My Mistake - JK (Duologia)

33

   Já era exatamente três da tarde: Jungkook tinha ido embora fazia bastante tempo, sem notícias; meu pai e meu irmão me ligaram antes de tudo para que eu ficasse tranquila, coisa que não deu certo, falaram apenas um "te amo" e encerraram a ligação.

Eu fui meio burra essa manhã, depois de tudo vai ser pior tirar Jungkook da cabeça; mas sabe, eu faria de novo se voltasse no tempo.

Me estiquei na cama, ainda estava no quarto dele com preguiça de ir para casa, já tinha tomado outro banho, e vestia as roupas dele, comi alguns dos lanches que trouxe na noite passada e dormi grande parte da minha tarde. Agora que acordei, estou meio sem direção. Peguei o celular, ligando para Yoongi, o plano de que meu pai tanto falava, seria de manhã, então eu tinha a esperança de que a esse ponto tinha acabado, apesar do medo das notícias que poderiam vir, liguei.

— Aonde você está? — eu liguei, mas ele falou primeiro, ignorei.

— Cadê minha familia?

— Seu pai e seu irmão estão bem, não se preocupe, eles me ligaram e estão voltando para casa.

— foi um sucesso então? — silêncio — Onde está Jungkook? passa o celular para ele.

— Bem... O JK — a partir daí eu não esperava nada bom.

— Não esconda de mim, por favor, me diga Yoongi — meu coração apertou, por um momento cogitei a ideia de que ele poderia está...

— Estava tudo indo muito bem, mas não contávamos que aquele merda do tio do Jungkook tivesse um plano B para qualquer situação, mesmo não sabendo que iríamos atrás dele hoje, ele estava pronto.

— Entendo, ele esperava que vocês fossem, não sabia o dia, mas esperava... — tentei acompanhar com meus resumos.

— Certo! — continuou — O tal Jeon Dong fez uma ligação, e em meia hora metade da máfia de Busan estava lá, até alguns caras de fora que estavam na cidade hoje — coloquei a mão na boca abismada, eles odiavam Jeon Jungkook, ativei o modo "viva voz" do celular e o joguei na cama, minhas mãos tremiam — Jungkook era conhecido como traidor... ele pediu a ajuda do John Lins, Ivy. Jungkook não queria colocar seu pai tão além nisso, eles são sua família, você acha que Jungkook faria o que?... Ele se deu como moeda de troca, ele iria, sem mais combate entre as gangues, iria se entregar sem revidar se deixassem John Lins e o filho ir.

— Mas... — eu não sabia o que dizer, eu poderia chamar Jungkook de burro, mas eu o entendo — Eles deixaram John ir? isso é...estranho... odeiam Jungkook tanto assim?

— É o que parece, ele sempre foi caçado, mas quando voltou com o negócio da família através de Dong e acabou o abandonando também, o nome dele sujou ainda mais.

— faz. Sentido — abracei um travesseiro — ele vai voltar a trabalhar para eles então? — processando aquilo, minha cabeça doía, estou farta disso, cobri o travesseiro com o rosto.

— Eu não teria certeza disso, pabo — um silêncio maior — Ivy? Está aí? — soltei um "hm" abafado, mas ele entendeu — Venha para casa, não fique sozinha, estamos tentando resolver isso, mas é como quando você foi sequestrada, cada passo piora, afeta ele. Você precisa me ajuda com o Jimin e o taehyung, eles estão descontrolados.

Eu não sei se consigo ajudar, também estou uma tremenda bagunça. Mas os meninos, conhecendo o JK a mais tempo que eu, devem estar realmente desesperados. Levantei da cama, descendo escadas a baixo, Jungkook tinha deixado a chave do carro ao lado da cama. Não demorou para estar em frente a casa, indo em direção ao veículo.

Preciso pensar em algo, de como tirar ele daquela situação antes que seja tarde demais, eu sei que faria o mesmo por mim.. pensa Ivy, pensa.

Quando finalmente cheguei em frente a minha casa, desliguei o carro respirando fundo. Chegando em frente a porta, abri a mesma, e vi como a casa estava cheia, um tremendo caos, Namjoon, Jin e Hoseok falavam com meu pai e meu irmão em um canto da sala, um assunto que parecia sério, então não queria ir até lá e interromper. Olhei em volta, a namorada do Yoon não estava mais aqui, vi Jimin saindo da cozinha e fui até ele, sua cara era séria e seus olhos estavam vermelhos. Corri até o mesmo e o abracei se supetão, tentando me segurar assim que ouvi ele soluçar. Eu sentia um fraco cheiro de alcóol.

