—Eu sou tio! —Thor fala boquiaberto e reviro os olhos.
—Não podemos deixar ela aqui, vai causar muitos problemas! —O homem de traje com listras e estrelas fala.
Meu olhar cai de seu rosto para o corpo e mordo meu lábio inferior, continuo o admirando. Que corpo deuses, que corpo! Esse ai dá uma surra em muitos Asgardianos.
—Acho que voltar pra casa pode esperar, a terra se tornou um lugar interessante! —digo olhando para o homem de traje azul com estrelas e listras.
Ele me olha sério e dou um sorriso malicioso, dou um passo a frente e sinto todos ficarem tensos.
—Você vem comigo! —Thor fala e segura meu braço. Ele me puxa e começa a voar comigo, grito furiosa pois eu poderia muito bem ir sozinha.
Irritada uso meu poder para me teletransportar, não sou uma criança pra ele ficar me carregando por aí. Nem quando eu era criança meu pai fazia isso, me teletransporto para o chão e olho para as roupas das mulheres que passavam por mim, mudo minha roupa com poder. Um privilégio que apenas uma feiticeira tem. Penso em algo casual e humano.
Me misturar, eu estava perfeita para me misturar com a ralé. Loki vai pagar caro por me submeter a essa humilhação, eu sou uma princesa de Asgard e filha de um deus. Sinto algo forte bater na minha cabeça e perco a consciência.
Acordo não sei depois de quanto tempo, estou sentada em uma cadeira e amarrada por correntes Asgardianas. Olho ao redor e percebo que estou em uma cela de vidro e aço.
—Papai não vai gostar de você ter me acertado com o Mjölnir!
—Loki não se importa com ninguém além de si mesmo criança, filha dele ou não ele só pensa em poder! —Ouço alguém dizer, mas não vejo ninguém.
—Isso não é verdade!
—Você mais que ninguém devia saber que ele só quer poder! —A voz masculina continua falando.
Ignoro o que ele fala, me concentro em meu poder e o faço criar uma ilusão, uma bem real de onde estou sentada usando as próprias correntes que me prendem para me estrangular. É claro que enquanto eles veem que estou tentando me matar, quebro as correntes e apenas espero pelo tolo que vai vir checar se estou viva. Eles não sabem como sou poderosa, e eu posso muito bem sair dessa cela quando quiser. Começo a enxergar tudo do lado de fora do vidro, deve ser alguma tecnologia deles ou coisa do tipo. Vejo as mesmas pessoas que lutei antes, não sei bem quanto tempo fuquei inconsciente, há mais algumas que nunca vi e eu também não to vendo o homem com aquela armadura de metal.
—Já chega! —Um cara de ar controlador e com aura sarcástica fala, consigo perceber que suas roupas são caras e de boa qualidade. Eu tenho um senso incrível para roupas caras, não importa em que mundo eu esteja.
—Tony, ela não ta parando! —Um homem fala, o reconheço como o cara gostoso que pegou a ruiva que tentou conter meu poder, depois que fiz ela sentir como se estivesse sendo rasgada em pedacinhos.
—Para com isso garota! Acho que ela tem problema! —Thor fala e continuo mantendo a ilusão e me teletransporto para fora da cela. Eles ainda não perceberam.
—Ela é filha do Loki, é claro que tem problema Barbie argardiana! —O cara chamado Tony diz óbvio, gostei dele.
—Vocês são deprimentes! —digo de onde estou, fora da cela e sentada em uma cadeira muito confortável.
—Como? —o homem gostoso que não usa mais as roupas azuis com listras e estrelas fala.
—Poderes complexos, a única coisa normal em mim é a mortalidade!
—Maravilha, estamos lidando com uma bruxa mortal asgardiana! —o homem chamado Tony diz.
—Eu não sou uma bruxa, muito menos asgardiana! Sou uma feiticeira e princesa de Asgard.
—Baixa a bola que ninguém aqui liga pra princesa trapaceira aí! —Tony responde e me levanto irritada.
Desfaço a ilusão e brinco com o poder na ponta dos meus dedos, em Asgard ninguém me conhecia como a filha de Loki. Eles me conheciam como a mais bela, veneravam meu poder e minha beleza. Homens perdiam a fala quando eu passava, eu era aquilo que eles apenas admiravam e temiam. Conhecida como bela e cruel.
—Em Asgard me conhecem como bela e cruel, eu criei minha reputação, e muitos me temem.
—E Loki? —Thor pergunta. Sei que por mais que briguem, Thor ama o irmão.
—Tecnicamente não moramos em Asgard, há muitos lugares para ir e causar a discórdia. Mas eu prefiro Asgard porque tem o melhor vinho, e antes que pergunte eu não sei quais são os planos do meu pai.
—Eu sinto muito por não ter sido um tio presente e você ter tido que lidar com ele sozinha! —Thor fala e o olho incrédula.
—Meu pai me ama, ele pode ter me jogado aqui e eu vou jogar ele nas profundezas de Niflheim quando voltar, mas somos uma família e ele vai aparecer assim que perceber que vou me vingar.
—Você tem uma relação bem saudável com seu pai! Só o fato de ser filha do Loki já é terrível, ele é o Loki. —Um homem que não reconheço fala, ele tem a pele escura.
—Meu pai tem seu jeito diferente, mas ele é bom. É claro que não fui criada pra ser uma boa esposa, não sou como as damas de Asgard, ele me ensinou a lutar, me ensinou a me defender e a matar, me ensinou a controlar meu poder e a como usá-lo. É claro que brigamos, mas todo castigo tinha uma lição e ele nunca me abandonou. E eu não vim parar aqui a toa, eu fiz coisas que o irritou.
—O Loki não é capaz de demonstrar afeição, ele é o deus da mentira e da trapaça! Ele sempre trai as pessoas que amam ele. —Thor fala e sinto sua dor.
—Eu sou a filha dele mesmo assim, posso estar furiosa nesse momento mas vai passar! Eu só quero voltar pra casa.