I Hate That I Love You | H.S.

By Illocin_and_Jessie

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[ATUALIZAÇÕES LENTAS] Harry Styles é um homem de negócios (subchefe da Advocacy Company Colin Wright) e... More

Boas vindas + Avisos
H&L Lovers | Your Stories
Book Trailer
Elenco (parte 1)
Elenco (parte 2)
Playlist
Prólogo
Capítulo 01 - Incompatíveis
Capítulo 02 - Porto seguro
Capítulo 03 - Descontroladamente complicado
Capítulo 04 - Inconveniente
Capítulo 05 - Gratuitamente rude
Capítulo 06 - Melhor sem você
Capítulo 07 - Perfeitamente imperfeita
Capítulo 08 - Sob novas concepções
Capítulo 09 - Por sua causa
Capítulo 10 - Desestruturados
Capítulo 11 - Imune ao amor
Capítulo 12 - Impulsos e acertos
Capítulo 13 - Surpreendentemente bom
Capítulo 14 - Estepes
Capítulo 15 - Você chora, eu choro
Capítulo 16 - Pra guardar na memória
Capítulo 17 - Impressionantemente doce e inegavelmente idiota
Capítulo 18 - Feliz dia de merda
Capítulo 19 - Adolescente idiota
Capítulo 20 - Aproximação inconsciente
Capítulo 21 - Instável
Capítulo 22 - Melhor com você
Capítulo 23 - Estranho novo eu
Capítulo 24 - Do zero
Capítulo 25 - Eliza
Capítulo 26 - Surto inesperado
Capítulo 27 - Vulnerável
Capítulo 28 - Confidencial
Capítulo 29 - Descobertas
Capítulo 31 - Inesquecível
Capítulo 32 - Quer casar comigo?
Elenco original e mais | Gratidão pelos 100K de leituras
Capítulo 33 - A calmaria antes da tempestade
Capítulo 34 - Espaços entre nós
NOTAS DA AUTORA

Capítulo 30 - Reconciliações

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By Illocin_and_Jessie

• Capítulo não revisado.
• Votem e comentem, por favor, estou sentindo falta das interações de vocês!!!
• Leiam as notas finais que tem SURPRESINHA!

—> MÚSICA DO CAPÍTULO: TENERIFE SEA, Ed Sheeran.

{"Você está tão maravilhosa em seu vestido! Eu amo o seu cabelo assim, a forma como ele cai de lado em seu pescoço, pelos seus ombros e suas costas. [...] Você tem aquele tipo de olhar como se ninguém além de nós soubesse de nada. Caso essa seja a última coisa que eu vejo, quero que saiba que é o suficiente para mim."}

     Harry me acompanha para dentro de casa e George, o cuidador, e a Sra. Ruby, estão passando algumas instruções para minha família. Eliott e as gêmeas estão sentados no chão e vez por outra tentam chamar a atenção do pai para si. Elouisa está sentada ao lado de nossos pais no sofá e Debbie e tio Luke estão em pé ao lado do mesmo, enquanto todos ouvem atentamente os dois profissionais que estão acomodados em cadeiras que foram trazidas da cozinha. Apesar de todos aqui já estarem cientes do meu namoro, essa é a primeira vez que veem Harry pessoalmente, mas disfarçam, mantendo seu foco onde estava antes de entrarmos, mas não é o mesmo caso do meu pai, que nos lança um olhar enviesado e junta as sobrancelhas. Compreendo bem sua confusão já que não falei sobre meu namoro com ele. Me sinto mal por isso visto que sempre fomos muito chegados e nunca escondi nada dele, mas não me sinto mais à vontade como antes para isso, algo em nosso elo se quebrou e, apesar de querer muito, não sei quando ou se será possível consertar.

     Tendo percebido meu olhar fixo no do meu pai e a forma como comecei a ficar nervosa com isso, Harry puxa minha mão e a entrelaça fortemente com a sua, olho para ele e ele sorri sutilmente para mim, que retribuo. Ele volta seu olhar então para o meu pai, e acena brevemente com um balançar discreto de cabeça, mas sua expressão séria e seu maxilar trincado fazem meu pai desviar o olhar, parecendo triste e envergonhado, talvez até decepcionado, se comigo ou com ele mesmo é que eu não sei, só sei que carrego o mesmo olhar, mas fico dividida entre culpar a ele ou a mim mesma.

     Afastando meu olhar do meu pai, presto atenção na Sra. Ruby, que está falando sobre a importância dele manter sua regularidade nas idas semanais à clínica para o grupo de apoio e sobre como lidar com possíveis recaídas ou tentações para tais, sobre identificar seus gatilhos e evitá-los. Observo o profissionalismo da mulher sentada a minha frente e inevitavelmente penso em Samantha e em como ela puxou a mãe. Às vezes me esqueço de seu parentesco, mas basta observá-las para ver que a aparência é  só uma semelhança a mais entre tantas que as duas carregam no jeito de falar e de se portar. George acrescenta algumas observações como cuidador responsável e dá orientações não só para o meu pai, mas também para nós como família, deixando claro que a adaptação vai ser algo gradativo e difícil para meu pai e para o resto da família, que restaurar a confiança e tudo que foi perdido no processo realmente leva tempo, paciência, compreensão, empatia, amor e verdadeira disposição para perdoar, e que precisamos todos estar dispostos a tentar, juntos, como família, sem julgamentos.

