A ira familiar causada por uma 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐂𝐈𝐀 e a bondade do guardião Heimdall unem Midgard, o mundo dos homens e deuses, à Asgard, a cidade dourada, trazendo uma jovem deusa guerreira para um mundo ainda desconhecido.
Longe de sua família e tudo...
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𖤍 T a l i s s a 𖤍
Permaneço paralisada por alguns segundos, observando o velho deus a minha frente. Odin agora cruzava o olhar entre nós, sem entender do que o amigo estava falando. Loki parecia preocupado, mas não ousara levantar-se. Tyr havia se aproximado, assim como Njord e Thor, que havia acabado de adentrar o cômodo, me deixando quase encurralada.
— Uma fênix? Não diga bobagens, Mímir. — Odin diz, com um sorriso sem graça.
— Ah, meu velho amigo, não conseguiu reconhecer esse poder?
— Ela é muito poderosa sim, mas não é uma fênix.
— Sim, ela é. Eu consigo ver sua descendência materna. Sei o lugar de onde veio, onde nasceu, mas não consigo descobrir quem é seu pai, o que é curioso. — Mímir diz, como se pensasse muito. Ele toma a bebida de um cantil e suspira, fechando os olhos. — Seu pai não é um olimpiano, é?
— Não.
— Isso significa que você tem a força fênix dentro de você. Você é a junção de dois seres extremamente poderosos de mundos diferentes. — Ele constata, me avaliando e observando bem minhas asas. — É pura, e poderosa como nenhum de nós jamais será.
— Sinceramente, meu pai, que relevância isso tem para o jantar? — Thor pergunta, vendo meu desconforto. Eu o agradeço mentalmente.
— Eu preciso saber quem é seu pai. Sinto que preciso...
— Ora, Mímir, deixe disso! Já deve é estar bêbado demais antes mesmo de começar a beber. Talissa, minha querida, me desculpe pelo inconveniente, pode sentar-se, depois conversamos.
— Agradeço...
Sigo para o meu assento ao lado de Loki e me encosto na cadeira, soltando um longo suspiro. Percebo seu olhar preocupado cair sobre mim e sorrio em sua direção, tentando lhe passar calma. Ele toca minha coxa sob o tecido e logo chega à minha mão, segurando firme e alisando com o dedão, me fazendo suspirar. Percebo Sif nos olhar com o cenho franzido e desvio o olhar dela, sem soltar a mão dele.
O jantar é servido, mas toda a fome que eu sentia se esvaiu. Odin não me incluiu nos assuntos da noite, e eu agradeci aos céus por isso. Me concentrei em comer apenas após os pedidos de Frigga, que já estava mais que preocupada comigo. Finalizei o jantar e tomei uma taça de vinho, me distraindo, ficando ainda mais dispersa da conversa, e resolvi ir para o terraço. Estava mais arejado e eu precisava respirar.
Sentei-me num banco próximo à meia parede da borda e suspirei, deixando a taça de lado. Cruzei as pernas, sentindo o vento forte bater entre as minhas asas, me passando uma calma reconfortante. Calma essa que pouco depois foi tirada de mim com a presença de Frey. Ele se aproximou cautelosamente e ao perceber que eu o olhava, me lançou um sorriso que me fez querer regurgitar.
