39.

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- Briguei com o Axl. - Rolo os olhos imediatamente. Sam se joga em minha cama dramaticamente enquanto escolhia um filme de terror novo para assustar meus primos e mantê -los longe. O monstro do pântano já não surtia mais efeito. A criatura verde e gosmenta virou o Grinch pra eles, agora.

- Eu ia perguntar porquê, mas eu sei exatamente o motivo. - retruco zombeteira. - Você continua bancando a Julieta? Por que ele não quer brincar de ser o Romeo, Bloom. - digo enquanto separo Pânico na Floresta, O duende perverso e Hora do pesadelo para decidir depois.

- Ele já está cansado de viver...as escondidas. - imitou a voz grave de Axl no final. - Mas não sei se tenho coragem pra enfrentar meus pais, e principalmente os pais dele. São todos uns malas! - acabo sorrindo.

- Sam, você gosta dele, ele gosta você. Já estão três anos nessa. Querendo ou não, os pais de vocês terão que colaborar.

- Terão mesmo. - a voz doce da tia Nancy invade o quarto. - Me desculpem, estava passando e ouvi vocês começarem sobre os Bloom e os Hiddeston. Achei que pudesse ajudar.

- Tia, por favor. - a chamo - Faça a Sam entender que tendo medo só vai piorar as coisas.

- É verdade. - minha tia, concorda. - Ter medo de enfretá-los só vai afastar o Axl de você, querida. Digo isso por experiência própria.

- Conte à ela sobre o Pietro, ou sobre a Gina, eu amo suas histórias românticas e trágicas. - me deito ao lado de Samantha que, como eu, estava pronta para ouví-la.

- Românticas e trágicas? Obrigado? - diz, sarcástica. - Bom, a Gina foi uma grande paixão da adolescência. Quando morava em Toscania, terra natal minha e do seu pai, eu a conheci comprando Struffoli em um festival de comidas que sempre tinha na cidade. Me lembro dividimos todos os doces que havíamos comprado o resto da tarde, de um jeito, digamos...um pouco intimido demais para jovens que tinham acabado de se conhecer. - sorriu atrevidamente.

- Tia Nancy! - Samantha sorriu boquiaberta - E depois? Vocês se viram de novo?

- Não, querida. - reprimiu os lábios - Ela era de Veneza. Avisou que voltaria para lá no dia seguinte com sua mãe, e que estaria na primavera de volta, mas nunca a vi de novo. - deu de ombros - Éramos jovens, talvez apenas uma vez deixou tudo mais precioso. Só posso dizer que foi uma tarde maravilhosa. Foi a primeira vez que uma garota havia me beijado, e foi ali em diante que percebi que não beijaria só garotos.

- Os doces estavam uma delícia, provavelmente. - zombo a fazendo rir.

- Principalmente os que estavam na boca da Gina. - Sam, completou gerando uma crise de risos por alguns minutos. - E o Pietro?

- O Pietro foi algo mais sério. Não durou apenas uma tarde, durou algumas primaveras da minha vida, o que foi doloroso. - ela se deitou conosco - Nossa família dividia uma porção de terra com outra família. Eles sempre brilhavam. Sempre. Meu pai queria fazer mais um depósito de vinho, e a outra família queria expandir seu vinhedos pra aquelas bandas. Eu não ligava muito pra rivalidade até conhecer o bendito Pietro. Nos conhecemos entre o lado que as famílias dividiam. Estava colhendo os vinhos junto com uma prima, e ele também. Nos encontramos entre os vinhedos e sabíamos que não viveríamos apenas daquela simples troca de olhares. Eu não deixaria.

- Tia Nancy, mas que safad...- interrompo Sam.

- Shiu! É a melhor parte!

- Logo descobrirmos que ele era filho da outra família, e sabíamos que estaríamos mortos se continuássemos nos encontrando, mas eu insisti. Insisti que continuássemos às escondidas. Não sabia que todos aqueles sentimentos ficariam tão sérios. Então, ele disse que me amava.

As Estrelas e Outras DrogasWhere stories live. Discover now