     — Aqui está meu cartão, e o número do Dr. George também está aí. - Ruby aponta - Se precisarem, não hesitem em ligar. - ela conclui e junto com o cuidador se levanta, direcionando-se para a porta. Minha família murmura agradecimentos e eu e Harry abrimos espaço para que passem. Abro a porta para ambos agradecendo por tudo, e me despeço com um breve aceno. Quando fecho a porta e me viro novamente para minha família todos os olhos intercalam entre Harry e eu, e ele está sem dúvidas muito desconfortável, diria que até cogitando como dar um jeito de sair o mais rápido possível daqui, mas Eliott rapidamente quebra o gelo quando nota e acompanha os olhares de todos, parando os seus olhos em Harry também. Meu irmãozinho se levanta do chão em um pulo e observo enquanto corre até nós.

     — HARRY! - ele chama animado e meu namorado sorri sutilmente para ele, se abaixando para ouvi-lo - Finalmente você veio aqui em casa! Sabe jogar videogame? Eu tenho um jogo novo e NINGUÉM joga comigo. - diz dramático - Você pode jogar comigo? Vem! Está no meu quarto. - Eliott faz Harry se levantar e meu namorado me olha, como que pedindo autorização, apenas  concordo com um breve sorriso e um balançar de cabeça positivo que o faz pedir licença e acompanhar meu irmão - Na verdade o quarto não é só meu, as gêmeas dormem aqui também. É chato porque... - a voz animada do meu irmão some quando eles entram em seu quarto e sinto a sombra de um sorriso no meu rosto, mas me apresso em desfazê-lo e encarar minha família.

     — Perguntem. - digo e respiro fundo, pronta para responder o que é necessário sem ter que fazer Harry encarar tudo isso. Quero que seja confortável pra ele, então prefiro encarar a parte difícil e depois ele apenas terá que ser responsável por responder as perguntas naturais de uma conversa e não as constrangedoras. Noto que minha mãe vê o olhar decepcionado e confuso do meu pai e entende que apesar de querer, ele não sente-se à vontade para perguntar nada.

     — Bom, - ela reveza seu olhar entre nós dois, mas para em mim, quebrando o silêncio - eu só estou feliz de finalmente poder recebê-lo aqui, querida. Estava ansiosa para conhecê-lo! - mamãe diz carinhosa e eu sorrio.

     — Minha prima, que homem lindo! Se deu bem hein?! Não tinha dito que ele era tudo isso. Que pedaço de mal caminho! - Debbie parece ainda estar babando em Harry na sua mente e meu tio a encara horrorizado.

     — Debbie! - tio Luke chama a atenção da filha e eu rio.

     — Eu não usaria essas palavras, - mamãe também ri - mas ele é mesmo lindo! - dona Anabella pisca pra mim.

     — Parem de babar no meu namorado! - finjo repreendê-las e nós três caímos na risada.

     — Ele é o seu chefe, certo? - tio Luke pergunta.

     — Isso. - respondo.

     — Não era com ele que não se dava bem? - meu tio questiona novamente.

     — Ironicamente sim. - rio de leve - Mas começamos a trabalhar nossas diferenças, eu passei a entendê-lo melhor, ele procurou mudar a forma que me tratava e aos poucos nossa relação foi se transformando até se tornar o que somos hoje.

     — Você parece feliz. - papai finalmente se pronuncia e parece observar atentamente meu rosto, minhas feições, o sorriso que nas últimas semanas automaticamente se apossa dos meus lábios quando falo de Harry.

     — Eu estou, pai. - meu sorriso é sutil.

     — Fico feliz que ele esteja te tratando bem e te fazendo feliz, querida. - seu tom é hesitante e receoso, mas sei que não é falso. Ele apenas se sente um ou dez passos atrás de tudo e, portanto, se sente deslocado. Realmente o entendo.

     — E você, Elô, por que está tão quieta? - mamãe se inclina, olhando para minha irmã - Está tudo bem, filha?

     — Bem seria otimismo demais, mas tudo sob controle. - Debbie revira os olhos e eu bato na sua perna para que não zombe da minha irmã. Elouisa anda estranhamente "rebelde". Ela não está muito para conversa então fica difícil saber seus motivos. Não sei se tem a ver com o papai, com a escola ou se é alguma outra coisa, mas ela anda mal educada, introvertida e extremamente chata. De qualquer forma, passamos por muita coisa nos últimos meses, então faço uma nota mental para falar com ela mais tarde, ter realmente uma conversa séria e tentar descobrir o que está acontecendo. Sempre fomos tão amigas e não quero que isso acabe, também não quero que mais nada interfira na união da nossa família.

     — Nada de cara amarrada hoje, venha comigo, vamos fazer um café e arrumar a mesa. - mamãe se levanta e chama minha irmã, estendendo uma mão para ela, que revirando os olhos e bufando, pega sua mão e a acompanha.

     — O que há com ela? - tio Luke pergunta assim que elas se afastam.

     — Não faço ideia, mas pretendo descobrir ainda hoje. - digo, com o cenho franzido, olhando-as afastadas.

     — Prima, isso se chama adolescência. - Debbie diz - É uma fase, não deve ser nada demais.

     — Provavelmente você tem razão, mas sei lá, não é do feitio dela agir assim, nunca foi, então prefiro verificar antes de julgar que é só alguma frescura da idade. - dou de ombros, observando as gêmeas subirem no sofá e interagirem com meu pai.

     — É, pode ser bom. - ela concorda comigo.

