Amor e Magia - O Herdeiro do...

By LockGTG

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Está tudo tão quente dentro de mim, sinto faíscas ao meu redor e as pessoas em volta que me observam com dese... More

Sr.Matthew
A festa
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Guerra• Parte I
Guerra• Parte II, Final
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Voltando
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Aedion Palácios - Fim

Argus

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By LockGTG

Manhã seguinte...

Ando pelos corredores do castelo a caminho do treinamento já limpo, vestido e cheiroso. Acho estranho que Pit não apareceu logo de manhã, ainda agora que ele está tão animado só com a hipótese de eu voltar a treinar. Agora com minha magia de volta eu estou como Pit com certeza. Antes de chegar noto que Darios está na porta da arena. Estranho pois Araevin saiu junto comigo e se despediu rápido pois foi para a frente do castelo e não para os fundos.

Me aproximo mais e vejo que a Arena está vazia, Darios se aproxima de mim e faz uma reverência. Fico observando o comportamento dele meio impressionado então noto que na sua testa brilha a marca de Daedon. Darios se aproxima mais e faz de novo a reverência.- Ele quer que eu o monte- Só que eu nunca montei nele sem Araevin, fico meio receoso então o grifo encosta sua enorme cabeça em mim e empurra meu corpo para traz, me colocando bem ao seu lado. Tenho que montar já que ele quer tanto.

Subo nele com muito medo, por sorte ele está com uma sela simples e esta tem um apoio pra segurar. Seguro firme e me vejo apertando o couro quando Darios se coloca de pé e se prepara pra levantar voo. Um frio corre na minha barriga quando ele bate as asas e começa a subir. Quase entro em pânico quando ele começa a voar rápido em direção a saída da cidade. O que eu estou fazendo!...

Demora muito pra me acostumar a constante agonia e medo de cair enquanto Darios segue firme e rápido no horizonte. Fico um pouco aliviado pois não é tão difícil como parecia e fico pensando em por que não fui barrado no portão de entrada quando saí. Os guardas direcionaram um olhar pra mim com certa desconfiança mas não fizeram nada.

Devem ter duas horas de voo e eu não reconheço nada em minha volta, só há mato e árvores, a brisa fria me acaricia e deixa meu corpo tranquilo e relaxado. Logo em frente eu começo a ver algo diferente, é algum tipo de construção. Darios emite um grunhido e bate as asas mais rápido indo direto pra lá. Quanto mais perto mais nítido é, um local esquecido e acabado. São ruínas do que parece ser um templo.

Darios pousa e eu desmonto completamente perdido. —Afinal por que ele me trouxe aqui?

Vejo colunas de pedra e algumas paredes bem desgastadas e cheias de plantas cobrindo grande parte da construção, não é tão grande. Do tamanho de uma casa eu diria. Me aproximo mais aguçando meus sentidos e não percebo nada de diferente. Olho para traz assim que Darios emite um grunhido de desconforto. A testa dele brilha forte e ele permanece deitado me encarando. Volto a seguir em frente agora mais assustado que o normal. Percebo que entre as colunas parece haver uma entrada, sim tem uma escadaria para o subterrâneo.

Olho apreensivo a entrada e com a pouca coragem que ainda me resta, entro. A escadaria é grande e antiga, nas paredes dela tem símbolos e desenhos cravados. Na base da escada um chão de mármore escuro e empoeirado da acesso a um corredor que estranhamente está cheio de tochas acesas. Penso seriamente em voltar mas agora minha curiosidade fala mais alto. Ando no corredor encarando as tochas e os desenhos nas paredes. São feéricos reunidos em banquetes, outros em volta de fogueiras com tendas próximas e o que mais me chama atenção são as pinturas dos grifos alados. Alguns são retratados com montadores feéricos e outros sem ninguém. Ocupado com as pinturas não percebo quando chego ao final do corredor.

Um salão agora está em minha frente, o chão passa a ser de mármore branco e todas as colunas e paredes da mesma cor, não há tochas e mesmo assim apenas o centro do salão está iluminado com uma luz branca vinda do teto cheio de desenhos e marcas assim como as paredes do corredor. No centro do salão há uma estátua grandiosa de um grifo e na base uma placa de ouro com algumas escrituras.

Me aproximo da estátua afim de ler a placa mas em vão pois é alguma língua que eu não conheço. Fico encarando em volta procurando algo mais e atrás de uma coluna noto uma pequena porta. Sigo até ela encarando a estátua do grifo, é branca como neve e retrata um grifo muito bonito. Chego na porta e não faço esforço pois ela está escorada. Abro e me deparo com uma sala totalmente escura, faço logo uma chama em minhas mãos e aos poucos o conteúdo da sala é revelado.

São armaduras, espadas e selas por toda parte penduradas nas paredes. Tem uma mesa no centro da sala e atrás da mesa um grande ferro com um gancho segura uma sela de grifo dourada com pedras vermelhas e azuis cintilando assim como o material.

Me aproximo da sela afim de ver mais de perto o quão linda é. Perplexo de como isso está aqui intocado, talvez eu subestime demais a educação e respeito dos seres deste mundo se comparados aos do meu.

Toco no metal e meu corpo treme com o frio, talvez não fora só a temperatura do metal. Sinto algo percorrendo meu braço e vagarosamente para em meu peito.

Ouço um grunhido estridente vindo de perto e me congelo no mesmo instante. Escuto estrondos vindos do salão e mais grunhidos. Tomo coragem e me aproximo devagar da porta afim de olhar o interior do salão.

Ele é de fato magnífico, no lugar da estátua está imponente e grandioso um Grifo branco de olhos vermelhos como rubi, ele me encara firme e eu não controlo meu corpo que se aproxima da criatura involuntariamente.

