Drag Me Down ( Harry Styles F...

By harrydesordeiro

34.5K 2.6K 2.6K

Harry Styles saiu de casa aos 15 anos, após o anúncio do divórcio de seus pais, algo que o deixou devastado... More

Prólogo
Capítulo 1.
Capítulo 2.
Capítulo 3.
Capítulo 4.
Capítulo 6.
Capítulo 7.
Capítulo 8.
Capítulo 9.
Capítulo 10.
Capítulo 11.
Capítulo 12.
Capítulo 13.
Capítulo 14.
Capítulo 15.
Atenção!!!
Capítulo 16.
Parte 2.
Capítulo 17.
Capítulo 18.
Capítulo 19.
Capítulo 20.
Capítulo 21.
Capítulo 22.
Capítulo 23.
Capítulo 24.
Capítulo 25.
Últimos Avisos!!!!!!
Capítulo 26.
Capítulo 27.
Capítulo 28.
Parte 2.
Capítulo 29.
Capítulo 30.
Epílogo.
Agradecimentos!

Capítulo 5.

1.1K 90 52
By harrydesordeiro

" Eu não posso te impedir de fazer suas brincadeiras, cabe a você repensar nas suas atitudes, porque isso não vai te levar a nada, não estou te dando um sermão, é só o que eu penso, não me leve a mal tá? "

Ouço a voz da Emily na minha cabeça enquanto estou dirigindo até o supermercado. Na verdade, a voz dela está desde ontem ecoando na minha cabeça, cada palavra. Passei a noite pensando em todas as piadinhas, todas as brincadeiras que já aprontei, não só com ela, mas com as outras pessoas da escola, são brincadeiras idiotas e infantis, tacar bolinha de papel, chiclete no cabelo, cola na cadeira, mochila na lixeira, colocar o pé na frente para que a pessoa tropece, esbarrar e ver livros caindo no chão, podem ser coisas que me faziam rir, mas que faziam os outros chorar.

" É sério Harry, suas brincadeiras me ofendem muito, você sabe que isso é bullying não sabe? - ela falou meu nome, é a primeira vez que ela fala o meu nome - eu não estou acostumada com esse tipo de coisa, onde eu estudava, lá em Lenoir, nunca mexeram comigo e aqui estou passando por isso, você e seus amigos fazendo piadinhas com o meu sotaque, com o meu cabelo, o uniforme, eu fico mal, pode parecer que não, mas eu fico. "

Pela primeira vez alguém fez com que eu me sentisse mal. Estaciono o carro e ajeito minha jaqueta. O supermercado não fica longe de onde moro e isso facilita a minha vida. Atravesso a rua e ao chegar na porta do supermercado, vejo uma garota no caixa.

- Não acredito - é Emily, de calça jeans, sapatilha e moletom de capuz azul, ela pega a sacola e se afasta do caixa, ao me ver vem em minha direção.

- Oi - ela diz, ao parar na minha frente.

- Oi - digo.

- Você chegando e eu saindo.

- Pois é, vim fazer compras - que coisa idiota de se dizer na frente de um supermercado, o que se faz no supermercado? COMPRAS SEU MANÉ - vim tentar fazer compras, não sei direito o que vou comprar.

- Como não? - ela franze a testa - você não fez uma lista?

- Eu não costumo fazer compras, nunca fiz uma lista de compras na minha vida, acontece que minha geladeira meio que gritou por comida hoje de manhã.

- Ahh, entendo, está vazia - assenti - você quer ajuda?

- Ajuda?

- É, você disse que veio tentar fazer compras, que não sabe direito o que comprar, posso ajudar, é uma forma de retribuir sua ajuda de ontem.

- Bom, eu aceito, eu meio que estou desesperado - Emily coloca uma mecha do cabelo atrás da orelha, vai em direção aos carrinhos de compras e pega um.

- Então, você não vem? - ela olha para mim e coloca sua sacola na parte debaixo do carrinho, me aproximo dela - por onde você quer começar?

- Eu não sei - caminho ao seu lado enquanto ela empurra o carrinho de compras - para ser sincero, não sei o que comprar.

- Você gosta de sopa? - ela para o carrinho - essa aqui é muito boa.

- Gosto sim - Emily me mostra uma sopa em lata - pode colocar no carrinho.

- Garanto que você vai gostar, ela é muito boa, é minha favorita.

