I Hate That I Love You | H.S.

By Illocin_and_Jessie

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[ATUALIZAÇÕES LENTAS] Harry Styles é um homem de negócios (subchefe da Advocacy Company Colin Wright) e... More

Boas vindas + Avisos
H&L Lovers | Your Stories
Book Trailer
Elenco (parte 1)
Elenco (parte 2)
Playlist
Prólogo
Capítulo 01 - Incompatíveis
Capítulo 02 - Porto seguro
Capítulo 03 - Descontroladamente complicado
Capítulo 04 - Inconveniente
Capítulo 05 - Gratuitamente rude
Capítulo 06 - Melhor sem você
Capítulo 07 - Perfeitamente imperfeita
Capítulo 08 - Sob novas concepções
Capítulo 09 - Por sua causa
Capítulo 10 - Desestruturados
Capítulo 11 - Imune ao amor
Capítulo 12 - Impulsos e acertos
Capítulo 13 - Surpreendentemente bom
Capítulo 14 - Estepes
Capítulo 15 - Você chora, eu choro
Capítulo 16 - Pra guardar na memória
Capítulo 17 - Impressionantemente doce e inegavelmente idiota
Capítulo 18 - Feliz dia de merda
Capítulo 19 - Adolescente idiota
Capítulo 20 - Aproximação inconsciente
Capítulo 21 - Instável
Capítulo 22 - Melhor com você
Capítulo 23 - Estranho novo eu
Capítulo 24 - Do zero
Capítulo 25 - Eliza
Capítulo 26 - Surto inesperado
Capítulo 27 - Vulnerável
Capítulo 28 - Confidencial
Capítulo 29 - Descobertas
Capítulo 30 - Reconciliações
Capítulo 31 - Inesquecível
Capítulo 32 - Quer casar comigo?
Elenco original e mais | Gratidão pelos 100K de leituras
Capítulo 34 - Espaços entre nós
NOTAS DA AUTORA

Capítulo 33 - A calmaria antes da tempestade

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By Illocin_and_Jessie

• A autora mais enrolada da face da terra voltooou! Acho que pensar que é reta final sempre me empaca, mas finalmente saí do lugar, e vou tentar aproveitar que está fluindo para escrever sem parar. Por isso vou deixar para responder os comentários e conversar com vocês só depois que terminar, tá?! E espero que eu consiga fazer fluir bem até o final, sem empacar de novo pelo amoooorrr!!! kkkk Novamente, muito obrigada por não desistirem de mim. Perdoem demorar tanto, eu realmente tento não demorar, não é proposital. Fico feliz por abraçarem a história da Liz e do Harry comigo. Sou muito grata meeeesmo, vocês são incríveis! ❤️
• Capítulo não revisado.
• REVELAÇÃO DA CAPA (provisória?) DO SPIN-OFF NO FINAL!!!

🚨>>>Lembrando que no próximo capítulo começa nossa contagem regressiva para o fim da história. Com esse capítulo publicado, agora FALTAM APENAS 10 CAPÍTULOS!<<<

• Votem e comentem, por favorzinho!!! ❤

—> MÚSICA DO CAPÍTULO: SAY YOU WON'T LET GO, James Arthur.

{"Eu vou te acordar com café da manhã na cama, vou te levar café com um beijo na sua testa. E eu vou levar as crianças para a escola, me despedirei deles e agradecerei minha estrela da sorte por aquela noite. […] Eu estou tão apaixonado por você, e eu espero que você saiba, querida, seu amor vale mais que todo o ouro do mundo! Nós chegamos tão longe, meu bem, veja como nós amadurecemos. E eu quero ficar com você até ficarmos bem velhinhos. Apenas diga que você não vai embora."}

     Me espreguiço na cama, me esticando e ouvindo alguns estalos, me deixando ainda mais relaxada. Estranho acordar sozinha na enorme cama de Harry. Sempre que durmo aqui ele não sai do meu lado mesmo acordando bem antes de mim, e quando eu finalmente acordo Harry se arruma e eu me contento em apenas fazer minhas higienes matinais e fico de pijama o resto do dia, até não poder mais, ignorando os importunos  de Harry quanto aos meus maus hábitos. Inclusive, convivendo com Harry começo a achar que aquilo de ricos andarem dentro de casa com roupas boas e bonitas, com sapato e tudo como vemos nos filmes, não está tão fora da realidade como imaginei.

     Resmungando me levanto da cama, ainda estranhando a ausência de Harry e o silêncio na casa. Vou para o banheiro, escovo os dentes e decido tomar um banho para despertar. Com meus cabelos secos e meu pijama rosé de short e blusinha de cetim, já são quase onze horas da manhã quando desço as escadas. Entrando de mansinho na cozinha me deparo com um cheiro bom e Harry chacoalha uma mão no ar com uma careta de dor enquanto a outra organiza uma bandeja apetitosa. Sorrio ao pensar que provavelmente está preparando-a para mim.

     — Bom dia! - cumprimento e meu namorado se assusta quando minha voz ecoa no ambiente até então completamente silencioso, o que me faz gargalhar - Estava concentrado, chef. - constato me aproximando e abraçando-o por trás.