— Ivy, diga ao Yoongi para me deixar ir atrás do Jungkook, precisamos ir atrás dele agora.

— Você precisa se acalmar, hm? onde está Taehyung? — o soltei, encarando o mesmo.

— No seu quarto, o Yoongi o prendeu lá. Ele está com raiva e eu entendo ele, precisamos voltar lá.

— Não podemos ir sem pensar, ok? isso pode sobrar para o Jungkook — disse segurando em seu pulso — vamos lá para cima.

— Só estou com medo que algo aconteça, ele já passou por tanto — disse Jimin, baixinho, ainda subindo as escadas — Nesses últimos anos ele parecia sem alma. Ele não ia mais na casa do Jin com frequência — suspirou, Jimin cuidava do seu Hyung, e eu o entendia, todos ali estavam preocupados da mesma forma, só tinham jeitos diferentes de interpretar.

Quando cheguei em frente a meu quarto, Yoongi do lado de fora, com a porta trancada, como um guarda costas. Ouvi batidas do lado de dentro.

— Você não sabe de nada Yoongi — era a voz de Taehyung — mal conhece Jungkook, vai deixá-lo morrer? — essa palavra fez um frio percorrer minha espinha — ABRE ESSA MERDA, YOONGI!

— Todo seu — disse Yoon me estendendo a chave do quarto — bota noção na cabeça dele — e saiu por fim.

Abri a porta, dando de cara com Taehyung, e coloquei a mão em seu peito, o empurrando de leve para que entrasse mais afundo no quarto. Jimin estava atrás de mim e também entrou. Com os dois dentro, tranquei a porta atrás de mim.

— Vocês acham certo, a gente chegar ao ponto de trancar vocês em um quarto para que se controlem? — perguntei recebendo silêncio — violência só gera violência, Jungkook está lá porque eles usaram uma tática, é disso que precisamos, um plano bem pensado. Então fiquem calmos, por favor.

Taehyung suspirou, não tinha como rebater, eu estava certa, obviamente. Então ele sentou na porta da cama colocando suas mãos sobre seu rosto, frustrado.

— A única família que ele tem é a gente — se referiu aos meninos — e não sinto que fizemos o suficiente.

Sentei-me na cama ao lado de Tae, batendo no outro lado para que Jimin também sentasse.

— Descansem, eu prometo, vou resolver isso — tentei sorrir, mas como?! Se eu dizia aquilo mais para mim, do que para eles.

Sentei-me em uma cadeira que tinha no cômodo depois de conversar o suficiente com Jimin e Taehyung, e mesmo com os meninos dormindo na cama, não queria arriscar abrir a porta e liguei para meu irmão. A última coisa que queria era mais um dos meninos em perigo.

— O que resolveram afinal? — perguntei assim que atendeu.

— Barganha — Jae disse da outra linha — Para que Dong saia da Busan e limpe o nome de Jungkook, dizendo que era mentira. Estamos vendo os pros e os contras. te Ligo depois — e desligou,

Barganha...

...BARGANHA

Levantei sutilmente, pegando minha jaqueta e tentando sair do quarto sem fazer barulho, percebi que Jimin abriu um dos olhos preguiçosamente, me olhou saindo pela porta, e voltou a dormir. Ok, não acho que preciso tranca-los mais.

E desci as escadas, olhei em volta, ninguém na sala, devem está no escritório, perfeito. Sai sem que ninguém percebesse e entrei no carro de Jungkook, dando a partida.

Eu tinha um plano. EU, com um PLANO. Tomara que não dê merda, eu quem o bolei afinal.

Não posso dizer a meu pai, ele pode até apoiar minha idéia, mas vai querer ir em meu lugar, e então não vai dá certo... e precisa dá certo... respira Ivy.

Ouvi meu celular tocar: Yoongi.

— Eu vi você saindo, pabo! — gritou do outro lado da linha — Estou tendo um dejavu, volte para casa!

— Yoongi, confia em mim uma vez, cacete. Não conta a ninguém, não me procura... Vou voltar para casa com o Jungkook — e encerrei a chamada.