A ira familiar causada por uma 𝐏𝐑𝐎𝐅𝐄𝐂𝐈𝐀 e a bondade do guardião Heimdall unem Midgard, o mundo dos homens e deuses, à Asgard, a cidade dourada, trazendo uma jovem deusa guerreira para um mundo ainda desconhecido.
Longe de sua família e tudo...
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Exaustão era quase o meu segundo nome, mas agora por um bom motivo. Os três últimos meses, Loki e eu passamos em casa e nas cidades vizinhas. Não fizemos viagens longas, não fomos ao Olimpo e muito menos a Asgard. Aproveitamos tudo o que Oslo tinha a nos oferecer, e fizemos alguns passeios à Bergen, e viajamos para a Suécia.
Com os conhecidos que eu tinha na cidade, em nome de Atena, consegui carteira de motorista para Loki também, e estava o ensinando a dirigir nossos carros. Ele brincava dizendo que ser midgardiano era difícil, mas estava se dando bem e gostando de tudo. O mundo aqui era tranquilo e bom para nós dois. Era um bom lugar para recomeçar.
Meu cansaço agora era justamente por termos chegado de Bergen. Havíamos feito uma longa viagem de volta, e tudo o que eu fiz foi tomar um banho e me deitar. Minhas pernas doíam e a cabeça latejava, então resolvi ir dormir logo. Tinha coisas a resolver no dia seguinte.
Meu sonho fora simples, sempre relembrando momentos ou fantasiando situações hipotéticas que nunca aconteceram. Eu apenas acordei por ter o sono leve e ouvir os resmungos de Loki sobre algo.
O quarto estava totalmente escuro, um total breu, apenas com brechas nas bases das janelas pela luz da lua e das estrelas quase dando fim à noite, mas pouco podia-se ver além das cortinas blackout. Toquei o torso de Loki, na altura do abdômen, e o senti respirar ofegante. Ele estava tendo mais um pesadelo, de novo.
— Loki? Loki, meu bem, acorde! — O chamei, e ele se sentou de súbito na cama, respirando ainda mais cansado.
Essa situação estava sendo recorrente. Por muitas vezes eu acordava com ele mal ao meu lado. Muito mal. Algumas vezes suava frio e ficava enjoado, apenas pelos pesadelos. Sempre coisas ruins. As lembranças de quando morri nos seus braços, Farbauti ressurgindo e tentando nos matar, Frigga em perigo, e ele me contava que nunca conseguia fazer nada. Sempre nos assistia morrer, repetidas vezes.
Eu me sentia mal por ele, e o acalmava até que conseguisse dormir de novo, e se manter sem pesadelos até a manhã. Já estava sinceramente pensando em levá-lo a uma consulta com psicólogo. Talvez pudesse ser algum princípio de ansiedade ou síndrome do pânico. E de forma alguma eu queria Loki sofrendo por isso.
— Você está bem? — Pergunto, e percebo que ele assente. Ligo a luz do abajur e o vejo suado, com os olhos imersos em pavor. — Quer falar sobre o de hoje? — Ele nega, receoso. — Tudo bem. Posso te ajudar em algo?
— Eu... Só... Só quero dormir bem. — Pede, e eu assinto, puxando-o para deitar a cabeça no meu colo.
Afago seus cabelos, puxando os fios para trás, tirando do seu rosto, e uso um lenço umedecido para limpar seu rosto e pescoço. Loki respira fundo, cansado, e quando percebo que ele ainda está trêmulo, acendo uma vela que ficava no seu lado da cama.
