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Estava arrumada e não sabia para o que. Usava um vestido ousado, acima dos joelhos, e que deixava meus ombros a mostra, por fim, um salto chato, nova marca que inventei. Não me dei o trabalho de passar nada no rosto, nem de arrumar meu cabelo, apenas o prendi em um rabo de cavalo solto.

Quando desci as escadas, não querendo correr o risco de Mark ir até meu encontro. Eu o vi perto da porta, está aí a muito tempo? Ele estava me esperando ficar pronta?

-- está linda -- sorriu assim que cheguei a seu encontro, e eu queria soca-lo por ser cínico -- tenho um presente para você.

Meu corpo gelou, e ele tirou do bolso do seu paletó, uma caixinha, a abrindo e esbanjando um anel fino e delicado. Eu quase soltei uma palavra de surpresa, mas permaneci calada. Então ele o tirou da caixa e segurou minha mão, tentei recuar, mas ele voltou a me segurar com mais firmeza.

-- seja uma boa garota, lembra?! -- disse concentrado em botar o pequeno anel em meu dedo -- cuidado com suas atitudes está noite -- agora me encarou, sorrindo. Repentinamente, beijou minha mão, acima do anel e me conduziu para fora da grande casa. É, eu estou realmente perdida.

×××

Eu me lembro daquele estabelecimento, é aonde a máfia se reúne, onde vi Mark pela primeira vez. Eu prometi nunca mais me envolver com essas pessoas.

Meu braço estava cruzado com o de Mark. E apesar de ser perigoso era uma das melhores opções não sair de perto dele; não quero piorar minha situação.
Cruzei a entrada do local respirando fundo, pensando na hora que sairia dali, não que seja outra opção agradável voltar para onde estava. Meu acompanhante me conduziu por todo salão, eu já me sentia sem alma, uma boneca a mercê de ordens. Estava com medo de não sair dessa.

-- Mark, como vai? -- um senhor apeceu em nossa frente.

-- muito bem -- sorriu, respondendo o moço.

-- quanto tempo não vou em sua mansão? Pelo visto você anda escolhendo as melhores -- me analisou -- e de lugares bem distantes.

Senti aquele nojo que tive quando Mark me encarou naquele dia, nesse mesmo lugar. Mas desta vez eu não teria o Jungkook para me defender.

Bem, eu achava que não teria ninguém para rebater:

-- não entenda mal. Acho que agora deve desculpas a minha noiva, senhor.

Ah, ele me defendeu...
Pera, noiva?
O que está havendo?! Acho que sei o que está havendo.

-- oh, mil desculpas -- o senhor curvou-se -- não reparei o anel, sinto muitíssimo por lhe faltar o respeito sra. Tuan.

Estava sem reação ainda, Então Mark mexeu em mim levemente.

-- tudo bem -- sussurrei -- você... você não tinha como saber -- nem eu sabia.

Mark sorriu mais uma vez naquela noite, coisa que já estava ficando estranha, e despediu-se do homem, me encarando em seguida.

-- quer beber algo? -- perguntou e neguei

-- eu, eu me sinto sufocada -- com essa situação principalmente -- posso ir na varanda?

-- está bem, eu preciso falar com umas pessoas, não poderei te acompanhar -- passou a mão pelos meus cabelos e eu pulei de susto, não sabia o que seria. E então ele se afastou. Não pensei mesmo que ele confiaria.

Sai de lá já me sentindo mais aliviada, e cheguei a varanda do local.
Estava frustrada, quero que isso acabe.

Mordi o lábio e encarei o delicado anel em meu dedo, Não sabia que esse era seu significado, nem queria acreditar.
Pensei que quando isso acontecesse eu encararia a jóia com tamanha felicidade, pois estaria prometida a pessoa que amo, eu seria dele, e ele seria meu; jurando nos votos que para sempre. Mas por que isso é tão triste? Ninguém está me perguntando o que eu quero.

-- então é verdade, ele acha que vão cansar? -- Meu coração palpitou, eu reconhecia esse tom em uma multidão. Virei para ter a certeza, e confirmei minhas teorias quando o vi perfeito em seu terno.

-- o que está fazendo aqui? -- estava feliz de vê-lo, estava mesmo.

-- Eu vim te buscar

Aproximou-se de mim e me tomou nos braços, eu não pensei duas vezes em retribuir. Estava salva.

-- senti tanta sua falta -- passou as mãos por meus cabelos, tentando me acalmar. Eu respirava pesado, ele estava ali, como sempre tentando me tirar de uma situação sufocante.

-- obrigada por vim.

-- não te deixaria, você sabe que não.

É, lá no fundo eu estava esperando que isso acontecesse.

-- Jungkook? É melhor largar minha noiva -- Mark apareceu, calmo e sombrio como sempre.

-- você é muito bobo -- Jungkook me largou para poder encara-lo -- acha mesmo que vai conseguir isso? Deveria aprender que sou melhor que você.

-- você era -- cruzou os braços -- era quando fazia parte da máfia, agora você mesmo sabe que se eu quiser acabar com sua existência não preciso sujar as mãos, apenas basta dizer a todos que o filho do Jeon está aqui. Você é um traidor, vão acabar com você.

Isso é verdade? Era mesmo? E Jungkook arriscou-se em vim naquele dia comigo por capricho do meu pai?! Se arriscou agora?

-- isso é verdade? -- perguntei a Jungkook segurando em seu braço -- é verdade? -- ele ficou calado, e aquilo dizia muito -- você precisa sair daqui logo.

-- só saio daqui com você -- falou sem ao menos me encarar

O que eu faria? Ele é um teimoso!! acabariam com ele da pior forma possível.

-- seu idiota -- Mark gritou -- está a fazendo chorar!!

Estava com receio de Mark se alterar e anunciar que o filho de Jeon Dan estava aqui. Queria sair dessa, mas não me perdoaria nunca se alguém fizesse mal ao Jungkook, o queria bem primeiramente.
Amar é botar a pessoa acima de você, esse e outros vários clichês não é?! Eu sinto essa necessidade.

Sabia o que precisava fazer.

Eu acho que já entendi o que Mark estava fazendo. Ele Queria concertar o passado, ele pensa que pode conseguir isso comigo.

É; eu preciso arriscar.
Sou adulta agora, Não posso esperar que algo aconteça, tenho que tomar atitudes maduras, mesmo que sejam difíceis e contrárias ao que realmente quero.

Me soltei de Jungkook levemente, antes de me aproximar de Mark, eu poderia está errada, mas o que custa tentar?!
Fiquei em sua frente e ele parou de encarar meu namorado, se é que ainda tenho direito de o chamar assim.

-- Mark -- encostei minha mão quente em sua bochecha fria -- vamos para casa.






Saudades? ❤

My Mistake - JK (Duologia) Where stories live. Discover now