Amor Por Acaso

By Dezinhs

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A mudança de Boston para Nova York havia sido sua tentativa de escapar do passado, de deixar para trás as lem... More

01. Lar doce Lar
02. Beco Sem Saída
03. Seguindo o Ritmo
04. O Passeio Inesperado
05. Fazendo as Regras
06. Apenas um Favor
07. Sob as Estrelas
08. Um Enlace
09. Sobrevivendo
10. Movendo-se
11. Lugar Secreto
12. Há um Lugar
14. Montanha Russa
15. As Peças
16. O Jogo de Tênis
17. Noite Das Garotas
18. Noite Das Garotas II
19. Entre Conselhos
20. Algumas Decisões
21. Pés na Areia
22. Apenas Sinta
23. A Confusão
24. Diga-me
25. Palavras ao Vento
26.O Casamento
27.Deveria Esquecer
28.E Se Tentar?
29. Manhattan City
30.Uma Distração
31. A Velha Rotina
32. Reuniões
33. A Oportunidade
34. Deveríamos Conversar
35. Reconciliando
36. Conversas
37. Faria-me, um favor?
38. Reencontro
39. Enfim Juntos
Epílogo

13. Agridoce

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By Dezinhs


A última coisa que Evelyn precisava era sair para distrair a mente. No entanto, era exatamente o que ela tinha planejado há três dias com Hailey Henderson. Agora que a loira estava casada, eles tinham que esperar pelos famosos "dias de folga" dela, quando seu marido estaria em uma de suas viagens de negócios. Evelyn tinha comentado com Joshua Stuart sobre o que iria fazer em sua ausência. Ela mandou uma mensagem para a amiga e combinaram de se encontrar na agitada boate El Paso em Boston.

Ela estava começando a ficar nervosa com a demora da amiga. Era estranho, já que Hailey nunca se atrasava para nada. Mas quando ela viu o belo sedã preto executivo parando na frente da boate e a loira saindo de dentro, ficou aliviada.

— Senhorita Henderson — saudou um dos manobristas alto de cabelos castanhos.

A loira deu uma piscadela e entregou as chaves do seu sedã para o manobrista. Em seguida, ela caminhou em direção à fila que se formava na entrada da boate. Evelyn estava lá, parada, com uma expressão nada satisfeita.

— Fiquei enrolada na loja e, sem contar nos serviços de casa — disse Hailey, justificando seu atraso.

Ela passou por debaixo da faixa e encarou a amiga por alguns segundos, mas aceitou aquela desculpa furada. As duas caminharam para o começo da fila. Hailey disse seu sobrenome, e a ruiva logo começou a verificar se estavam na lista VIP. Sem demoras, elas foram liberadas.

A casa estava lotada naquela noite, desde aspirantes a estrelas de Hollywood até a elite de Boston. As duas foram até o balcão.

— Preciso beber, estou com a garganta seca — resmungou Hailey ao se sentar em uma das cadeiras vermelhas. — Dois Cowboys, por favor — pediu ao barman e logo se virou na direção da amiga. — Não estou gostando dessa sua expressão. Vamos, me diga o que está te incomodando?

Evelyn deixou escapar um suspiro, expressando sua resignação.

— Não há nada — respondeu um tanto distraída.

— Ora, ora, a senhorita Collins não quer me contar o motivo dessa cara horrível — ironizou Hailey. — Qual é, Eve? Conheço você há um bom tempo e sei que tem algo te incomodando. Vamos, desembucha!

— Já disse que não tem nada me incomodando, apenas o fato de estar no mesmo lugar que meu ex-namorado babaca, e para piorar a situação tem o Thomas, aquele grande filho da puta e sanguessuga.

Enquanto Hailey se preparava para responder, o barman depositou as bebidas sobre o balcão. Um largo sorriso se formou nos lábios da morena antes de ela se virar para a loira diante dela.

— Sabia, estava na cara — Hailey disse gesticulando. — Ele é um idiota que todos tentam adular. Qual é, amiga, ânimo!

— Talvez devesse ir embora.

