Segredos

By Believe_M

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Nós não controlamos o destino. Absolutamente não. Existe uma linha tênue entre o seu destino e você. Estão li... More

1998
7 meses atrás
The Original Pantry Cafe
São Francisco
2015
A mentira
Road Trip
Adeus
Los Angeles
A Secretária.
Um Sonho
Starbucks
UCLA
Uma direção
Uma nova direção
Sem direção
Um ponto final.
Por um fio
Sem Saída
O abismo
Lembranças
Você ?
Talvez Seja O Fim.
Reabilitação
Quando a Escuridão Dominar...
Lembre - Se
Sempre pode ficar pior
Deixo-Te me Atormentar
Renascimento
Surreal
Despedidas
Chamadas Perdidas
Estereótipo Perfeito
Prometa - me
Distância
Completa Estúpidez
Saudades
O €rro
Tudo vai ser diferente agora.
Eterna Lembrança
Amanhã é um novo dia.
O céu mais escuro
Almas Vazias
Quem é você ?
Vai valer a pena.
O vazio é cheio por dentro.
Conselho de mãe.
Surpresa
Ville Lumière
Je t'aime jusqu'à ce que le soleil meurt.
Dis mon nom
Je voudrais que tu sois honnête avec moi
i loko o koʻu mau aa koko
Loaa ko oukou makau
hoomanao
Memórias
Segredos
Queda Infinita
Eu te amarei até o sol morrer.
Agradecimentos
Trailer

Primeira Vez.

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By Believe_M

O barulho da chuva lá fora era alta, os trovões ressoavam abafados e se misturavam com o vento. As cortinas balançavam enlouquecidamente, devagar me levantei e a fechei. Meu pescoço doía e os meus olhos estavam pesados, o céu estava cinzento, mais que o normal. Andei pelo corredor, até chegar na cozinha. Fechei os olhos, mordendo os lábios para amenizar a dor, eu havia batido a perna na mesinha de centro. Passei a mão com um pouco de água, mas a vermelhidão não passava. Desisti de tentar consertar o que já não tinha jeito e fui tomar o meu café. Seis garrafas de vodka, onde eu consegui arrumar tanta bebida em uma noite ? A ressaca era notável, minha cabeça palpitava. No chão perto do sofá havia vidro e flores no chão, as flores que o Andrew me deu, havia poças de vodka no meio da sala. Literalmente, eu havia feito uma bagunça e tanto na noite anterior. Sentei - me a mesa desajeitadamente, derramei um pouco de café na xícara e levei até a boca. No meu celular haviam catorze chamadas perdidas e sete mensagens do Andrew. Eu ignorei. Terminei e fui arrumar o resto das coisas. Varri a sala, tirei o pó dos móveis, os coloquei em seus devidos lugares, joguei todas as caixas fora. E lá estava o meu celular vibrando de novo, pela sétima vez no dia. Ele de novo. Peguei e celular, impaciente.

- Andrew, por favor, Pare de ligar. Você não tem mais o que fazer ? - Perguntei com o meu tom cansado e me sentei no sofá.

- Alison, o que aconteceu ? Por que saiu daquele jeito da lanchonete ? - A voz de Andrew soou aliviada, seguida de um suspiro.

- Eu tenho certeza que você sabe e eu não te devo satisfação. Agora, apague o meu número do seu celular.

- Espere. Você está com ciúmes ? - Ele perguntou e eu sabia que estava sorrindo. - Você mesma disse que não temos um relacionamento, por que está tão incomodada ?

- A sua vida, literalmente não me interessa, com quem você está ou qualquer outra coisa, eu não me importo. Mas, " Alguém como eu " Sério, Andrew ? - Eu gesticulei como se ele pudesse ver.

- Eu sinto muito, Ally. Eu não sabia que você estava escutando. Tente me entender, eu não podia deixar a Samantha fazer um escândalo. Você é importante pra mim e sabe disso. - Ele falou.

- Andrew, eu não me importo. Vamos terminar o projeto e então, você não precisará evitar escândalos por minha causa. - Falei e desliguei o telefone sem ao menos me despedir. Levei as mãos ao rosto e suspirei. Meu coração apertado se acelerou ainda mais.

Andrew On.

- Era ela, não era ? - Samantha perguntou passando pela entrada de mármore no meio da sala com uma xícara na mão, assim que desliguei o telefone.

- Não era ninguém, Sam. - Eu lhe falei, chateado.

- Eu escutei tudo, Andrew. Como ainda pode querer mentir ? - Ela perguntou irritada elevando o tom de voz.

- Samantha, não começa. - Passei a mão pelo rosto exasperado.

