Je voudrais que tu sois honnête avec moi

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Je voudrais que tu sois honnête avec moi; Eu desejo que você fosse honesta comigo.

Andrew On.

A olhei dormir, com uma mecha do cabelo negro no rosto, o afastei, sentindo imediatamente a eletricidade e a suavidade de sua pele. Eu queria que ela soubesse que tudo que falei na noite anterior era mentira, mas ao mesmo tempo uma raiva me consumia de uma maneira indescritível. Como ela pôde? Eu só queria poder esquecer o que eu vi. Seus olhos estavam inchados, e seu travesseiro molhado, havia chorado. Pensei em tocar seu rosto e conversar, mas a imagem do que ela fez passou rapidamente em minha memória, cerrei o punho e levantei da poltrona.

Tranquei a porta do quarto e sai, eu nem ao menos sabia para onde ir, mas não podia ficar no mesmo cômodo que ela. Eu iria fraquejar e pedir desculpas por essa briga, sem nem ter culpa.

Parei para tomar um expresso em um lugar com um nome estranho. Pedi e me sentei em uma mesa. Olhei as mensagens e nada, ela nem sequer me mandou alguma sms ou ligou. Eu passei a noite inteira em um bar de quinta e ela nem se importou. Passei as mãos pelo rosto, exausto.

- Posso me sentar? - Escutei uma voz suave inundar o ambiente. Olhei para cima e encontrei uma mulher loira, tão atraente quanto uma modelo. Olhei ao redor e para todas as mesas vazias e então a encarei de novo. - Sabe, não gosto de tomar café sozinha.

- Claro. - Bebi um pouco do expresso e a observei afastar a cadeira com delicadeza, Ally jamais faria assim, ela puxaria a cadeira sem nem perceber dizendo que estava com fome. Neguei com a cabeça, eu estava obcecado por essa garota. - Quer comer alguma coisa? - A perguntei.

- Não, obrigada. - Ela sorriu. - Eu mesma peço. - Falou abrindo a carteira rosa choque.

- Não, eu faço questão. - Falei, embora não fizesse. Não queria, de verdade, gastar meu dinheiro atoa, a não ser para comprar - lhe outra carteira menos chamativa. Acenei e chamei o atendente. - Como é o seu nome ? - Perguntei após ter pedido outro expresso, dessa vez descafeinado.

- Jasmine. - Ela sorriu. Um sorriso que iluminaria todo o ambiente. Colocou os cabelos para trás de um jeito totalmente suave. - E você é?

- Andrew. - Sorri. - O que vai fazer hoje?

- Absolutamente nada, tenho um dia de folga. - Ela deu de ombros.

- Podíamos passear por Paris. - Eu comentei.

- Eu iria adorar. - Ela sorriu, corada.

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Seus cabelos voavam enquanto ela tirava pela milésima vez uma selfie em frente à um chafariz congelado. Ela sorriu e pegou a minha mão, me puxando para trás de uma árvore. Ela se encostou no tronco e repousou sua mão em meu pescoço. Eu não sabia como reagir, então a deixei.

- Você foi muito gentil de passar parte do seu dia comigo. - Ela disse sorrindo. Seu gloss poderia iluminar o céu de tanto brilho contido nele da mesma forma que o vestido poderia ser confundido com penas.

- Você foi muito gentil em aceitar. - Sorri de uma forma fajuta. Ela se aproximou. Eu a observei, eu não queria fazer isso com a Ally. Mas, a imagem se repetia e repetia em minha mente. Eu não...

- Eu sinto muito. - Coloquei uma mexa de seus cabelos atrás da orelha. - Eu não posso fazer isso. Se quiser eu... Eu te levo até o seu hotel. - Falei me sentindo um idiota por dispensar uma garota tão linda. Ela encostou a cabeça em meu ombro e depois a levantou devagar.

- Não precisa. - Respondeu baixo e chateada. Saiu andando na frente e eu a puxei pelo pulso. Sua virada brusca fez seu vestido girar encantadoramente.