— Não! É o casamento da sua irmã, você não pode deixar que ele estrague tudo, e pelo amor de Deus — a loira parou e tomou um gole de sua bebida. — Você é uma mulher livre e está na cara que precisa fazer sexo.

Evelyn quase engasgou com o líquido, franziu o cenho e encarou Hailey incrédula pelas palavras. Ela não resistiu e começou a gargalhar.

— Você está mesmo me sugerindo isso? Nunca imaginei que ainda tinha esses pensamentos mesmo estando casada.

Hailey ergueu uma das sobrancelhas, deixando evidente que estava se divertindo com aquela resposta da amiga. Um brilho travesso reluzia em seus olhos enquanto ela se preparava para a próxima zombaria amigável. No entanto, antes que pudesse retorquir, a música favorita de Hailey começou a tocar, inundando o ambiente com uma batida irresistível. Com um sorriso amplo, ela engoliu o drinque de um gole só e, segurando o braço de Evelyn com entusiasmo, a puxou em direção à pista de dança. Era sexta-feira à noite, um momento reservado para esquecer os problemas da vida real e se entregar à música pulsante e aos movimentos envolventes.

A batida da música invadiu suas entranhas, fazendo-as dançar como se o mundo dependesse daquela energia contagiante. Seus corpos se moveram em sintonia com o ritmo, fluindo em movimentos sensuais e cativantes, embalados pelo efeito da bebida. Hailey era mestra em deixar as preocupações para trás e se entregar completamente à atmosfera vibrante da boate. Assim que a música chegou ao fim, o DJ não perdeu tempo e iniciou outra faixa, mantendo a energia pulsante que impulsionava os corpos no centro da pista de dança.

Em meio à empolgação da música e dos movimentos hipnóticos, Evelyn sentiu uma mão pesada pousar em seu ombro, interrompendo momentaneamente sua dança. Ao se virar, deparou-se com um homem alto e visivelmente embriagado. A morena, sem dar muita atenção à sua presença, apressou-se em segurar o braço de Hailey e a conduziu para um canto escuro, buscando escapar do intruso indesejado e retomar a diversão sem interrupções.

— Preciso encher a cara.

Hailey caiu na risada e balançou a cabeça, sabendo muito bem do que sua velha amiga precisava. Ela caminhou em direção ao balcão, encurvou-se sobre ele e cochichou no ouvido do barman. Em questão de segundos, ele preparou duas bebidas e, com uma expressão sarcástica no rosto, as estendeu para elas.

— À vida! — Hailey falou, erguendo o copo com o líquido avermelhado.

Evelyn franziu o cenho. Ela nunca foi uma santa em sua vida, mas afinal, quem se importa? A loira brindou e, em apenas um gole, tomou a bebida.

— Posso estar casada, mas céus, estou viva! — Comemorou Hailey, erguendo-se e desaparecendo na escuridão do lugar.

Enquanto permanecia sentada no banco, Evelyn apertava suas mãos contra o assento macio, podendo ouvir a pulsação de seu coração na orelha, e sua respiração ficava pesada. Em um piscar de olhos, viu-se novamente no centro da pista, dançando freneticamente ao som da música. Hailey enlaçou seu pescoço, e as duas começaram a dançar, como se o mundo não existisse naquele momento.

Ao se afastarem, elas se encararam e caíram na risada. Naquele instante, o lábio superior de Evelyn se curvou discretamente para cima. Elas caminharam em direção aos divãs que ficavam no canto próximo à saída de emergência, enquanto a loira sentia os músculos de suas pernas repuxarem.

— Estava mesmo precisando da energia deste lugar — confessou ela, fazendo uma careta divertida para Hailey. — Me sinto tão bem.

Hailey inclinou a cabeça para trás e soltou uma gargalhada. A noite estava apenas começando.

— Agora me fale, não está chateada porque ainda, sei lá, sente algo por Michael Bolton? — Perguntou Hailey distraída.

Evelyn fez uma careta de espanto. Era óbvio que não sentia absolutamente nada por aquele cretino, apenas não queria estar no mesmo lugar que ele ou seu padrasto.

— Está louca?! — Perguntou, com uma expressão de espanto no rosto. — O que sinto por aquele desgraçado é ódio, e apenas isso — Respondeu com desdém.

