Capítulo por lennon
📍Rio de janeiro, barra - 2022
Nalu disse ontem que queria me ver, então eu a convidei para vir aqui em casa para passarmos o dia juntos. Eu nem encostei no celular o dia todo.
Nalu acabou postando uma foto no espelho do meu banheiro, o que resultou em nós dois saindo em um site de fofoca. E, de quebra, acabei esquecendo completamente que hoje eu tinha combinado de levar Maya ao cinema. Fiquei olhando para a mensagem dela, pensando no que eu poderia dizer.
- O que você está olhando no celular com essa cara? - perguntou Nalu.
- Pô, eu vacilei. Hoje eu tinha combinado de levar a irmã da aya ao cinema.
- E você virou pai dela?
- Mano, a questão não é essa. Além de eu ter grande consideração por elas, a Aya falou que a menina estava meio desanimada e eu prometi que a levaria no cinema.
-Depois ela esquece, amor.
Aya🤞🏽❤️
17:58 - Tá tudo bem? Por que você não veio?
19:01 - Era mais fácil você ter avisado mais cedo que não iria vir para poder ficar com a Juliana.
19:02 - Ou nem ter prometido nada. Teria poupado meu tempo e estaria tudo bem.
19:33 - Preta, eu não fiz por mal, eu juro. Acabei esquecendo de verdade. Vou passar aí agora, beleza?
- Onde você vai? - perguntou Nalu, me vendo levantar.
- Vou na casa da Aya.
- A gente não vai aproveitar o restante da noite? - sorriu maliciosa e levantou, me abraçando.
- Pô, nega, deixa isso pra outro dia.
- Se você quiser, eu posso ir com você. Acho legal eu começar a me aproximar, já que elas são pessoas importantes na sua vida. - me deu um selinho.
Capítulo por Ayana
📍Rio de Janeiro, Lagoa - 2022
- E você vai? - Estou comentando com a Bruna que o Victor me chamou para sair.
- Amiga, eu estou cogitando bastante ir - respondi e desviei o olhar da panela, olhando para a Bruna - mas eu acho que não vai dar, esses últimos dias estou cheia de coisas para fazer no restaurante.
- Ayana, para de inventar desculpas e vai sair para se divertir um pouco, ele me parece ser um cara legal - concordei - e o Lennon e a Nalu, hein?
- O que tem? - perguntei.
- Para de ser sonsa, garota - riu - está feliz com o lance dos dois?
- Eu não tô achando nada, mas também só acho ela uma grande sonsa com síndrome de protagonista.
- Também não simpatizo com ela - assim que a Bruna terminou de falar, a campainha tocou.
Pedi para que ela atendesse para mim, já que eu não podia sair da frente do fogão.
- Tá de brincadeira - sussurrei para mim mesma quando ouvi a voz da Nalu. Uns segundos depois, os dois passaram pela porta da cozinha e o Lennon, com a sua cara lavada, veio até mim, deixando um beijo na minha testa em forma de cumprimento.
- Antes que você fale alguma coisa, deixa eu explicar - riu - na verdade, não tem explicação. Foi só que eu viajei na data. Desculpa de coração.
- Ué, você está pedindo desculpa para mim por quê? Eu combinei alguma coisa contigo? Fala isso pra Maya - olhei para a Nalu, que só observava - oi Juliana.
- Oi, tudo bem? - sorriu e eu concordei.
- Cadê ela? - Lennon perguntou.
- lá em cima.
- Vou lá - saiu da cozinha.
- Essa fase é complicada mesmo, né? Se as coisas não saem do jeito certo, eles ficam parecendo mimados.
- Maya não é mimada, não, Juliana. O papo é compromisso. Não tem coisa pior do que você estar empolgada para fazer alguma coisa e, por culpa de outra pessoa, acaba dando errado.
- Sim, concordo. Desculpa pelo tom, eu não estou chamando ela de mimada, tá? - disse Nalu.
- Eu sei que não foi com essa intenção - dei um sorriso disfarçando, e ela retribuiu falsamente.
Eu juro que tento gostar dela, mas quando a índole da pessoa é manjada e você já conhece, fica difícil visualizá-la de outra forma.
Depois de uns minutos, Lennon desceu.
- Consegui tranquilizar a fera! - esfregou as mãos em comemoração - O que tu tá fazendo aí? - destampou minha panela e eu dei uma colherada na sua mão.
- Tira essas patas das minhas panelas. Não tem nada para você aqui. Tu vai comer é ração pra gado, seu boi!
