Segredos

By Believe_M

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Nós não controlamos o destino. Absolutamente não. Existe uma linha tênue entre o seu destino e você. Estão li... More

1998
7 meses atrás
The Original Pantry Cafe
São Francisco
2015
A mentira
Road Trip
Adeus
Los Angeles
A Secretária.
Um Sonho
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UCLA
Uma direção
Uma nova direção
Sem direção
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Por um fio
Sem Saída
O abismo
Lembranças
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Reabilitação
Quando a Escuridão Dominar...
Lembre - Se
Sempre pode ficar pior
Deixo-Te me Atormentar
Renascimento
Surreal
Chamadas Perdidas
Estereótipo Perfeito
Prometa - me
Distância
Completa Estúpidez
Saudades
O €rro
Tudo vai ser diferente agora.
Eterna Lembrança
Amanhã é um novo dia.
O céu mais escuro
Almas Vazias
Quem é você ?
Primeira Vez.
Vai valer a pena.
O vazio é cheio por dentro.
Conselho de mãe.
Surpresa
Ville Lumière
Je t'aime jusqu'à ce que le soleil meurt.
Dis mon nom
Je voudrais que tu sois honnête avec moi
i loko o koʻu mau aa koko
Loaa ko oukou makau
hoomanao
Memórias
Segredos
Queda Infinita
Eu te amarei até o sol morrer.
Agradecimentos
Trailer

Despedidas

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By Believe_M

11 de março; Histórias.

Eu deveria ter ido buscar as coisas da Caroline e só me lembrei agora, quando o tratamento está chegando ao fim, eu estou preocupada, eu não posso pegar e nem pedir para que ninguém pegue, a visita desse mês foi sábado passado e agora eu só verei eles quando eu sair daqui. Eu realmente preciso me desculpar com a Caroline.

Essa clínica me mudou completamente, sei lá a forma como eu vejo o mundo, a minha forma de agir, minha forma de pensar. Ela me ensinou que as pessoas erram por que ninguém é perfeito, e qualquer um merece uma segunda chance, uma chance de recomeçar, de renascer, de mudar. E sem essa chance eu jamais estaria aqui.

Entrei no meu quarto e vi Kourtney deitada na cama lendo um livro, o meu livro.

- Não pede mais emprestado não, coisinha ? - Falei e dei um beijo em sua testa.

Eu e Kourtney somos muito mais próximas do que eu e Meghan éramos. Ela só tem 16 anos e eu quero protegê - la de tudo que a sociedade possa fazer, eu gostaria que alguém tivesse feito isso por mim.

- Não, Ally, esse livro é muito legal, sério. Ei, o que acontece com a Rose ? - Falou se sentando na cama com perna de indiozinho, tão criança. Seus cabelos castanhos balançando conforme ela fazia os movimentos.

- Não vou contar, vai ter que ler até o final. - Falei e tirei minha jaqueta, a colocando na cadeira da mesa.

- Mas nem você leu até o final ainda. - Falou e fez um biquinho. Eu ri.

- Então nem eu sei. - Falei e levantei as sombrancelhas e os ombros, curvando minha cabeça um pouco para o lado.

- Af. - Falou e se jogou na cama, voltando a posição que estava antes, de barriga para cima. Fiz o mesmo só que na minha cama.

Olhamos o teto por muito tempo e não dissemos uma palavra.

- Ei, onde você tava ? - Ela Perguntou se virando para mim.

- Eu estava no jardim. - Falei.

- Já deu dez horas ? - Falou com os mãos embaixo da cabeça que nem as crianças quando vão dormir.

- Já. - Falei e me virei de lado pra poder olhar para ela.

- Você tá com sono ? - Perguntou.

- Não e você ?

- Não. - Falou.

- Por que você veio pra cá, Kourtney ? - Perguntei. Eu estou muito curiosa. Eu não entendo o porque dela não querer falar, mas eu tento respeitar.

- Achei que tivéssemos entrado em um acordo. Eu não conto a minha e você não conta a sua. - Falou um pouco chateada.

- Kourt, por que você não quer me contar a sua história ? - Perguntei me sentando na cama.

- Eu só não quero, Ally. - Falou e se virou de costas pra mim.

