Décimo Segundo Capítulo.

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[CAPÍTULO DOZE]

1920.

Primavera. [12/13]

22:00pm.

E onde ela está? – Nervoso, indagou Morgan. Sequer conseguiu ficar sentado, então levantou-se para ficar andando de um lado para o outro. – Essa fedelha, em que ela está pensando? Isso é falta de surra. Quando eu a encontrar, darei uma lição nela. Coisa que você – apontou para Sebastian sentado na outra beirada do sofá – deveria fazer, já que é o pai daquela pequena capetinha.

– Você não vai encostar um dedo nela, desgraçado! – Sebastian levantou-se junto. – Se encostar um dedo nela, eu mesmo mato você. Está me ouvindo?

– Do mesmo jeito que matou a Lau-...

– PAREM, VOCÊS DOIS! – Alice levantou-se também, gritando mais alto que os outros dois. Desse jeito, conseguindo chamar a atenção daqueles dois teimosos. – O que está em jogo aqui é muito mais do que o egocentrismo de vocês, são aqueles dois. Então, deixem de ser crianças por mais alguns minutos e sentem essa bunda velha de vocês no sofá. – Ordenou, e mesmo que petulantes, os dois atenderam o que foi dito.

– Qual o paradeiro dela, Alice? – Mais calmo e sentado, perguntou o chefe da delegacia enquanto os outros dois sentaram logo em seguida. – Preciso encontrar a minha filha.

– Eu não sei. E é exatamente por isso que essa conversa tinha que ser apenas entre nós três. – Abaixou a cabeça e suspirou. – Desde quando tudo isso começou, ela vem me ameaçando, a ficar longe dos gêmeos e não interferir no caminho deles. Toda vez que eu tento fazer algo, ela descobre. Porém, ela não desconta em mim diretamente.

– Aquela ajuda que você deu a Noah... E a garota que trabalha com você sendo assassinada naquele mesmo dia? – Questionou Morgan. – Quer dizer que...

– Sim, foi ela. Ela descobriu que eu ajudei o Noah e, para me punir, matou uma das minhas garotas. – Ao falar aquilo, os outros dois arregalaram os dois. – Desse jeito, eu estou há anos tentando descobrir aonde ela está. Para resolver isso, entre nós duas. Eu não queria envolver os meninos, vocês dois. Eu não queria envolver mais ninguém.

– Você não tem esse direito, Alice. São os meus filhos. Deveria ter me avisado! – Reclamou o policial. – Ainda mais sabendo que um deles está na mão – olhou de cima abaixo Morgan ao seu lado – deste criminoso.

– Eu tenho certeza de que o eduquei melhor do que você seria capaz. Podemos ver pela Cristal, não é? Mas não me surpreende, ela puxou o lado assassino do pai. – Respondeu Morgan, abrindo um sorriso debochado. – O Noah é o meu filho!

– Vocês ainda não entenderam, porra? – Outra vez, Alice gritou. – Não interessa agora de quem eles são filhos e sim a vida deles! É questão de tempo até Cristal descobrir que vocês ficaram sabendo de tudo. Eu sinceramente não sei o que ela será capaz de fazer... Agora não é apenas eu que estou neste jogo, vocês dois também.

– Então você está dizendo para tudo continuar... Como está? – Questionou o mafioso. – Acabamos de descobrir que os filhos da Lauren estão vivos e estão pertos de nós, e que foi aquele pequeno demônio que causou isso tudo. Inclusive... Naquele dia, em que você me trouxe o Noah, aquele outro bebê...

– Quando nos separamos naquela noite, em busca de encontrá-los. Eu os encontrei. Mas, eles não estavam sozinhos... – Disse entristecida.


Há vinte anos...

Em meio aquela chuva forte e relâmpagos, Alice continuou correndo por aquelas ruas atrás dos bebês de Lauren, que haviam sido levados embora por Cristal. Iria se culpar pelo resto de sua vida caso não encontrasse os meninos. Afinal, foi ela quem os tirou do hospital, após Lauren vir a óbito. Então não conseguia ficar calma até encontrá-los, para que possa colocá-los em um lugar seguro. Mesmo que sua cabeça estivesse a mil por hora, com tantos pensamentos passando pela sua mente. Porém o principal envolvia a pequena Cristal, a filha mais velha de Lauren. Por quê ela faria uma coisa dessas? Pegar dois recém-nascido e simplesmente... Sumir com eles?

Sheerground - A Era da ProibiçãoWhere stories live. Discover now