Emily foi empurrando o carrinho de sessão em sessão, sempre parando e me perguntando o que mais eu queria comprar. Penso que se estivesse sozinho, provavelmente iria encher o carrinho com besteiras, mas com ajuda da Emily, enchi com produtos de limpeza, biscoitos, leite, suco, frutas, pão, carne, coisas que eu não estava tão acostumado a comprar. E não foi tão chato quanto pensei que seria.

- Tem mais alguma coisa que ainda falta comprar?

- Acho que não, o carrinho está cheio - dou risada e sou surpreendido por um sorriso lindo.

- Está cheio mesmo, tenho certeza que você vai devorar tudo - ela empurra o carrinho até o caixa - oi de novo - ela fala para a mulher do caixa, que sorri para ela - você veio de carro? - ela me olha rapidamente e começa a tirar as compras do carrinho.

- Sim, mas quase venho a pé, ia comprar pouca coisa - também ajudo a tirar as compras do carrinho - mas olha tudo isso! - Emily dá mais um sorriso, seu rosto parece se iluminar.

- Pelo menos sua geladeira não vai mais gritar por comida - ela ri.

- Verdade - terminamos de passar as compras, tiro a carteira do bolso e pego meu cartão - débito - digo, ao entregar o cartão a mulher do caixa, que sorri para mim.

Enquanto estou pagando as compras, Emily passa atrás de mim com sua sacola e ajuda o embalador com as compras. O menino, que parece ter a idade dela a olha, dá um sorrisinho e agradece pela ajuda. Compras pagas e dentro das sacolas, enfio a carteira no bolso e pego o resto das sacolas, já que Emily pegou a maioria.

- Me dá mais sacolas, você pegou mais da metade.

- Está tudo bem - ela diz - onde você estacionou seu carro?

- Está logo ali, do outro lado da rua - saímos do supermercado e atravessamos a rua, cheios de sacolas - vou abrir o porta-malas - damos a volta no carro - espera rapidinho - dou um chutinho no porta-malas e ele se abre.

- Que moderno.

- É, super moderno - sorrio, espera, eu acabei de sorrir para ela? - ele está com problema só na hora de abrir - colocamos as sacolas no porta-malas.

- Pronto, compras ajeitadas no seu moderno porta-malas!

- Será que posso me aproveitar da sua boa vontade? - fecho o porta-malas.

- Me deixe adivinhar, você quer que eu te ajude a guardar as compras na sua casa?

- Uau, você lê pensamentos?

- Não, mas vi sua cara quando você olhou para as sacolas, se você quer ajuda tudo bem, mas você vai ficar me devendo uma.

- Sem problemas! - com isso, Emily sorri, pela terceira vez.

No carro, Emily ficou calada, diferente de ontem, mas é claro, ontem ela estava chorando, tremendo, fugindo do padrasto tarado. Hoje ela está mais calma, até riu e sorriu para mim e ainda me ajudou com as compras, quem diria.

- É aqui que você mora? - Emily pergunta, tirando as sacolas do porta-malas.

- Sim - respondo.

Meu prédio não é novo, mas eu gosto do lugar, os vizinhos não me incomodam, cada um fica na sua e isso é ótimo. Passamos pela portaria e o porteiro não está, esse cara vive sumindo. Aperto o botão do elevador e torço para ele não enguiçar.

- Em qual andar você mora?

- No sexto - a porta do elevador se abre, faço sinal para que ela entre primeiro.

- Obrigada - ela entra, estica a braço e aperta o botão do meu andar.

- Então... Hoje você me parece melhor.

- Eu estou, na verdade, já passei por isso tantas vezes, que eu acabei me acostumando.

- Não deveria - ela olha para mim, a porta do elevador abre - vem - saímos, ela me segue pelo corredor, até a porta do meu apartamento, coloco as sacolas no chão e pego a chave no bolso da jaqueta - é sério, você não deveria estar acostumada com isso - abro a porta - pode entrar - ela passa por mim, pego as sacolas no chão, entro e fecho a porta com o pé, vejo minha camisa e minha calça de moletom espalhados no sofá, que vergonha - não repara na sala, eu não tive tempo de arrumar, vamos colocar essas coisas na cozinha, é por aqui.

Meu apartamento não é tão grande, mas é confortável, tem uma sala ampla, cozinha, banheiro, uma área de serviço - que nem uso - e o meu quarto, que é bem espaçoso. As únicas coisas que faltam são, uma mesa de jantar e uma boa pintura nas paredes, está nos meus planos resolver essas duas coisas, mas acabo protelando e nunca resolvo.

- Legal seu apartamento - Emily diz, colocando as sacolas na pequena mesa da minha pequena cozinha - você mora sozinho?