- Eu sinto muito mesmo. Eu não quero brincar com você, eu tenho namorada. - Eu falei baixo, já arrependido por ter saído com ela. - Deixe - me levá-la.

- Eu posso ir sozinha. Obrigada. - Ela puxou o braço e entrou no primeiro táxi que encontrou.

- Idiota. - Sussurrei para mim mesmo e me sentei num banco coberto de neve pela metade.

Alison On.

Andrew não teve a capacidade de voltar ao hotel, então eu decidi que se ele pode sair, eu também posso.

Girei e pulei pela milésima vez, dancei ao som de Skrillex. Era o vigésimo festival de música eletrônica de Paris. Era um lugar não muito grande, mas seus enfeites neons deixavam tudo mais encantador.

- Oi. - Sussurou no meu ouvido uma voz rouca.

- Oi. - Gritei.

- Está sozinha, querida? - Um homem mais velho, com uma barba mal feita apareceu na minha frente.

- Eu tenho namorado. - Falei e dei de ombros. Ele deu uma desculpa qualquer e sumiu no meio daquela gente toda.  Estava ficando tarde e eu não sabia andar por aqui sozinha, peguei um táxi e voltei para hotel. As luzes estavam apagadas, apenas uma luminária estava acesa perto da cama. Acendi a luz e vi Andrew sentado na poltrona de couro do outro lado do quarto.

- Oi. - Falei ao vê-lo com a cabeça baixa. - Me sentei cuidadosamente na beira da cama.

- Onde você estava? - Ele perguntou bruto, se levantando.

- Num festival. - Respondi.

- Você nem sequer sabe andar por aqui, você não pode sair assim. - Ele gritou.

- Mas você pode, não é? - Me levantei e gritei da mesma maneira. - Você pode passar a noite inteira fora, pode passar o dia inteiro fora e eu tenho que te esperar aqui? Você me deixou sozinha numa cidade que eu não conheço e eu sou a errada? - Gritei, sentindo as lágrimas vindo.

- Não venha se fazer de vítima, eu teria ficado com você se você não tivesse...

- Você nem escutou o meu lado da história, mas vejo pelo batom em sua camisa que você quis pagar com a mesma moeda, não é mesmo ? - Enxuguei uma lágrima e me sentei na cama. Ele olhou para o ombro e viu a mancha de batom vermelho e se sentou ao meu lado.

- Não é nada disso. - Ele passou as mãos pelo cabelo, exasperado. - Eu passei o dia com uma garota, mas eu não tive coragem de te trair, Alison. Eu deveria ter tido, mas eu não tive. Eu já te disse que por mais que eu odeie o jeito que você me faz fraco e dependente, eu te amo. E isso, infelizmente não muda a cada burrada que você faz.

- Eu queria acreditar em você. - Dei de ombros.

- E eu queria que fosse mais honesta comigo.

- Eu pensei que fosse você. Eu estava de olhos fechados. - Falei e lhe encarei, ele não olhava em meu rosto.

- Eu queria acreditar em você. - Ele disse com a cabeça baixa.

- Eu sinto muito. Eu sei que eu deveria ter prestado mais atenção e ter tomado cuidado, Andrew.  Mas você não podia ter me deixado sozinha do jeito que me deixou, sabe o quanto eu me preocupei?

- Nenhuma mensagem, nenhuma ligação. - Ele disse devagar.

- Do que ia adiantar se seu celular nem o meu pega aqui? - O indaguei. Ele fez cara de surpreso.

- E no festival, você não dançou de olhos fechados com ninguém? - Ele perguntou me encarando.

- O único que me chamou pra dançar, eu dispensei por causa do meu namorado idiota. - Dei de ombros outras vez. Ele riu e me abraçou.

- Vamos só esquecer. - Ele me deu um beijo na testa. - Eu não quero brigar com você. Isso tudo é tão especial.

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