     — A mesa está posta e o café tá quase pronto! - mamãe grita da cozinha e não demora para nos dirigirmos para lá. Papai tem as gêmeas no colo e as coloca em suas cadeirinhas. Ele está silencioso e tenho vontade de abraçá-lo, ao mesmo tempo sinto essa estranheza entre nós, mas no fundo do meu coração desejo que não demore para que as coisas voltem à naturalidade. - Chame Eliott e seu namorado, por favor, querida?

     — Claro. E ah, por favor, não perguntem nada sobre a família dele. - respondo e alerto, já indo para o quarto das crianças.

     Abro a porta do quarto devagar e Eliott e Harry estão de costas para mim, virados para a pequena tela de TV que Liam arrumou para meu irmão poder conectar seu novo videogame, que foi presente do tio Luke. Imaginei que Harry não teria prática com esse tipo de coisas, mas pelo visto estava enganada. Ele parece ter intimidade com um controle de videogame e os dois trocam poucas palavras enquanto os olhos estão vidrados num jogo que parece ser de mistério e essas coisas.

     — Ei, meninos! - chamo e ambos parecem se assustar com uma voz diferente no ambiente, o que me faz rir - Vamos, larguem isso! Para a mesa, agora! - Eliott faz cara feia quando me aproximo ficando na frente da pequena TV, Harry reclama um pouco, mas ri quando faço cara feia pra ele.

     — Melhor irmos, carinha, ou vamos ser levados pelas orelhas. Continuamos outra hora. - ele estica o braço com a mão fechada em punho e meu irmão faz o mesmo, batendo a mão em um soquinho com ele.

     — Você senta do meu lado? - Eliott pergunta e Harry concorda com a proposta, o que faz meu irmãozinho correr para fora do quarto, provavelmente para garantir seu lugar ao lado do meu namorado. Penso que o distanciamento do meu pai e de Liam o deixaram realmente carente da companhia masculina, de fazer as coisas que gosta e realmente quer, de estar com amigos. Apesar de ter seus amiguinhos de escola, Eliott sempre gostou mais da companhia de pessoas mais velhas e sempre se contentou muito bem com a companhia do papai e de Liam, não fazendo muita questão da companhia de outras crianças. Até então não via problema nenhum nisso, mas ter suas companhias diárias longe o afetou e agora penso que ele precisa sim de alguns amigos da sua idade.

     — Você realmente conquistou meu irmão! - volto minha atenção para Harry - E eu jamais acreditaria que sabe lidar tão bem com crianças se não visse com meus próprios olhos.

     — Elas apenas não merecem ser tratados como eu fui na idade delas. Sei muito bem como isso pode refletir no seu futuro. - ele dá de ombros, se aproximando de mim, colocando seus braços em torno da minha cintura e me puxando para perto. Coloco meus braços ao redor do seu pescoço e lhe dou um selinho.

     — Fico feliz que meu irmão goste tanto de você. Ele está mesmo precisando de uma figura masculina sendo atenciosa com ele nos últimos meses. - é a vez de Harry me dar um beijo - Está preparado para interagir com a família? - ele faz uma careta e eu rio. - Prometo que eles são bonzinhos e não vão te morder. - rimos juntos.

     — Ria o quanto quiser, mas isso me deixa completamente desconfortável. Nunca fiz isso e não faço ideia de como me comportar.

     — Minha família não é exigente, não se preocupe. Fique tranquilo, ok? Só continue sendo esse cara incrível que se tornou meu namorado e vai dar tudo certo.

     — Se você diz. - um sorriso de canto desponta em seus lábios e sua boca se junta a minha em um beijo mais longo dessa vez. Nossos lábios se movem devagar, se tocando com paixão e separando-se brevemente só para encontrarem o caminho de volta um para o outro. Nossas línguas se tocam e o beijo se torna mais vigoroso. Meus pés se levantam quando nos apertamos um no outro e Harry arrasta um beijo para minha mandíbula. Seguro seu rosto e o encaro de perto, me apaixonando um pouco mais por sua beleza, por seus olhos. Fecho meus olhos e esfrego meu nariz no seu com carinho, encostando meus lábios nos seus novamente, mas depois de um longo selinho me afasto, encerrando nosso beijo.

     — É melhor irmos antes que minha mãe venha nos buscar. - entrelaço nossas mãos e Harry me acompanha para a cozinha. Harry fica entre Eliott e eu e de frente para meus pais e Elouisa, as gêmeas estão na ponta da mesa, no meio de mamãe e Debbie, dividindo o espaço com nossa prima, e tio Luke está na outra ponta da mesa, ao lado do papai.

     — E a senhora sempre exagera! - brinco com minha mãe ao notar a quantidade de coisas em cima da mesa.

     — É para todos os gostos! - ela pisca pra mim - Sintam-se à vontade. Harry, querido, estou feliz de finalmente conhecê-lo pessoalmente! - mamãe diz e Harry sorri sutil.

     — Digo o mesmo sobre vocês.

     — Já ouvimos muito sobre você aqui em casa. - mamãe continua.

     — No começo só xingamentos.

     — Elouisa! - mamãe e eu repreendemos ao mesmo tempo, mas Harry apenas ri.

     — Tudo bem, acredito que eu os merecia de qualquer forma.

     — Como você pode ter mudado tanto afinal de contas? - Elouisa continua e eu semicerro os olhos para ela.

