Velha infância | L7NNON

By htss_safira

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Dois olhares se cruzam novamente. Memórias antigas voltam à mente, palavras tímidas são trocadas, emoções ant... More

Cast
atenção
introdução
capítulo 01
capítulo 02
capítulo 03
capítulo 04
capítulo 05
capítulo 06
capítulo 07
capítulo 08
capítulo 09
capítulo 10
capítulo 11
capítulo 12
capítulo 13
capítulo 14
capítulo 15
feed
capítulo 16
capítulo 17
capítulo 18
capítulo 19
capítulo 20
capítulo 21
capítulo 22
capítulo 23
capítulo 24
capítulo 25
capítulo 26
capítulo 27
capítulo 28
capítulo 29
capítulo 30
capítulo 31
capítulo 32
capítulo 33
capítulo 34
capítulo 35
capítulo 36
capítulo 37
capítulo 38
capítulo 40
capítulo 41
capítulo 42
capítulo 43, parte 1.
Capítulo 43, parte 2.
Capítulo 43 - Última Parte.
capítulo 44 - 🔥
capítulo 45
capítulo 46
capítulo 47
capítulo 48
capítulo 49
capítulo 50 - 🔥
capítulo 51
capítulo 52
Capítulo 53

capítulo 39

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By htss_safira

Capítulo por Ayana

📍Rio de Janeiro - 2022
🗓️ Segunda-feira

Ouvi Lennon buzinar pela terceira vez e respirei fundo, tentando procurar alguma desculpa para não ir à terapia.

A ideia de ter que conversar com alguém sobre a minha vida já me incomodava, e principalmente agora com uma total desconhecida.

- AYANA - ouvi Bruna me chamar e desci até lá embaixo.

- Oi - respondi.

- Tem 5 minutos que o Lennon tá te esperando. Sei que você está nervosa e provavelmente pensando em alguma desculpa para não ir, mas pense que vai ser importante pra você poder ficar melhor. O processo pode ser lento, mas vai ser bom - respondeu gentilmente, e eu retribuí com um sorriso.

- Ok, tô indo. Beijo.

Entrei no carro do Lennon e fomos até o local. Bruna não iria comigo porque tem outro compromisso, então Lennon se disponibilizou a ir comigo.

- E aí, como você tá? - Lennon perguntou, olhando para mim, e eu bufei.

- tô muito nervosa. Eu realmente não estou conseguindo achar um motivo bom para eu estar voltando depois de tantos anos sem fazer uma sessão.

- Calma, nega - ele botou a sua mão que estava disponível por cima da minha, fazendo um carinho. - Não vai ser tão ruim assim, acredita nisso.

- tô tentando acreditar - dei risada, demonstrando nervosismo. - Mas enquanto a gente não chega, vai me distraindo. Esses últimos dias a gente nem conversou direito. Você disse que ia se resolver com a Nalu, e aí, o que vocês decidiram?

- A gente terminou. Vai ser melhor assim - Foi impossível não dar um sorriso ao ouvir isso, mas quando me dei conta, cortei o sorriso rapidinho para não ficar estranho.

- E como você tá?

- Pra ser sincero, tô aliviado, mas eu esperava que a gente fosse encerrar essa parada de uma forma mais tranquila - respondeu.

- Se fosse fácil, seria estranho, porque pqp, que mulherzinha que você foi arrumar, hein? - demos risada - E sobre o bebê? Imagino que você nunca tenha planejado construir uma família dessa forma.

- É isso que me deixa receoso. Eu não quero, de forma alguma, que daqui um tempo a gente tenha que brigar na justiça por isso ou alguma coisa assim. Pô, por mais que a gente não esteja juntos, ter uma relação boa é benefício pra nós e principalmente pro bebê, tá ligada?

- É lógico, mas você tá falando isso porquê? Ela já soltou alguma indireta sobre tentar te prejudicar com o bebê?

- Não - respondeu.

- Esse 'não' aí... - ergui as sobrancelhas.

- Mas é uma possibilidade que eu não descarto.

Continuamos conversando, até porque assunto é o que não falta, até chegar na bendita sessão.

...

- Bom dia, Ayana. Bem-vinda à sua primeira sessão - me cumprimentou assim que entrei pela porta.

- Oi, doutora, obrigada - sorri e já fui logo sentar. Ela sentou em minha frente e me encarou por alguns segundos sem falar nada, até eu quebrar o silêncio.

- Você vai ficar me olhando? - perguntei.

- Isso te incomoda?

- É lógico que me incomoda. Você não vai perguntar nada?

