A ira familiar causada por uma 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐂𝐈𝐀 e a bondade do guardião Heimdall unem Midgard, o mundo dos homens e deuses, à Asgard, a cidade dourada, trazendo uma jovem deusa guerreira para um mundo ainda desconhecido.
Longe de sua família e tudo...
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𖤍 T a l i s s a𖤍
O raios de sol já pairavam na grande janela do meu quarto, anunciando mais uma manhã. Eu me sentia cansada. Havia dormido tão pouco e agora minha cabeça doía. Mesmo sem coragem, levantei. Liguei a água da banheira e enquanto enchia, me desfiz da roupa que estava. Entrei na banheira, sentindo a água morna molhar cada centímetro do meu corpo e relaxei.
Pensava no meu quarto no Olimpo e sentia falta daquela arquitetura velha e extremamente branca. Nunca imaginei que fosse sentir falta até disso. E não demorou até que as músicas que costumava ouvir com as Caçadoras de Ártemis começassem à invadir meus pensamentos. Me rendi, cantando baixo — ou tentando.
Eu estava ouvindo o oceano, vi um rosto na areia,
Mas quando eu o toquei ele foi varrido de minhas mãos, lá embaixo
Eu tive um sonho no qual eu tinha sete anos,
Escalando em uma árvore vi um pedaço do céu,
Esperando, impaciente por mim, lá embaixo,
E eu estava correndo para muito longe,
Eu fugiria do mundo algum dia? Ninguém sabe, ninguém sabe.
E eu estava dançando na chuva,
Eu me senti viva e não posso reclamar,
Mas agora me leve para casa,
Me leve para casa onde eu pertenço,
Eu não consigo mais...
Continuei meu banho, e lavei o cabelo, deixando-o todo solto, mostrando seu verdadeiro comprimento. Sempre prendia-o com tranças, o que fazia diminuir consideravelmente o tamanho, mas já estava passando do quadril. Sequei o corpo e escolhi um vestido. Este era mais bonito que os outros. Todo branco, com umas alças finas, lindas. O forro em tule acinzentado e na parte superior diversos lírios e lavandas bordados.
Confesso que não era muito adepta dos vestidos. No Olimpo, usava sempre as batas comuns de lá ou as roupas de treino - calças e coisas do tipo. Usava vestido apenas quando tinha alguma ocasião social para comparecer com minha mãe no mundo mortal. Mas eram roupas confortáveis, e como tinha que me vestir de algo leve, os vestidos caíam bem. Tinha que lembrar de agradecer à Frigga.
Assim que pus os calçados, ouvi batidas suaves na porta. Andei até ela, abrindo, vendo Loki bem arrumado numa calça e blusa azul escura e verde. Tinha algum símbolo desconhecido por mim em dourado, no centro do peito e era bem costurada. Pude perceber que o deus me avaliava tão quanto eu fazia o mesmo.
