Que você não está sozinho
Eu estou aqui com você
Embora você esteja longe
Eu estou aqui para ficar
Você não está sozinho
Eu estou aqui com você
Embora estejamos separados
Você sempre estará em meu coração
Você não está sozinho
You Are Not Alone - Michael Jackson
Bem-vindas caras leitoras, companheiros de viagem como tem passado os seus dias? Como andam seus sonhos, e os seus corações? Uma brisa suave correu hoje, e ela foi o bastante para mudar o rumo da história, ou talvez recordar tempos passados, velhos castigos, antigos amores... O ser humano é algo magnífico, não é? Vocês são capazes de se curar, de se machucar, de se modificar e evoluir, porém, a principal característica que os torna únicos, seria talvez a capacidade de sentir: sentir dor, raiva, mágoa, rancor e sobretudo, sentimentos como alegria, orgulho, tristeza e amor...
Ah, o amor... sentimento descrito ao longo de séculos como o mais belo de todos, no entanto, se analisarmos bem a história humana, ele também foi o causador de dores infinitas, guerras tenebrosas e separações lendárias. Então caras leitoras, não é de se estranhar que este mesmo sentimento, cause em corações desavisados sobre a sua enormidade, assombro, ou cause em seres desprovidos dele, confusão... E quem poderia dizer o certo ou o errado em amar? Simplesmente amar?
Eu sei que eu, em minhas tristes páginas, estas que estão amareladas pelo tempo, ou talvez por ser um velho pergaminho, não sei lhes dizer... Talvez eu nunca tenha amado, ou quem sabe amei o infinito e nele e por ele me perdi... Sei apenas que por mais que doa, por mais que cause confusão, nada no Universo, será tão fatal quanto o amor, e suas facetas... Afinal este se apresenta sob uma gama enorme de sentidos... Eros, ou Afrodite, não sei em qual acreditas, devem ter dado incontáveis risadas sobre os efeitos que aquilo que deveriam governar, causou na humanidade, enfim...
Então, caros leitores, amigas de jornada, desde seu recente entendimento, nosso casal tem passado mais e mais tempo juntos. Taehyung, Jeongguk e Minsoo têm buscado compensar o tempo perdido, então como uma família, eles vão ao parque, onde nosso lindo Soso pode enfim realizar outro de seus desejos infantis: ser carregado nos ombros de seu papai alfa, enquanto seu outro papai, segura a mão deste e vez ou outra, faz carinho no filhote. O desejo que ele tinha de usar aquelas camisetas de família... Tanto que na estante da sala, agora existe uma fotografia específica, onde os três sorriem para a câmera, cada um usando uma camiseta que diz: “SOU PAPAI” “SOU PAI” e “SOU O DENGUINHO DOS PAPAIS”.
Jeongguk também tem buscado melhorar, confiar mais em Taehyung e deixar o passado para trás, embora ainda cause insegurança, o ômega procura olhar para o presente, sabendo que ao fazer isso, estará fazendo o melhor para si e para sua família. Sim, sua família: Minsoo, Taehyung e também seus amigos, afinal foram eles seu apoio, sua luz quando as coisas ficaram sombrias.
O ômega tem a certeza de que nunca vai esquecer as dores pelas quais passou, no entanto, sabe que para ser feliz, precisa deixar o passado em seu lugar, ou seja na "caixinha" de aprendizados que a vida lhe deu, e olhar para a frente, buscando um lugar melhor dentro de si mesmo e para si mesmo.
Perdoar não é esquecer, nem significa que fazemos isso pelo outro, ao perdoamos alguém, uma situação que nos foi imposta, fazemos isso por nós mesmos, para que possamos prosseguir. Perdoar não é aceitar e sim dizer: sou consciente do que me foi feito, da dor que me foi causada, no entanto seguir em frente é necessário, e eu escolho seguir sem um peso que não preciso carregar. Perdoar é escolher seguir um caminho mais leve, o seu próprio.
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— Hobi, eu não sei o que fazer… Faz um mês que ele e eu estamos tentando, e eu sei que sou o mais reticente com isso tudo, o Tae tenta, e eu acabo dando todos os passos para trás — Jeongguk reclamava para o primo enquanto analisava o novo menu. O restaurante ia muito bem, sempre cheio, os novos pratos sempre sendo elogiados, assim como o próprio Jeon, que estava sendo elogiado pela mídia e tido como o novo chef sensação do momento. O que circulava por aí, era que o ômega tinha mãos de ouro e era um verdadeiro artista na cozinha.