- Desculpe se minha expressão te deixou desconfortável. Eu queria começar a sessão apenas observando você por um momento. Entendo que você espera que eu faça perguntas. Então, vamos começar de novo. Como você está se sentindo hoje, Ayana? - suspirei antes de começar a falar.

- Na verdade, nem eu sei, mas bem, eu não tô - respondi

- Tem algum motivo específico?

- Minha vida. Minha vida tá uma desgraça - dei risada, mas me cortei em instantes. Se eu continuar assim, essa mulher pode pensar que estou doida, o que não é uma completa mentira.

- O que tem acontecido em sua vida recentemente e o que te motivou a buscar terapia?

- Bem, a verdade é que não teria vindo tão cedo se não fosse pela insistência insuportável dos meus amigos. Acontece que minha vida tá tomada por uma confusão constante. Parece que estou presa em meio a uma tempestade interminável de problemas.

- Então, você se sente constantemente envolvida em uma série de conflitos e desafios que não parecem ter fim. E essa sensação de estar presa em uma tempestade emocional pode ser extremamente desgastan-

- Pode ser, não. É muito desgastante, na real.

- Certo. Seria possível compartilhar um pouco mais sobre os diversos aspectos dessa situação confusa na sua vida?

- O que for falar aqui vai morrer aqui, correto?

- Sim, é totalmente confidencial. Pode ficar tranquila.

- _bom, para começar, tem dois anos que..._

Capítulo, por Lennon

📍Rio de Janeiro - 2022
🗓️ Segunda-feira

Ayana entrou na sessão e eu fiquei aqui fora no carro, esperando ela terminar. Depois de uns 40 minutos, ela voltou.

- Já acabou? - perguntei assim que ela entrou no carro e fechou a porta.

- Sim. - me olhou - Na verdade, não. Fui eu que quis sair mais cedo. Parece bobo, mas é muito desconfortável, principalmente para mim, que não tenho o costume de falar sobre o que sinto. Sei lá, talvez a gente deixe de ser jovem quando entende que falar de sentimentos é perda de tempo.

- Tranquilo, nega - disse eu - O importante é você não desistir. Não é fácil, mas faz parte do processo. E falar sobre o que a gente tá sentindo não é perda de tempo - ayana sorriu - O que que tu quer fazer agora? - perguntei, lembrando que ontem ela tinha mencionado que ia me levar a um lugar. - Que lugar que tu queria me levar?

- Isso aí é só mais tarde, de noite. Agora eu vou embora, e você vai para sua casa - respondeu.

- Ah, coe Ayana, fala alguma coisa! Tu vai me deixar curioso o dia todo? - Me olhou com tédio, balançando a cabeça em confirmação. - Ah, que isso, mano - Resmunguei.

- Ah, que issi, Mani - Me imitou debochando e riu.

Fotinhas aleatórias

...

Estacionei o carro na rua mesmo, já que daqui a pouco nós vamos sair. Enquanto saía do carro, observei duas senhoras sentadas em frente a um portão ao lado da casa da Ayana. Já tinha as visto aqui outras vezes. Fui até o portão e uma delas me chamou. Então fui até elas.

- Posso te perguntar uma coisa? - perguntou.

- Claro.

- Você é namorado da Ayana, não é? Sempre te vemos entrando na casa dela.

- Não, sou amigo dela. Por quê? - respondi, e foi a vez da outra senhora falar.

- Sei... Ayana é muito sonsa, viu? Essa menina deveria procurar um bom rapaz ou até mesmo uma igreja, né? - olhou para a senhora ao seu lado, que confirmou.

- O que ela faz ou deixa de fazer só diz respeito a ela - respondi educadamente e sorri. - Boa noite aí! - entrei no portão que estava entreaberto, fechei e fui em direção à porta. Bati e esperei alguém abrir. Logo, Diego atendeu, cumprimentei com um toque.

- E aí, irmão.

- Entra aí - abriu espaço e entrei. - Tudo certo, mano?

- Tranquilo, pô. Cadê a Maya? - perguntei.

- Foi ao cinema - respondeu.

- E a Bonita já tá terminando de se arrumar ou começou agora?

- Já deve estar acabando. Vai lá no quarto dela conferir - Subi as escadas e entrei no quarto e fui até o closet, sabendo que ela estaria lá. Aya estava em frente ao espelho, se admirando, e observei cada pedacinho do seu corpo.

Quando eu disse que ela ficaria bonita até em um saco de batata, não era brincadeira.

- Ou - Ouvi Aya me chamar e parei de ficar reparando - Parece uma assombração, chega devagarinho e não avisa.