- Agora sim, antes eu dividia - arrasto uma cadeira e me sento, Emily encosta na pia, segurando sua sacola - senta um pouco, vamos conversar ou você já tem que ir?

- Não não - ela arrasta uma cadeira e se senta, de frente para mim - você não vai guardar suas compras?

- Depois eu enfio tudo na geladeira.

- Aposto que vai jogar tudo de qualquer jeito e se duvidar, você pode colocar o detergente no congelador - ela levanta, coloca sua sacolinha pendurada na cadeira - eu posso arrumar para você?

- Olha, se você quiser fazer isso por mim, eu vou ficar agradecido, mas não precisa, posso arrumar depois.

- Você vai ficar me devendo mais uma e eu não vou esquecer - ela começa a tirar as compras das sacolas - então, sobre o que você quer conversar?

- Sobre o que você falou agora pouco, do seu padrasto, sobre as tentativas de abuso - ela para de mexer nas sacolas e me olha - isso é uma coisa grave, ele deveria estar preso, como você ficou ontem?

- Depois que você foi embora, entrei em casa, peguei o canivete e fiquei sentada na frente de casa, fazendo os exercícios da escola, fiquei até minha mãe chegar.

- E seu padrasto?

- Chegou depois - Emily pega a lata de sopa e abre a porta do armário - senhor! Há quanto tempo seu armário está assim?

- Faz um bom tempo, se você ficou assim por causa do armário... Nem queira ver a geladeira...

Emily coloca a lata de sopa no armário e se aproxima da geladeira.

- Meu Deus! - diz ela, ao abrir a geladeira, tive que rir com sua reação - você não come não?

- Como fora de casa.

- Tadinha, ela está vazia, vou dar um jeito nisso agora.

- Então, continua falando.

- Bem, quando meu padrasto chegou, eu já estava no quarto, de porta trancada, nada aconteceu, até consegui dormir um pouco, eu sempre tenho pesadelos - ela diz, enchendo minha geladeira com as compras - pesadelos horríveis.

Emily não é feia, definitivamente ela não é feia, e as pernas são bonitas, bom, pelo menos ela fica bem de jeans.

- Será que podemos mudar de assunto?

- Claro, desculpa - puxo o zíper e tiro a jaqueta.

- Quantas tatuagens - Emily corre os olhos pelos meus braços.

- Você gosta?

- Gosto, também tenho uma - COMO É? EMILY HILLIARD TOOLEY TEM TATUAGEM? - ficou surpreso?

- Confesso, fiquei, onde é a sua?

- Não dá para mostrar, é na costela, é um trecho da carta aos coríntios, conhece?

- Não - não sou um cara religioso, mas acredito em Deus - você pode me falar?

- Posso, é assim, o amor é paciente, o amor é bondoso, não inveja, não se vangloria, não se orgulha, não maltrata, não procura seus interesses, não sente ira facilmente, não guarda rancor, o amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade, tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta - quando ela guarda a bandeja de frios na geladeira, entendo que o trecho acaba ali e sinto que ela ficou emocionada enquanto falava.

- É bonito, tem algum significado?

- Um dia teve, hoje é só um trecho da bíblia que eu gosto muito - ela dá um sorriso fraco e vejo uma certa tristeza em seus olhos - acabei, olha que bonita está sua geladeira - ela abre mais a porta para me mostrar - bem melhor, não acha?

- Muito melhor - rio, Emily fecha a porta da geladeira e recolhe as sacolas que estão na mesa - pode colocar essas sacolas na gaveta, nessa com o puxador pela metade.

- Tá bom - ela guarda as sacolas na gaveta e termina de guardar algumas coisas no armário - as coisas de limpeza você dá um jeito depois, ufa, cansei - ela se senta.

- Muito obrigado pela ajuda, sério.

- De nada - ela diz e fica me encarando, não sei se está olhando minhas tatuagens ou olhando meu rosto - sabe, é estranho tudo isso, tipo, você e eu, no seu apartamento, na sua cozinha, estou acostumada a ser ofendida por você e tal, mas ontem você foi legal e hoje também, acho que você não é tão ruim ou tudo isso é só porque eu te ajudei a fazer compras?

- Só pelas compras - ela avalia minha resposta.

- Você está mentindo - diz e sorri.

- Ok, estou mentindo, confesso - passo a mão no cabelo - estou sendo legal com você porque eu quero, você não é tão chata quanto eu pensei, você gosta de tatuagens e até tem uma, isso conta a seu favor.

- Nem sempre fui essa esquisita Harry, é assim que você e seus amigos me chamam, fora os outros apelidos - não digo nada - sei que vocês falam de mim.

