O que é um caos? A teoria do caos estabelece que uma pequena mudança ocorrida no início de um evento qualquer pode ter consequências desconhecidas no futuro.
Fazem dois anos que Fire Marie e Castle di Laurence se viram pela última vez. Tudo isso por...
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Agosto de 2019 – Mouwalk Univesrsity – EUA
Quando chego ao corredor, ela já desapareceu.
Olho para os lados, mas não há nada além de uma porta no final do extenso lugar. Sigo decididamente adiante esperando encontrá-la, mas antes que eu possa abrir a porta, uma mão pousa no meu ombro.
- Castle, o que você está fazendo? - Daniel está logo atrás de mim, tem uma expressão assustada no rosto.
Olho para meu amigo e de volta para a porta, constantemente.
- Ela deve ter vindo por aqui. – Falo, como se aquilo se aquilo fosse óbvio.
- Você não pode ir atrás dela. - Ele diz, parece abismado pela minha decisão - Tá ficando maluco? Essa menina é encrenca pura, principalmente pra nós.
Dou uma risada irônica.
- Você não pode estar falando sério. - Aponto para a porta. - É a Fire. Nós a conhecemos a - calculo mentalmente – mais de dez anos.
Ele nega com a cabeça.
- Você não está pensando direito. – Daniel repete – Isso não é uma boa ideia.
Passo a mão pelo cabelo. Não é como se eu não soubesse onde eu estava me metendo.
Encaro meu amigo por longos segundos, ele tem uma expressão genuinamente preocupada então assinto com a cabeça e concordo em voltar para o refeitório ao seu lado.
- Não acredito. Vocês já estão perseguindo meninas até o dormitório? - Amélia nos encontra na volta para a cantina, ela agora tem uma caixa nas mãos e segue para a porta que acabamos de abandonar.
- Você sabe, - Dan responde – antes cedo do que nunca.
Ela franze o cenho e passa por nós, indo em direção à porta no final do corredor.
- Não acho que este seja o ditado, Daniel.
Ela fala antes de desaparecer.
Nossos amigos estão sentados na mesma mesa de antes e, apesar da movimentação, os encontramos facilmente.
Me sento na cadeira com um baque e apoio a cabeça em minhas mãos.
Aurora se senta ao meu lado e apoia as mãos em meus ombros.
- Vocês eram amigos? - Ela pergunta.
Assinto sem a encarar.
- Ela até que era legal, – a menina fala, dando de ombros - é uma pena que tenha ficado louca.
Não respondo sua acusação, muito porque ela não merece uma resposta.
***
- Vocês sabem o que é uma Disciplina Comunitária? - o Senhor O'conell pergunta quando nossa aula começa.
Daniel levanta a mão, pronto para responder.
- Uma disciplina que tem como objetivo a intervenção comunitária, ou seja, tem o propósito de levar a comunidades ou centros de assistência que necessitam de ajuda os conhecimentos que exercitamos na universidade.
Quando Daniel termina de falar, risinhos ecoam na sala.
Ele decorou a frase que estava na definição da disciplina logo que nos inscrevemos para essa aula.
Tudo para impressionar as meninas - era o que ele tinha me dito.
- Exatamente Senhor Smith.
Daniel olha para mim e pisca, baixo a cabeça e a sacudo em resposta, mas o sorriso em meus lábios é inevitável.
- Para isso vamos precisar da ajuda de todos vocês. - O professor se vira e começa a escrever no quadro atrás de si.
O auditório em que estamos permite que eu possa ver com clareza. Os cabelos cor de rosa de Aurora chamam minha atenção, assim como o celular em suas mãos, no qual ela digita freneticamente.
As aulas da Disciplina Comunitária envolveriam todos os cursos e todos os períodos, era por esse motivo que eu conseguia estar na mesma aula que ela.
Bem conveniente para mim, devo admitir.
DESCONHECIDO:
Você devia estar prestando atenção na aula
ao invés de ficar me encarando :0
A mensagem que chega no meu celular é dela, não tenho dúvida disso pois consigo ver seu sorriso aumentar quando a visualizo.
EU:
Eu estou prestando atenção na aula.
É apenas uma coincidência que você esteja
no meu campo de visão ;)
Vejo sua cabeça se virar levemente até que seus olhos me encontrem, ela sorri maliciosa e me manda uma nova mensagem.
DESCONHECIDO:
Quer me mostrar o campus?
Não posso evitar um sorriso.
Gosto dela, talvez eu até salve seu número algum dia.
Não respondo a mensagem, apenas me levanto e vou em direção a saída, alguns olhares me seguem enquanto ando até a porta. Daniel particularmente gesticula para que eu volte a me sentar em meu lugar e não o abandone sozinho ali.
Movimento meus lábios em um pedido de desculpa para meu amigo, mas continuo andando.
Quando chego a porta, me viro a fim de conferir se Aurora está me seguindo, vejo que ela guarda seus materiais apressada antes de se levantar.
O auditório está lotado e o professor ainda escreve no quadro quando coloco a mão na maçaneta e aguardo até que Aurora esteja do meu lado.
- Oi – ela diz.
- Oi –respondo e abro a porta para ela.
Antes de sair, dou mais uma olhada para dentro da sala, Daniel me olha como quem tem a intenção de me matar enquanto durmo, o quadro já está cheio de informações e a maioria dos alunos que não está jogando Amoug us escondido, está anotando.
Um dos rabiscos do professor, em particular, chama minha atenção.
Mouwalk Childen's Home
Conheço este nome, um arrepio percorre minha espinha.
Aurora segura na minha mão quando saímos.
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