- Você não precisa ter vergonha de mim, pode me contar, eu não vou te julgar. - Falei mirando o chão.

- Você promete ? - Perguntou. Eu me surpreendi com o que ela disse, por mais que eu insistisse ela nunca me contou.

- Eu... Eu comecei a fumar maconha quando eu tinha quatorze anos, por causa de uns amigos meus, depois, quando as coisas começaram a ficar difíceis eu comecei a usar crack. Quando a coisa chegou a um ponto crítico, o meu pai me mandou pra cá. - Falou ainda virada de costas pra mim.

- Coisas difíceis ? - Perguntei arqueando uma sobrancelha.

- É, eu comecei a discutir com os meus pais por causa do meu ex namorado, ele era bem, como eu posso dizer, ele fumava e era envolvido com bastante coisa ruim. Meus pais diziam que eu tinha que ser um exemplo pra Beckinha, que eu ia acabar grávida e que se isso acontecesse eles iriam me expulsar de casa, que eu era a pior coisa que aconteceu na vida deles, que a única coisa que eu fazia era estragar tudo. Eu estava ficando louca e comecei a usar crack, transei com tantas pessoas numa noite só, mesmo estando namorando. Nós nos separamos depois disso e minha mãe entrou em depressão e meu pai me colocou aqui. - Falou e se virou de frente pra mim, do mesmo jeito que fizera antes dessa conversa começar.

- Quem é Beckinha ? - Perguntei.

- Minha irmã de cinco anos, ela dizia que sentia falta da irmã dela, a verdadeira Kourtney, isso me deixava muito chateada, o Kalleb dizia que eu precisava tomar jeito, mas que não ia me forçar a nada, aquilo doía, doía ver eles desistindo de mim, sabe ? - Ela Falou com a voz embargada e com os olhos molhados, eu me sentei na sua cama e ela fez o mesmo, a embalei num abraço forte.

- Sua mãe tá bem ? - Perguntei com a cabeça em seus cabelos.

- Tá se tratando, eu não queria ser a causa disso tudo. - Falou.

- Eu sinto muito Kourt, todo mundo erra, o importante é você aprender com eles. - Falei segurando seu rosto para que ela olhasse para mim, sequei suas lágrimas com as costas da minha mão.

- Obrigada Ally. - Falou e me abraçou outra vez.

- De... De nada... Kourt...Kourtney eu quero respirar. - Falei com o resto de ar que tinha no meu pulmão.

- Foi mal. - Falou rindo.

- Vamos dormir ? - Perguntei.

- Não, querida. Eu te contei a minha, agora me conta a sua. - Falou e se afastou de mim, sentando de pernas de indiozinho no fim da cama.

- Ah, ok. - Falei e me pus na mesma posição. - Na minha festa de aniversário o meu ex namorado me deu cocaína, depois nós nos separamos e eu fiquei com uma mulher, depois eu transei com um traficante, depois pediram a minha casa e eu fui demitida, quase tive uma overdose e to aqui. - Falei rapidamente e bati a mão na minha coxa, me levantei e fui para a minha cama.

- Eu sei que você só resumiu. Sinto muito por você, Ally. - Falou.

- Tudo bem Kourt, boa noite. - Falei e desliguei meu abajur.

- Boa noite. - Falou e desligou o seu também.

20 de março; Despedidas.

- Eu não quero que você vá embora, Ally. - Falou e me abraçou pela milésima vez no dia.

- Kourt, eu já falei que eu vou vir te visitar. - Falei e acariciei seus cabelos.

- Eu não quero ficar sozinha. - Falou, fungando.

- Você não tá sozinha. - Falei com o coração na mão. Ela era tão criança, tão inocente mesmo já tendo feito as coisas que já fez.

- Mas vou ficar. - Falou.

- Para Kourt, eu sempre vou estar aqui quando você precisar. Nas suas lembranças.

- Af. - Falou.

Estávamos deitadas na minha cama, e ela estava deitada sob meu peito. Me cortava o coração ouvi - la falar essas coisas, ela era como uma irmã caçula pra mim.

- Eu ainda to aqui. Eu só vou embora amanhã, para com isso. - Falei e dei um beijo na sua testa.

