16. O Jogo de Tênis

3.9K 338 7
                                    


Ao saírem para a área onde se encontrava a piscina, Thomas ergueu o rosto na direção do céu, verificando se alguma nuvem ameaçadora pairava sobre eles. As últimas luzes do dia iluminavam o ambiente, pintando o céu com tons de laranja e rosa, enquanto sombras se estendiam pelo chão da área da piscina.

Enquanto isso, George e o futuro sogro avançavam à frente, imersos em uma conversa animada sobre os planos de Evelyn para a despedida de solteira de Anna no Rouge, um local conhecido pelos notívagos. Charles seguia em silêncio, observando que Michael havia interrompido a conversa com os demais e agora parecia aguardar por ele. Sua mente começou a divagar, perdendo-se em pensamentos dispersos sobre a dinâmica do grupo e as expectativas para a noite que se aproximava.

— Estava observando que anda de conversinha com Eve — disse Michael, lançando um olhar curioso na direção de Charles.

Charles franziu a testa, sentindo uma imensa vontade de mandá-lo para o quinto dos infernos, mas se conteve, mantendo-se educado.

— Anda observando demais — respondeu com acidez na voz.

Michael não resistiu a uma risada irônica; era evidente que estava corroído por ciúmes por dentro. Parou, deixando Charles alguns passos à sua frente.

— Acho que não preciso lhe dizer novamente que Evelyn não é para homens como você.

Charles sentiu seu sangue ferver dentro das veias, parou e respirou profundamente, tentando se controlar.

— Lentos e mal-humorados. Aliás, sei muito bem que ela continua caidinha por mim. Então é melhor se afastar e começar a ignorá-la — continuou Michael, aproximando-se de Charles, mas parando a alguns centímetros dele. — Não vai querer sair mal dessa história.

Michael mostrou um sorriso de deboche para ele e tratou logo de se afastar na direção da quadra. Charles franziu a testa; aos trinta e cinco anos, nunca tinha se deparado com alguém tão hipócrita e cínico quanto Michael Bolton, mesquinho e desaforado. Francamente, preferiria ter ficado com seus relatórios do que ter que ouvir tais asneiras.

Soltou um longo e penoso suspiro e continuou o trajeto. Ao terminar de subir os pequenos degraus na direção da quadra, sentiu uma leve tensão ao encarar Michael, que estava sentado em um dos bancos.

— Rapazes, decidi que não iremos jogar com nossos pares — anunciou Thomas em alto e bom som. — Irei jogar com Charles e George com Michael. Está bem? — perguntou, encarando cada um dos três.

— Por mim está ótimo — disse Michael, erguendo sua raquete.

— Sem problemas para mim também — anunciou George.

Faltava apenas a resposta de Charles, que ainda permanecia encostado junto à grade. Thomas se virou na direção do rapaz, que era evidentemente 10 cm mais alto que ele, e, pelo que George tinha comentado, jogar tênis era o passatempo favorito de seu irmão e raramente perdia.

— Tanto faz — resmungou Charles, movendo a cabeça com desdém.

Thomas assentiu e avançou em direção ao centro da quadra, retirando uma moeda do bolso e fazendo um gesto para que George se aproximasse, o que ele fez sem hesitar. Thomas então propôs a tradicional escolha de "cara ou coroa"; George optou por coroa e Thomas, ficando com a "cara", lançou a moeda para o alto. Após pegá-la e virá-la sobre as costas de sua mão esquerda, Thomas abriu a mão para revelar o resultado. Era "cara". George concordou e aguardou a próxima decisão de Thomas.

— Iremos começar e ficaremos com o lado esquerdo.

George concordou e se afastou na direção dos bancos que ficavam logo atrás dos alambrados onde Michael estava sentado. Pegou sua raquete e entrou novamente na quadra. Thomas se aproximou do banco, pegou sua raquete e também a de Charles. Ao se aproximar do rapaz, estendeu-lhe a raquete.

Amor  Por AcasoOnde as histórias ganham vida. Descobre agora