35 ━━━ Um pouco de normalidade

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Aurora saiu do bloco A com passos saltitantes. Estava feliz. Eles estavam bem. Daryl e o grupo voltaram. Glenn estava bem. Sua mãe estava bem. Amanhã seria muito melhor que hoje. Um dia a menos até sua mãe sair da quarentena. Ela mal podia esperar.

Ao chegar no bloco C Aurora encontrou Beth, Carl e Judith lhe esperando. Ambos com olhos esperançosos.

— Mamãe parece ótima. Acho que até amanhã ela sai. — Aurora bateu palmas com a expressão animada se aproximando deles.

— Você acha que deveríamos fazer algo pra comemorar? — Beth perguntou incitando-os a sentarem na mesa. E foi isso que eles fizeram.

— Tipo um churrasco? — Carl perguntou para a menina mais velha.

— Podíamos pedir para Daryl procurar um grande cervo. — Aurora falou mostrando o tamanho do animal que pensava com as mãos.

— Ou então algo mais pequeno. Cervos grandes é difícil de encontrar nessas áreas. — Beth falou para a menina.

— Não custa sonhar. — Aurora resmungou de braços cruzados — Mas enfim. Acho que pode ser bom. Passamos maus bocados essa semana. Juntar todo mundo e comer será bom. — ela descruzou os braços.

— E mesmo assim teremos um elefante na sala. Já que não podemos citar o nome de você sabe quem. — Carl sinalizou para as duas garotas que se entreolharam enquanto ele buscava a presença de seu pai com os olhos.

— Bem. Era a decisão certa a tomar. Mas é triste. — Beth sinalizou. Carl acenou em concordância. Judith seguiu os meninos com os olhos.

— Acho que vi Daryl limpar as lágrimas. — Aurora sinalizou tristemente.

— Eles eram muito amigos. — Beth sinalizou em resposta. Um silêncio triste caiu sobre eles.

Carol Peletier. O nome que não pode ser mencionado. Rick tinha dito que ela foi embora. Mas tudo estava implícito e eles, todos, conseguiram pegar a referência. Carol matou Karen e David e Rick a expulsou. Ela não matou sua mãe. Mesmo ficando triste pelas mortes trágicas dos dois voluntários das cercas Aurora se sentiu feliz por sua mãe estar viva.

Aurora não sabia como se sentir sobre sua professora depois disso. O que ela fez foi ruim, muito ruim, mas sua mãe estava viva. Carol não matou sua mãe. Carol protegeu a família tentando evitar a propagação da doença e teve sérias consequências. Era como ela tinha dito em uma de suas aulas, às vezes é preciso passar dos limites para proteger a família.

— Ah. — Beth bateu na mesa com uma mão e arrumou Judith no colo. O barulho chamou a atenção de Carl e o estremecimento da mesa tirou Aurora de seus pensamentos — Maggie não está grávida. Foi um alarme falso. Ela ficou tão aliviada. — sinalizou.

Os ombros de Aurora afundou. Ela entendia o alívio de Maggie, não era fácil cuidar de um bebê em um apocalipse zumbi. Mas ela queria ver um bebê de Glenn.

— Que bom. Criar um bebê não é fácil. Buscar berço, roupas, fraldas, remédios, fórmulas. — Carl sinalizou e olhou para Aurora com o olhar de "eu te avisei". Eles tinham apostado.

— Eu sei. Eu sei. — Aurora resmungou.

— Eu vou querer aquele quadrinho que Michonne trouxe dessa busca. — Carl falou. Aurora abriu a boca chocada.

— Eu nem li o quadrinho ainda. Deixa eu ler primeiro depois eu te dou. — Aurora tentou barganhar.

— Aposta é aposta. — Carl estendeu a mão abrindo e fechando-a.

— Opa. Opa. Volta aí. Vocês estavam apostando se Maggie estava grávida. — Beth gesticulou e Judith vendo sua ação balançou seus braços também.

𝐑𝐎𝐂𝐊𝐀𝐁𝐘𝐄 | 𝐓𝐡𝐞 𝐰𝐚𝐥𝐤𝐢𝐧𝐠 𝐝𝐞𝐚𝐝 Onde as histórias ganham vida. Descobre agora