- Tá bom. - Falou com as lágrimas caindo e eu as sequei com o meu polegar.

Depois de uns minutos decidimos que iríamos aproveitar a nossa despedida no jardim. Eu estava vestida com um vestido de bolinhas pretas e um coturno nos pés. Ela estava com uma jardineira jeans e seus cabelos prendidos de lado.

Passamos a tarde inteira brincando que nem crianças e conversando.

Depois de horas naquele jardim, eu já me encontrava deitada na minha cama, de banho tomado e com o meu livro nas mãos. Kourt já estava dormindo.

" E quando ficar difícil, se lembre de mim. Foram essas as palavras que ele me disse, elas se repetiam e se repetiam, cada vez mais altas, cada vez mais sem um pingo de verdade nelas. Eu não entendo o porque de tudo ser tão complicado. Não entendo o porque da minha falta de cérebro. Eu só queria pedir, gostem de mim. Por favor, gostem de mim. Eu prometo que se vocês me aceitarem, eu vou me aceitar também, prometo roubar o cérebro de alguém, prometo tentar ser melhor. É como as ondas, elas vão e vem, às vezes fracas e às vezes fortes, essa sou eu, isso é uma definição perfeita sobre mim. "

Fechei o livro e adormeci.

28 de Março; Não esquecerei jamais.

- Não... Shuh...Shuh...Kourt. - Falei chorando junto com ela. Ela me abraçava como se eu fosse a última pessoa no mundo. Eu não quero me despedir dela. - Kourt, eu vou voltar pra te visitar.

- Não esquece de mim. - Falou entre soluços.

- Jamais, meu amor. - Falei e acariciei seus cabelos.

Jason e Natalie apenas nos olhavam, eu já havia me despedido de todas as outras pessoas, tinha deixado o mais difícil pra depois. Eu não quero deixar a minha criança.

- Venha Kourtney, você tem que subir agora. - Doutora Godoy Falou chegando perto de nós, estávamos na saída da clínica.

- Promete, Ally ? - Falou com a cabeça encostada no meu ombro.

- Prometo. - Falei e fui obrigada a me soltar dela. É claro que eu vou voltar pra visitar ela. Eu não vou esquece - la nunca. Vi a Doutora Godoy levar a Kourtney até o elevador.

- Bom, já conversamos sobre o fim do tratamento. Eu fico feliz em ver que você se reergueu Alison, eu estou muito feliz por você. Parabéns. - Doutora Godoy falou assim que chegou perto de nós novamente e me abraçou.

- Obrigada por me ajudar. - Falei e retribui o abraço.

- Até, Alison. - Falou se recompondo.

- Até, Doutora Blanca Godoy. - Falei com um sorriso nos lábios.

Andei ao lado de Natalie e de Jason até o carro em silêncio.

- Intenso. - Jason falou ao se sentar na cadeira do volante.

- Verdade. - Natalie falou do banco da frente. Eu dei uma risada baixa e mirei meu celular em minhas mãos, faz tanto tempo que eu não o vejo. O carro começou a se mover e eu via aquela clínica se distanciando e prédios aparecendo, a ondas na praia. Eu não acredito que estou vendo a rua de novo. É quase irreal. Peguei meu livro na minha bolsa e o abri.

"- Rose onde vai ? - Perguntou - me pondo - se debruçado na janela.

- Vou fazer minha vida, meu irmão. - Falei sentindo a grama em meus pés descalços.

- Estás a ir para a casa de Code ? - Perguntou perplexo.

- Claro que não, quero fazer da minha vida, uma vida feliz comigo mesma. - Falei e me sentei na grama. - Pare de ser bobo, eu só vim ver as estrelas. - Falei e ri de sua expressão, achando que aquilo era uma despedida. Tyler veio e se sentou ao meu lado.
Quando as coisas simplesmente acontecem elas tem um encanto inimaginável, que só perceberemos no futuro. Há pessoas que aparecem na nossa vida, simplesmente para transformá - lá. Temos que aprender que superar é preciso e que seguir em frente é a única saída que temos. " - Fechei o livro e tirei meu marcador com um sorriso no canto de meus lábios, aquela havia sido a última página de " O €rro."

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