- NÃO COMEÇA ? VOCÊ QUER CONSTRUIR UMA FAMÍLIA COMIGO OU COM ELA ? - Ela gritou gesticulando exageradamente. - EU NÃO VOU VIVER À TRÊS.

- Ninguém está vivendo à três. Pare de gritar, está parecendo uma louca. - Pedi, me levantando.

- ENTÃO PARE DE LIGAR PRA ELA, PARE DE FALAR COM ELA. EU NÃO QUERO ELA NA NOSSA VIDA.

- Samantha...

- NÃO, ANDREW. SEM MAIS DESCULPAS, SEJA HOMEM. EU NÃO AGUENTO MAIS, VOCÊ PASSOU DOS LIMITES.

- NÃO. - Elevei o tom de voz e apontei com o dedo indicador. - Você passou dos limites, eu estou cansado. Se você fosse quem eu sempre pensei que você era, nada disso estaria acontecendo. Isso aqui, não começou quando eu te quis de volta, começou quando você estragou tudo o que a gente tinha. A melhor coisa que a gente faz é acabar com isso agora, antes que um dos dois perca a chance de ser feliz. - Eu falei, quase me arrependendo ao ver sua expressão desesperada e a sua fragilidade sendo exposta pelo seu olhar inquieto.

- Você está terminando comigo ? - Ela sussurrou, se afastando.

Engoli em seco, coloquei as mãos na cintura e suspirei.

- É o melhor por agora. - Eu disse levantando a cabeça para lhe olhar. Ela simplesmente abriu a porta da sala, e esperou com os braços cruzados. - Você não pode estar falando sério. - Eu neguei e ri, sem graça.

- É o melhor por agora. - Ela sibilou.- Eu levo suas coisas para a casa da sua mãe depois.

Peguei as chaves do carro e sai em direção ao estacionamento, desci os lances de escada apressado e fui para a casa da minha mãe. Mesmo o apartamento sendo meu, eu não posso tira - lá lá de dentro com o bebê. Estacionei o carro na garagem da casa da minha mãe.

- O apartamento é seu, Andrew. - Minha mãe dizia enquanto trançava o cabelo dourado de Ashley. - Você vai, simplesmente dar o apartamento para ela ?

- Eu não sei o que fazer. Eu não posso tira - lá de lá, não com o Arthur. - Disse esfregando o rosto, exasperado.

- Quando minhas bonecas brigam com o Ken, ele vai se embebedar. - Ashley falou sem desviar o olhar do tablet em suas mãos.

- Obrigada pelo conselho, sis. - Eu falei, minha mãe riu.

- Enfim, Andrew...

- Eu sei, eu preciso dar um jeito nisso. - Bufei, afundando um pouco mais no sofá.

- Aliás, por que vocês brigaram ? - Minha mãe pareceu curiosa.

- Por que tem outra pessoa.

- Ela está te traindo de novo ?

- Não é isso. Eu... - Me interrompi, para pensar melhor no que dizer, mas nada coerente veio a mente. - Eu só não tenho mais certeza sobre os meus sentimentos pela Samantha.

- Do mesmo jeito que não tinha certeza de seus sentimentos por aquela moça, Caroline ? - Minha mãe soou irritada. - Andrew, você não pode brincar assim com as pessoas. Não pode plantar nelas um sentimento e simplesmente arrancá - lo. Não pode ser indiferente, essa foi uma escolha sua. Quando vai amadurecer ? - Minha mãe largou o cabelo da minha irmã e se levantou. Ashley subiu as escadas, rapidamente chegando ao segundo andar e se escondendo atrás do pequeno muro branco para escutar a conversa, enquanto minha mãe andava de um lado para o outro gesticulando abruptamente. - Quando vai perceber que não pode fazer tudo o que quer ?

- O que você quer ? Que eu me obrigue a ama - lá ? - Eu perguntei, cruzando os braços.

- Você só tem vinte anos, Andrew. Não sabe o que é amor. Você não tem que ser inconsequente por causa de uma garota atraente.

- Ok, mãe. Eu já entendi. Eu sei que estou errado, mas não vou voltar a morar com ela. Vou esperar ela ir pra casa da mãe dela e desocupar o meu apartamento. - Eu disse com as mãos para cima, como um " me rendo ".

- Você acha que a Diana não vai vir conversar com você ? - Minha mãe cruzou os braços.

- Eu sei que vai, é o que ela sempre faz quando a gente briga. - Dei de ombros.

- Andrew, você brinca com essa menina mais do que brincava de carrinho. A Diana como mãe, tem razão de se estressar.