— Ok, não está mais aqui quem perguntou — disse Hailey, erguendo ambas as mãos para o alto. — Só não vá matá-lo — concluiu, caindo na risada.

— Engraçadinha.

Hailey franziu o cenho e mordeu os lábios. Evelyn arqueou a sobrancelha e engoliu praticamente o uísque que estava no copo.

— Só acho errado querer usar o pobre irmão do noivo como um motivo para causar ciúmes desnecessários em Michael, já que não gosta mais dele — apontou Hailey.

— Quero vê-lo se autodestruir por dentro como fez comigo — Resmungou a morena enquanto fazia uma careta. — Devemos dançar conforme a música e ninguém precisa saber desse fato, apenas você está sabendo, não vejo mal nisso.

Hailey movimentou a cabeça suavemente e virou o copo bebendo o restante de seu uísque.

— Ainda acho que tem que tomar cuidado — balbuciou Hailey. — Pois esse seu joguinho não envolve apenas você e sabe que sou totalmente contra.

Antes que pudesse dizer algo, o celular de Hailey começou a tocar e vibrar dentro do bolso. Enquanto a loira se levantava e caminhava em direção à saída, Evelyn permanecia sentada, observando o ambiente e terminando de beber seu uísque. A música alta parecia entorpecer todos os seus sentidos.

"Afinal, ninguém vai saber. Céus, será tudo discretamente. Nada vai sair do controle, assim espero", pensou, enquanto seus dedos apertavam levemente o copo de vidro preso em sua mão direita. Um vazio parecia roubar-lhe o ar, e ela suspirou penosamente enquanto virava seu rosto na direção onde Hailey tinha ido. O jogo de luzes dificultava sua visão, e a morena coçou o braço esquerdo, começando a ficar nervosa com a demora.

A boate estava repleta naquela noite de sexta-feira. Ao perceber que seu copo estava vazio, Evelyn franziu a testa e levantou-se. Precisava de mais um pouco de álcool correndo em suas veias. Não precisava se preocupar em dirigir, já que havia mandado Byron buscá-la por volta das cinco da madrugada de sábado. Seus olhos se estreitaram, mas mesmo com as luzes piscando, continuou caminhando na direção do bar. Precisava encher seu copo.

Evelyn percorria seus belos olhos castanhos por toda a extensão da boate. O jogo de luz e o som alto não pareciam atrapalhá-la. Ao se aproximar do bar, ajeitou seus cabelos que estavam soltos sobre o ombro esquerdo e sentou-se no banco giratório.

— O que a senhorita irá beber? — Perguntou o barman, com um sorriso envolvente nos lábios.

Evelyn correspondeu ao sorriso do barman e fez sua pergunta:

— O que me sugere?

O barman fez um gesto com a mão para indicar que ela deveria aguardar por um momento e se inclinou graciosamente sobre o balcão, mantendo uma postura elegante. Assim que se ergueu, segurou uma garrafa de uísque escocês com destreza, derramando o líquido âmbar no pequeno copo de forma meticulosa. Com movimentos habilidosos, misturou o uísque com outro líquido, demonstrando sua expertise na preparação de bebidas. Então, com um sorriso cativante, estendeu o copo na direção de Evelyn, acompanhando o gesto com uma piscadela cheia de charme.

— Saúde — murmurou o belo rapaz com a voz rouca e envolvente.

A morena respondeu com um sorriso carregado de luxúria.

— Saúde! — Ela ecoou as palavras enquanto erguia o pequeno copo e, sem hesitar, virava-o de uma só vez, demonstrando sua disposição para desfrutar da bebida de maneira decidida.

Evelyn fez uma pequena careta ao sentir o líquido descer queimando sua garganta. Limpou a boca com as costas da mão direita e o encarou. O rapaz estava com um largo sorriso enquanto secava os copos com o guardanapo. Ela exclamou, não conseguindo conter uma risada espontânea.