     — Estragou a surpresa. - rio roubando um pedaço de morango que enfeitava a panqueca doce que estava na bandeja. Harry me olha de cara feia e eu levanto as mãos no ar, fazendo-o rir. Ele afasta a bandeja alguns centímetros na bancada da ilha e se vira para mim, abraçando-me pela cintura, seus braços me contornando e se encontrando atrás de mim. E só então percebo algo diferente.

     — Você está de pijama? - franzo o cenho.

     — Não se acostume, eu só não estava a fim de ter a mesma discussão hoje sobre pijamas ou roupas normais, ricos e pobres e toda essa baboseira. - rio observando-o confortável dentro de sua calça de pijama em flanela xadrez, misturando preto e azul marinho, e sua camiseta regata branca, deixando visíveis seus músculos que estão quase sempre escondidos pelas suas camisas sociais e seus ternos.

     — Admita, é muito melhor que ficar de jeans ou com toda aquela roupa social, não é? - ele revira os olhos.

     — Me sinto a todo tempo como se estivesse pronto para dormir.

     — É exatamente esse o ponto! Tem coisa melhor pra se fazer quando se está em casa em pleno domingo? - falo como se fosse uma óbvia verdade universal e Harry ri de mim. - Agora vamos comer, dessa vez ambos devidamente confortáveis. - continuo provocando-o e nos divertimos com isso. - O que temos aqui? - me desvencilho dele e puxo a bandeja para perto de novo, puxando a banqueta para me sentar. Dentro dela há um prato com panquecas, uma com chocolate e morangos, outra com geleia de morango, e outras duas salgadas, sem recheio. Tem também um copo de suco que levo aos lábios e comprovo ser também de morango. Por fim tem algumas torradas e duas xícaras de café ao lado. - Esse café deve ter esfriado. - constato e ele ri.

     — Faltou isso. - seu braço passa sobre meu ombro deixando uma rosa vermelha sobre um pequeno espaço vazio na bandeja. Eu sorrio largamente enquanto a pego e levo-a até meu nariz, sentindo seu cheiro enquanto Harry me abraça pelos ombros e deixa um beijo apertado em minha orelha.

     — Eu não sei o que fiz para merecer, mas obrigada por isso! - sorrio boba para ele, me inclinando para selar demoradamente seus lábios. - Eu amo você. - murmuro ainda sobre sua boca.

     — Eu também me amo. - abro os olhos e lhe acerto um tapa no braço.

     — Idiota. - insulto mesmo não podendo conter o riso com seu jeito idiota e sua gargalhada.

     — Mas eu amo você também, calma. - e rindo ele puxa uma banqueta e se senta ao meu lado. - Vou trocar esse café. - ele se levanta de novo, jogando o líquido das duas xícaras na pia e enchendo-as de novo com o líquido preto da cafeteira. Em seguida vejo ele enchendo uma das xícaras de açúcar e na outra ele coloca um pouco de canela, depois despeja um pouco de leite nas duas. Me pego sorrindo de novo por como é atencioso, por como cuidou para preparar o café do jeito que eu gosto de tomar e como cada coisa nessa bandeja foi pensando em me agradar com tudo que se refere a morango à disposição, com alimentos doces logo pela manhã mesmo ele desaprovando completamente isso, com sua roupa de dormir abraçando seu corpo horas depois de se levantar mesmo isso sendo esquisito para ele, só pra me fazer sorrir. Pode parecer apenas pequenas bobeiras e detalhes, mas para mim cada gesto desse vindo de Harry e cada vez que ele os faz, mesmo algumas coisas já tendo se tornado costume, mostram e comprovam cada vez mais para mim a veracidade do seu amor e do quanto ele se importa comigo, prestando atenção mesmo nos pequenos detalhes sem eu precisar falar nada, detalhes que nem minha mãe havia percebido até hoje. Ora, ela ainda prepara meu café puro enquanto Harry percebeu que só tomo café puro se estiver com muita pressa e que o faço com certo desgosto, e percebeu mesmo na minha discrição despejar o leite por cima do café e enchê-lo de açúcar quase todas as vezes, mesmo me repreendendo pela quantidade exagerada do pó branco.

     — Eu já disse que te amo? - pergunto quando ele se senta novamente, colocando minha xícara à minha frente.

     — Já sim, e inclusive está ultrapassando nosso limite de dizer essas palavras no máximo uma vez por dia. - ele brinca com sua expressão séria, mas logo se inclina e me beija os lábios ternamente, como uma resposta à minha declaração.

     Depois de conversarmos, Harry tentar me ensinar a jogar o jogo que joga com meu irmão, almoçarmos às duas da tarde e de dormirmos enlaçados no sofá, Harry tomou um banho e foi buscar Elouisa e Eliott para passarem o resto da tarde conosco. Enquanto não chegam já estou fazendo a pipoca para assistirmos um filme juntos.

     — BÚ! - a voz do meu irmão chega em mim junto com suas mãos me tocando e me fazendo gritar.