     — Digamos que eu percebi o grande idiota que estava sendo e que estava perdendo o que realmente importa na vida por isso, então decidi que isso não poderia acontecer. Mas claro que ainda sou um um grande idiota, isso não muda da noite pro dia. Estou tentando, entretanto. - fico orgulhosa pela resposta educada de Harry e por ao mesmo tempo, talvez nem percebendo, ter dito exatamente o que Elouisa precisava ouvir. Tanto é que ela fica desconfortável, e volta sua atenção para sua xícara de café, sem dar uma resposta ou retrucar com outra pergunta.

     — Se me permitem, como foi que decidiram começar a namorar? - mamãe pergunta empolgada - Lizzy parecia totalmente contra essa ideia, e então... - fico vermelha e Harry e minha família começam a rir.

     — Pra ser sincero, nunca tive um relacionamento sério e tinha aversão só pela ideia, mas aconteceu. - ele dá de ombros.

     — Na realidade muita coisa mudou desde que comecei a trabalhar pra ele, e foi gradativamente, aos poucos, que começamos a nos entender, e então houve aquele momento onde não éramos mais capazes de esconder até onde nossos sentimentos haviam mudado. - respondo olhando para Harry e ele sorri para mim.

     — Ah, vamos lá, sejam mais específicos! - Debbie se pronuncia - Como foi o pedido de namoro?

     — Não houve pedido de namoro. Foi apenas um "é, estamos apaixonados, e agora? Estamos namorando?" "Sim, estamos." "Beleza, fechou." - faço uma ceninha com direito a mudança de vozes e minha família ri.

     — Quanto romance! - Elouisa revira os olhos, mas ignoramos.

     — Quer dizer que você vai começar a vir mais vezes aqui em casa, Harry? - Eliott pergunta empolgado e meu namorado me encara. Aceno com a cabeça em concordância.

     — Bom, acho que sim. - ele responde meu irmão.

     — Legal! - exclama, sem conter a satisfação.

     — E no trabalho, o relacionamento não virou motivo de estranheza? - tio Luke pergunta após engolir mais um gole de seu café.

     — Por incrível que pareça, não. Mantivemos o profissionalismo. Recebo alguns olhares tortos de vez em quando é claro, mas nada demais. - dou de ombros.

     E assim, de forma natural e descontraída se passou nossa tarde. Não imaginei que fluiria tão bem, mas me lembro que nossa família nunca foi de escândalos nem nada disso, e agradeço novamente pela família que tenho. Harry não falou muito, exceto quando as perguntas eram direcionadas para ele, mas não pareceu tão desconfortável conforme as horas foram passando, reservado e não muito falante como sempre, mas deixou que a conversa fluísse bem. Quando tio Luke e Debbie se despediram de nós já eram 18h e o sol começava a se pôr.

     — Vou te ajudar com isso. - Harry começa a me ajudar com a organização da cozinha. Meus irmãos foram para os seus quartos e meus pais se mantiveram na sala depois de levarem meu tio e minha prima até a porta, imagino que estão colocando o que precisam para fora.

     — Obrigada. - agradeço quando ele começa me ajudar a tirar a mesa. Começo a colocar o avental para lavar a louça, mas Harry pega das minhas mãos.

     — Deixa comigo. - diz e eu rio.

     — Tem certeza que sabe fazer isso?

     — Já lavei louça uma ou outra vez na vida, Elizabeth.

     — Se você diz. - lhe entrego o avental e ele diz que não precisa, começando a lavar os copos pratos e talheres que estão dentro da pia, e eu então passo a secá-los e guardá-los.

     Alguns minutos depois Harry está encostado na pia, me observando terminar de guardar a louça e andar de um lado para o outro quando ouvimos uma música começar a tocar no cômodo ao lado. A música é Photograph, do Ed Sheeran, uma música pela qual eu e minha mãe somos apaixonadas. Dou alguns passos em direção a sala, com a parede me escondendo da visão dos meus pais, e não sou capaz de conter o sorriso que se espalha da minha boca aos meus olhos quando vejo minha mãe puxar meu pai pela mão e começar a balançar com ele pela sala, sua cabeça deitada sobre o peito dele.

     — O que está vendo aí? - Harry sussurra se aproximando de mim, mas sem que eu precise responder percebe o que está prendendo minha atenção, e envolvendo meu corpo dentro de seus longos braços, se mantém em silêncio enquanto observa a cena bonita a nossa frente comigo. Encosto minha cabeça em seu peito atrás de mim e suspiro, sentindo que as coisas podem sim voltar ao normal. Espero em Deus que não demore.

"Loving can heal
Loving can mend your soul
And it's the only thing that I know, know
I swear it will get easier..."

"Amar pode curar
Amar pode consertar a sua alma
E é a única coisa que eu sei, sei
Eu juro que vai ficar mais fácil..."

     Quando chega esse trecho da música meus pais se olham e é clara a mensagem que querem passar um para o outro. Meu coração se enche de amor com essa cena. Como a música diz o amor pode mesmo machucar e pode ser difícil, pode fazer-nos sofrer, mas por outro lado o amor tem esse poder de curar, de perdoar genuinamente, de ser o apoio que o outro precisa, de dar sentido à vida. É notável que os meus pais já passaram pelo que diz a primeira parte da música, e espero que consigam passar pelo que diz a segunda, que possam curar as feridas um do outro.

     — Boa noite. - o relógio marca pouco mais de oito horas da noite quando Harry se despede de mim.

     — Obrigada por ter vindo hoje, significou muito pra mim! Sei que estava trabalhando e mesmo assim deu um jeito de chegar até mim. Obrigada de verdade!

