Velha infância | L7NNON

By htss_safira

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Dois olhares se cruzam novamente. Memórias antigas voltam à mente, palavras tímidas são trocadas, emoções ant... More

Cast
atenção
introdução
capítulo 01
capítulo 02
capítulo 03
capítulo 04
capítulo 05
capítulo 06
capítulo 07
capítulo 08
capítulo 09
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
feed
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
capítulo 22
capítulo 23
capítulo 24
capítulo 25
capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
capítulo 30
capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
capítulo 35
capítulo 36
capítulo 37
capítulo 38
capítulo 39
capítulo 40
capítulo 41
capítulo 42
capítulo 43, parte 1.
Capítulo 43, parte 2.
Capítulo 43 - Última Parte.
capítulo 44 - 🔥
capítulo 45
capítulo 47
capítulo 48
capítulo 49
capítulo 50 - 🔥
capítulo 51
capítulo 52
Capítulo 53

capítulo 46

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By htss_safira

Capítulo por Ayana

📍 Rio de Janeiro - 2022
📆 3 semanas depois, domingo.

Eu estava na inauguração da loja de sex shop da Bruna, caminhando pela loja cuidadosamente decorada. Eu observava a expressão de felicidade estampada no rosto dela.

Enquanto as pessoas se aglomeravam ao nosso redor, silenciosamente, eu observava cada um dos convidados, admirada com a diversidade de idades, estilos e expressões. O sorriso era o elemento comum a todos.

Ver minha melhor amiga prosperando, transformando sua criatividade em um negócio promissor, era motivo de imensa alegria. Lembro de como a Bruna estava empolgada, planejando cada detalhe da loja e se dedicando intensamente para oferecer um espaço inclusivo e acolhedor a todos os clientes.

Ao percorrer os corredores, notei as prateleiras repletas de produtos coloridos e diversificados. Desde vibradores elegantes, aos mais diferentes tamanhos e formas, até lingeries sensuais, todos os itens cuidadosamente selecionados refletiam a personalidade e o bom gosto dela. A cada olhar, eu via o empenho dela em proporcionar uma experiência única aos clientes, prezando pela qualidade e pelo respeito à individualidade de cada um.

Enquanto eu caminhava totalmente encantada por esse parque de diversão, não pude deixar de notar as diferentes reações das pessoas ao explorar os produtos. Até mesmo eu, ao observar algumas coisas que estavam ali, não contive a risada. Alguns se mantinham tímidos, escondendo sorrisos atrás das mãos, enquanto outros examinavam os produtos com curiosidade e excitação evidentes em suas expressões.

- Ayana! - Bruna exclamou, vindo até mim e dando alguns espasmos demonstrando alegria - Amiga, eu estou tão feliz! Eu tinha a certeza de que iria ser um sucesso, mas eu não imaginava que ia ser tão... assim - apontou para as pessoas e voltou seu olhar para mim, sorrindo.

- Isso é apenas o início, amiga - puxei ela para um abraço - Isso aqui está absurdamente incrível! Logo você vai ser tipo a Alice de pernas para o ar no quesito negócios, por favor - demos risadas.

- Olha ali, Ayana, nosso futuro - apontou para duas mulheres que aparentavam ter seus 58 anos e davam risada olhando as prateleiras enquanto comentavam alguma coisa.

O começo de uma trajetória promissora. Ela estava determinada a transformar a maneira como as pessoas abordavam a sexualidade, enfatizando a importância do amor-próprio e da liberdade sexual.

Depois que a animada inauguração da loja de sex shop chegou ao fim e os convidados partiram, eu e Bruna ficamos para organizar todos os detalhes finais.

Enquanto dobrávamos algumas roupas íntimas e arrumávamos os produtos nas prateleiras, Bruna me perguntou como as coisas estavam indo entre eu e Lennon.

- A gente tá muito bem, tá tudo da melhor maneira, graças a Deus - dou um sorriso - Acho que estamos no caminho certo.

- Isso é ótimo! Agora só falta o pedido oficial.

- Ah, eu não tô me importando muito com isso não - falei sem interesse e Bruna parou o que estava fazendo, me olhando com deboche. Dei risada - Mentira, é lógico que eu quero ser pedida em namoro, mas tô tentando dar tempo ao tempo.

Enquanto continuávamos a tarefa de organizar a loja, Bruna não pôde conter um riso curioso e perguntou:

- E então, Ayana, me conta a situação envolvendo vocês que tu queria me contar - disse como quem não quer nada, mas eu olhei pra ela de canto, dando risada.

- Cara, pelo amor de Deus - botei a mão no rosto, gargalhando - Eu e o Lennon estávamos numa pegação sinistra e a porta estava aberta, a gente não percebeu que os amigos dele tinham chegado em casa. Acho que eu não preciso contar o resto, por favor.