     — Eliott! - repreendo enquanto meu irmãozinho e Harry e Elouisa que estão na entrada da cozinha riem. - Idiotas.

     — Essa casa é demais! - Elô elogia, ainda impressionada com o tamanho da casa e sua beleza. - Até que eu diria que você tem bom gosto na vida, se não fosse por escolher a Lizzy como namorada.

     — Há há há! - mostro a língua pra minha irmã enquanto Harry ri da provocação. Ela ainda fica desconfortável perto de Harry, mas depois que conversamos e que voltamos à nossa convivência normal e o mais constante possível, ela está tentando se aproximar dele, sabendo que isso me faria feliz, tal como ver o bom relacionamento dele com Eliott me faz.

     — Quer escolher o filme? Sua irmã tem um péssimo gosto. - percebo Harry entrando na onda de provocação de Elouisa e ao mesmo tempo tentando criar uma conexão com ela, o que tem sido difícil entre eles. Mesmo tendo passado algum tempo juntos e trocado algumas palavras, acho que Elouisa se sente envergonhada por como o tratou no princípio. Ela se solta por um curto período de tempo, e então volta a se fechar. Na realidade, eu não sei qual exatamente o problema. Talvez ele só precise continuar tentando persuadi-la e conquistar sua confiança. Enfim, adolescentes.

     — Concordo! Nesse caso, o controle é meu! - minha irmã diz animada.

     — Fica a vontade, está do lado da TV. - Harry aponta para a sala e minha irmã vai para lá. - Vou pegar alguns cobertores lá em cima. - ele me avisa e eu sorrio agradecendo.

     — Posso te ajudar? - Eliott pergunta quando Harry já está saindo da cozinha e meu namorado se vira para ele.

     — Claro, vamos lá. - ele concorda e logo Eliott está ao seu lado, deixando seus cabelos serem bagunçados pela mão de Harry e seguindo-o rumo às escadas que os levarão para o quarto.

     Ouço o barulho da TV e imagino que Elô esteja vendo trailers de filmes para escolher o que quer assistir, como sempre procurando o melhor "conteúdo", sendo que conteúdo para ela significa meninos bonitos. Com a pipoca pronta me lembro que as vasilhas de Harry ficam nos armários do alto, motivo pelo qual é sempre ele quem pega. Com preguiça de ir pegar a escada, abro as portas do armário e quando meus olhos batem no balde de pipoca que sempre usamos, noto que ele está atrás de algumas vasilhas que estão na ponta. Me estico pegando essas e as tirando do caminho, colocando na bancada, em seguida me estico o máximo possível tentando alcançar o balde de pipoca, dou alguns pulos e meus dedos nem encostam nele. Bufo revirando os olhos. Decido pegar uma das banquetas menores para me ajudar e depois de arrastá-la até em frente ao armário das vasilhas, subo em cima dela e volto a me esticar, ficando na ponta dos pés. Quando estou quase alcançando meus pés escorregam, meu coração dispara, meu pé se torce e eu grito enquanto estou indo de encontro ao chão, durante a queda a banqueta se enrosca e torce ainda mais meu pé direito me fazendo começar a sentir uma dor latejante no meu tornozelo direito. Estou me endireitando sentada e me arrastando para me encostar na bancada quando Elô chega na cozinha, ela abre a boca para falar algo, mas antes que possa Harry chega logo atrás dela, seu semblante preocupado.

     — O que houve? - ele se aproxima de mim com os cobertores nas mãos, se abaixando à minha frente.

     — Nada demais. Só torci o pé. - resmungo acariciando meu tornozelo com uma careta no rosto. Harry vê a banqueta caída ao meu lado e passa a analisar o cenário, levando seus olhos para as vasilhas em cima da bancada e então mais acima vendo as portas do armário abertas, e então ele me olha com uma sobrancelha arqueada e uma expressão de repreensão que me faz sentir uma criança prestes a ser corrigida.

     — Por que não pegou a droga da escada, Eliza? - Elô provoca um ruído ao limpar a garganta e quando a olhamos ela aponta para Eliott.

     — Desculpa. Não diga droga, é uma palavra feia. - ele diz para Eliott e então se volta para mim - Eu vivo dizendo que poderia acabar se machucando.

     — Espera aí, você caiu dessa banquetinha aí? - minha irmã pergunta e eu semicerro os olhos, dando indiretamente a resposta para ela e fazendo-a começar a rir, gargalhar para ser mais exata. Harry não aguenta e começa a rir junto. Eliott os acompanha e eu reviro os olhos, mas não sou capaz de não rir também quando me lembro dessa queda tosca.

     — Parem com isso! Está doendo de verdade. - resmungo entre o riso e Harry deixa os cobertores ao seu lado no chão e leva suas mãos para o meu tornozelo, apertando de leve o local - Ai! - resmungo de novo, puxando meu pé de perto de suas mãos.

     — Está começando a inchar. Acho melhor irmos ao médico pra dar uma olhada. Não deve ser nada demais, mas melhor prevenir para não correr o risco de piorar. - franzo o cenho desgostosa com a ideia de ir para o hospital. Odeio hospitais!