     — Ei, não precisa agradecer. - ele leva a mão ao meu rosto e leva uma mecha do meu cabelo para trás da minha orelha.

     — Gostou da minha família?

     — Sim, eu gostei. Tem sorte de tê-los.

     — Sei que sim. - sorrio, acariciando seu rosto e imaginando o quanto ele gostaria de ter uma família como a minha, mesmo levando em conta os problemas que passamos.

     — Vai em casa amanhã? - pergunta.

     — Sim, amanhã meu dia será todo seu! - Harry sorri de canto, aquele sorriso sacana que me faz revirar os olhos e consequentemente o faz rir. O acompanho até seu carro e me apoio na janela depois que ele está devidamente acomodado.

     — Até amanhã.

     — Até! Boa noite. - me estico procurando sua boca e ele ergue o pescoço para que seus lábios entrem em contato com os meus. Espero seu carro virar a esquina e dou meia volta, entrando na minha casa novamente.

     Agora meus pais estão interagindo com meus irmãos mais novos na cozinha enquanto mamãe faz o jantar e percebo que apenas Elouisa não está aqui.

     — Oi. - cumprimento entrando no quarto que divido com minha irmã adolescente - Que faz aqui sozinha por tanto tempo? - fecho a porta atrás de mim.

     — Apenas coisas da escola. - ela responde simples.

     — Precisa de ajuda com algo?

     — Não.

     — E está tudo bem na escola?

     — Sim, normal.

     — E suas amigas, como estão? Chamou elas poucas vezes para vir aqui. - tento puxar assunto.

     — Pergunta logo o que quer, Lizzy! - ela se irrita e eu respiro fundo, lembrando a mim mesma que preciso manter a calma se quero que ela converse e desabafe comigo.

     — Só quero saber se está tudo bem, Elô, você anda distante, e agindo estranho. Estou preocupada.

     — Ah, agora você está preocupada comigo? - seu tom é rude e impaciente e me assusto com o ataque.

     — Como assim? - junto as sobrancelhas em confusão e ela joga o caderno ao seu lado na cama.

     — Lizzy, mais do que minha irmã você sempre foi minha melhor amiga, sempre estivemos juntas em qualquer situação, sempre dividimos tudo uma com a outra, sempre conversamos sobre tudo, aí de repente chega esse cara que você jurava odiar e do nada vocês estão namorando, e não só isso, do nada você parou de conversar comigo sobre tudo, deixamos de estar sempre juntas e eu sinto como se não soubesse mais nada da sua vida e nem você da minha. VOCÊ se afastou, não eu. - minha irmã para de falar e vejo lágrimas descerem por seu rosto enquanto absorvo suas palavras.

     — Elô, eu não... eu nem imaginava que se sentia assim. - digo devastada. Eu jamais tinha pensado que ela estava se sentindo mal por isso, afinal nem mesmo percebi que me distanciei dela, não foi intencional.

     — Como poderia? Deixou de estar presente.

     — Ei, não fala assim. - me arrasto para perto dela, me sentando ao seu lado. - Eu te amo, Elouisa, sabe que eu te amo demais e você é minha melhor amiga. Eu lamento ter me distanciado, não foi minha intenção. Lamento ter te feito sentir abandonada. Me desculpe mesmo! Mas eu prometo que vou me redimir. Vamos voltar a conversar todos os dias e sobre tudo, e eu prometo que serei mais atenciosa para de forma alguma fazer você se sentir desse jeito de novo. Me perdoe! - chorando minha irmã se vira para mim, me abraçando apertado. Nos agarramos uma a outra fortemente.

     — Eu preciso de você. - ela murmura.

     — E eu de você, maninha.

     — Eu te amo.

     — Te amo mais, Lolô! - ela rosna por eu usar seu apelido de criança e eu rio.

     — Me desculpe toda essa cena, sei que foi infantil, mas com tudo que aconteceu, mais do que nunca precisava de você ao meu lado, e me irritava você não perceber.

     — Tudo bem, eu entendo. Mas da próxima vez converse comigo, tá bom?

     — Okay.

     — Está bem com a volta do papai? - pergunto.

     — Ah, é estranho, mas acho que estou. E você?

     — O mesmo, mas vai dar tudo certo, vamos ficar todos bem. Vamos lá para a cozinha ajudar a mamãe? - Elouisa faz careta e posso ver sua mente trabalhando para inventar uma desculpa para negar - Nem adianta dizer não, vem comigo, preguiçosa. - levanto, puxando-a da cama pelo braço, e rindo e abraçadas nos arrastamos para fora do quarto.