- Ah, não - Bruna gargalhou, caçoando da minha cara que estava quente só de lembrar - Mas alguém abriu a porta? Conta direito.

- Não precisou, até porque eu acho que o barulho do quarto já era um aviso pra ninguém incomodar, mas quando a gente saiu do quarto, eles estavam na sala, cara, um constrangimento absurdo, minha cara no chão. Mas eles não perderam a oportunidade de ficar zoando, mas eles acabaram ficando felizes por nós.

- Depois disso, não teve como negar o romance, né?

- Não precisava ter sido dessa forma, mas tá bom, pelo menos eles e a família do Lennon já sabem. Fico mais tranquila tendo o apoio de quem realmente importa.

Semana passada, após uma mini discussão, cedi ao pedido de Lennon sobre contar para a família dele e vocês já sabem, né? Um fuzuê bom, família comemorando, dizendo que já sabia que isso uma hora ia acontecer. Foi incrível, o acolhimento deles foi de grande importância.

Concluímos o que tínhamos para fazer na loja e fomos embora.

- Você já pensou em como a Juliana vai reagir sobre vocês? - desviou o olhar da pista, me olhando rapidamente.

- Aí, amiga, vamos falar sobre isso outra hora, com calma, porque esse assunto já me deixa aflita - respondi, e Bruna deu uma risada leve, concordando.

- Então, vamos falar de coisa boa! Semana que vem o restaurante volta, né? - disse empolgada.

- Graças a Deus - respondi, me sentindo aliviada - Em uma semana, tudo volta ao normal! - sorri.

...

Um tempo depois, cheguei em casa e fui correndo me arrumar, já que hoje eu iria sair com o Lennon.

Lennon chegou e eu desci correndo para a sala.

- Maya, tô saindo, a Bruna precisou ir ali rapidinho, mas daqui a pouco tá chegando aqui pra te fazer companhia. Amanhã de manhã eu tô aqui, fecha a porta, confere as janelas e qualquer coisa me liga, ouviu? - falo com pressa e deixo um beijo na sua bochecha.

- A Bruna tá vindo aqui pra me fazer companhia ou pra me vigiar? - deu risada se levantando.

- Os dois - respondo rindo e saio pelo portão. Maya cumprimenta Lennon, que estava encostado no carro, e pega uma sacola da sua mão, fazendo uma dancinha estranha que mais parecia um breve ritual maligno.

- Que isso? - perguntei curiosa, e ela passa por mim sem me responder, fechando o portão.

- Coisa minha e dela, mona - responde debochado e eu dou risada da forma como ele falou.

Nos abraçamos de forma afetuosa, e dou um selinho nele, passando os braços pelo seu pescoço. Espontaneamente, nos beijamos. Foi um beijo doce e cheio de saudades, pois nos últimos dias ele estava viajando. Nos soltamos e entramos no carro.

Durante o trajeto, Lennon comentou sobre seu dia e compartilhou algumas fofocas, comentando com orgulho sobre seu trabalho. Sua voz suave e seu sorriso encantador me deixavam cada vez mais apaixonada. Eu achava que era impossível me encantar mais com ele, mas essa teoria era refutada toda vez que eu estava perto dele.

Chegamos ao local, e Lennon desceu do carro, dando a volta nele e abrindo a porta. Ele estendeu a mão para mim, e entrelaçamos nossos dedos enquanto saíamos do carro. Continuamos de mãos dadas enquanto caminhávamos em direção ao restaurante.

Sentamos em uma mesa próxima à janela, permitindo que o luar iluminasse levemente o ambiente.

Durante o jantar, a conversa fluiu de forma leve e descontraída. Agora, após Lennon falar alguma coisa que eu não identifiquei para o garçom, estávamos esperando apenas a sobremesa para concluir a noite.

- Amor, vamos viajar nesse final de semana? - perguntou, e eu dei risada por ter sido do nada.

- Como assim, do nada?

- Eu já queria fazer isso há um tempo, mas a agenda não estava batendo, e essa semana eu estou tranquilo. Queria passar um tempo de boa contigo, longe daqui - concluiu. Posso estar enganada, mas ele parecia ansioso e um pouco nervoso pela minha resposta.

- Por mim, tudo bem - estendi a mão e segurei sua mão. - O que foi? Você está mexendo esse dedo sem parar.

- Nada não, Pô - sorriu, e eu semicerrei os olhos.

- Você já tem algum lugar em mente? - perguntei.

- Tenho, e não vou falar. É surpresa.

- Ah, não - fechei a cara e neguei com a cabeça. - Por favor.

