Saudades

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Eu podia sentir o cheiro da água salgada, quando passei pela praia brevemente. Meu rosto estava iluminado pelo sol e eu tinha um sorriso que não saia do meu rosto, meu óculos de sol não permitia que a luz me incomodasse, a música vinda do rádio, era suave.

- Saying that you shouldn't waste your pretty face like me?

And all the people say
You can't wake up, this is not a dream
You're part of a machine, you are not a human being
With your face all made up, living on a screen
Low on self esteem, so you run on gasoline ( Dizendo que você não deveria desperdiçar seu rosto bonito como eu?

E todos dizem
Você não pode acordar, isso não é um sonho
Você é parte de uma máquina, você não é um ser humano
Com seu rosto todo alterado, vivendo em uma tela
Baixo em auto-estima, então você funciona à gasolina ) - Sussurrei ao ritmo da música, balançando um pouco a cabeça no refrão.

Pisei no acelerador ainda na CA - 99. Depois de longas duas horas e meia, fiquei feliz ao ver a placa de " Bem Vindo à São Francisco. "

- Mãe. - Corri do carro ao vê - la na grama em frente de casa. A embalei em um abraço antes mesmo que ela pudesse falar alguma coisa. Depois foi a vez de meu pai. - Eu senti tanta falta de vocês. - Falei dando um passo para trás.

- Como está bonita. - Minha mãe disse passando a mão pelos meus ombros, depois a repousando em meu rosto. Seus olhos brilhavam, tanto quanto os meus. Sorri para ela e a mesma me puxou em direção à casa. Assim que minha mãe fechou a porta atrás de mim, me despi da minha jaqueta jeans.

- Filha, como se sente em relação ao Max ? - Papai perguntou se sentando em sua poltrona. Eu me sentei no sofá em sua frente. Essa tinha sido a casa onde eu nasci, onde passei alguns dos melhores momentos que eu já tive, mas agora não era a mesma coisa, não soava da mesma forma. Talvez fosse os quadros em lugares diferente, ou o papel de parede novo, mas talvez fosse o tempo que passou e as mudanças que aconteceram. Ri da sua pergunta.

- Eu estou bem, aquilo havia sido um namoro de adolescente, pai. - Falei risonha.

- Parece que a minha little girl cresceu. - Ele sorriu. Minha mãe voltou da cozinha com uma xícara em mãos. Se aproximou e me entregou. Era chá, meu preferido.

- Querida, como vai em Los Angeles ? - Mamãe me perguntou procurando alguma coisa nas gavetas abaixo da estante.

- Bem. - Bebi um pouco do chá.

- Achei. Vamos ? - Mamãe perguntou tirando uma chave da gaveta.

- Mas, o meu pai não vem ? - Perguntei deixando a xícara de lado, me levantando.

- Não Querida, ficarei lendo meu jornal, me parece bem mais interessante. - Papai riu e eu o acompanhei.

Fechei a porta atrás de mim e segui minha mãe até seu carro.

- Quando foi que comprou outro carro ? -  Perguntei quando me sentei.

- Seu pai me deu de presente de bodas,  querida. - Ela deu partida e me olhou sorrindo. - Está tão crescida. Saiu daqui menina, mas há uma mulher na minha frente.

- Mãe, eu não cresci tanto. Foi só um ano. - Ri.

- Pareceram décadas. Sentimos tanto a sua falta, sem você a casa fica tão silenciosa. - Virou a direita.

- Eu senti falta de vocês também. - Sorri. É tão bom estar em sua presença.

- Como vai o emprego ? E o Jason ?

SegredosWhere stories live. Discover now