- Mas essa é a minha vida e da filha dela. Ela mesma, não tem nada haver com isso. - Eu disparei, bruto. - E não sou eu quem brinca com ela, até porque o corno da história, sou eu.

Algumas batidas na porta e tudo o que eu já esperava, Diana se fez presente para mais uma daquelas conversas reconciliadoras, mas dessa vez jurei a mim mesmo que não faria diferença.

Alison On.

Desliguei o celular quando já estava apertando o botão número um do elevador. Havia acabado de falar com a mãe da Kourt e avisado que eu a pegaria pra dormir comigo hoje. Dirigi o carro até a casa de Natalie, que desceu os degraus segurando uma bolsa rosa bebê em uma mão e com a outra segurava parte do cabelo, que já estava quase todo castanho de novo. Então, seguimos para o hotel Blue Light na décima street central, onde a Kourt e sua família estavam hospedados. Ela ainda estava com um ar de recuperação, seus cabelos castanhos escuros cobertos por um touca e um moletom preto.

- Vocês demoraram muito, quase decorei o sermão da minha mãe de como eu devo me comportar pós rehab. - Ela disse jogando uma mochila preta no banco de trás.

- Estamos aqui agora. - Eu ri e voltei para a estrada.

- Por que você está em um hotel ? - Natalie perguntou, estranhando o endereço.

- Por que nós moramos no Texas. Voltaremos semana que vem. - Kourt disse cabisbaixa.

- Ah, eu amo essa música. - Falei aumentando mais o som.

- My ghost
Where'd you go?
I can't find you in the body sleeping next to me
My ghost
Where'd you go?
What happened to the soul you used to be? - Cantamos todas juntas, Natalie balançava os braços ao som da música e Kourt batia as mãos nas perna acompanhando o ritmo.

- Ei, Kourt. Quando você volta a estudar ? - Natalie perguntou, indelicada.

- Eu não sei, Talvez mês que vem. Preciso me organizar. - Ela disse arrumando a touca em seus cabelos, me encarando com um sorriso doce pelo retrovisor. Sorri de canto antes de entrar no estacionamento do Sam's club. Pegamos um carrinho grande, onde as minhas duas amigas logo encheram de doces. Pra dizer a verdade, nós só havíamos andando pelo corredor de doces até agora e o carrinho estava pela metade. Kourt se sentou em uma beira e Natalie na outra, dizendo que já estavam cansadas de comprar comida.

- Vocês não compraram comida, compraram porcaria. - Eu ri, jogando uma óreo pequena em Natalie que pegou e jogou dentro do carrinho. - Vocês vão conseguir uma bela diabete.

- Você tá parecendo a minha mãe. - Kourt riu, correndo até o fim do corredor para pegar barras de chocolate. - Eu tive uma ideia. - Ela disse para Natalie, quando voltou. - Se segura. - Falou, jogando as barras dentro do carrinho e indo para a frente. Ela empurrou o carrinho tão rápido que eu mal podia ver a expressão de Natalie, enquanto se segurava desajeitadamente e gritava. Eu ri, segurando a câmera do meu celular enquanto gravava. Kourtney ria do desespero da coitada da Nath, que parou na minha frente de braços cruzados.

- Não quero mais brincar. - Ela disse e cruzou os braços, fazendo um bico.

- Eu quero ir de novo. - Kourt chegou atrás dela batendo palmas.

Eu ri mais ainda.

- Não ria, aquilo é horrível, eu achei que eu fosse cair. - Nath disse.

- Eu falei para se segurar.- Kourt foi em direção ao outro corredor.

- Onde você vai ? - Perguntei pegando o carrinho.

- Para a área dos bolos.

- Não, sweetheart. Nós vamos pegar uma lasanha e ir para o caixa, sua viciada em doce. - Falei dando meia volta.

- Ah, mas... Ok. - Ela se rendeu pegando uma lasanha de frango na prateleira de ferro um pouco mais alta que ela e me seguindo para o caixa.

Depois que já estávamos em casa assistindo a uma maratona de Dexter, me senti no lugar certo, na hora certa, com as pessoas certas, fazendo coisas que toda garota deve fazer, sentar e conversar sobre garotos, sobre escola ou trabalho, pedir uma pizza e rir sem motivo. Foi a primeira vez que me senti assim, a primeira vez que me senti como uma garota da minha idade, desde que essa bagunça toda começou, depois de ir pra rehab, depois de namorar o Jason, depois de perder tanta gente. Pela primeira vez, eu vi, que eu mesma estava sendo tão mais adulta e inconsequente do que eu realmente deveria ser.

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