- Não vou falar, pretinha, nem adianta - disse Lennon, achando graça da situação.

Enquanto esperávamos pelo garçom, a música "Dona do Meu Pensamento" do Charlie Brown começou a tocar ao fundo.

Foi impossível não dar um sorriso. Essa música era uma das minhas preferidas e me trazia ótimas lembranças.

- Ah, eu adoro essa música! Me lembra tanta coisa - comentei, batendo os dedos suavemente na mesa, acompanhando o ritmo.

- Eu sei que você adora ela - me olhou com aqueles olhos que me deixam desconcertada, e começamos a "cantar" baixinho um para o outro.

🎶 Seremos donos do nosso amanhã se estivermos unidos
Em sintonia com os nossos sonhos
Mesmo se não formos iguais
Pois não somos iguais

Eu caminho no meio da multidão
Eu me sinto à vontade
Pois partilhamos noites, ruas e sonhos
Como se fossemos iguais

Pois me faz tocar o céu, ver você sorrir
Vem lua, vem, vem dançar pra mim
Ninguém em seu lugar
Então deixa a noite seguir
Bom poder brindar que você está aqui

Dona do meu pensamento, você, nossa história
Dona do meu pensamento, você, nossa história

Observados por dragões ferozes lutamos pra sobreviver
Mas precisamos realmente saber
O real valor que a vida tem

Eu caminho no meio da multidão
Eu me sinto à vontade
Pois partilhamos noites, ruas e sonhos
Como se fossemos iguais

Pois me faz tocar o céu, ver você sorrir
Vem lua, vem, vem dançar pra mim
Ninguém em seu lugar
Então deixa a noite seguir
Bom poder brindar que você está aqui

Dona do meu pensamento, você, nossa história
Dona do meu pensamento, você, nossa história

Eu sempre vou te amar
Eu sei que eu sempre vou te amar

Dona do meu pensamento, você, nossa história
Dona do meu pensamento, você, nossa história

Nossa história...

- Eu te amo - Lennon sussurrou para mim, me olhando com serenidade.

- Eu também te amo - respondi sorrindo na mesma entonação.

...

Assim que Lennon e eu saímos do restaurante, encontramos um lugar isolado na praia, um pouco distante da agitação das pessoas. Estávamos em pé, abraçados, só aproveitando o momento e sentindo a brisa. Ouvimos um barulho próximo de nós e olhamos para uma família que brincava na areia. Pude ver um homem e uma mulher, esta aparentava estar no sexto mês de gestação, acompanhados de um menino animado, que aparentava ter quatro anos. Lennon olhou para eles animado, deu um pequeno sorriso enquanto seus olhos brilhavam, e em seguida, seus olhos brilharam voltados para mim. Ele não precisava dizer uma palavra sequer para eu entender o que ele estava pensando.

- Anteontem, eu sonhei com você - desviou o olhar para o casal. - Você estava linda, grávida.

Senti meu coração apertar. Eu sabia que teria que contar a ele que esse sonho de me ver grávida, gerando os nossos filhos e construindo uma família, nunca se tornaria realidade. Tentei disfarçar meus pensamentos e a minha expressão facial, que transbordava o que eu pensava, disfarçando com um sorriso. Mas Lennon notou meu silêncio e se preocupou.

- Tá tudo bem? - Ele perguntou.

Ainda meio imersa, tentando processar minhas próprias inquietudes, respondi que estava tudo bem. Disse apenas que minha mente acabou "viajando longe". Lennon parecia não acreditar, mas sabia que eu não diria nada e respeitou, não me questionando.

O sorriso e o olhar de Lennon de minutos atrás passavam pela minha mente, me deixando remoendo em sentimentos de culpa. Eu não queria decepcioná-lo, mas também não poderia mentir sobre minhas limitações. Ele tem o direito de saber, para ter certeza se realmente sou a pessoa que ele quer. E isso me deixava triste e insegura em pensar que ele possa não me ver mais como alguém que ele quer para a vida. Mas de forma alguma eu o julgaria. É o sonho dele, e eu não posso ser egoísta, pensando apenas em mim.

...

03:55

Acordei com o som insistente do telefone de Lennon tocando. Ele estendeu a mão e atendeu, ainda sonolento. Ouvindo a voz do outro lado da linha, Lennon perguntou quem era e sentou na cama, parecendo apressado.

- Qual hospital? - ele perguntou, com um tom de urgência na voz.

Enquanto ele falava ao telefone, eu observei seu semblante mudar, sua testa franzir e uma expressão de surpresa se formar em seu rosto.

Vocês querem capítulos novos e atualizações frequentes, mas estão com os dedinhos bem cansados ultimamente, né bonitxs.

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