Capítulo 11 - A gente meio que começou com o pé esquerdo

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     Algumas vezes na vida a gente se pega fazendo coisas que nunca sequer imaginou

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     Algumas vezes na vida a gente se pega fazendo coisas que nunca sequer imaginou.

Eu estou vivendo um desses momentos agora, acordado numa manhã de sábado às 8 da manhã com um sorriso no rosto.

Sento na cama e me espreguiço, sentindo todos os ossos do corpo estalarem. Bocejo e me levanto com a intenção de seguir até a porta do quarto, mas tropeço em algo no meio do caminho e por pouco caio de cara no chão. 

E lá se foi meu bom humor.

Olho para o chão, buscando pelo motivo da minha quase queda e encontro meu caderno e alguns livros espalhados pelo piso. 

Franzo a testa, ainda confusa pelo sono, mas não demoro a lembrar do motivo da bagunça. Passei boa parte da noite revisando os assuntos da aula que Diogo me deu, e ainda aproveitei para começar a crônica que a professora de português pediu. Sei que ainda tenho duas semanas para concluir essa atividade, mas quero passar o feriado de carnaval livre – e lendo muito, de preferência.

Me abaixo e começo a catar tudo, mas paro quando o caderno abre exatamente na folha onde grudei a foto do paulo com figurinhas. 

Desgrudo a foto da folha e a trago para mais perto do rosto, sorrindo ao notar a pequena falta de assimetria nela. Diogo não foi tão bem sucedido na hora de unir as duas partes rasgadas, mas ao menos ele teve uma boa intenção. 

Na verdade, eu estou começando a achar que o Diogo não é tão ruim quanto eu pensava. Quer dizer, ele ainda é um grosso na maior parte do tempo, mas, ainda assim, parece ser um cara legal. 

Estou perdida em pensamentos quando a porta do quarto é aberta de súbito, e eu só tenho tempo de esconder a foto atrás das costas quando tia Lúcia passa por ela.

— Helô, querida, que bom que já está acordada. Você viu onde eu deixei as chaves da livraria? Não estou encontrando elas em lugar nenhum. 

— As chaves? – Sorrio nervosa, apertando a foto na minha mão. — Não. Eu não vi. Já perguntou para a vó Rute? Ela deve saber. Ela sempre sabe onde está tudo – começo a falar sem parar, torcendo para que ela saia do quarto logo.

— Ainda não perguntei – ela responde e me olha com desconfiança. — Você tá bem? – indaga, fazendo uma varredura com os olhos pelo quarto

— Aham. Tô ótima! – Sorrio ainda mais, tanto que minhas bochechas começam a doer.

— Tá bem. Te vejo daqui a pouco, então – ela ainda me olha por mais alguns minutos antes de sair, fechando a porta ao passar. 

Solto o ar que nem percebi que estava prendendo e trago a foto de volta ao meu campo de visão. 

Já passei sufoco demais por causa disso, penso e começo a caminhar em direção ao meu potinho com lápis, onde guardo uma tesoura sem ponta.

•••

Do Que o Amor é Feito | Amores Platônicos 01Where stories live. Discover now