- É, você está certa - resolvo admitir e me sinto envergonhado por isso.

- Você e seus amigos deveriam parar de julgar as pessoas, todo mundo tem uma história, por trás de um sorriso podem estar escondidas muitas dores.

- É o seu caso? - me lembro do texto que ela leu na escola.

- Todo mundo esconde uma dor, você não? - o jogo virou - eu vejo nos seus olhos, aliás, olhos muito bonitos, eu vejo algo bom, apesar de você sempre me olhar de cara fechada e com deboche, eu vejo algo bom nos seus olhos, bondade por exemplo, ontem você não pensou duas vezes em me ajudar, me ouviu, foi solidário comigo, até colocou a mão sobre a minha, você não é uma pessoa ruim.

- Você não me conhece - acabo sendo rude e Emily abaixa a cabeça.

- Eu sei - ela fala baixinho.

- Desculpa, eu não queria ter falado assim.

- Tudo bem - ah não, ela está chorando? Que merda! - eu já vou.

Ela levanta, pega a sacola pendurada na cadeira e sai da cozinha.

- Espera - vou atrás dela e a pego pelo braço - me desculpa, não quis falar daquele jeito com você.

- Já disse que está tudo bem - olho para seu rosto, o pequeno corte em seu lábio e a pequena mancha roxa em seu rosto me fazem lembrar da cena no banheiro - agora me solta, por favor - a solto, ela caminha até a porta e sai.

- Porra, como eu sou burro!

Por que eu tive que falar com ela daquele jeito? Ela estava falando bem de mim, como ninguém nunca faz, estávamos conversando como pessoas normais, tudo bem que estava meio estranho, até porque, nunca imaginei ter Emily Hilliard Tooley no meu apartamento, mas eu estava gostando daquela coisa estranha, da nossa conversa estranha, estava gostando do fato de falar com alguém normal, com alguém que não fale apenas de quantos baseados já fumou ou de quantas doses de uísque conseguiu tomar em uma noite.

Estava gostando de ter uma conversa normal, gostando de tê-la na minha pequena cozinha, gostando de ter Emily Hilliard Tooley no meu apartamento. Ela não é esquisita, não é feia, não é uma caipira, ela é uma garota comum, que talvez tenha passado por algo ainda pior do que as tentativas de abuso do padrasto. Emily conseguiu ver algo bom em mim, riu da minha falta de experiência com compras, ela estava a vontade comigo, parecia ser outra garota e eu gostei de estar perto dela.

" Todo mundo esconde uma dor, você não? "

- Escondo e acho que você também.


[N/A] Lá vem a chata de novo com essa coisa de notas da autora rsrs bom gente, eu não iria atualizar Drag Me Down hoje, fiquei em duvida se atualizava hoje ou não e ontem mesmo decidi que atualizaria. Não tem muita coisa nesse capítulo, mas as coisas entre Emily e Harry estão começando a caminhar, vocês não acham? as coisas estão acontecendo aos poucos. Espero que vocês gostem do capítulo, apesar de não ter muita coisa, espero que continuem acompanhando essa fanfic e que também acompanhem Friends, que votem, comentem, isso é muito importante para mim e me motiva a continuar escrevendo, como eu já falei outras vezes, ver minhas notificações me deixa muito feliz, ver que tem comentários e votos, vocês são demais. E em especial, dedico esse capítulo a uma pessoa muito especial: pieceofmyhearttx, hoje faz dois meses que ganhei essa pessoa de presente de aniversario, quer dizer, ela apareceu bem no dia do meu aniversário rsrs nossa amizade é algo muito precioso para mim e você sabe que tenho um carinho enorme por você, obrigada por tudo ♥

Continue Reading

You'll Also Like

2.3K 86 10
Scorpios Malfoy e Rose weasley se odiavam até um dia em que tudo parece começar a mudar Aqui é Scorose, Alvice e Jayminique. Quem gostar de scorbus p...
274K 13.1K 63
• Onde Luíza Wiser acaba se envolvendo com os jogadores do seu time do coração. • Onde Richard Ríos se apaixona pela menina que acabou esbarrando e...
1.1M 66.5K 82
Grego é dono do morro do Vidigal que vê sua vida mudar quando conhece Manuela. Uma única noite faz tudo mudar. ⚠️Todos os créditos pela capa são da t...
228K 11.3K 60
"A escuridão nem sempre remete a coisas ruins ou algo obscuro. Na maioria das vezes é apenas o abrigo de um amontoado de coisas boas, que apenas não...