O barman colocou o guardanapo e o copo sobre o balcão e se inclinou sobre o mesmo, aparentando ter por volta de vinte e um anos, presumiu Evelyn. Tinha um sorriso cativante, digno de um ator de Hollywood, e exalava um delicioso aroma de perfume amadeirado. Retirou uma caneta do bolso e pegou um pequeno pedaço de papel, escrevendo seu nome e número de celular.

Ele colocou o papel sobre o balcão e deslizou-o na direção de Evelyn, que não pôde evitar outra risada. Antes que ele pudesse retirar a mão de sobre o pedaço de papel, ela pousou a sua mão sobre a dele. Se estivesse sóbria, consideraria tudo aquilo uma grande piada, mas sob o efeito do álcool, estava simplesmente adorando.

Antes que o barman pudesse dizer algo, outro rapaz, baixo e de cabelos loiros, o chamou. Ele se afastou na direção do colega de trabalho, mas gesticulou para que ela ligasse mais tarde. Evelyn sorriu e girou sobre o banco para poder observar o ambiente, cruzando as pernas. Aquele era o lugar que ela adorava frequentar.

Um homem mais velho percorreu seus olhos castanhos por todo o corpo da jovem com expressão de luxúria, e depois se virou para pedir uma bebida.

— Vem sempre aqui?

Evelyn se virou e encarou o homem. Ela sabia que aquele lugar atraía pessoas de todas as classes sociais, mas considerava aquela cantada ultrapassada, algo que quase ninguém usava mais. A morena apenas deixou escapar uma leve risada.

— Não acha que essa sua cantada é um tanto antiquada? — questionou Evelyn, arqueando levemente as sobrancelhas.

O homem não pôde evitar uma risada nervosa, passando a mão pelos poucos cabelos e concordando com um aceno de cabeça, ao mesmo tempo em que estendia a mão direita na direção de Evelyn. Ela retribuiu o gesto, apertando firmemente a mão dele. Ao menos o aperto de mão dele era forte. Com o som alto ao redor, ele se aproximou dela e se apresentou:

— Sou Filipe.

Ela ainda manteve a mão presa à do rapaz por um momento, como se ponderasse sobre algo, mas logo tratou de se soltar. Ajeitou-se no banco giratório, exibindo um sorriso cativante.

— Evelyn Collins.

Ao ouvir o nome da jovem, o rosto do homem empalideceu, como se tivesse avistado um fantasma. Rapidamente, ele ajustou sua gravata e levantou-se, deixando a mesa sem proferir uma palavra, dirigindo-se apressadamente para o centro da boate. Evelyn não conseguiu conter uma risada diante da cena, embora tenha feito uma careta leve, optando por não explorar a situação, dado o reconhecimento de seu sobrenome em toda a cidade de Boston.

A morena voltou-se novamente para o balcão, começando a sentir seus sentidos serem anestesiados pelo álcool. Já fazia um bom tempo desde que se permitira ficar tão embriagada; mesmo nas festas com seus colegas de serviço, sempre procurava manter o controle.

Infelizmente, o barman à sua frente não era o mesmo que havia lhe dado o número de celular. Ela gesticulou para que ele enchesse novamente seu copo. Evelyn virou o rosto para observar o ambiente mais uma vez, deslizando a mão sobre o cabelo para ajeitar uma mecha teimosa atrás da orelha.

O novo barman, com uma expressão neutra, deslizou o copo de uísque diante dela, a morena o pegou com determinação e o virou de uma só vez, sentindo o calor do líquido descer pela garganta. Com cuidado, colocou o copo vazio de volta sobre o balcão, sem a careta que anteriormente expressava desconforto. As batidas da música ressoavam em seu cérebro, formando uma espécie de sinfonia caótica que parecia ecoar em sua mente.

Evelyn girou sobre o banco, agora de frente para a pista de dança, absorvendo cada batida, cada luz pulsante que preenchia o ambiente da boate. Ela fechou os olhos por um breve instante, permitindo-se mergulhar na atmosfera hipnótica do lugar, onde corpos se moviam em uma dança frenética e o ar estava impregnado com uma mistura de perfumes e suor. Era como se estivesse se entregando a uma corrente invisível, deixando-se levar pelo ritmo pulsante da noite.

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