. Vamos, me diga o que está te incomodando?

Evelyn deixou escapar um suspiro, expressando sua resignação.

— Não há nada — respondeu um tanto distraída.

— Ora, ora, a senhorita Collins não quer me contar o motivo dessa cara horrível — ironizou Hailey. — Qual é, Eve? Conheço você há um bom tempo e sei que tem algo te incomodando. Vamos, desembucha!

— Já disse que não tem nada me incomodando, apenas o fato de estar no mesmo lugar que meu ex-namorado babaca, e para piorar a situação tem o Thomas, aquele grande filho da puta e sanguessuga.

Enquanto Hailey se preparava para responder, o barman depositou as bebidas sobre o balcão. Um largo sorriso se formou nos lábios da morena antes de ela se virar para a loira diante dela.

— Sabia, estava na cara — Hailey disse gesticulando. — Ele é um idiota que todos tentam adular. Qual é, amiga, ânimo!

— Talvez devesse ir embora.

— Não! É o casamento da sua irmã, você não pode deixar que ele estrague tudo, e pelo amor de Deus — a loira parou e tomou um gole de sua bebida. — Você é uma mulher livre e está na cara que precisa fazer sexo.

Evelyn quase engasgou com o líquido, franziu o cenho e encarou Hailey incrédula pelas palavras. Ela não resistiu e começou a gargalhar.

— Você está mesmo me sugerindo isso? Nunca imaginei que ainda tinha esses pensamentos mesmo estando casada.

Hailey ergueu uma das sobrancelhas, deixando evidente que estava se divertindo com aquela resposta da amiga. Um brilho travesso reluzia em seus olhos enquanto ela se preparava para a próxima zombaria amigável. No entanto, antes que pudesse retorquir, a música favorita de Hailey começou a tocar, inundando o ambiente com uma batida irresistível. Com um sorriso amplo, ela engoliu o drinque de um gole só e, segurando o braço de Evelyn com entusiasmo, a puxou em direção à pista de dança. Era sexta-feira à noite, um momento reservado para esquecer os problemas da vida real e se entregar à música pulsante e aos movimentos envolventes.

Amor  Por AcasoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora