Amor Por Acaso

07. Sob as Estrelas

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O céu noturno se estendia vasto e escuro, salpicado pelo brilho das estrelas cintilantes, criando uma atmosfera serena e agradável para Evelyn. Ela estava reunida com alguns conhecidos do tempo de colégio em uma reunião anual organizada por Hailey. Ao redor de uma enorme fogueira, eles se agrupavam para colocar as conversas em dia, juntando-se a outras vinte pessoas ou mais, enquanto um antigo violão preenchia o ar com suas melodias.

A luz do fogo lançava sombras dançantes sobre seus rostos, criando uma aura de camaradagem e nostalgia.

Um sopro de vento agitou os cabelos de Evelyn, fazendo com que uma mecha caísse sobre seus olhos. Sua expressão facial revelava uma aflição silenciosa. Pela primeira vez em sua vida, ela sentia falta da agitada Manhattan, com todas as suas regalias e, é claro, do seu assistente, Liam Miller.

— Você está bem? — perguntou a ruiva alta, que estava sentada ao seu lado. — Parece aflita. Talvez precise relaxar e experimentar um pouco de maconha, é um calmante natural.

A ruiva alta exibiu um sorriso criativo enquanto oferecia seu conselho inusitado, acreditando firmemente que a maconha poderia ser uma solução eficaz para aliviar o estresse e a ansiedade. Antes que Evelyn pudesse responder, a moça lhe entregou um cigarro, lançando um rápido olhar na direção de Hailey, que estava do outro lado da fogueira com Stuart.

Evelyn, consciente de sua maioridade e autonomia, aceitou o cigarro. No entanto, ao dar uma longa tragada, começou a tossir imediatamente, devolvendo o cigarro para a garota ao seu lado. Uma sensação estranha, porém relaxante, tomou conta de seu corpo, e ela sentiu-se entregando ao êxtase daquele momento.

Um dos rapazes começou a cantar e tocar no seu velho violão a música "Summer time" de Janis Joplin. Evelyn sentia o ritmo acelerar seu coração, mas sua expressão facial aparentava tranquilidade. Ela ficou distraída com aquela atmosfera e nem percebeu quando Hailey se aproximou.

A loira sentou-se ao lado de Evelyn no pequeno banco improvisado, feito de uma velha tora que servia como assento rústico, enquanto as chamas da fogueira começavam a dançar e a subir lentamente em direção ao escuro céu noturno. O crepitar do fogo ecoava ao redor, proporcionando uma atmosfera acolhedora e tranquila.

Hailey, com um gesto gentil, colocou a mão esquerda no ombro da amiga, transmitindo conforto e solidariedade naquela noite estrelada.

— Parece tão preocupada — sussurrou Hailey, pegando Evelyn de surpresa.

Evelyn olhou para Hailey com uma mistura de surpresa e curiosidade. Nunca imaginara que alguém pudesse perceber sua inquietação apenas pelo olhar. No entanto, Hailey, com seu jeito criativo, sempre fora capaz de enxergar além das aparências.

Um sorriso sem brilho surgiu nos lábios de Evelyn enquanto ela inclinava a cabeça para o lado, recebendo o abraço reconfortante de Hailey.

— Por que todo mundo acha que estou preocupada? — questionou Evelyn, gesticulando com as mãos em um misto de aflição e desabafo. — Primeiro, a tia Suzy com suas perguntas inúteis, depois a Anna, que só se preocupa com o próprio casamento, e agora você. Céus! Estou bem, só preciso de espaço.

Os olhos de Evelyn se encheram de lágrimas, uma mescla de raiva e frustração, enquanto ela tentava conter as emoções. Hailey olhou para ela com tristeza e apertou levemente o braço da amiga, transmitindo apoio silencioso.

— Não finja ser durona perto de mim. Esqueceu que conheço cada detalhe dentro de você? — disse Hailey, tentando dissipar a máscara de coragem que Evelyn tentava manter.

Evelyn concordou com um aceno de cabeça e lançou um olhar rápido para Hailey, enxugando as lágrimas com a mão direita. Sentindo o corpo dolorido após uma tarde agitada, ela levantou-se, desejando apenas ir para sua cama e deixar para trás as preocupações que a assolavam.