Capítulo 5

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Fui despertada com um balde de água em meu rosto, acabei inspirando um pouco do líquido o que me fez tossir.

- Dorme demais, querida. - Disse William rindo da minha cara.

- O problema é que consegui dormir  pouco, já que você ronca feito um porco!

E foi a vez dos capangas rirem dele, mas logo um simples olhar mortal bastou para que se calassem.

- Desamarrem ela.

Finalmente desamarram aqueles malditos nós, todo meu corpo doía, eu mal conseguia sentir meus braços.

- Está doendo? Juro que ficará pior senão começar a me obedecer e a me respeitar. - Ele falou tão próximo do meu rosto que eu pude sentir seu hálito de menta, enquanto eu devia estar só o pó e fedorenta.

- Leve-a até meu escritório.

Cada homem grudou em um dos meus braços, apertaram com força e foram me guiando até o escritório. Quando chegaram me colocaram sentada frente a sua mesa.

- Temos seu primeiro serviço - Falou sorrindo.

- Eu não vou fazer porra nenhuma.

- Vai sim. - Respondeu sacando uma pistola e a colocando bem no meio da minha testa. Meu coração parecia que poderia sair pela boca a qualquer instante, mas eu tentei me manter firme, não iria vacilar. - Conhece esse homem? - Perguntou jogando as fotos por cima da mesa.

- Lógico, ele é o prefeito. - Falei como se fosse óbvio.

- Pois bem, você irá mata-lo.

- O que? Você só pode estar ficando louco. - Respondi rindo, mas de nervoso.

- Estou mais lúcido do que nunca.

- Vai me dizer que o prefeito te deve dinheiro? - Perguntei rindo.

- Você pensa o que, Maite? Que eu empresto dinheiro para pobres? Posso até ser bobo como você mesmo disse, mas nem tanto, querida. O prefeito é um puta viciado em jogos e em prostitutas, ele tá me devendo 100 mil reais, e já declarou bem nitidamente que não irá pagar.

- Por que não fazem como fizeram comigo? Sequestram e o matam aqui.

- Porque ele é famoso, ele tem família, tem pessoas que sentirão falta e irão atrás, o que faria a polícia encontrar a gente. Já você, quem sentiria sua falta, Maite? Quem percebeu que você desapareceu?

Eu engoli em seco, porque ele tinha razão. Eu não tinha ninguém.

- Como eu disse anteriormente ele adora prostitutas e você irá se passar por uma, depois irá servir um drink para ele, que terá um ingrediente especial. - Falou colocando um pequeno vidro em minha frente.

- O que é isso?

- É um veneno, irá matá-lo depressa, porém não rápido o suficiente, o que lhe fará sofrer um pouquinho antes. Quando ele estiver agonizando no chão, você irá olhar bem dentro dos olhos dele e falar que a dívida com William Levy foi paga, ele não pode morrer sem saber que eu fui o responsável.

- Eu não consigo fazer isso.

Ele suspirou impaciente enquanto massageava suas têmporas, em sua cabeça devia estar passando mil formas de acabar com a minha vida agora.

- Você iria se especializar em pediatria, não é? - Apenas concordei com a cabeça. - Pois bem, então suponho que goste de crianças?

- Obviamente.

Ele então mexeu em umas gavetas e tirou várias fotografias, nas fotos tinha uma garotinha toda machucada, com diversas marcas pelo corpo e com um olhar desesperado. Era de se cortar o coração.

- Essa é Beatriz, neta dele. A menina tem 6 anos de idade e mora só com ele, a filha dele engravidou e deixou a criança para poder sumir no mundo com um hipister. Ele não queria a garota, mas não teve escolha. E é assim que ele cuida dela desde o dia em que nasceu. - Falou e colocou uma gravação para eu assistir, ele batia na criança enquanto lhe arrastava pelos cabelos, eu tive que conter as lágrimas que queriam cair a todo custo. - A morte dele vai ser a paz e a alegria dessa menina, pense nisso. E outra, ou será a vida dele ou a sua, terei armas apontadas para sua cabeça o tempo todo, um pé em falso e eles tem permissão para atirar. Portanto, não tente nenhuma gracinha, Maite. Agora vá tomar um banho que vamos tirar algumas fotos suas e fazê-las chegarem até o senhor prefeito.

Eu não tinha opção me jogaram dentro do banheiro e ficaram de espreita na porta. A água era tão fria que foi impossível conter um calafrio, mas mesmo assim foi de uma satisfação imensa. Depois que me banhei me entregaram uma lingerie preta rendada, bem bonita por sinal.
Era humilhante demais, aqueles homens ficavam me encarando de cima em baixo enquanto caminhava até o quarto onde as fotos seriam feitas Quando adentrei o local, William e o que julguei ser um fotógrafo já estavam a minha espera. Assim que aquele monstro notou minha presença seu olhar passeou lentamente por cada canto de meu corpo.

- Podemos começar? - Perguntou o fotógrafo.

- Sim. - Respondeu Levy.

E então fui guiada até a cama onde fui forçada a fazer poses sexy, era perna aberta pra lá, mão no seio ali. Aos poucos fui me soltando, e aquilo acabou se tornando um momento de descontração ao meio do que eu estava vivendo. Foi impossível não notar o quanto William estava ofegante, e quando ele colocou a almofada em cima de seu colo eu sabia que ele estava me desejando, e aquilo me causava medo.

Quando a sessão terminou eu me enrolei em um lençol, a fim de me cobrir um pouco.

- Bem que o senhor podia deixar a gente se divertir com a bonitinha aqui. - Disse um deles percorrendo um dedo pelo meu braço, e rapidamente me afastei.

Meu corpo todo tremeu, um simples "sim" podia me transformar na putinha de todos aqueles homens, eu poderia suportar tudo menos aquilo.

- Não! De jeito nenhum, eu não aceito! - Protestei em pânico.

O mesmo homem que fez o comentário partiu para cima de mim e começou a me beijar a força, eu tentava me livrar a todo custo, mas ele era muito mais forte do que eu. Derrepente um barulho estrondoso ecoou pelo quarto, e o homem que antes me apertava com força, agora caia desfalecido no chão em minha frente.

O AgiotaWhere stories live. Discover now