     — Não, não precisa. Só me ajude a levantar e chegar até o sofá, me arrume algum analgésico e cuidamos disso com um pouco de gelo. Nada que já não tenha acontecido algumas vezes. - pela expressão que faz em resposta Harry claramente reprova o descaso, mas decide não discutir, porque sabe que não vai adiantar. Quando Harry vem para o meu lado e leva seus braços para minhas costas e para baixo dos meus joelhos, me pegando no colo e me tirando do chão, meus irmãos pegam os cobertores e vão na frente, puxando o assento do sofá, transformando-o num sofá cama a pedido de Harry. Meu namorado me coloca sentada numa das pontas do sofá e diz para meus irmãos se sentarem também e se sentirem a vontade.

     — Se quiserem podem começar o filme. Vou pegar um pouco de gelo para esse pé e trazer a pipoca para vocês. - ele se direciona à cozinha, mas se vira de volta para nós antes que chegue lá - Tenho refrigerante, vocês querem?

     — Sim! - eu e meus irmãos respondemos em uníssono e decidimos esperá-lo voltar para soltar o filme. Não demora para Harry voltar com o maldito balde de pipoca em uma mão e equilibrando entre suas mãos e braços três latinhas de refrigerante e uma garrafinha de água, além de a bolsa de gelo que trouxe para o meu pé. Ele distribui os refrigerantes e entrega o balde de pipoca para mim, que o posiciono entre mim e Elouisa, que está com Eliott ao seu lado.

     — Vão mais pra lá. - peço fazendo meus irmãos se arrastarem no sofá e abrindo espaço para Harry ao meu lado. Ele se senta e antes de se encostar confortavelmente como nós leva uma almofada para debaixo do meu pé e em seguida posiciona a bolsa de gelo da melhor forma que encontra em cima do meu tornozelo.

     — Obrigada. - digo me arrastando para mais perto dele e encostando meu tronco em seu tórax assim que suas costas descansam no encosto do sofá. Sou respondida com um breve beijo na têmpora e me aconchego mais em seu abraço, até que com um pigarreio Elouisa reclama das luzes acesas e depois de fazermos Eliott ir apagá-las, com todos finalmente devidamente acomodados, Elouisa dá play no filme e a abertura da Marvel começa, poucos minutos depois me fazendo perceber que estamos prestes a assistir o primeiro da série de filmes Os Vingadores. Eu e minha família amamos, mas Harry nunca assistiu nem quis quando sugeri assistirmos juntos. Olho para ele e sua careta me faz rir e dar batidinhas em sua coxa.

     — Hoje você não escapa. Você pediu por isso, querido. - debocho - Eu tenho um péssimo gosto, hm?

     — Calada. - ele brinca tampando minha boca com sua mão, mas ri quando vê meus olhos apertados por meu riso contido embaixo de sua mão, tirando-a do meu rosto e me apertando em seu abraço. 

     Ao perceber que isso irrita minha irmã, Harry fala o filme inteiro, fazendo comentários a todo o momento. Mas em certo ponto ele começa a ter dúvidas de verdade e começa a fazer perguntas, e minha irmã é tão fã dos filmes que quando vê Harry se empolgar e passar a se interessar de verdade pela história, passa a responder tudo que ele pergunta, até chegar ao ponto que qualquer dúvida ou comentário dele sobre o filme passa a ser diretamente para ela, um diálogo apenas dos dois ecoando pela sala me mantendo satisfeita pela interação entre ambos enquanto Eliott se mantém vidrado no filme apenas levando sua mão de modo automático entre a pipoca e a boca.

     — Ah, eu não queria ir pra casa. - Eliott reclama quando estamos arrumando a sala após o filme acabar.

     — Amanhã é segunda-feira, você e Elouisa têm escola e eu e Harry temos que trabalhar. Podemos fazer algo parecido outro dia. - digo enquanto ainda sentada dobro um dos cobertores, mas sem sucesso em mudar a carranca que Eliott colocou na cara.

     — Podem dormir aqui se quiserem. Amanhã acordamos mais cedo, passamos na casa de vocês para se arrumarem, deixamos eles na escola e vamos para a empresa. - Harry sugere como se não fosse incômodo ou trabalho nenhum e Eliott já se vira para mim com as bochechas quase se rasgando tamanho seu sorriso. Encaro Elouisa, mas sua expressão não diz nada enquanto recolhe algumas pipocas que caíram no chão.

     — Vou pensar. Enquanto isso, ajuda a arrumar a bagunça, Eliott. - meu irmão fica contrariado, mas começa a ajudar energicamente, esperançoso em poder ficar.

     — Vou levar essas coisas pra cozinha. - Elô começa a juntar as latinhas e Harry começa a recolher o lixo com ela.

     — Eu te ajudo. - ele diz e então ambos carregam tudo até a cozinha. A bolsa de gelo que estava sobre o meu pé está pingando água e a almofada ensopada, por isso me levanto e com uma careta de dor manco até a cozinha com os objetos em mãos, mas paro quando os ouço conversando.

