Quem é você ?

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Seu toque era inebriante, sua mãos eram suaves, seus lábios plantavam pequenos beijos em meu pescoço.

Virei para a direita na intensão de me encolher e continuar com o meu sonho, tão distante, mas senti um peso na cama. Abri vagarosamente os olhos e pude ver Jason ao pé da cama.

- Nós precisamos conversar. - Ele disse, sem me olhar nos olhos. Me sentei na cama, com o cobertor em volta do meu corpo.

- Tudo bem, eu só preciso me trocar. - Eu falei, indo em direção à porta e a abrindo.

- Eu achei que já tivéssemos intimidade o suficiente para isso. - Ele disse sem se mover.

- Jason, eu sei o que está acontecendo e eu sei que nós precisamos conversar, mas eu gostaria de me trocar primeiro. - Eu disse suavemente, ainda com a porta aberta. Ele ergueu as mãos e se levantou, saindo logo em seguida. Vesti- me com um vestido até a altura do joelho, cor vinho. Pentei os cabelos para o lado e chamei Jason novamente.

- Fica, Ally. Não seja mais um alguém que planta o amor e depois vai embora. - Ele pediu com a cabeça baixa.

- Eu jamais plantei o amor em você sem esperar para a colheita, mas quando veio a chuva, você me deixou sozinha, se lembra ?

- Eu fiquei com você, quando você realmente precisou. E por favor, sem metáforas, eu não sou bom nisso.

- Por culpa, Jason. Por culpa. Eu precisei de você antes. Bem antes. E precisava que você não tivesse dito não para mim. Que não tivesse me deixado sozinha, por que com você, eu esquecia de tudo.

- Eu sei que isso foi culpa minha, mas Ally se você ficar, eu não precisarei ir embora.

- Como assim ir embora ?

- Eu viajo hoje à noite para o Canadá.

- E você não ia me contar ?

- Se você ficasse, eu não iria.

- Ótimo. Eu achei que fosse eu quem fugia quando estava em problemas.

- Eu não estou fugindo. Eu estou te dando mais uma chance de ser feliz. Sem mim. Se isso é o que você quer, tudo bem. Eu só achei que tinha que tentar. - Ele disse e fechou a porta atrás de si.

Então ele vai embora... Eu não posso ficar... Não posso lhe dar mais falsas esperanças. Mas, eu não posso deixá - lo ir.

Embalei o resto das coisas, eu já havia levado a maioria. Depois de muita dificuldade para levar as coisas até o carro, voltei para me despedir de Jason. Era horrível olha-lo nos olhos, sabendo que era a causa da perca de seu brilho. Era atormentador olha - lo e vê - lo machucado por dentro. O puxei para um abraço.

- Eu não vou desistir de você, nunca. Nem de longe. - Eu falei baixo, fechando os olhos para sentir o meu último contato com Jason. - Não importa o que você pensa, a única coisa que tem que se lembrar sempre é que você é importante para mim.

- Idem. Boa sorte, Ally. - Ele disse e afagou os meus cabelos.

Tirei com cuidado, todas as imagens que eu mandei revelar e todos os quadrinhos que estavam na sacola, colei um por um na parede ao lado da cama. Fiz o meu melhor ao tentar pendurar os piscas-piscas. Arrumei a mesinha ao lado da cama. O meu quarto estava pronto. Estava em pé, em frente à bancada da cozinha, quando a campainha tocou. Deve ser Natalie. Caminhei até a porta, mas quando abri não havia ninguém, somente um buquê de lírios, as minhas preferidas. Me abaixei para pegá - las e um pequeno bilhete caiu.

SegredosWhere stories live. Discover now