— O que ainda te prende ao passado, Gukkie? — Hoseok super entendia o primo, sabia que certos traumas demoravam a se curar e algumas feridas permaneciam abertas para sempre, no entanto, ele também via o quanto o casal de amigos se amava, sim amigos.
Taehyung havia sido amigo do Jung no passado e ele via o quão bobo o alfa era pelo filhote e por Jeongguk. Sempre buscando estar perto deles, os apoiando e incentivando. Tanto que o alfa estava lá fora naquele momento, aguardando o ômega terminar o que fazia, mesmo caindo de sono, pelo adiantado da hora, eram quase três da manhã, e embora Jeongguk dissesse que poderia dirigir, o Kim não achou por bem isso, a noite ainda era perigosa e ele temia que algo pudesse acontecer ao amado.
Minsoo havia dormido na casa dos Park, em uma festinha do pijama com Yieji, Mierin e o pequeno Hianon, para alegria do Park e desespero do Min, já que festinhas do pijama significavam um Yoongi fantasiado na hora da historinha, e barracas no quintal, com um alfa reclamando de dor nas costas na manhã seguinte. Porém, não era como se ele não amasse, Jimin costumava dizer que o Min vivia para reclamar, mas fazia isso sorrindo, pois era um bobo encantado pelos filhotes.
— Não é que eu não queira, eu quero, quero muito, tipo muito mesmo, — Nesse momento Jeongguk gesticulava com as mãos, dando ênfase em quanto queria o alfa com carinha de sono no outro cômodo — Eu só não sei até que ponto esse meu querer é o bastante para manter ele por perto. Até que ponto esse meu novo 'eu' é capaz de manter o Kim interessado.
Caras leitoras, a expressão no rosto do alfa Jung, era verdadeiramente de choque, afinal para todos que vissem "taekook" – apelido carinhoso dado ao casal na adolescência, juntos – saberia o quão apaixonado pelo ômega o Kim era, e mesmo agora, anos mais tarde, isso ainda se apresentava como verdade. O Kim só faltava se derreter ante a presença do outro.
— Você é muito cego mesmo hein, priminho. O Tae é completamente bobo por você, você fala um "a" e ele fica todo: "olha o meu Jeonggukie, ele não diz "a" melhor do que qualquer outro?" Eu sei que foram anos afastados, mas Gukkie, o que vocês dois tem, é algo que a maioria somente sonha ter. Vocês são almas gêmeas, Gukkie. Então, eu digo a você que não abra mão daquele homem, olha, se eu gostasse de alfas até iria me sentir tentado, viu…
— Pode tirar o olho, aquele ali é meu, todinho meu, completamente meu.
E assim os dois continuaram a conversar. Sem imaginar que graças à audição lupina, e no caso do Kim, ainda mais apurada, ele pôde ouvir que o ômega o tinha como dele, todinho dele, e mesmo com sono, sorriu. Afinal quem não iria querer ser de alguém como Jeon Jeongguk?
Algum tempo depois, já no carro e a caminho da residência do Jeon, Taehyung resolveu tocar no assunto.
— Gukkie, você sabe que eu realmente quero estar com você, não sabe? E eu não estou falando isso por termos o Soso, e sim por sua causa, ainda que não fossemos pais, eu iria te querer.
O alfa estacionou o carro e desceu, Jeongguk que se mantinha em silêncio, desceu junto e ambos se encaminharam para dentro de casa. Os três estavam passando mais e mais tempo na casa do Jeon, tanto que o alfa já tinha algumas coisas ali, como suas pantufas favoritas, alguns pijamas, sua caneca do Capitão América, assim como alguns de seus vinis amados. Ambos costumavam dançar pela sala, após colocar Minsoo na cama. Enquanto bebiam uma boa taça de vinho e conversavam sobre tudo e nada ao mesmo tempo, apenas aproveitando a companhia um do outro, após um longo dia no trabalho.
— Tae, eu também quero você, mas eu me pergunto até onde seu querer vai te manter aqui comigo… E eu sei que preciso resolver isso comigo mesmo, que você não tem culpa das minhas inseguranças, é só que… — Quanto mais o ômega tentava se fazer entender, mais nervoso se sentia, era como voltar à adolescência e ter a sua frente o garoto popular da escola, e não conseguir entender que ele também era caidinho por si.