     — Você gostaria de ficar? Acho que sua irmã está esperando sua aprovação. - Harry parece ser surpreendentemente o primeiro a puxar conversa - Sei que não gosta muito de mim. Espero que não tenha sido nada que eu tenha dito ou feito. Eu costumava ser sempre um idiota, mas estou tentando não ser mais, se for o caso. - não os vejo e acho que minha irmã vai deixá-lo no vácuo, mas alguns instantes depois sua resposta vem.

     — Não é isso. Acho que... - mais uma pausa - acho que estou com vergonha. - ela admite.

     — Vergonha? - posso imaginar Harry franzindo o cenho - Vergonha do que?

     — Fui completamente babaca e infantil na primeira vez que foi em casa. Não consigo deixar de pensar que foi aquela impressão que ficou e que toda vez que olha pra mim se lembra daquilo e que só vê uma criança mimada.

     — Considere aquele dia esquecido entre nós. Que tal assim? - Harry sugere depois de uns minutos onde pareceu pesar suas palavras antes de dizê-las - Para começo de conversa eu entendo, não tinha motivos para você gostar de mim. E eu também não tenho propriedade para falar sobre ou cobrar educação de ninguém. Fica tranquila, Elouisa, eu não pensei nada ruim sobre você naquele dia e muito menos depois dele.

     — Hoje foi legal. - ela muda de assunto - Podemos, sei lá, começar de novo e tentar ter uma relação legal como você tem com o Eliott? - ela pergunta toda menininha que ainda é por dentro, mesmo que não queira admitir.

     — Claro. - meu namorado responde e eu me sinto feliz por finalmente terem conversado e se entendido. Elô pode ser apenas uma adolescente, mas me importo com o que ela pensa e o que ela sente, e a convivência entre as pessoas que eu amo mexe comigo, seja ela positiva ou negativa, então me sinto aliviada com tudo que ouvi agora, com a forma respeitosa como se trataram.

     — E sobre Vingadores... só podemos ter algum tipo de amizade se sua resposta à pergunta que vou te fazer for muito boa. Então, o que você achou do filme? - a risada que Harry dá me faz sorrir.

     — E aí, nós vamos poder ficar, Lizzy? - Eliott está na minha frente chamando minha atenção e nesse momento percebo que fui descoberta ouvindo conversa dos outros como uma perfeita bisbilhoteira.

     — Acho que podemos ficar sim. Certo? - entro de vez na cozinha e encaro minha irmã, vendo-a balançar a cabeça em concordância como resposta, fazendo Eliott fazer uma sinistra... dancinha da vitória? Harry sorri de canto pela alegria do meu irmão e se desencosta da bancada, se aproximando de mim pega a bolsa de gelo e a almofada das minhas mãos e me joga uma piscadela antes de se afastar.

     Depois de avisar meus pais que passaríamos a noite aqui com Harry e informar nossos planos para tudo dar certo amanhã de manhã, tivemos um ótimo fim de noite. Ver a interação tranquila e confortável entre meu namorado e meus irmãos e sentir Harry leve com todos nós me fez sentir mais do que bem. Me vi sorrindo tantas vezes observando-os que nem sou capaz de contar.

     E em clima de conforto e tranquilidade nossa noite chegou ao fim. Coloquei meus irmãos para dividir a cama no quarto de hóspedes de Harry e após ajudá-los a se acomodar, fomos para o quarto dele.

     — Obrigada! - agradeço com toda a sinceridade enquanto o ajudo a levantar os lençóis de sua cama, cada um puxando-os de um lado.

     — Pelo que? - meu namorado me encara.

     — Por esse fim de semana. Foi incrivelmente leve e maravilhoso!

     — Não tem que agradecer, Eliza. Foi igualmente bom pra mim. - sua resposta me faz sorrir amplamente enquanto nos deitamos. Não importa quantas vezes ele use meu apelido, eu sempre vou sentir minhas bochechas corarem e meu coração acelerar e se encher de amor quando ele o diz, sua voz pronunciando o apelido que deu para mim me acalma, me acaricia a alma. Harry se deita de costas, puxa o edredom para cima de nós dois e eu me acomodo com minha cabeça sobre seu peito, minha mão fazendo desenhos invisíveis sobre sua barriga enquanto seu braço está entorno de mim, abraçando-me. - Ouviu minha conversa com sua irmã, não é? - ele pergunta acariciando meu braço.

     — Sim. Obrigada por dar o primeiro passo.

     — Não foi nada. Ela é legal.

     — Ela é sim. E Eliott é doido por você. - reviro os olhos ao lembrar de como meu irmão sempre fica extasiado com meu namorado por perto e Harry ri com meu comentário.

     — Durma. - ele diz instantes depois - Amanhã temos que levantar mais cedo. - resmungo com isso e Harry estica o braço para desligar o abajur ao seu lado, em seguida se aconchegando mais a mim e fazendo apenas o som de nossas respirações serem ouvidas em meio ao silêncio. Suspiro satisfeita por estar assim confortável em seus braços e pego no sono, tendo uma noite cheia de sonhos que misturam a realidade do meu dia hoje com um futuro casada e com filhos que com certeza assustaria meu namorado se eu lhe contasse.