Paro próximo admirando o quão lindo é a criatura então ele emite um forte rugido na posição de um lobo uivando, ele então olha pra mim. Lembro da conversa que tive com Araevin sobre como domar um grifo então talvez eu sei porque ele me encara. Está esperando.

Se ele quer uma demonstração de poder eu darei, acumulo magia em todo o meu corpo, olho pro teto, respiro fundo então me incendeio. Emito uma gigantesca chama que colide com o teto alto da sala, sinto as paredes tremerem enquanto meu fogo atinge e cobre o teto. Sesso o fogo e volto a guardar minha magia, encaro o grifo e sinto um grande frio na barriga quando ele começa a sair da base de onde estava como uma estátua. Ele desfila imponente até mim devagar e emitindo rosnados, chegando em mim ele me contorna me avaliando por inteiro, eu me mantenho imóvel. O grifo então vem por traz de mim e coloca seu bico embaixo do meu braço direito empurrando ele. Levanto o braço e ele vai em frente parando ao meu lado. Abaixo o braço e o acaricio, perdendo o medo pois ele se mexe expressando felicidade com meu toque, sua calda pesada emite um barulho quando bate no chão e isso me faz ter certeza de que ele está feliz comigo, ele quer ser meu.

— Argus...Seu nome será Argus — Falo o encarando, ele me olha firme e eu posso jurar que vi um brilho passando por seus olhos vermelhos assustadores então ele volta a se esfregar em mim todo feliz.

Levo longos minutos pra colocar a sela no grifo. É extremamente pesada, se não tivesse magia eu levaria horas só pra move-la. Bom eu também acho que estou roubando a tal sela mas ela estava ali e o grifo também, não deve ser errado colocar ela no grifo até por que é óbvio que ela é dele, por que ?, bom...

— Serviu direitinho — Falo com um sorriso vitorioso por ter conseguido enfim.

Argus fica feliz avaliando a sela girando seu corpo. Talvez ele a reconheça.

— Bom é hora de ir. —  Falo já indo em direção a saída. Argus não perde tempo e passa logo na minha frente pelo corredor e sumindo.

Ando pensativo, quero ter raiva do grifo já que certamente Daedon tem participação nisso tudo, mas eu não consigo, Argus me conquistou e acredito tê-lo conquistado também.

Subo as escadas já escutando Darios e Argus brincando, na verdade parecem estar lutando pois rolam um sobre o outro por toda parte e pulam emitindo pequenos rosnados.

— A não, você vai tirar a armadura Argus — Reclamo me aproximando.

Eles param e logo Argus vem até mim e me deixa ajeitar a armadura que está toda suja. Dou um jeito de limpar mais ou menos pra ficar pelo menos apresentável pra quando eu chegar na capital com minha nova aquisição. Sorrio e monto em Argus que parece feliz por saber que irá voar.

Ele levanta voo e segue Darios que parece entender que não sabemos o caminho. Bom eu certamente não sei. Já Argus apenas segue Darios emitindo grunhidos como se eles conversassem entre si.

Chegando na capital sou recebido pelos guardas agora com olhares surpresos e assustados. Eles me deixam passar. Sobrevoo a capital e faço questão de aguçar minha audição escutando todos falarem sobre meu grifo. Estão assim como eu, completamente impressionados. De longe percebo que na entrada do castelo está a minha recepção de mestres e Araevin, alguns com caras nada boas. Darios pousa primeiro e Araevin nem o olha, ficou me encarando firme enquanto pouso. Argus faz o favor de emitir um grunhido forte e estrondoso anunciando minha chegada. Não me contenho e abro um grande sorriso de empolgação.

— O que significa isso ? — Araevin fala antes de Tinos que por sinal exibe um sorriso imenso.

— Fui procurar Tinos na arena e Darios estava lá. Ele insistiu que eu o montasse com aquela marca brilhando na testa. Eu montei e ele me levou em um lugar bem estranho, deviam ser ruínas de algum templo sei lá. A marca de Darios brilhava forte ali então eu entrei. Lá dentro tinha uma estátua que na verdade era esse grifo. —  Aponto para Argus que brinca com Darios ignorando todos ali. — Ele se transformou quando eu toquei naquela armadura que ele está vestindo, ele rugiu e eu soltei fogo por tolo lado então ele virou meu amigo. Coloquei a armadura nele e voltamos pra cá. — Termino de falar observando as feições de Ester e Jorris que sorriem pra mim.

Gawin se aproxima mais de mim ignorando qualquer outra coisa que Araevin fosse dizer.

— Você esteve na tumba do antigo herdeiro da magia. E esse era o grifo dele, Terion, que após a morte do mestre virou uma estátua, até hoje ninguém sabe o porque. Pelo visto você o libertou e agora ele serve a você. — Gawin olha pra Argus exibindo um sorriso. — Qual nome você deu a ele?

— Argus — Falo encarando Araevin que exibe um sorrisinho envergonhado.

— Belo nome — Diz Ester como sempre sorridente. Eu sei que há malícia nesse sorriso.

Os outros apenas me parabenizam e Tinos não falta com um interrogatório me perguntando se eu realmente estava indo ao treinamento. Falou sobre como vai ser melhor agora que eu tenho um grifo entre outras coisas que eu nem prestei atenção.

~

— Argus? É sério ? —  Araevin interrompe o silêncio enquanto deixamos os grifos no ninho (assim chamam o local onde os grifos dormem e se alimentam).

— Sim, mas por que a surpresa ?

— É que tem tantos nomes...

— Este é o que eu mais gostei — Mostro um sorriso esportivo e dou um beijo em Araevin.

Logo Araevin se separa de mim e eu sigo direto pra cozinha. Lá encontro Pit e fico por um bom tempo comendo e explicando ao meu amigo a aventura de hoje.

~

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