     Daqui dois dias fará um mês desde a volta do meu pai para casa. Podemos ver o quanto ele está se esforçando por ir regularmente a sua terapia em grupo semanal, por se abrir e nos dizer quando está difícil e pedir ajuda, por seguir tudo que lhe foi passado do melhor modo possível. Nós, como família, começamos a fazer um tipo de terapia juntos também que será uma vez por mês, a primeira sessão fizemos no fim do mês passado e no final dessa semana iremos de novo. Ainda é estranho e não nos sentimos muito confortáveis em abrir nossos corações, mas sei que precisamos disso e que futuramente vamos colher bons resultados por tentar. As gêmeas e mesmo Eliott por serem crianças voltaram seus relacionamentos com papai como antes de tudo acontecer, enquanto para mim e minha irmã ainda há certa estranheza apesar de estarmos realmente nos esforçando. Creio que para nós tudo que aconteceu ainda está muito vívido e o medo de acontecer de novo ainda lateja em nossa mente, mas sei que precisamos lutar contra isso com mais força, como nossa mãe está fazendo. Repito que Anabella é a mulher mais forte que conheço, e sua força está em cada traço da sua personalidade, em cada qualidade sua, na sua determinação de esquecer, no seu poder de perdoar, na beleza do seu genuíno amor. Não direi que minha mãe e meu pai já são os mesmos de antes pois estaria mentindo. Nem sei se isso vai realmente acontecer. Mas posso dizer com convicção que seu amor é forte, e parece estar ficando pouco a pouco ainda mais, porque eles decidiram tentar de verdade, sem ressentimentos, sem julgamentos, apenas decidiram lutar um pelo outro e pelo casamento que construíram, decidiram lutar por seu amor e reconquistar a confiança de seu matrimônio, e eu nunca vi tanta determinação em um casal quanto estou vendo nos meus pais. Eu verdadeiramente torço por eles e espero que saiam vencedores, espero que não haja mais decepções tão grandes como a da última vez, acho que não poderíamos como família suportar isso outra vez, e muito menos eles como casal suportariam.

     Bom, hoje é dia vinte e três de setembro de dois mil e dezoito, finalmente o dia do casamento de Zayn e Verônica.

     — Calma, calma, calma! - interrompo meu amigo - Mas então essa Lena vai pro mesmo casamento que eu?

     "O casal é Zayn e Verônica, não é?" - Liam confirma e eu murmuro um "uhum" - "Então sim, é o mesmo casamento.

     — Que loucura! Que coincidência! Será que eu a conheço?

     "Não faço ideia." - Liam responde do outro lado da linha.

     — A única coisa que sei é que eu já deveria conhecer né, Sr. Liam?

     "Sei que sim, me desculpe. É que realmente está tudo muito corrido. Mas estou em período final de provas e terei umas semanas tranquilas no começo de outubro, aí vamos ter tempo de marcar algo para você conhecê-la e para passarmos mais tempo juntos também, antes que você me esgane."

     — Veremos. Estou perdendo a confiança nas suas promessas. - posso imaginar meu amigo revirando os olhos com meu drama - Mas viu, vocês não estão namorando? Ela te falou sobre o casamento e não te convidou para vir com ela? - franzo o cenho estranhando.

     "Como a mulher com seus próprios padrões de ética que é, ela disse que nosso relacionamento ainda não está tão sério para isso, que me levar como acompanhante a um casamento seria deixar as coisas mais sérias sendo que estamos apenas no começo."

     — Okay, eu respeito isso. Vocês estão namorando há quanto tempo mesmo?

     "Oficialmente há duas semanas."

     — Lena. - repito o nome da namorada do meu melhor amigo e tento lembrar se conheço alguma Lena - Quem sabe não esbarro nela hoje no casamento.

     "Não contando nossas histórias de infância e principalmente histórias da minha adolescência, tudo bem pra mim, seria ótimo."

     — Liam, tenho que ir. - resmungo assim que vejo Harry passar pela porta de entrada de sua casa. Ele me encara e tira o casaco enquanto me observa encerrar a ligação. - Beijos, amo você, até mais.

     Harry apenas segue seu caminho até a cozinha sem me dirigir a palavra e eu reviro os olhos. Bom, como todo casal que se preze, Harry e eu brigamos. Uma briga idiota que aconteceu ontem a noite e nos fez dormir emburrados, cada um virado para um lado da cama, de costas um para o outro. Quando acordei hoje ele tinha saído e voltou agora, aparentemente com nosso café da manhã. Respiro fundo ouvindo-o mexer na cozinha – provavelmente pondo a mesa – e decido que vou quebrar o silêncio, que não tem motivos para ficarmos assim por uma discussão idiota. Me levanto do sofá com um suspiro profundo e quando chego na cozinha Harry está apoiado na bancada, as duas mãos segurando o mármore da ilha e a cabeça pendendo para baixo. Me aproximo passando minha mão em suas costas, acariciando-o.

     — Me desculpe por ontem. Eu só estava tão animada pra passar o dia com você e quando tudo deu errado eu fiquei irritada e chateada, mas não devia ter sido tão grossa e desrespeitosa. - Harry solta um longo suspiro e se vira para mim, fazendo-me dar uns passos para trás.

     — Me desculpa também. Fiquei nervoso e falei coisas que não deveria. - lembro-me da briga começando por trabalho acumulado, por eu não ter nem um segundo da sua atenção nos últimos dias e por ele viver com a cara no celular, seguida por sua réplica quanto aos meus telefonemas quase diários com um cara que ele não acredita poder ser apenas meu amigo, e eu o ofendendo como troco jogando na sua cara que talvez não tirasse a cara do telefone porque estava combinando seu próximo encontro com Sarah Williams. Foi uma briga idiota que expressou desconfianças, ciúmes e ofensas completamente desnecessárias, palavras que não têm base segundo o relacionamento que temos construído e vivido.

     — Quer dizer que não acha que tenho outro cara além de você? - pergunto.

     — Não, não acho. Me desculpe por aquilo.

     — Tem certeza?

     — Sim, eu tenho. Vou dizer isso apenas uma vez na minha vida, mas admito que tenho ciúmes sim às vezes, devido a intimidade e toda a proximidade que tem com ele. Mas eu confio plenamente em você e sei que são só amigos. Peço perdão de verdade. - balanço a cabeça sutil e brevemente em concordância e sorrio - E quanto a Sarah Williams? - é sua vez de perguntar.