     Estávamos a caminho da ACCW depois de uma manhã agitada levando as crianças para casa para se arrumarem para a escola e depois os deixando em suas respectivas escolas, mas tive que dar meia volta quando Elizabeth percebeu que esqueceu sua bolsa em casa em meio a correria.

       — Meu pai está aqui. - solto um suspiro pesado quando vejo o carro de Desmond estacionado em frente a minha casa. - Melhor esperar aqui. Vou pegar sua bolsa e tentar dispensá-lo o mais rápido possível. - Eliza concorda dando um leve aperto em meu braço em forma de apoio enquanto retiro o cinto, sorrindo brevemente pra ela - Volto logo.

     Assim que abro a porta me deparo com Desmond, ele está com o celular de Elizabeth na mão e noto sua bolsa aberta em cima do sofá.

     — Que merda você acha que tá fazendo? - puxo o celular grosseiramente de sua mão e caminho alguns passos para pegar a bolsa da minha namorada ao mesmo tempo que encaro furiosamente o homem a minha frente.

     — Não se preocupe, essa porcaria tem senha. Mas sabe, você está na tela desse celular, e pelo que ouvi, ela está praticamente morando na sua casa. Quer um conselho? Acabe logo com isso. Pare de brincar de casinha, Harry. Não seja um idiota se deixando influenciar por uma mulher. Achei que tivesse te criado melhor que isso.

     — Não quero nada de você, Desmond, muito menos conselhos. - percebo que minhas narinas estão infladas enquanto tento não gritar. Não quero Elizabeth correndo até aqui e entrando no meio disso. - E você não me criou, Desmond, você me suportou e chutou com a barriga até eu ser capaz de me virar sozinho sem colocar em risco sua liberdade perante a lei.

     — Tão sentimental! - ele diz debochado - Acredite, não vai adiantar. O que você acha, que ela te ama? - ele força uma gargalhada cheia de ironia - Você está enganado. É tudo atuação. Enquanto ela tiver o que tirar de você, ela estará por perto, mas assim que ela encontrar algo melhor, ela vai embora, e vai deixar você. Você não vale nada, Harry, nada. Não é surpresa. Você já deveria ter aprendido isso, afinal sua mãe fez o mesmo. Ela me deixou, mas deixou você também. - estou deteriorando a bolsa de Elizabeth com a força que a aperto e minha maxilar está tão trancada que sinto meus dentes rangendo um sobre o outro. Sinto as palavras de Desmond se infiltrando em minha mente e quero expulsá-las imediatamente. Quero tirá-lo daqui e repetir diversas vezes para mim mesmo que Elizabeth não é assim, que ela não faria isso, que ela realmente me ama.

     Elizabeth não é assim.

     Elizabeth me ama.

     Ela me ama. Ela me ama.

     Não sou capaz de abrir minha boca enquanto lido com tudo que acontece dentro de mim.

     Minha mãe me abandonou.

     Eu não sou bom o suficiente.

     Eu não mereço ser amado.

     Elizabeth se vai e eu voltarei a estaca zero.

     Eu nasci para morrer sozinho.

     Meu pai está certo, ele sempre esteve.

     — Ela me ama sim. Ela não vai a lugar algum. - sinto que as palavras saíram num sussurro e o olhar cheio de deboche, ironia e falsa pena que Desmond direciona para mim me enraivece e quebra as minhas convicções com um poder que eu odeio que ele tenha sobre mim.

     — Você acha mesmo, Harry, que ela vai te perdoar por seu segredinho sujo? - por essa eu não esperava. Eu estreito meus olhos para ele.

     — De que merda você está falando, Desmond? Do que você acha que sabe?

     — Acho? Ah, Harry, vamos lá, filho, - a palavra filho saindo da boca dele soa amarga para nós dois - nós dois sabemos muito bem do que eu estou falando. Eu sei o que você anda escondendo, eu sabia que bastava procurar. E sabe, mesmo que ela te ame como diz e como você parece acreditar, você acha que ela passaria isso por alto, ou te perdoaria? Pra falar a verdade, você permitiu que seus amigos se tornassem amigos dela, não é? Você acha que eles ficariam do seu lado? Não se engane, Harry, ninguém vai ficar do seu lado, e muito menos sua secretariazinha. Na primeira oportunidade, no primeiro erro, na primeira oferta melhor que aparecer, ela vai sair por aquela porta sem nem olhar para trás. Foi o que sua mãe fez, é o que Elizabeth vai fazer, é o que toda maldita mulher faz. Escreva o que estou dizendo, você vai estar sozinho. E não vai demorar nada agora.

     De forma alguma eu estava preparado para ouvir suas palavras. Eu o conheço e sei que ele não está blefando e isso me deixa apavorado. Não estava preparado para lidar com ele sabendo tanto da minha vida, de cada maldito passo meu. Não estava preparado para lidar com ele estando um passo à frente.