Jeongguk estava tão perdido em se explicar, que não percebeu a aproximação do outro. Somente dando-se conta, quando o Kim gentilmente colocou as mãos em seu rosto e o fazendo olhar para si, em seus olhos, disse com verdade e seriedade:
— O meu querer vai me manter com você para sempre Gukkie, e sabe o porquê disso? Porque ele deixou de ser querer cinco minutos depois que eu te conheci, depois disso ele já era amor e vem sendo desde então. Eu te amo coelhinho, eu amo cada detalhe que faz você ser quem é, esse homem lindo, forte, inteligente, sexy como o pecado, e não adianta desviar os olhos, você é lindo e se não sabe, deveria se dar conta disso. — O alfa pontuava cada palavra com pequenos selares no rosto do outro, beijos que arrancavam risadinhas do outro. — E eu sei que você também me quer, me quer muito, muitão pelo que eu soube! Afinal eu sou seu, todinho seu, completamente seu, não é?
Só então o ômega percebeu que o alfa havia escutado parte do que ele havia conversado com Hoseok. E sentiu-se ficar vermelhinho. E o alfa? Só faltou morrer de amores pelo amado. Jeongguk era uma miríade de cores na vida do Kim. E ele verdadeiramente o amava.
— Tae!!!
Ainda sorrindo, o Kim beijou seu coelhinho, e foi prontamente retribuído por ele. E mais tarde, quando amanhecia, e os dois foram finalmente para a cama, já deitados, com Jeongguk dentro dos braços do Kim, sonolento e aquecido pelo calor do outro, Jeongguk levou a mão até a face quase adormecida do alfa, fazendo um carinho suave, antes de dizer:
— Só foi querer por uns dois minutos alfa, depois disso já era amor, e eu continuo te amando também.
E então, após um longo beijo, pleno de um sentimento puro, ambos dormiram com a certeza de que eram amados. E por hora, isso era o suficiente em seus corações. Amar e ser amado.
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Quando o sol se colocava mais alto no céu, ambos os enamorados despertavam, cheios de carinhos, toques suaves, arfares doces… Ambos ainda presos ao mundo dos sonhos, aquele mundo onde nada é proibido, e tudo pode acontecer. Toques suaves sendo trocados, selares dados com amor, mãos entrelaçadas. E quando finalmente os olhos se abriram, em vez do castanho esperado, se fez presente o dourado e azul.
— Oi meu amor…
— Oi meu Höör… Você sabe que dia é hoje?
— Sim, minha amada, eu sei...
Rágni e Höör ficaram se olhando um bom tempo, ambos perdidos nas mesmas memórias, lembranças de vidas passadas, existências perdidas naquele mesmo dia. Höör pensava na primeira vida que tiveram como humanos, dois homens, mal sabiam andar, tudo lhes era novo, suas vestes estavam longe de terem a maciez de outrora, seus rostos? Já não abrigavam as feições conhecidas as quais estavam acostumados… Rágni já não era mais a pálida manhã, no lugar de seus fios quase brancos, o breu da noite se fazia presente, seus olhos outrora azuis, pareciam possuir a cor de um céu sem estrelas, e ao mesmo tempo estrelado.
As estrelas que faziam parte de Höör, agora habitavam a pele alheia, ele poderia reconhecer cada uma de suas amadas criações na pele pálida do outro. Eles já não eram mais os mesmos, porém, carregavam dentro de si, as mesmas similaridades. Rágni ou Jeongguk, nome dito de forma estranha pelo outro, num tom de voz rico e rouco, como se o som brincasse entre seus lábios, e advindos dele, as três graças se fizessem presentes, para Höör, o outro a sua frente facilmente teria sido agraciado pelas musas.
Rágni por sua vez, não conseguia parar de olhar o homem a sua frente, longe de ter os olhos verdes como outrora, seu Höör agora possuía olhos como o caule de sua árvore favorita ao entardecer, seus cabelos outrora negros como a noite mais sombria, agora possuiam fios de um marrom caloroso, que se assemelhava ao seu jardim de outono favorito. Sua pele parecia beijada pelo sol da manhã, aquele em que ela própria ainda se encontrava em êxtase por ter podido tocar o seu amado ao menos por alguns segundos… E ele era belo, Höör seria belo em qualquer forma, e nessa, com outro nome, face, cheiro e em outra vida, ele ainda seria o mais belo dentre todos os outros para si. Taehyung, era seu nome atual, sua forma? Apaixonante… Ele ainda era seu amado, seu amigo, o ser cuja existência havia tornado a sua própria menos solitária. E mesmo agora, num corpo diferente do seu, outrora feminino, seu Höör ainda olhava para si como se fosse bela.
