LOVE STORY || SHAWN MENDES

Isabella Swan

10 de Janeiro de 2017

A repercussão que toda aquela repercussão tinha dado dividiu muitas pessoas sobre quem eu sou. Eu perdi alguns seguidores nas redes sociais, ganhei outros, perdi alguns trabalhos, ganhei outros, recebi "parabéns pela atitude" mas também recebi "você foi má demais e não deveria ter feito isso". Ser uma pessoa famosa e que tem fácil influência as vezes não é tão legal assim... As pessoas devem achar que mesmo que você esteja sofrendo, você não pode se deixar levar e deve apenas ignorar tudo. Eu precisei me pronunciar sobre o vídeo do extintor dentro da sala da mesma forma que meus amigos e Sabrina também precisaram. É obvio que Sabrina diria que estava quieta e que eu não precisava ter feito aquilo com ela. Disse que eu se ela tivesse feito algo, eu apenas deveria pedir para que ela parasse e ela respeitaria. Acontece que eu cansei de pedir para ela parar. Foram muitos anos tentando e minha paciência já tinha ultrapassado todos os limites em relação a ela. Muitos dos meus fãs já sabem sobre o bullying que eu tinha sofria na época da escola porque graças á ajuda dos meus amigos, eu consegui falar sobre isso nas minhas redes sociais e também em entrevistas. Eu nunca mencionei nomes, obvio. Mas não era segredo para ninguém que eu passava por isso com uma frequência maior do que deveria. Uma vez em entrevista perguntaram a Thomas, James e Blair como eles viraram meus amigos e eles contaram que a amizade já começou com eles praticamente salvando a minha vida, que foi o dia que Sabrina me bateu com os outros e me deixaram naquele campo e eu confirmei tudo porque não era mentira. Mas mesmo assim, eu ainda fui taxada como errada no vídeo do extintor.

Ouvi a porta do meu quarto ser aberta e olhei para mesma vendo Greg e Fred entrando e a trancando logo em seguida. Eles se aproximaram da minha cama e eu tirei meus fones logo parando a musica.

-Vamos conversar -os dois falaram juntos em português e eu suspirei. Fechei o notebook os colocando na cama ao meu lado deixando os fones sobre ele e eles sentaram na cama comigo-

-Vocês também vieram me dizer que eu estou errada? -perguntei os olhando-

-Obvio que não! -Greg disse- Porque a gente faria isso?

-Porque é o que todos está dizendo -respondi-

-Quem liga para o que eles dizem? - Fred disse- Particularmente falando, eu achei muito legal o que você fez -riu- Teria feio o mesmo -eu e Greg rimos-

-Ela mereceu, maninha -Greg disse- Você sabe que eu não sou a favor de ficar revidando as coisas com raiva ou agressividade mas sério, ela mereceu por tudo que fez com você

-Falando nisso -Fred me olhou- Porque você nunca contou pra gente que passava essas coisas na escola? Tipo, eu sei que eu e Greg estávamos em outro país mas né... Ligações estavam aí e a mãe e o pai estavam do seu lado

-Porque você nunca contou isso para ninguém maninha? -Greg me olhou-

Eu suspirei olhando meus irmãos e então, pela primeira vez eu decidi desabafar e contar tudo para alguém que era realmente parte da minha família. Eu contei tudo mesmo. Desde o inicio. Desde o dia que entrei naquela escola. Contei quantas vezes eles me xingaram, quantas vezes eles me empurraram, quando eles puxaram meu cabelo, quantas vezes eu menti dizendo que estava me sentindo mal só porque na saída eles iriam me bater. Contei do dia no campo, contei do dia do baile, contei até sobre a automutilação que eu praticava graças a toda essas pessoas que me machucaram tanto. Ainda mostrei as marcas que sim, eu ainda tinha no meu corpo para provar que não era brincadeira nenhuma. Eu contei coisas que nem mesmo queria. Mas sabe quando você só vai desabafando e tudo sai? Foi o que aconteceu. E eu chorei. Fazer o que não é?

-E eu já estava tão cansada de tudo  que peguei o extintor, levei pra sala e joguei tudo em cima deles -eu falei chorando- Eu só não aguentava mais! Eu poderia ter feito muitas outras coisas com eles, mas não fiz. E mesmo assim a errada sou eu. Aquelas merdas de câmera nunca funcionavam quando eu apanhava na sala. Nunca funcionavam nos corredores quando eles me encurralavam na ida pro banheiro no intervalo e me batiam -eu chorava olhando meus irmãos que pareciam segurar as lágrimas- Ninguém nunca via que a vitima era eu. Sempre protegiam eles. Até os outros alunos porque tinham medo deles tanto quanto eu tinha. Mas agora que eu finalmente revidei, eles queriam punir a vitima e deixar os agressores ilesos. Sempre foi assim! Por isso que eu não via a hora de sair daquele inferno! -olhei meus irmãos- Desculpa meninos -disse tentando secar minhas lágrimas- É só que eu passei muita coisa naquela escola