     — Você não se atreva a se meter na minha vida, Desmond. - me aproximo, cerrando os dentes enquanto cuspo as palavras em tom de ameaça em sua cara - Me deixe em paz. - termino em tom de aviso e seu olhar carrega diversão tanto quanto seu sorriso vitorioso. Mas seus olhos estão focados mais adiante de mim, e engulo em seco quando me viro e acompanho seu olhar até Elizabeth, que está segurando a porta entreaberta, enquanto traz seus olhos para os meus, com uma dúvida e confusão plantados ali que eu não estou preparado para lidar.

     — Suma da minha casa, Desmond, suma da minha vida. - minha voz sai como um rosnado e assisto o homem desprezível que se diz meu pai finalmente rumar à porta, saindo, mas não sem antes cumprimentar Elizabeth com um aceno cheio de provocação. 

     — Harry... - Eliza ameaça caminhar até mim, mas antes que ela tenha a chance de terminar de colocar seu corpo para dentro de casa a interrompo.

     — Podemos, por favor, deixar essa conversa pra depois? - vejo Elizabeth suspirar, mas logo balançar a cabeça em concordância, voltando seus passos para fora e a sigo em direção a saída. Antes que eu feche a porta seu celular acende em minha mão e vejo pela primeira vez a foto que Desmond mencionou. Ela deve ter colocado ainda hoje pois não me lembro de ter visto antes, e, na verdade, parando para observar bem, eu acho que essa foto foi tirada ontem. Pelo ângulo talvez sua irmã tenha tirado, não sei dizer, mas ao que parece foi em algum momento ontem antes de o filme começar, quando Elizabeth tinha a cabeça próxima dos meus lábios, seu corpo apoiado ao meu, dentro do meu abraço. O que a foto mostra sem que eu pudesse ter visto é o sorriso sutil em seus lábios e seu olhar que pareciam transbordar meiguice, ternura, felicidade, por aquele momento, por seus irmãos... por mim.

     Respiro fundo e aperto o botão para bloquear e apago a tela do celular, enfiando o aparelho dentro da bolsa de Elizabeth e entrando no carro, onde ela já está me esperando. Entrego a bolsa à ela e pela primeira vez em um bom tempo o silêncio entre nós é desconfortável e incômodo enquanto coloco o cinto e dirijo até à empresa.


   Me sinto sufocar dentro da minha sala e não consigo me concentrar em nada, não consigo trabalhar direito. Estou sem foco. Com sua mesa dentro da minha sala é impossível disfarçar e Elizabeth percebe minha irritabilidade e inquietação, mas se limita a observar e não dizer nada. Sei que ela está se esforçando para respeitar meu tempo e espaço, mesmo que tenha uma nuvem de dúvidas pairando sobre sua cabeça, mesmo que ela tenha todo o direito de me colocar contra a parede. É o que eu faria se estivesse no lugar dela, se tivesse ouvido o quanto acho que ela ouviu.

     — Me desculpa, mas eu preciso sair daqui. - decido me levantando - Volto em algumas horas. - digo enquanto pego meus pertences necessários para sair, e me sinto um lixo quando vejo a desconfiança, a dúvida e o medo faiscarem nos olhos de Elizabeth. Mas eu não posso continuar aqui, eu preciso procurar a solução, saber como desarmar a bomba e fazer a mulher que eu amo se sentir segura antes de avisar propriamente que há uma bomba prestes a explodir aqui. Eu preciso que ela me perdoe. Eu preciso que ela escolha ficar e tentar confiar de novo, mesmo sabendo que estaria certa de escolher partir. Minha mão está na maçaneta da porta e meu coração comprime meu peito quando me viro para olhá-la - Eu amo você. - parece que a dor que emana de mim reflete nela quando as palavras saem da minha boca, e vejo seu cenho franzir quando ela absorve as palavras.

     — E eu amo você, Harry. - ela diz com sinceridade transbordando dos seus olhos. Creio que uma declaração tão pura e verdadeira jamais deveria soar como um adeus, mas é o que sinto nesse momento, e sem querer que isso se concretize, rapidamente abro a porta e saio, querendo profundamente acreditar que tudo vai dar certo, que ela não se afastará de mim, que eu não vou ficar sozinho... de novo.

     — Ok, Harry, se acalme. Primeiro respire fundo, tome seu tempo. - o Dr. Christopher diz enquanto me estende um copo de água. Esperei por mais de duas horas até que ele conseguisse fazer um encaixe para me atender agora, fora do dia, fora do meu horário.

     Depois de beber um gole da água, coloco o copo sobre a mesa de centro e me inclinando, meus cotovelos se apoiam sobre meus joelhos enquanto seguro minha cabeça com as mãos.

     — Está tudo dando errado. - digo finalmente, esfregando meus olhos, sentindo minha cabeça começar a doer enquanto trabalha à mil tentando achar uma solução para o que parece sem saída.

     — O que aconteceu, Harry? - o Dr. Christopher pergunta enquanto me observa, recostado em sua poltrona localizada na diagonal, poucos metros a minha frente.

