Décimo Terceiro Capítulo.

112 16 710
                                    

(Alerta: Pode conter cenas de extrema violência explícita neste capítulo. Será marcada com um (*) no início e final da cena.)


[CAPÍTULO TREZE]

1920.

Primavera. [13/13]


20:30pm.

Pronto, senhorita, entregue em segurança. – Disse sorridente o policial Evan, ao parar em frente à casa da mulher de madeixas vermelhas.

– Foi muito gentil da sua parte, Evan, falei que não havia necessidade disso, poxa. – Retribuindo o sorriso, Luna respondeu.

– Que cavalheiro seria eu, se não acompanhasse a dama de volta até sua casa? – Ao terminar de falar, Luna riu baixo, deixando Evan meio desconfortável. – Não foi boa, não é? – A ruiva riu outra vez. – D-Desculpe, foi a Melissa que achou legal eu falar isso. – Bateu o pé no chão, desviando o olhar. – Droga, sabia que seria brega falar isso!

– Ei – botou uma mão sobre o ombro dele – está tudo bem. Eu gostei.


Naquele momento, Evan subiu com o olhar para fitá-la nos olhos. Criando um intenso contato visual, aonde parecia que estavam tendo um longo diálogo visualmente. Focados naquilo, que acabaram esboçando juntos um pequeno sorriso enquanto um curto silêncio reinou entre eles. Para Evan, aquela era uma situação completamente nova. Não sabia o que fazer a seguir. Ao lembrar-se das dicas de Melissa, aquele seria o momento ideal para beijá-la. Porém... Assim? Agora, agora mesmo? Não era como se o policial estivesse preparado para aquele feito, ou tivesse confiança para tal. Mesmo que seu coração batesse acelerado só de olhá-la, seu corpo congelou. Não conseguia tomar uma atitude sequer. Mas só ele sabia o quanto queria beijá-la...

Enquanto ela, sem alguma malícia, apenas aproveitou aquele contato visual. Para Luna, aquilo conseguia dizer mais sobre nós mesmos e sobre o que sentimos, do que se fosse em uma longa e duradoura conversa. Conseguia sentir pelo olhar de Evan, todo o carinho e sentimento que vinha dele e tinha certeza de que ele sentia vindo de volta. Evan era diferente dos outros homens, Luna não tinha dúvidas quanto a isso. Havia algo nele que despertou seu interesse, mas não sabia o que era. Pensativa, ela subiu com a mão no ombro dele até o rosto do mais alto, fazendo um carinho no local, deixando-o com as maçãs do rosto avermelhadas. Entretanto, gostou quando ela esfregou o rosto em sua mão, aproveitando mais daquele carinho.

Naquele momento, ela sabia bem o que queria, porém não sabia se deveria...


– Eu a-adorei o nosso encontro. – Disse Evan, quebrando o silêncio, mas ainda levemente sem jeito com as palavras. – Você é uma mulher incrível, Luna...

– Queria eu ser, policial Evan. – Ela riu sem graça. – Deve ser coisa da sua cabeça.

– Eu, neste exato momento, estar morrendo de vontade de te beijar – deu uma pausa de dois segundos – é também coisa da minha cabeça, senhorita Luna?


Nem o próprio policial soube explicar de onde tirou coragem para dizer tais palavras, sem ao menos gaguejar. Naquele momento, não se reconheceu. Estava tomado pela vontade de estar com aquela mulher, de tê-la em seus braços, tocar os seus lábios, sentir seu abraço apertado. Não conseguia pensar em mais nada além disso. Não que Luna pensasse o contrário, porém foi surpreendida com aquelas palavras, arregalando um pouco os olhos e desta vez, não foi Evan quem ficou com o rosto corado. Foi a primeira vez aonde o policial conseguiu deixá-la sem palavras, e gostou disso.

Sheerground - A Era da ProibiçãoWhere stories live. Discover now