- Tava admirando.

- Gostou? - me perguntou dando uma voltinha.

- Ainda - respondi.

- Leva pra casa - sorriu travessa.

- Levo mermo - dei um sorriso malicioso entrando na onda, e ela negou com a cabeça.

- Falo é nada - riu - Achei que você ia vir mais tarde.

- Cê não sabe o que aconteceu.

- O quê? - perguntou curiosa.

- Estacionei ali embaixo e, quando eu saí, vi aquelas duas senhoras que você disse que não gosta, tá ligado?.

- Sei.

- Aí ela me perguntou se eu era teu namorado, já que eu vivia vindo aqui. Aí eu falei que não. Ela meio que debochou, fingindo acreditar, e disse que você é sonsa e deveria procurar uma igreja - terminei de falar e dei risada.

- Velha caquética, vagabunda. Essa praga implica comigo desde que eu avisei que o maridão dela estava me assediando.

- k.o? Vacilo isso aí, hein.

- Invejosa, parece uma mexerica toda mucha. Deve ser realmente difícil olhar pra mim todos os dias e ver essa beldade - disse saindo do closet.

- Ih, tá cheia de marra, né? - falei mais alto para que ela pudesse ouvir.

- Lógico, vida. Você concorda que eu sou assim - respondeu e voltou com uma bolsa Louis Vuitton na mão e me entregou - Toma seu presente de aniversário adiantado.

- Pô, que é isso, preta? Tá de brincadeira, não precisava disso não.

- Cala a boca, Lennon, abre aí - me interrompeu.

- Fofa, você né? - respondi e abri a bolsa, puxando de dentro um cabide encapado. Abri o zíper e era uma jaqueta foda, tipo colegial, branca com a logo da marca - Tá maluco, o pai vai ficar bonitão nessa, fi. Esquece.

- Se a gente um dia brigar, você vai me devolver ela, tá?

- Duvido - fui até ela e dei um abraço agradecendo - Obrigada, nega. Gostei pra caramba. Papo reto, cê sabe que eu te amo.

- Chega de melação e vamos embora - desfez o abraço e me entregou sua bolsa - Leva pra mim.

- Tu consegue cortar qualquer clima, né, cara? Tá pra frente hoje.

- Tô mesmo. Toma cuidado comigo - saiu do quarto rebolando e eu segui a madame.

- Tchau, Diega - Aya deu um beijo na bochecha de Diego e abriu a porta.

- Vocês dois, se liga, hein - apontou para nós dois - Principalmente você, Lennon. Essa ratazana aí tá no período fértil, então já sabe, gente feliz faz buneco.

- Seu ridículo! - Aya estalou um tapa na cabeça dele, mas acabou dando risada - Se manca, eu, hein. Vamo logo, Lennon - me puxou e saímos de casa. Aya olhou pras três senhoras que ainda estavam ali, agora já tinha mais uma.

- Porteira do inferno - chamou a atenção delas - Procura uma igreja, você, sua ordinária!

- Me respeita, menina! Tenho idade pra ser sua vó!

- É Ayana, cadê a sua educação? - disse a outra.

- Toma conta da sua vida, velhota, e vê se não fica falando da minha. O tempo que você gasta falando de mim, vai arrumar esse cabelo que tá parecendo uma espiga de milho, sua corna! - A senhora se levantou pegando uma pedra no chão e atirou na direção de Aya, que desviou.

- Corna é você, sua atribulada - disse a senhora visivelmente nervosa e as outras ficaram resmungando.

Olhei pro lado e vi Aya se abaixando e pegando uma pedra. Segurei sua mão.

- Preta, deixa pra lá, cara - comecei a rir e puxei Aya na direção do carro.

- Acha que tem 300 anos e pode ficar difamando os outros. Qualquer hora, eu vou dar um chute nela, cê vai ver.

- não dá contigo - controlei a risada - qual o endereço? - perguntei antes de dar partida.

- Não, meu anjo. Quem vai dirigir sou eu. Pode sair do seu lugarzinho que quem vai pilotar sou eu.

- Tá doida? - dei risada.

- Não - olhei para ela desconfiado. - para de gracinha.

- Que Deus nos abençoe - levantei a mão e saí do carro, indo para o banco do carona.

Ayana sentou no meu lugar, sorriu travessa, observando o volante como se estivesse em um parque de diversão, e me olhou.

- Fica tranquilo, preto, que agora você vai conhecer a versão feminina do Lewis Hamilton - dei risada, mas foi de nervoso.

- Mano, vai suave porque tá cheio de radar no caminho.

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