     — Meu pai aconteceu, pra variar. Mas o problema maior nem é as merdas que ele está cansado de me repetir. Ele veio jogar na minha cara que sabe de tudo, eu o conheço, aquilo foi ameaça. - minha respiração está pesada e meus batimentos descompassados. Sinto a raiva me corroer por dentro e inquieto, me levanto, começando a andar de um lado para o outro dentro do consultório que parece minúsculo nesse momento, me causando falta de ar - Ele na verdade está dizendo que vai dar um jeito que chegue nos ouvidos dos meus amigos e que Elizabeth descubra. E quer saber? Dessa vez ele está certo. Ele está certo, droga! Quem vai ficar do meu lado dessa vez? Não importa se são meus amigos, vão jogar na minha cara minha incapacidade de ser leal, de ser verdadeiro, de ser fiel. E a quem eu quero enganar? Eu não sou fiel nem a mim mesmo, nem aos meus sentimentos. - quando começo a me sentir tonto volto a me sentar, pegando o copo de água e o virando na boca, dessa vez engulo todo seu conteúdo enquanto o Dr. Christopher se limita a me ouvir, a me observar, a esperar pacientemente que eu termine de colocar para fora todo o caos que é a minha merda de vida que nunca tem um minuto de paz. - Talvez assim seja melhor mesmo, pra eu voltar a simplesmente viver minha vida em uma rotina monótona como um loop, sem as expectativas de ninguém. Elizabeth estará melhor sem mim, de qualquer forma, ela tem um cara perfeito que pelo visto só está esperando o caminho ficar livre para ser mais que um amigo para ela. - eu finalmente me encosto na poltrona, jogando minha cabeça pra trás ao mesmo tempo em que esfrego meu rosto.

     — Harry, - ele respira fundo e volta a falar com uma mansidão que me deixa intrigado. Como é possível manter a calma atendendo a mim e não sei mais quantos descontrolados? - não quero parecer um antagonista na sua história, mas... você também iria se sentir traído e ia custar a perdoar se fosse com você. Não seria melhor que soubessem por você? Por que não explica o que estava pensando e sentindo no momento e como tudo aconteceu? Talvez eles realmente demorem um pouco para absorver, talvez briguem com você e joguem algumas coisas na sua cara, mas pelo que já conversamos essas pessoas se importam de verdade com você e realmente te amam. Eles eventualmente vão te perdoar. Mas ficar protelando só vai tornar as consequências quando a verdade vir à tona piores. Porque que a verdade vai aparecer é um fato. E sejamos sinceros, a ignorância deles quanto ao assunto não está sendo algo positivo para você. Está gerando cada vez mais ansiedade em você. Você está começando a ter crises de ansiedade, e está se autossabotando. Está autossabotando seu relacionamento com seus amigos e seu relacionamento com sua namorada.

     — O que está querendo dizer? Que é tudo merda da minha cabeça?

     — Não exatamente. As coisas realmente estão difíceis, ok. Mas precisa entender que o medo da rejeição e a insegurança estão vindo em grande parte porque você sabe que está mentindo, você sabe que agiu errado e que continua o fazendo por esconder a verdade de quem a merece. Fugir dos nossos problemas não os ameniza nem os faz serem resolvidos. Sei o que pensa, mas tudo bem ter medo, Harry. Covardia não é ter medo. Covardia é não ter coragem de enfrentar seus medos para fazer o que é certo, para fazer o que realmente é o melhor para você e para aqueles ao seu redor que você ama e que se importam com você.

     Ele sabe que entendi, mas também sabe que sou orgulhoso demais para admitir que estou errado em voz alta. E saber disso não significa que vou finalmente fazer o que é certo. Talvez eu realmente seja um covarde. Um verdadeiro covarde.

     — Eu preciso ir. - me levanto e caminho até a porta, com meus pensamentos deixando minha cabeça a ponto de explodir. Me sinto tonto, confuso, perdido. Pelo visto seja como for eu sairei perdendo.

     — Harry? - o Dr. me chama e com a porta já semiaberta eu o encaro. - Conte a eles a verdade. Conte principalmente a ela. Se realmente a ama, sabe que ela precisa e merece saber. Depois disso ela decide o que fazer. Mas precisa dar a ela a opção de escolher te entender e confiar novamente em você. - eu sutilmente meneio a cabeça mostrando que entendi e então me retiro.

     Mas se de qualquer forma eu sairei perdendo, a questão é: eu falo e corro o risco de perder tudo de uma vez, ou me contento em aproveitar meus últimos momentos de felicidade antes que a garota que eu amo descubra que a traí?

Continua...

Ahhh, sobre esse combinado aqui 👇🏼

... tivemos uma resposta certeira da EiJheny quanto ao título.

Aqui está:

Quanto a qual dos meninos será o protagonista, nada ainda. Se alguém quiser tentar estou ansiosa para ver as teorias!

Enquanto isso, aqui está a capaaaa 👇🏼

O que acharam?!?!

É isso, meus amores, votem e comentem, por favor! E me digam, o que estão sentindo com tudo que aconteceu nesse capítulo? E esse final???

Obrigada por tudo! ❤️


All The Love,
P.I.  🖤💞


    

    

    

    

 

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