     — Pega muito mal chamar ela de vaca? - Harry ri e eu reviro os olhos, mas rio com ele - Brincadeira, não quero ofendê-la. Mas falando a verdade, ela me causou muito ciúmes antes de finalmente nos entendermos, mas não mais, eu só joguei isso em cima de você na hora da raiva mesmo e peço desculpas por ter sido tão ridícula.

     — Tudo bem, estamos bem agora.

     — Sim, estamos bem. - sorrio e me ergo na ponta dos pés para beijá-lo.

     — Tenho um presente pra você. - ele murmura beijando minha orelha e mordendo de leve o lóbulo da mesma.

     — Presente é?

     — Sim. Mas só poderá ver na hora do casamento. - faço careta e movo minha cabeça para olhá-lo nos olhos.

     — Sabe que eu odeio que me deixem curiosa, não sabe?

     — Sim, eu sei, e é por isso que vou fazer exatamente isso. - Harry ri da minha cara enfezada, mas logo procura me distrair com o café da manhã cheio de doces que trouxe para mim.

     O dia passa rápido e são pouco mais de 16h quando Harry começa a me guiar com os olhos fechados até o seu quarto. Quando ele me pede para abrir os olhos estou de frente para sua cama, e em cima dela uma enorme caixa de cor creme e laços dourados enfeitando sua tampa faz meus olhos brilharem e minha curiosidade aumentar junto com as batidas aceleradas do meu coração.

     — Pode abrir. - Harry me incentiva e então eu me aproximo mais, começando a desenlaçar as fitas douradas e logo em seguida removendo a tampa da caixa. Minha boca se abre com o lindo vestido que vejo ali dentro. O seguro em minhas mãos e o tiro para fora, examinando sua cor ouro rosé, as rosas bordadas em torno dele de forma discreta e delicada, seu caimento suave após a moldura da cintura, o espaço em U sem tecido para deixar parte das costas nuas... Perfeito!

     — Meu Deus! Harry... isso é muito. Meu Deus, ele é perfeito, mas deve ter sido um absurdo!

     — Nem venha com isso. É um presente. Tudo que me importa é que tenha gostado. - ele diz sem deixar espaço para retaliações.

     — Eu amei! Ele é lindo, é perfeito! - repito e meu namorado sorri - Muito obrigada! Muito, muito obrigada! - estendo o vestido na cama e o abraço, sem palavras para seu lindo presente e incapaz de parar de agradecê-lo.

     A marcha nupcial toca e Verônica tem um sorriso estonteante no rosto enquanto caminha até seu noivo. Seu vestido de noiva estilo princesa é maravilhoso e ela está belíssima dos pés a cabeça! Uma lágrima escapa de seus olhos quando seu pai entrega sua mão para Zayn, e seu noivo cuidadosamente a enxuga. A cerimônia se passa lindamente e apesar de Harry ter repetido umas duzentas vezes o quanto detestava casamentos, ele segura minha mão o tempo inteiro e até deixa alguns sorrisos escaparem para mim.

     "... eu os declaro marido e mulher." - essas foram as palavras que antecederam o grande beijo do casal e as salvas de palmas que se seguiram deste.

     — Parabéns! Desejo toda a felicidade do mundo pra vocês! - digo assim que Harry e eu conseguimos cumprimentar os noivos quase uma hora depois, Harry com apertos de mão e eu com abraços. - Está tudo maravilhoso, amiga, e você está maravilhosa!

     — Ah, Lizzy, muito obrigada! Está tudo ainda melhor do que eu sonhava. Nem estou acreditando ainda que é real! - Verônica tem lágrimas nos olhos ao olhar em torno do salão de festas todo decorado em branco e champanhe, a decoração delicada e romântica. Zayn a segura gentilmente pela cintura e beija sua testa e é linda a forma que a olha o tempo todo como se ela fosse a única mulher no mundo e ele o cara mais sortudo do mundo inteiro por tê-la. Outros familiares e amigos se aproximam para falar com o casal, então Harry e eu voltamos para nossa mesa, para os nossos lugares junto a Louis e Beatrice, Colin e Samantha.

     — Mana, estou sem bateria, pode me emprestar seu celular? - uma linda garota morena se aproxima da nossa mesa falando com Beatrice e então meus olhos se arregalam quando me lembro.

     — Lena! - todas as cabeças se viram para mim, mas continuo encarando a garota - Você é a Lena, não é?

     — Sim... - ela responde me encarando como se eu estivesse louca - nos conhecemos alguns meses atrás quando passei na empresa com minha irmã. - ela aponta para Beatrice.

     — Que mundo pequeno, não é mesmo? - divago - Seu namorado se chama Liam, certo?

     — Está namorando? - Louis pergunta juntando as sobrancelhas, mas ela me encara com as dela arqueadas.

     — Sim. E é recente. - ela responde a mim e ao seu cunhado - Mas espera, como sabe disso? - ela parece estar tentando ligar os pontos e então arregala os olhos também - Claro, Lizzy! Você é a Lizzy do Liam, a melhor amiga dele!

     — A própria! - confirmo.

     — Então quer dizer que a minha irmã está namorando seu melhor amigo e vocês não sabiam que já se conheciam? - Beatrice pergunta e afirmamos - Que coincidência maluca! Mas é bom que assim a coisa fica aqui, em família. - Trice diz nos fazendo rir.

