Almas Vazias

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Toquei o globo de neve, o chacoalhei. Sorri. Jason me deu ele em um dos nossos passeios de final de semana. O coloquei dentro da caixa, junto com todos os outros objetos da minha escrivaninha. Peguei um papel e recortei em forma retangular, para logo em seguida escrever " Escrivaninha " nele e o colar na parte lateral da caixa, assim que a fechei.

Vi Jason passar pelo corredor, ele pareceu não notar que eu estava empacotando minhas coisas. Me levantei e com passos leves, fechei a porta. As paredes brancas estavam se mostrando, com a retirada dos meus objetos. Uma sensação de vazio invadiu meu peito, o fazendo acelerar.   Terminei de empacotar algumas coisas da estante e mandei uma mensagem de texto para Natalie me ajudar a levar algumas coisas para o apartamento.

- Vai a algum lugar ? - Jason perguntou, seu semblante não denunciava nada, absolutamente nada. Então, ele ergueu as sobrancelhas, meio que perguntando o porquê do meu silêncio.

- Levar algumas coisas para o apartamento. - Eu disse e me direcionei até a geladeira, abrindo - a com uma mão e pegando a jarra de suco de limão com a outra.

- Quanta pressa. - Ele comentou e logo ouvimos algumas batidas na porta. Jason abriu e Natalie com seus longos cabelos loiros se fez presente.

- Vamos ? - Ela perguntou, sem nem sequer entrar em casa. Derramei o líquido no copo, bebi rapidamente.

- Vamos. - Cruzei a porta, acenei para Jason e a fechei. 

- Está tudo bem ? - Ela me Perguntou enquanto esperávamos o elevador.

- Sim, por que não estaria ? - Perguntei sem a olhar nos olhos.

- Por que você bateu na porta do elevador em vez de apertar o botão, Ally. - Ela disse e apontou para o botão ao lado.

- Ah, desculpe. - Corei, e apertei.

Quando já estávamos à caminho do apartamento, Natalie me perguntava sobre tudo, sobre como iriam ser às paredes, como era o quarto, com que toalha eu iria tomar banho.

- O que o Jason acha sobre isso ? - Natalie me perguntou, depois de cessar sua risada.

- Eu não sei. Ele parece indiferente. - Eu disse, virando à esquerda.

- Ele só está tentando fingir que não se importa, você sabe disso, não é ? - Seus olhos estavam fixos em mim, assenti.

- Sim. O silêncio dele, prova isso. Ele nem se quer me olha nos olhos e está se afastando gradativamente, mas Natalie... Eu cansei de brigar, eu não posso tirá-lo o direito de ficar irritado comigo, eu faço tudo errado. - Eu disse com o olhar baixo, depois de estacionar o carro em frente à um condomínio, cuja a frente era de uma cor creme e em uma placa metálica e lustrosa estava escrito :

Condomínio residencial América das Flores.

- Ninguém disse que seria fácil. - Natalie disse e pegou a minha mão.

- Eu só sinto que eu estou perdendo todo mundo. - Eu falei e ganhei um abraço apertado.

- Você não perdeu todo mundo. Eu estou aqui, por você. É pra isso que os amigos servem, certo ? Eu não vou te deixar por nada. - Ela disse afagando meus cabelos.

- Vamos subir. - Funguei e apontei para o condomínio. Saímos do carro e pedimos informação na entrada, logo estávamos no elevador rumo ao sexto andar. Andamos pelos corredores até achar o apartamento 5A. Uma sala totalmente branca e uma cozinha americana estavam dividindo espaço, entramos e colocamos algumas coisas em cima do sofá que estava no centro, mais um dos inúmeros móveis que estavam ali. Meu celular vibrou no meu bolso, era a minha mãe.

SegredosWhere stories live. Discover now