A primeira existência de ambos não foi a mais fácil, adaptar-se a nova vida foi deveras complicado, como deuses não precisavam se alimentar, não se sujavam, não sentia sono ou corriam perigos… Como humanos eram frágeis, fracos… Mas tinham um ao outro, viveram aquela breve existência como amigos, companheiros, amando e sendo amados, até que por rancor de algum deus, Rágni ou Jeongguk, acabou por adoecer… E mais uma vez foram castigados…
Em sua outra vida, quem veio a se perder fora Taehyung…
Na próxima não vieram como amantes, vieram como irmãos, carregando em suas almas as lembranças de suas outras criações… Em silêncio, em segredo… Tiveram vidas longas, e como sempre parecia ser, perderam tudo o que amaram nessa vida também, família, filhos, e um ao outro… Novamente.
Muitas vidas vieram e se foram para os dois… Porém, nenhuma delas tão dolorosa quanto aquela em que viram seu amado Mani, seu pequeno ser de luz, seu filho… Nascer e partir tão brevemente. Fora a primeira vez que realmente sentiram ódio dos deuses e também reconheceram a sua ira.
Mais vidas novamente, o mesmo ciclo sem fim, amar, ser amado e perder… Mani nunca mais nascera… Ao menos até aquela nova existência.
— E se passarmos por esse dia? O que faremos?
— Não sei… Vivemos?
— Eternamente juntos?
— Ainda que sempre separados…? Sim, ainda assim viveremos.
Os lobos recordaram da primeira vida como tais, os deuses irados por não conseguirem separá-los, os haviam condenado a viver dentro de outros, como parte deles, porém sem terem realmente uma vida própria, quase como uma simbiose… Em sua primeira vida assim, foram inimigos, divididos pela guerra de clãs rivais, Jeongguk tirou a vida de Taehyung, apenas para reconhecer nos últimos suspiros do outro, seu par, sua metade… Em outra, eles sequer nasceram na mesma época, Taehyung já era idoso, quando percebeu o menino de olhos negros brilhantes que lhe sorria da janela vizinha… Partiu naquela mesma noite…
Sempre no mesmo dia, se perdiam… E naquela existência, aquele era esse mesmo dia...
Eles se levantaram um pouco depois, tomaram banho, e se alimentaram, Soso logo chegaria, Jimin o traria em breve. Então, ainda com seus lobos no controle, aguardariam.
Cerca de meia hora mais tarde, Minsoo chegou, e logo ambos perceberam que não era o filhote de Taehyung e Jeongguk realmente ali. Era o seu Mani… Os três tinham alguns minutos, horas com alguma sorte, então aproveitaram… brincaram, conversaram, deram forma aos seus lobos e em família ficaram…
Quando o dia ia se findando, após comerem, Rágni e Höör colocaram seu filhote na cama, contaram algumas histórias para ele e quando este adormeceu, os dois foram até a sala de estar, arrumaram a bagunça feita e após isso, foram se deitar.
— Eu te amo!
— Sempre!
Na manhã seguinte…
— Papai Tata, papai Goo… o Soso tá com fome...
Eu quase não pude lhes contar essa parte da história caras leitoras, acredito que ainda não lhes contei com precisão, alguns pedaços dela se encontram rasurados, outros rasgados em alguns pedaços dessas páginas… outros manchados… Então acredito eu, que algum detalhe me faltou, alguma descrição precisa talvez, no entanto esperemos que não sejam detalhes importantes, e sim talvez breves descrições da paisagem talvez… Seja como for companheiros de jornada, a vida segue seu caminho, laços sendo feitos, ciclos sendo quebrados, remodelados ou não… até breve, espero lhes encontrar sem demora e que ambos tenhamos boas notícias, conversas sobre bons tempos e alegrias.
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Capítulo betado pela mayakthjjk obrigada amor ❤️
O que acharam do capítulo?