     — Ela está muito engraçadinha, acho que já tomou mais vinho do que deveria. - Louis observa a namorada que conhece tão bem.

     — Talvez porque ela gostaria que fosse ela a de vestido branco, Louis. - Lena dá uma patada no cunhado e o resto de nós finge não ouvir enquanto Beatrice murmura um "cala a boca, Lena".

     — E quanto a vocês - Samantha volta sua atenção para Harry e eu - Você namorando? Quem diria hein, Harry?! Garota, você opera milagres! - ela diz para mim e eu rio.

     — Claramente ela não conseguiria sem meus empurrões. - Colin se vangloria - Acredita que ela me usou para fazer ciúmes nele e foi só por isso que saiu comigo? - Colin se vira para Samantha e ela ri da cara dele.

     — E por que mais ela sairia com você? - ela zomba e nós rimos.

     — Você aceitou quando eu era apenas um pirralho, não zombe muito não porque você não tem autoridade no assunto. - um sorriso sacana ocupa o rosto dele e Samantha revira os olhos.

     — Cala a boca, Colin! - ela rebate e é a vez de Colin rir.

     — Lamento informar, mas ele tem razão. - Harry defende o amigo a deixando ainda mais irritada. Meu namorado está pronto para atiçar ainda mais sua raiva quando o celular dele toca. Ele o tira do bolso e olha para a tela. - Vou ter que atender, só um minuto. - ele pede licença e sai da mesa. Vejo-o sair por uma das portas do enorme salão já segurando o celular sobre a orelha e volto minha atenção para nossos amigos.

     — Você parece feliz. - Colin observa.

     — Eu estou. - sorrio.

     — Está estampado no seu rosto. - Louis acrescenta - Fico feliz por vocês dois, que esteja dando certo.

     — Obrigada! - sorrio mais uma vez, ampla e verdadeiramente.

     Conversas e provocações vão e vêm e alguns minutos se passam sem que Harry volte para a mesa. A mãe de Verônica bate uma colher numa taça e anuncia que daqui cinco minutos começarão os discursos para os noivos. Decido então procurar por Harry. O encontro do lado de fora, ainda na ligação, com uma mão segurando o celular e a outra no bolso de sua calça social, de costas para mim e ao que parece olhando a paisagem do lindo jardim enquanto a conversa se desenrola. Ele parece não notar minha presença devido a quantidade de pessoas e vozes que se encontram aqui, o barulho não muito menor do que dentro do salão.

     — É claro que eu vou. - ele afirma para a outra pessoa na linha com convicção - Eu também, muito. - seu tom carinhoso me faz franzir o cenho - Tenha uma boa noite. - ele deseja ainda com carinho e então encerra a ligação. Antes que eu me pronuncie ele se vira e me vê. - Ei, você! Faz tempo que está aí? - ele parece um pouco desconfortável, mas procuro ignorar. Não quero criar desconfianças e brigas sem motivo novamente.

     — Não, só vim te buscar para ouvirmos os discursos. Não quer me fazer aguentar sozinha, não é? - ele ri e parece relaxar.

     — Me pegou. Mas se quiser podemos os dois nos livrar dessa parte chata e maçante.

     — Acho que a Verônica vai entender. - dou de ombros e seguro a mão que Harry me estende, entrelaçando nossos dedos e andando com ele até o jardim. Encaro sua expressão relaxada e a sombra de um sorriso em seus lábios e decido que minha mente está me pregando peças, que Harry agora é homem de uma só mulher.

     — Você está linda! - diz ele, me observando quando paramos e nos sentamos em um banco no meio do jardim.

     — Só linda? - franzo o nariz e meu namorado ri.

     — Deslumbrante! - agradeço, rindo e enganchando meu braço no seu, mas Harry retira seu braço e o passa em volta dos meus ombros, deixando um longo beijo em minha têmpora. Me aconchego em seus braços e fecho os olhos, sentindo-o entrar cada vez mais profundamente em meu coração.

Continua...

Primeiramente muito obrigada novamente por todo apoio e carinho, vocês não sabem o quanto me deixam feliz, afinal escrevo com todo o amor e tentando dar sempre o melhor pra vocês.

Agora vamos para a tal surpresinha!!! Resolvi escrever aqui porque não sei se costumam ler o capítulo de notas da autora.

É o seguinte: estamos quaaase chegando aos 100k de leituras e eu queria poder fazer mais para demonstrar minha gratidão, mas apesar de não poder fazer muito, não queria deixar passar batido. Então o que acham de quando bater os 100k eu revelar quais serão os nomes e os avatares novos do Harry, Louis, Liam, Niall e Zayn? Queria revelar a capa da versão original também, mas paguei e já faz meses, a pessoa sumiu do mapa e pelo visto fui tapeada, então infelizmente ainda não tenho e não sei quando poderei pagar pela capa da versão original novamente, mas já tenho planos para ela em mente e espero não demorar muito para conseguir fazê-la e mostrar pra vocês. EEEE também tenho uma surpresinha extra que estou pensando em contar metade agora atingindo os 100k e a outra metade SE atingirmos 150k. O que acham que é? E aí, animam com essas surpresinhas ou nem? 😬 Se tiverem alguma outra ideia de algo que queiram que eu faça como gratidão pelos 100k, me digam, que se me for possível, eu tento fazer por vocês.

Me respondam, por favor!
Amo vocês. ❤

All The Love,
P.I.  🖤💞

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