Capítulo 22 - O que foi que eu perdi?

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    Quando Arthur nos deixa em frente ao endereço da festa, já começo a sentir borboletas batendo asas no meu estômago

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    Quando Arthur nos deixa em frente ao endereço da festa, já começo a sentir borboletas batendo asas no meu estômago. 

Cris e eu descemos do carro e começamos a andar em direção a entrada do salão de festas de dois andares. O lugar é bem grande e pelo que eu ouvi, quando Paulo começou a falar do lugar com os amigos na sala hoje de manhã, aqui tem até piscina. Deve custar uma fortuna dar uma festa aqui. 

Minha amiga está tagarelando ao meu lado, mas eu não ouço nada além das batidas aceleradas do meu coração batucando nos ouvidos. 

Será que ele vai gostar do presente? Minha roupa está legal? A make que a tia Lúcia fez está muito exagerada? 

Todas as inseguranças possíveis começam a pipocar na minha cabeça, e eu já estou quase fingindo uma dor de barriga, só como desculpa para ir para casa, quando passamos pela porta gigante da entrada.

Somos recepcionadas por ninguém mais, ninguém menos do que o próprio dono da festa. 

Tenho que me controlar para não deixar meu queixo cair no chão quando vejo o Paulo. Ele parece ainda mais bonito do que nunca, com uma calça caqui, blusa polo branca com o primeiro botão aberto e o cabelo preto e lindo em um penteado meio bagunçado. E eu quase tenho uma síncope quando ele me olha e abre um sorriso.

— Oi Paulo – a Cristine o cumprimenta primeiro, e eu a agradeço por isso, já que sou incapaz de pronunciar qualquer palavra que seja no momento. — Feliz aniversário! – Ela dá um abraço nele e lhe entrega a sacola com seu presente logo depois, ao qual ele agradece sorrindo, me encarando logo depois.

— Você veio – conclui ele, dando outro sorriso.

Eu não faço a menor ideia do que dizer, então só estendo o presente na sua direção.

— Feliz aniversário – digo, abrindo um sorriso tímido. 

— Obrigado, Heloísa – ele agradece, segurando as duas sacolas numa mão só. O encaro e, sem pensar muito para não desistir, dou dois passos na sua direção e lhe dou um abraço rápido, me afastando segundos depois.

Se meu coração já estava acelerado antes, agora está batucando mais que uma escola de samba em pleno carnaval. Foi o abraço mais rápido que eu já dei na vida, mas é de longe o que mais desejei.

Volto ao mundo real quando ouço outros convidados se aproximando da entrada.

— Podem entrar e ficar a vontade meninas – ele diz, se virando para as garotas que chegam na porta.

Eu e Cris entramos na casa, onde vejo alguns poucos gatos pingados espalhados pelo salão, a maioria gente do nosso colégio. Viro para falar com a Cris, mas estranho quando a flagro me encarando com um sorrisinho de canto. 

— O que foi? – pergunto, sem entender sua atitude.

— Nada. – Ela dá de ombros e se vira para frente, ainda sorrindo. — A festa está bem desanimada, não é?

Franzo a testa, sem entender sua súbita mudança de assunto. 

O que foi que eu perdi?

•••

Quando finalmente Arthur me deixa em casa após a festa, tudo que eu mais desejo é cair na cama e dormir.

Começo a andar em direção ao meu quarto, pensando nos acontecimentos da noite. A festa, que quando cheguei estava desanimada, mudou de cara rapidamente assim que o salão começou a encher. Antes mesmo das 8 da noite tudo que eu queria era estar em casa. 

Eu, definitivamente, não sou nenhum pouco a pessoa que gosta de lugares com música alta e cheia de pessoas.

Cristine se divertiu bem mais que eu. Ela ficou sentada em um sofá ao meu lado uma boa parte da festa, mas eu sabia que ela estava louca para dançar com suas colegas de sala, então a dispensei, alegando que ficaria bem sentada sozinha. Depois de muita insistência da minha parte ela finalmente aceitou, e eu fiquei num tédio total. 

A única coisa que eu realmente gostei foi dos salgadinhos de festa. Além do abraço que eu dei no Paulo, lógico – isso valeu super a pena. 

Pego meu pijama do Bob Esponja – que é minha roupa de dormir favorita – e caminho em direção ao banheiro. Quando entro no box e olho os vasos de shampoo, me lembro que hoje era dia de lavar e dar chapinha no cabelo. Com a correria da compra do presente e da festa acabei nem tendo tempo. Decido lavar e secar com secador hoje, e alisar amanhã cedinho, antes da aula com o Diogo.

Aliso meu cabelo com chapinha desde os 12 anos. Quando não faço isso, ele é só um monte de cachos desgovernados e indomáveis. Sempre considerei cabelos cacheados muito bonitos, e até pensei em deixar o meu natural, mas a chapinha já se tornou a minha zona de conforto.

Termino o banho e me seco, enrolando o cabelo numa toalha. 

Ao chegar no quarto, caminho até a gaveta do meu guarda-roupa, onde deixo o meu secador guardado. Mas paro no meio do caminho quando vejo uma sacola de papel em cima da minha mesa de cabeceira. 

Com a correria da arrumação para a festa, acabei me esquecendo completamente do presente que Diogo me deu. 

Pego a sacola e tiro o anel de dentro dela, colocando-o no meu dedo logo depois. A pedra colorida não demora a começar a ficar de uma cor só, e eu pego o papelzinho com o significado de cada cor que veio junto e me sento na cama.

A pedra do anel fica roxa no meu dedo, e que, de acordo com o que está no papel, significa que eu estou "legal". Não sei se isso funciona de verdade, mas acho que é como eu descreveria meu humor do momento.

Consegui comprar o presente, foi tudo bem na festa e estou quase confiante sobre a prova de química na próxima semana. Tudo saiu melhor do que eu, desastrada como sou, pensei que seria.

Me jogo de costas na cama e respiro fundo, fechando os olhos. 

Acho que está dando tudo certo na minha vida.

Esse capítulo foi super curtinho, então vou repostar mais um para vocês ♡

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Esse capítulo foi super curtinho, então vou repostar mais um para vocês ♡

31/12/2020
18/05/2022

Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01Where stories live. Discover now