- Pra que agredir, Yaya? - cutucou minha barriga e eu me contorci.
- Anão Lennon, esse apelido ridículo não! - resmunguei.
- Meu Yaya, meu Yoyo! - cantarolou provocando e eu mandei o dedo do meio.
- Senta aqui, amor! - Nalu chamou o Lennon, e Bruna, que até então estava quieta, soltou sem querer um "ih, ala" e começou a rir. Olhei para ela, comunicando-me através do olhar, e ela parou de rir na hora.
- Lembrei de uma piada, gente, não liga não.
- Tá explicado porque a Aya é estranha, só anda com gente igual. - disse Lennon.
- Se manca, Megamente! - comecei a rir pelo apelido.
- Megamente foi foda! - comentei, e Lennon cruzou os braços, me olhando com deboche.
- Ô, Lennon, você tá sabendo que a Aya vai sair com seu amigo Victor? - Lennon mudou o semblante, me encarando.
- Tô sabendo disso aí não. Que papo é esse aí, Aya?
- Ué, tu é surdo? E a boca de sacola aí tá passando informação errada, porque eu nem sei se eu vou.
- Vocês estão pretendendo sair para onde? - perguntou.
- No Gurumê. - respondi.
- Tô doido pra ir lá. Me fala o dia certo que eu vou pegar carona com vocês, jáé?
- A gente foi lá semana passada. - disse Nalu.
- Pô, já tô com vontade de voltar, Mané. - desconversou.
- Vou te avisar nada que ninguém te convidou.
- Tô te achando muito abusadinha, hein, bunita.- fingi que nem escutei e voltei a finalizar minha janta.
Botei a panela de arroz, carne de panela, feijão e salada em cima da mesa e chamei Maya para jantar. Maya desceu e olhou para a cara da Nalu e, pelo visto, não gostou muito do que viu.
- Boa noite, tudo bem? - deu um sorriso sem graça, e Nalu a cumprimentou. Todos na mesa começaram a se servir, menos a Nalu.
- Não vai comer? - perguntei.
- Não, obrigado - respondeu.
- Por que? - Lennon perguntou.
- Não é nada saudável e eu estou sem fome - respondeu.
- Ué, por que não é saudável? Não estou vendo nada de ruim na comida, ou você é muito refinada para isso? - disse Maya.
- Obrigada pelo elogio, mas quando se viaja pelo mundo e experimenta várias comidas, nosso paladar muda - explicou Nalu.
Todo mundo na mesa olhou para ela. O modo como ela falou não me pareceu de bom tom.
- Amada? Você se acha fina, mas é bem mal educada, né? E eu não estou te elogiando, não - disse Maya.
- Com todo respeito, Juliana, eu não estou aqui para receber sua aprovação, e você não está em um restaurante, e muito menos eu sou sua cozinheira pra preparar um prato elaborado para vossa alteza - respondi. Já estava ficando sem paciência.
- Desculpa, não foi com essa intenção que eu falei, gente. Eu quis dizer que tenho uma dieta, digamos... um pouco mais refinada. Entendem o que eu quero dizer?
- Entendi perfeitamente - respondi.
Encerramos o assunto, e durante o jantar, o silêncio reinou. Eu estava puta com o Lennon, que não abriu a boca para falar nada com a madame.
Terminamos de jantar, e Maya se despediu de Lennon, avisando que estava cansada e iria subir para o quarto. Lennon estava lavando os pratos, e eu estava secando.
- Foi mal por hoje, tá? - disse ele.
- Suave - respondi.
- Não pegou muito bem o que a nalu falou, mas não foi por mal - Olhei pra ele - Depois eu vou conversar com ela - completou.
- Não foi por mal? - dei risada - Lennon, você é bem burro.
- Preta, a gente vai discutir mesmo por causa dessa besteira?
- Lennon, eu não estou me sentindo bem, tem como a gente ir agora? - disse nalu.
Lennon concordou, terminando de lavar o último copo, enxugou as mãos e se despediu de mim, me dando um beijo na testa e um abraço.
- Depois a gente se fala, beleza? - perguntou Lennon. Concordei.
- Bruna, quer carona?
- Se a Juliana não se importar, eu quero sim - respondeu Bruna, torcendo os lábios.
- Eu não me importo - disse Juliana, dando um sorriso "gentil".
Me despedi deles e fui terminar de organizar as coisas aqui em casa. Já estava tarde, e eu só queria deitar na minha cama.